Por que podemos afirmar que a população brasileira está envelhecendo?

Na última edição da pesquisa Síntese de Indicadores Sociais, publicada em 2016, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) avalia que o histórico da composição da população brasileira aponta para um aumento expressivo da parcela de idosos na população.

Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) apontam que, em dez anos, a parcela de brasileiros com 60 anos ou mais cresceu de 9,8% para 14,3% da população, considerando o período de 2005 a 2015.

Por que podemos afirmar que a população brasileira está envelhecendo?

Segundo a pesquisa do IBGE, se for mantida a taxa atual, nas próximas décadas o envelhecimento populacional no país será mais de duas vezes mais rápido que a média mundial.

A afirmação baseia-se em projeções da Organização das Nações Unidas (ONU), que preveem um prazo de 55,8 anos para que a parcela de idosos na população mundial dobre de tamanho, enquanto no Brasil esse prazo será de apenas 24,3 anos.

De acordo com a ONU, em 2015 o mundo tinha 12,3% de idosos. No mesmo ano, a porcentagem de brasileiros na terceira idade era de 11,7% – número um pouco inferior ao estimado pelo IBGE.

Segundo os pesquisadores brasileiros, o país deve chegar a 2040 com um índice de envelhecimento populacional de 153.

Ou seja:

Para cada grupo de 100 jovens com menos de 15 anos teremos 153 pessoas com 60 anos ou mais.

A título de comparação, em 2010 esse índice era de 39,3. Considerando a rápida evolução no número de idosos, torna-se cada vez mais urgente a adoção de medidas capazes de garantir saúde e qualidade de vida para essa parcela cada vez mais significativa da população.

Um desafio para o sistema de saúde

O aumento no número de idosos traz consigo problemas de saúde que desafiam tanto o sistema público quanto a saúde suplementar, principalmente devido à associação entre o envelhecimento populacional e o aumento da demanda por uma assistência especializada e de alto custo.

Isso se deve em grande parte ao aumento, com o passar dos anos, no risco de desenvolver doenças crônicas ou deficiências decorrentes da idade avançada.

No artigo O envelhecimento populacional brasileiro: desafios e consequências sociais atuais e futuras, publicado em 2016 na Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz avaliam que a questão requer dos sistemas de saúde uma organização assistencial contínua e multidisciplinar, com ênfase em ações de prevenção ao longo de toda a vida.

“A população idosa precisa de cuidados específicos, muitos deles especializados e direcionados às peculiaridades advindas com o processo do envelhecimento, sem segregá-los da sociedade”, defendem os autores do artigo.

De acordo com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a participação dos idosos entre os beneficiários de operadoras de saúde é bastante expressiva. Dos cerca de 50 milhões de vínculos de beneficiários a planos privados de assistência médica no Brasil, 12,5% referem-se a pessoas com 60 anos ou mais de idade.

A tendência de aumento desse percentual implica em um crescimento nos gastos do sistema em função das especificidades do próprio processo de envelhecimento, que apresenta características de morbimortalidade distintas dos demais grupos etários.

Projeto Idoso Bem Cuidado

Diante da necessidade de desenvolver estratégias para atender a crescente parcela de idosos entre os beneficiários da saúde suplementar, a ANS lançou em 2016 o projeto “Idoso Bem Cuidado”. O projeto contempla uma proposta de atenção específica para a população da terceira idade e tem como metas a melhoria do atendimento prestado desde a porta de entrada no sistema e ao longo de todo o processo de cuidado.

Com isso, a intenção da ANS é evitar redundâncias de exames e prescrições, interrupções na trajetória do usuário, além de complicações e efeitos adversos gerados pela desarticulação das intervenções em saúde.

No e-book Projeto Idoso Bem Cuidado: um modelo para a implantação de programas de saúde voltados à terceira idade apresentamos as diretrizes do projeto e destacamos algumas ideias para que os gestores de programas de saúde possam reavaliar suas estratégias de atuação diante do avanço do envelhecimento populacional no país.

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Por que podemos afirmar que a população brasileira está envelhecendo?

Por que a população do Brasil está envelhecendo?

De acordo com o analista da pesquisa, Gustavo Geaquinto, a queda de participação desta faixa etária é um reflexo da acentuada diminuição da fecundidade no país nas últimas décadas, mas que não incorporou ainda os impactos da pandemia — que acelerou ainda mais esse processo.

Quais os fatores que explicam o envelhecimento no Brasil?

Os fatores determinantes do envelhecimento, a nível da população de um país, são, fundamentalmente, ditados pelo comportamento de suas taxas de fertilidade e, de modo menos importante, de suas taxas de mortalidade.

E correto afirmar que a população está envelhecendo?

Envelhecimento populacional no Brasil Segundo estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2060, 25% da população brasileira terá 60 anos ou mais, percentual que será maior do que a população de crianças (pouco mais de 14% para o ano citado). Esse dado vem evoluindo nas últimas décadas.

O que explica o envelhecimento da população?

Nesse sentido, o envelhecimento populacional é o aumento do número de pessoas idosas em comparação ao número de pessoas jovens. Em outras palavras, o envelhecimento populacional é a ampliação da quantidade de indivíduos com faixa etária igual ou superior a 60 anos em uma sociedade em relação às faixas etárias menores.