Por que podemos afirmar que o café foi a base para o processo de industrialização do Brasil?

Na República oligárquica, a economia cafeeira e a industrialização estiveram intimamente ligadas, levando os cafeicultores com seus lucros a investirem na industrialização. Publicado por: Tales dos Santos Pinto

(Cesgranrio-RJ) A identificação dos governos da República Velha com os interesses da economia cafeeira pode ser expresso pelo(a):

  1. financiamento, através do Banco do Brasil, para o plano de novas lavouras, no Encilhamento.
  2. estatização das exportações, com o objetivo de garantir os preços, durante a Primeira Guerra Mundial.
  3. adoção de uma política de valorização, reduzindo a oferta do produto, a partir do Convênio de Taubaté.
  4. controle da mão de obra camponesa e apoio à imigração, com a Lei Adolfo Gordo.

isenção de tributos assegurada no programa de estabilização de Campos Salles.

A industrialização verificada no Brasil durante a República Velha foi motivada por alguns fatores. Constituem estes fatores todas as alternativas abaixo, menos a letra:

  1. o incentivo à imigração garantiu um afluxo de força de trabalho a baixo custo, motivando os investimentos industriais.
  2. a eclosão da Primeira Guerra Mundial obrigou o Brasil a encontrar formas de superar a restrição aos produtos importados,  produzindo em território nacional parte das necessidades do mercado interno.
  3. os grandes lucros conseguidos com a comercialização do café no mercado internacional proporcionaram a alguns grupos capitalistas, como os comissários do café, investirem na industrialização.
  4. a existência de um setor industrial de base (metalurgia, máquinas, equipamentos etc.) facilitou o processo de industrialização, não necessitando do mercado externo para a aquisição de mercadorias provenientes deste setor.
  5. a mão de obra assalariada, que substituiu  os africanos escravizados, criou uma demanda no mercado interno para o consumo de bens não duráveis.

Sobre a relação estabelecida entre a economia cafeeira e o processo de industrialização em algumas regiões brasileiras, durante a República Oligárquica (1889-1930), é incorreto afirmar que:

  1. Ao aumentar a renda da população e a demanda de produtos de consumo não duráveis, a política de valorização do café também contribuiu para a expansão da atividade industrial.
  2. O processo de industrialização do Brasil na década de 1920 se dividiu em duas etapas: a primeira até 1924, coincidindo com a terceira valorização do café (1921-1924), quando foram realizados investimentos em maquinaria; a segunda, de 1924 até 1929, quando ocorreu um processo de desaceleração na produção industrial, em virtude da retomada das importações graças a uma taxa de câmbio favorável à entrada de mercadorias no país.
  3. Com a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), o fluxo comercial internacional conheceu um acelerado crescimento. Aumentaram as facilidades para a exportação do café brasileiro, impulsionada pela volumosa safra de 1917-1918. Nesse sentido, o conflito mundial dificultou o processo de industrialização do Brasil.
  4. O crescimento do poder econômico dos comissários do café, que intermediavam a negociação entre os locais de produção (fazendas) e os centros compradores, proporcionou que os capitais acumulados com a comercialização do produto fossem investidos nas atividades industriais.
  5. A respeito da relação entre café e indústria, que se refletia inclusive na união das famílias por meio de casamentos ou no duplo papel do cafeicultor-industrial, não se pode negar a existência de disputas entre fazendeiros e industriais, principalmente quanto à delicada questão da elevação de tarifas, já que ambas as atividades precisavam de proteções tarifárias.

(Ufscar) O processo de industrialização brasileira, esboçado na Primeira República, caracterizou-se por uma estreita dependência com a economia cafeeira porque:

  1. os governos republicanos, controlados pela oligarquia do café, estabeleciam medidas de proteção à indústria nacional.
  2. atenuava o endividamento do Estado brasileiro com o capitalismo internacional, favorecendo os investimentos públicos.
  3. a monocultura do café consolidou a exploração da mão de obra escrava, garantindo a formação de capital para a indústria.
  4. a política de proteção do preço do café através da desvalorização cambial incentivava a economia de substituições de importações.
  5. a economia do período não dependia do afluxo de capitais internacionais, trabalhando com um grau reduzido de endividamento externo.

respostas

Letra C. Depois do Convênio de Taubaté, os governos passaram a comprar a produção de café tentando aumentar seu preço através do controle da quantidade de café a ser vendida.

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Letra D. A indústria de base brasileira era extremamente incipiente, necessitando a economia nacional do mercado internacional para adquirir as mercadorias deste setor.

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Letra C. A Primeira Guerra Mundial restringiu o comércio internacional, dificultando a exportação do café e a importação de produtos industrializados. Frente a isso, parte do capital conseguido com o comércio do café foi investida na industrialização para suprir a falta de algumas mercadorias que antes eram importadas.

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Letra E. Na industrialização da República Oligárquica, os investimentos foram realizados por capitalistas que conseguiram deslocar capitais para este setor da economia.

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Por que podemos afirmar que o café foi a base para o processo de industrialização do Brasil?

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Porque o café foi importante para a industrialização do Brasil?

A produção cafeeira tornou-se o carro-chefe da economia nacional e impulsionou a estruturação econômica, política e social do estado de São Paulo, com o desenvolvimento da malha ferroviária, melhoramento de portos, configuração do comércio regional e proporcionando acúmulo de capitais.

Como o ciclo do café contribuiu para o processo de industrialização?

O café contribuiu muito para o desenvolvimento da indústria interna, pois nos arredores das plantações, surgiam pequenas fábricas, indústrias, comerciantes, ferrovias eram construídas e até bancos foram criados, para atender a demanda da população que vivia nos cafezais.