O que fala o livro Para Todos os Garotos que Já Amei?

Oies Bookaholics!

No mês de julho eu li a Trilogia Para Todos os Garotos Que Já Amei, da autora norte-americana Jenny Han, publicado aqui no Brasil pela editora Intrínseca. Eu já tinha lido o primeiro livro em 2015, quando foi publicado, sendo a primeira resenha do blog (Resenha | Para Todos Os Garotos Que Já Amei, de Jenny Han) ❤ Depois de citar a trilogia em todos os posts possíveis de livros desejados, aproveitei e adquiri numa promoção o box completo, sendo mais uma motivação para a leitura, que terá adaptação  do primeiro livro na Netflix, prevista para o dia 17 desse mês.

Esta resenha não trará spoilers, mas vou abordar alguns aspectos gerais sobre os três livros da série que me conquistou, me deixando com um quentinho no coração ❤

Para todos os garotos que já amei: Lara Jean guarda suas cartas de amor em uma caixa azul-petróleo que ganhou da mãe. Não são cartas que ela recebeu de alguém, mas que ela mesma escreveu. Uma para cada garoto que amou — cinco ao todo. São cartas sinceras, sem joguinhos nem fingimentos, repletas de coisas que Lara Jean não diria a ninguém, confissões de seus sentimentos mais profundos. Até que um dia essas cartas secretas são misteriosamente enviadas aos destinatários, e de uma hora para outra a vida amorosa de Lara Jean sai do papel e se transforma em algo que ela não pode mais controlar.

Acredito que um dos elementos que torna uma história marcante é a forma como se conta essa história, e por incrível que pareça os livros dessa série não apresentam nada novo, nada de mirabolante, nem nada surpreende em termos de enredo, não há grandes reviravoltas ou sucessões de acontecimentos “impossíveis” estilo novela mexicana. Seguindo uma linha narrativa estável a trilogia se sustenta por clichês: os dramas de uma garota durante o ensino médio no melhor estilo do High School norte-americano que estamos habituados a ler, os relacionamentos amorosos permeados por algumas confusões e desentendimentos, as dúvidas e as escolhas que ecoarão no futuro, que resultam no amadurecimento da protagonista, esta que também é desenvolvida numa perspectiva mais recatada e do lar, literalmente.

Lara Jean é apaixonada por livros, itens de papelaria e adora fazer doces, ela prefere passar seu final de semana testando receitas de cookies ou algum outro bolo, confeccionando scrapbooks ou lendo algum livro do que participar das festas, como a maioria das pessoas de sua idade. A garota tem um estilo mais vintage e romântico de para se vestir, desenvolve trabalho voluntário e se preocupa muito com os estudos, bem ao estilo geek assiste vários filmes e séries. Acostumada a viver sempre da mesma maneira, a garota prefere evitar grandes mudanças na vida ou até mesmo se arriscar a fazer algo que saia daquilo que ela conhece. Em Para todos os garotos que já amei as coisas começam a mudar, desde as cartas que são enviadas misteriosamente, causando várias confusões, o fim das férias de verão, e a ida de Margot, sua irmã mais velha, para a Escócia, lugar escolhido para cursar faculdade.

Mais do que um livro repleto de romance, a história coloca em evidência a importância da família para a protagonista. Filha do meio, as garotas Lara Jean, Margot e Kitty perderam a mãe desde cedo, sendo Margot, como a irmã mais velha assumir a responsabilidade pelas mais novas, assim como as tarefas, evitando causar problemas ao pai médico ginecológico. Em todos os livros a autora desenvolve a relação entre essas irmãs, mais sob a perspectiva de Lara Jean, que com a ida de Margot para o outro lado do mundo assume um papel de protagonismo sem a sombra e a perfeição da irmã mais velha que sempre foi exemplo e referência na família. Apesar de esperarmos a rivalidade feminina entre as irmãs Song, é curioso notar que a autora opta por criar um laço de amizade, parceria e união entre as três, claro que os desentendimentos e algumas brigas acontecem, afinal é uma relação entre irmãos, rs. Ainda sob as características dessa família, a cultura coreana também entra como um elo forte, já que a parte materna da família vem da Coréia do Sul, e muito dos costumes como a gastronomia, os preconceitos e estereótipos com os asiáticos são representados na história, e não é por acaso, já que a própria autora é descendente de coreanos.

P.S. Ainda amo você consegue continuar uma narrativa que termina bem no primeiro livro, e de forma fechada. O segundo livro trabalha melhor o relacionamento amoroso que se inicia no volume anterior, mas a sensação que eu tive era a de que o casal formado não parecia ser a melhor opção por serem tão diferentes, e por conta de vários desentendimentos que atrapalham essa relação um tanto que improvável até mesmo para Lara Jean. Mesmo que depois as atitudes do moço fossem compreensíveis foi difícil “aceitar” o desenrolar das coisas, e ver as qualidades do dito cujo. O passado, ou melhor, as amizades durante a infância que não permanecem enquanto Lara Jean e seus amigos cresceram, também é uma das temáticas que Jenny Han aprofunda, inclusive a rivalidade que acabou se desenvolvimento ao longo dos anos. Além disso, a narrativa se volta para um ponto que eu gostei muito pela forma que foi abordado, a exposição de vídeo íntimo na internet, sendo colocado em pauta e como há diferenças do tratamento dos envolvidos quando se é homem ou mulher. E mais uma vez a protagonista precisa tomar uma decisão.

Diferente dos dois primeiros volumes, Agora e para sempre Lara Jean, não seguiu o mesmo ritmo de leitura, a verdade é que mesmo querendo saber como a história se fecharia eu não queria me despedir do universo criado pela autora 😦 O livro retrata o último ano do Ensino Médio, a escolha da universidade e as possíveis separações de amigos, família e amores. Ah, gente, que agonia e sofrimento ao acompanhar a ansiedade de Lara Jean esperando o aceite da universidade que sempre sonhou, a que ela tinha como certa (e vocês sabem que sempre me emociono quando esse momento é retrato porque passei pela mesma coisa), além de todas as expectativas de terceiros sobre a garota. Nesse sentido, um dos momentos preferidos para mim foi a da viagem, um tanto inesperada, de Lara Jean e sua melhor amiga Chris até a Universidade da Carolina do Norte (UNC) em Chapel Hill, três horas e meia de distância de sua casa  na Virgínia. O livro traz novas perspectivas para a família de Lara Jean, novos conflitos que precisam ser resolvidos, o próprio amadurecimento das irmãs Song e um acontecimento chave deixa a atmosfera romântica nos fazendo suspirar. E por falar em suspirar, o romance que eu não dava muitos créditos no segundo livro vai para outro nível, permeando por cenas tão fofas, com referências a filmes, e músicas ❤ Mas, muito mais do que isso, a relação evolui para as questões de confiança, respeito e cumplicidade. Mesmo com muitas coisas acontecendo no último livro eu não senti que ficou um livro pesado ou desenvolvido com pressa, porque realmente acontece muitas coisas. Com um fechamento que quase me fez chorar, o livro se encerra de maneira muito satisfatória, sendo um marco de passagem da adolescência para a vida adulta, momentos de despedida não só para Lara Jean, mas para os leitores que acompanharam desde o início a jornada criada por Jenny Han.

Não posso deixar de mencionar que um dos pontos que me fez amar esses livros foi a protagonista, porque acabou rolando uma identificação muito forte em vários aspectos, tirando o fato dela ser branca e de descendência coreana, é claro, rs. O principal é que Lara Jean acredita no romance, em um relacionamento romântico e recíproco, mesmo considerado como “cafona” ou até impossível para muitos, afinal hoje muitos não querem criar laços ou um relacionamento mais sério e duradouro. Então, ao mesmo tempo que trouxe um quentinho no coração os livros também deixaram aquela sensação de que romances assim só acontecem nos livros e filmes mesmo, infelizmente, rs 😦 .

Se eu pudesse resumir os livros em uma única palavra seria fofinho! Mas não de maneira negativa, muito pelo contrário, apesar deter todos os clichês eu não senti que a história fosse muito água com  açúcar ou infantilizada. Fiquei suspirando em vários momentos, sofri junto nos momentos mais tristes e angustiantes, sorri com com o leve tom de humor, torci. E reforço, para mim quando se trata de clichês, uma história não é boa pelo tema, o “sobre”, mas pela forma que se desenvolve, ou seja, o “como”. Confesso que fiquei com certo receio de como a história se fecharia, porque a Série Verão, a primeira trilogia que eu li da autora, acabou me decepcionando muito (confiram: O Verão Que Mudou Minha Vida / Sem Você Não É Verão / Sempre Teremos O Verão) ao mesmo tempo que vi um amadurecimento na escrita de Jenny Han.

Eu com certeza irei fazer um post sobre o filme e não vejo a hora do filme estar disponível na Netflix! ❤ Se vocês já leram algum livro da trilogia, ou todos os livros, me digam nos comentários se gostaram ou não, suas expectativas para a adaptação, vou adorar saber! 😉

Até o próximo post!

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O que estava escrito na carta da Lara Jean?

Caso você esteja curiosa, aqui vai o que estava escrito na carta de Lara Jean para Josh: “Josh Sanderson, eu gostei de você primeiro. Por todos os direitos, você era meu e, se fosse por mim, eu o teria colocado dentro da minha mala e te levado comigo ou, quer saber, eu teria ficado aqui. Eu nunca deixaria você.

O que acontece no livro agora e para sempre Lara Jean?

Em "Agora e Para Sempre, Lara Jean", o livro termina com Peter e LJ fazendo um contrato na noite antes de irem para a faculdade. Em "Para Todos os Garotos: Agora e Para Sempre", podemos dar uma olhadinha no futuro. Não é um spoiler falar que os dois se resolvem. Eles são o "felizes para sempre".