Quais foram os principais problemas enfrentados durante o governo constitucional?

Apesar de o Governo Vargas ter equilibrado a situa��o do caf� no mercado internacional as dificuldades enfrentadas pelo setor agr�cola conduziram o Governo a investir no desenvolvimento industrial como sa�da para a depend�ncia externa e assim, de certa forma pode se dizer que a crise serviu de incentivo � industrializa��o.

O Governo procurou estimular o desenvolvimento das ind�strias atrav�s de um sistema de substitui��o das importa��es que implicava no incentivo � utiliza��o da capacidade ociosa das ind�strias j� existentes no pa�s. A ind�stria t�xtil e outras acabaram se beneficiando com os obst�culos colocados �s importa��es de similares. Al�m disto, isen��es foram criadas para exporta��es de bens de capital e as ind�strias de base tiveram grande desenvolvimento.

Os industriais que haviam feito oposi��o ao Governo Vargas no seu in�cio, acabaram se aproximando do poder. O boicote � Legisla��o Trabalhista, foi desaparecendo gradativamente ao longo da d�cada de 30.


Taxas de Crescimento: Produ��o Industrial, PIB e Importa��o de
Bens de Capital para a Ind�stria, 1911-1945 (%)


Produ��o Industrial


Produto Interno Bruto
PIB

Importa��o de Bens de
Capital para a Ind�stria
**1917-1919**3,6--14,8**1920-1922**6,23,212,3**1923-1926**01,314,0**1927-1928**8,012,4-7,2**1929-1932**00,3-31,7**1933-1936**14,17,441,0**1937-1941**8,34,5-5,5**1942-1945**4,31,8-1,1Fonte: Suzigan, W. 1973, Industrializa��o e Pol�tica Econ�mica: Uma Interpreta��o em
Perspectiva Hist�rica in Pesquisa e Planejamento Ecom�mico, vol5, n.2, 1975, p�g. 472.

No quadro acima: Taxas de Crescimento: Produ��o Industrial, PIB e Importa��o de Bens de Capital para a Ind�stria, 1911-1945 (%), que mostra a taxa de crescimento entre 1917 e 1945, do in�cio da I Guerra ao fim da II Guerra, pode se observar que existiram dois per�odos de desenvolvimento pronunciado da produ��o industrial � 1927/1928 e 1933/1936, as taxas de produ��o industrial e do PIB evolu�ram em ziguezague, o que demonstra o grau de instabilidade da economia.

O grande crescimento industrial de 1933 a 1936 � 14,1%, puxou o PIB para uma taxa de 7,4, diante do mau desempenho do per�odo de 1929-1932, representa um salto bastante consider�vel. Neste per�odo os setores industriais que mais se destacaram foram: t�xtil, qu�mico, de papel, cimento, a�o e pneus.

Em dois momentos o PIB teve um decl�nio significativo: 1929-1932 e 1942-1945; decl�nio que pode se considerar ligado � queda de produ��o industrial e � desorganiza��o trazida pela crise de 1929 e pela II Guerra. A coluna �Importa��es de Bens de Capital para a Ind�stria� mostra que a ind�stria se equipou para a fase de crescimento, assim na primeira metade da d�cada de 1920 e no per�odo de 1933-1936 a compra de equipamentos importados cresceu substancialmente.

Outras pol�ticas que favoreceram o crescimento industrial foram: a regulamenta��o do trabalho pela Legisla��o Trabalhista, a regulamenta��o sindical e das leis previdenci�rias e a organiza��o corporativa da ind�stria abrindo espa�o no Congresso e no Executivo para suas reivindica��es.


Distribui��o Setorial do PIB Brasileiro,
1910-1950(%)


-----Ano----


Agricultura


Ind�stria


Servi�os (*)

191035,814,050,2192032,017,150,9193030,616,552,9194025,020,854,2195024,324,151,6(*) - Inclui Governo.Fonte: Haddad, C.. Crescimento do Produo Real. Brasil 1900-1947. Rio de Janeiro: FGV, 1978 e IBGE (1990). Estat�stidas Hist�ricas do Brasil apud Abreu, M. e Vernes, D. (1997), p�g. 26.

O quadro: Distribui��o Setorial do PIB Brasileiro, 1910-1950 (%), mostra que o crescimento da ind�stria nos meados dos anos 30 vai se fazer sentir no PIB da d�cada seguinte com o aumento da participa��o industrial crescendo para 20,8% e com o decl�nio da participa��o agr�cola para 25%. No per�odo de 1920 a 1940, ao decl�nio da participa��o agr�cola correspondeu o aumento de participa��o industrial, que vai obter um equil�brio na d�cada de 1950.

O parque industrial brasileiro se centralizou no eixo Rio de Janeiro - S�o Paulo, que em 1949 detinha 65% do valor de transforma��o industrial do pa�s.

O quarto quadro: Ind�stria e Transforma��o: Participa��o do Distrito Federal e dos Estados de S�o Paulo e do Rio De Janeiro no Valor de Transforma��o Industrial, para Anos Selecionados, 1919�1959 (%), mostra a centraliza��o e tamb�m o decl�nio da participa��o do Distrito Federal e o aumento da participa��o de S�o Paulo ao longo do per�odo de 1919 a 1959.


Ind�stria e Transforma��o: Participa��o do Distrito Federal e dos
Estados de S�o Paulo e do Rio de Janeiro no Valor de Transforma��o
Industrial, para Anos Selecionados, 1919-1959 (%)


** 1919 **


** 1939 **


** 1949 **


** 1959 **

Distrito Federal20,119,914,210,4Rio de Janeiro7,55,66,47,2S�o Paulo32,240,748,855,5Total Regional59,866,264,473,1Demais Estados40,233,835,626,9Fonte: IBGE. Censos 1920, 1940, 1950 e 1960. Apud Cano, Wilson. Desequil�brios
Regionais e Concentra��o Industrial no Brasil (1930-1970). Campinas:
Editora da Unicamp e Global Editora, 1985, p�g. 104, Tabela 6.

A Segunda Guerra Mundial reduziu a oferta de artigos industrializados, isso obrigou a substitui��o destas importa��es, fomentando o desenvolvimento das ind�strias locais. Foi implementada ainda uma pol�tica de explora��o das riquezas nacionais, com o Estado participando das atividades econ�micas principalmente aquelas vitais que precisam de est�mulo governamental para desenvolver-se, como: a siderurgia; a de petr�leo e a de energia el�trica.

Em 1943 foi iniciada a constru��o da F�brica Nacional de Motores, no Rio de Janeiro e foi tamb�m realizado o I Congresso Brasileiro de Economia, por iniciativa de Roberto Simonsen importante industrial paulista ligado � FIESP.

A trajet�ria das pol�ticas industriais evidenciava as virtudes e constrangimentos do Governo no enfrentamento das dificuldades para instalar no pa�s um complexo petrol�fero, sider�rgico e el�trico, que seria a base sustentadora da era de desenvolvimento que se estendeu at� a d�cada de 1980. Estava, no entanto, criado o cen�rio para a industrializa��o do pa�s e diminui��o da depend�ncia agr�cola cafeeira.

Quais foram as principais acontecimentos do governo constitucional?

O período se inicia com promulgação da Constituição de 1934 e a eleição indireta de Getúlio Vargas para presidente da República pela Assembleia Nacional Constituinte. Esta fase foi marcada por greves de operários, pela Revolta Comunista, o combate das ideias de esquerda e a radicalização da política.

Quais foram os principais acontecimentos do governo constitucional de Vargas?

A fase constitucional do governo de Getúlio Vargas ficou marcada pela radicalização da política nacional e pelas tentativas presidenciais de centralização do poder.

Quais foram os principais fatores que levaram à crise política do governo de Vargas?

Foi caracterizado por uma política econômica que priorizou o nacional-desenvolvimentismo. Isso foi o motivo que causou uma grande crise política em seu governo – além da insatisfação da população com o aumento do custo de vida.

O que aconteceu durante o governo de Getúlio Vargas?

Após a Intentona Comunista, Getúlio Vargas ampliou as medidas centralizadoras e autoritárias, o que resultou no Estado Novo. Essa fase constitucional da Era Vargas estendeu-se até novembro de 1937, quando Getúlio Vargas realizou um autogolpe, cancelou a eleição de 1938 e instalou um regime ditatorial no país.