Por que a invasão de Napoleão na França foi considerada o principal fator para a independência das colônias?

O tratado de Fontainebleau foi um acordo assinado em 1807, entre França e Espanha, aprovado por Napoleão Bonaparte, onde se estabelecia a divisão de Portugal no reino da Lusitânia (Entre-Douro-e-Minho), destinado à rainha da Etrúria e, no reino dos Algarves (Alentejo e Algarve), concedido a um ministro de Carlos IV.

Uma convenção militar da mesma data estabelecia a entrada em Espanha de 28 mil soldados franceses com o objetivo de seguirem até Lisboa. Contudo, este tratado não chegou a ser executado e tão pouco divulgado.

O objetivo de Napoleão com o tratado de Fontainebleau era o de ocupar Espanha e exercer represálias contra Portugal, pelo país não ter aderido ao bloqueio continental que pretendia fechar os portos europeus à Inglaterra. A recusa de Portugal, tradicional aliado inglês, terá então motivado a primeira invasão francesa.

O pretexto para invadir Portugal

Foi a 27 de dezembro de 1807, que Espanha e França se comprometeram a atacar e apoderar-se de Portugal que, por sua vez, seria dividido em três partes independentes, sem possibilidade de recair sobre a mesma pessoa, nem mesmo sobre o Rei da Espanha.

Como consequência do tratado de Fontainebleau, um exército francês, a mando do Duque e do General francês Junot, invadiu Espanha com o pretexto de participar na guerra por Portugal. Pouco tempo depois, os Pirenéus foram atravessados por cinco grupos do exército e outros tantos de reserva permaneceram junto à fronteira, ficando Espanha praticamente sob o domínio de Napoleão.

A ocupação de Espanha começou a ser uma realidade, quando, uma vez tomada Lisboa, outros exércitos se apoderaram das localidades espanholas que faziam fronteira com França.

O salto para a Guerra da Independência Espanhola

Com o levantamento espontâneo do povo de Madrid, iniciou-se a Guerra da Independência Espanhola ou Guerra dos Franceses, a 2 de maio de 1808, após o conflito armado com a França do Império Napoleónico, que não terminou até 1814.

Muitos historiadores defendem que o 2 de maio supõe, não só a oposição à usurpação do poder por parte de uma potência estrangeira, como também o início da assunção da soberania por parte do povo.

O conflito militar derivou da ocupação militar das principais cidades espanholas, acordada no tratado de Fontainebleau, entre Carlos IV de Bourbon e Napoleão Bonaparte. Com este acordo, na prática, deu-se a derrocada da monarquia absolutista espanhola e a união da Espanha com o Império Francês.

Esta foi considerada uma manobra de mestre de Napoleão Bonaparte, que pressionou e enganou Carlos IV e o seu herdeiro, Fernando VII, para que permitissem, não só ocupar militarmente Espanha para chegar à invasão de Portugal, como também para que cedessem o trono espanhol.

Tudo isso provocou a resistência armada do povo que, pela primeira vez, se coloca como único dono do seu destino. Assim, criaram os Conselhos de Defesa, bem como a Corte, reunidas em Cádiz em 1812, que supõem, de facto, uma autêntica revolução contra o Antigo Regime.

Além disso, ao formular a primeira constituição, ocorreu o processo de emancipação das colónias espanholas da América, que conquistaram a independência. Por outro lado, deu-se a reintegração da dinastia de Bourbon na pessoa de Fernando VII e o reforço da Igreja Católica, o que abriu espaço a que Espanha fosse palco de uma era de lutas civis, entre absolutistas e liberais, prolongando-se até à segunda metade do século XIX.

  • Napoleão (1) - Depois da Era Napoleônica, Europa nunca mais foi a mesma

A paz assinada com os britânicos dura pouco. Em 1803, a Inglaterra, a Rússia e a Áustria formam uma aliança contra a França. Dois anos depois, Napoleão tenta invadir a Inglaterra, mas a marinha francesa é derrotada na batalha de Trafalgar. Se no mar os franceses eram derrotados, em terra a situação era oposta: o exército francês vence os exércitos russo e austríaco, na batalha de Austerlitz, em 1806.

As vitórias francesas no norte da Europa causaram o fim do Sacro Império Romano Germânico, que existia desde o século 5. No seu lugar, surgiu a Confederação do Reno. Para aumentar sua autoridade na Europa, Napoleão casa-se em 1810 com Maria Luísa, filha do imperador da Áustria, Francisco 2º.

Bloqueio Continental

Mas seu grande adversário é a Inglaterra. Como não pode vencê-la por mar, Napoleão decide "matar os ingleses de fome" impondo o Bloqueio Continental, que decreta o fechamento dos portos da Europa continental ao comércio inglês. A ideia é isolar a Grã-Bretanha (a ilha onde se localiza a Inglaterra, a Escócia e o País de Gales) e as outras ilhas britânicas.

Para obrigar o cumprimento dessa medida, Napoleão ordena, em 1807, uma intervenção militar na Espanha, em cujo trono, colocou seu irmão José Bonaparte. O povo espanhol não aceita o novo rei e muitos espanhóis decidem resistir, pegando em armas contra o exército francês. O pintor espanhol Francisco Goya viveu nessa época e pintou quadros mostrando a violência do exército francês contra o povo espanhol.

  • Por que a invasão de Napoleão na França foi considerada o principal fator para a independência das colônias?

    Quadro de Goya retrata o fuzilamento de espanhóis pelas tropas napoleônicas

A violência do expansionismo napoleônico na Espanha é interpretada como a negação dos ideais da Revolução Francesa. Por outro lado, a ocupação extinguiu os tribunais da Inquisição, que ainda era bastante atuante em terras espanholas. A ocupação da Espanha teve consequências também para as colônias espanholas na América, originando lutas que culminaram na independência de várias colônias.

No mesmo ano de 1807, Napoleão ordena que seu exército invada também Portugal, pais aliado da Inglaterra. Para escapar das tropas de Napoleão que invadiram Portugal, a família real portuguesa, escoltada pela marinha inglesa, foge para o Brasil - processo que também culmina na nossa Independência.

Queda de Napoleão

Apesar dos esforços de Napoleão, o Bloqueio Continental era cada vez mais ignorado por meio do contrabando. Aos poucos, o prestígio político de Napoleão entre os franceses foi se desgastando. Embora boa parte da Europa estivesse sob seu controle, as guerras intermináveis e o grande número de baixas militares resultaram na insatisfação do povo francês.

Era cada vez maior o número de jovens que tentavam fugir do serviço militar obrigatório (ironicamente, uma das "conquistas" da Revolução Francesa). Em 1810, o czar (como era chamado o imperador da Rússia) rompeu o Bloqueio Continental ao comerciar com a Inglaterra. Em represália, Napoleão ordena que o exército francês invada a Rússia.

Após entrar com facilidade no território russo, o exército francês se deparou com um problema: a cidade de Moscou estava abandonada. Antes de irem embora, os habitantes incendiaram tudo e levaram toda a comida embora. Era a tática da "terra queimada" cujo objetivo era tornar impossível a sobrevivência do exército inimigo.

Sem comida e abrigo, os soldados franceses não puderam resistir ao rigoroso inverno russo, caracterizado por chegar a temperaturas muito abaixo de zero. O exército francês foi embora da Rússia. Muitos soldados franceses acabaram vitimados pelo frio e pela fome. O episódio foi uma grande derrota para a França e fortaleceu a Inglaterra e seus aliados.

O exílio em Elba e os "Cem dias"

Em 1814, Napoleão foi obrigado pelos seus inimigos a renunciar e foi exilado na ilha de Elba. A França foi ocupada pelos vencedores, que restabeleceram a monarquia colocando no trono Luís 18, irmão do rei guilhotinado. A volta da monarquia atraiu os nobres franceses que haviam fugido do país no começo da Revolução. Esses nobres tentaram recuperar os seus antigos privilégios, o que gerou insatisfação popular.

Aproveitando-se dessa insatisfação, Napoleão tramou sua volta: fugiu da ilha onde estava preso e, com a ajuda de um pequeno exército, retomou o poder em março de 1815. Mas dessa vez, seu governo durou pouco: apenas cem dias. Napoleão foi derrotado definitivamente na batalha de Waterloo, na Bélgica em junho de 1815, vencida por tropas inglesas e prussianas. Dessa vez, os ingleses o enviaram para um lugar mais distante: a ilha de Santa Helena, no Atlântico sul, onde morreu em maio de 1821.

O Congresso de Viena

Pouco depois da derrota de Napoleão na Rússia, a Inglaterra e seus aliados se reuniram no Congresso de Viena, na Áustria, para decidir o futuro da Europa. O Congresso foi interrompido durante os cem dias do último governo de Napoleão. Ao voltarem a se reunir, os representantes dos países vencedores decidiram tomar medidas para a volta do Antigo Regime e para evitar novos movimentos revolucionários. Ou seja, que a situação voltasse a ser a mesma que era antes da Revolução Francesa.

Para isso, foi criada a Santa Aliança, uma aliança militar formada pelos exércitos monárquicos de vários paises para intervir em qualquer país onde surgissem movimentos anti-monárquicos. Mas os tempos haviam mudado, o Antigo Regime pertencia ao passado e os monarcas tiveram que adotar constituições. A derrota de Napoleão não foi suficiente para acabar com os ideais democráticos da Revolução Francesa.

Por que a invasão de Napoleão na França foi considerado o principal fator?

O objetivo de Napoleão com o tratado de Fontainebleau era o de ocupar Espanha e exercer represálias contra Portugal, pelo país não ter aderido ao bloqueio continental que pretendia fechar os portos europeus à Inglaterra. A recusa de Portugal, tradicional aliado inglês, terá então motivado a primeira invasão francesa.

Por que Napoleão foi importante para a França?

Napoleão Bonaparte foi um militar que ganhou prestígio ao liderar tropas francesas na luta contra as forças contrarrevolucionárias que procuravam pôr fim à Revolução Francesa. Tornou-se cônsul da França por meio de um golpe, realizado em 1799. Em 1804, autocoroou-se imperador.

Qual foi o impacto da ascensão de Napoleão ao poder para o processo de independência da colônia de São Domingos?

Resposta verificada por especialistas Com isto, o controle sobre as colônias, em especial pequenas ilhas, como São Domingos, se enfraqueceu, permitindo que movimentos revolucionários se expandissem nestes territórios, que livraram-se do controle francês.

Quais foram as consequências da invasão de Napoleão para as colônias espanholas?

O enfraquecimento do poder real e início de revoltas e revoluções foram as consequências da invasão de Napoleão na Espanha para as colonias espanholas, bem como a vinda da família real para o Brasil no caso de Portugal.