Quais foram os três grupos de imigrantes mais numerosos que vieram para o Brasil?

Dificilmente existe uma nação com tão complexa e variada composição étnica de sua população. No caso do Brasil, a formação populacional advém de basicamente cinco distintas fontes migratórias, são elas:

- os nativos, que se encontravam no território antes da chegada dos portugueses. Esses povos eram descendentes de homens que chegaram às Américas através do Estreito de Bering;

- os portugueses, que vieram para o Brasil a fim de explorar as riquezas da colônia;

- os negros africanos, que foram trazidos pelos europeus para trabalhar nos engenhos na produção do açúcar a partir do século XVI;

- a intensa imigração europeia no Brasil, sobretudo no sul do país;

- a entrada de imigrantes oriundos de várias origens, especialmente vindos da Ásia e Oriente Médio.

Com base nessas considerações, a população brasileira ficou com a seguinte composição étnica:

Quais foram os três grupos de imigrantes mais numerosos que vieram para o Brasil?

Brancos: a grande maioria da população branca tem origem europeia (ou são descendentes desses). No período colonial vieram para o Brasil: espanhóis, holandeses, franceses, além de italianos e eslavos. A região sul abriga grande parte dos brancos da população brasileira, pois esses imigrantes ocuparam tal área.

Quais foram os três grupos de imigrantes mais numerosos que vieram para o Brasil?

Negros: essa etnia foi forçada a migrar para o Brasil, uma vez que vieram como escravos para atuar primeiramente na produção do açúcar e mais tarde na cultura do café. O Brasil é um dos países que mais utilizou a mão de obra escrava no mundo. Hoje, os negros se concentram principalmente em áreas nas quais a exploração foi mais intensa, como é o caso das regiões nordeste e sudeste.

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Quais foram os três grupos de imigrantes mais numerosos que vieram para o Brasil?


Indígenas: grupo étnico que habitava o território brasileiro antes da chegada dos portugueses. Nesse período, os índios somavam cinco milhões de pessoas. Os índios foram quase disseminados, restaram somente 350 mil índios, atualmente existem 170 mil na região Norte e no Centro-Oeste 100 mil.

Pardos: etnia formada a partir da junção de três origens: brancos, negros e indígenas, formando três grupos de miscigenação.

Mulatos: correspondem à união entre brancos e negros, esse grupo representa 24% da população e ocorre com maior predominância no Nordeste e Sudeste.

Caboclos: representa a descendência entre brancos e indígenas. No país respondem por 16% da população nacional. Esse grupo se encontra nas áreas mais longínquas do país.

Cafuzos: esse grupo é oriundo da união entre negros e índios, essa etnia é restrita e corresponde a 3% da população. É encontrado com maior frequência na Amazônia, Centro-Oeste e Nordeste.

As ondas de imigração para o Brasil trouxeram Portugueses, Alemães, Italianos, Espanhóis, etnias da África, Japoneses, Árabes, Judeus e outros povos. Veja no resumo: 🙂

A formação da população brasileira tem a marca principal dos colonizadores portugueses, dos povos indígenas que já ocupavam o território, e dos africanos que chegaram na condição de escravos durante três séculos e meio. Mas, a partir do final do século XIX, ainda no tempo do Império, ocorreram sucessivas ondas de imigração para o Brasil trazendo  Alemães, Italianos, Japoneses, Árabes e outros povos.

No começo do século XX, com os episódios da Revolução Russa, das duas Guerras Mundiais e de conflitos religiosos no Oriente Médio e nos Balcãs, tivemos imigrantes a partir de dezenas de países. As onda mais recentes de imigração entre 2010 e 2020 são de exilados da Venezuela e da Síria.

A Imigração Europeia dos Séculos XIX e XX

Para você compreender com aconteceram estas ondas de imigração para a Brasil desde as primeiras iniciativas lideradas por Dom Pedro II, o professor Felipe preparou um resumo especial com três blocos de informações para contextualizar a imigração europeia no tempo do Império:

  1.  Primeiro, vamos ver as causas que levam a vinda de imigrantes (italianos e alemães) para o Brasil a partir de 1850.
  2. Vamos ver também os tipos de migração (dois principais modelos).
  3. E, por último, a questão agrária nesse contexto que a imigração ocorre! \o/

As Ondas de Imigração para o Brasil

Antes mesmo deste impulso dado pelo Imperador Dom Pedro II, no período do Segundo Reinado,  o país já registrava a chegada de significativos contingentes de estrangeiros que chegavam “para ficar”. Confira as principais ondas de imigrantes, que começaram já com os portugueses no início da colonização. Os povos com maior destaque foram estes:

Portugueses – Os dados do IBGE no Brasil indicam que havia uma imigração restrita para o Brasil nos primeiros séculos da colônia. A Coroa Portuguesa tinha interesses meramente exploratórios em relação ao nosso território. Assim, entre 1500 e 1700 apenas cem mil portugueses vieram como imigrantes para constituir a vida no Brasil.

Entre 1701 e 1850 o IBGE identifica um período de “Imigração de Transição”, com ondas de imigração esparsas para o Brasil. Uma concentração acima de 15 mil portugueses chegando num curso espaço de tempo acontece em 1808 e anos seguintes, quando a família real de Portugal vem para o Brasil fugindo de Napoleão Bonaparte. Neste ciclo os imigrantes eram parte da elite econômica e cultural de Portugal, e que orbitava em torno dos interesses da Coroa portuguesa.

Porém, a partir de 1851 ocorre a imigração em maior escada de portugueses de origem mais humilde, e que passaram a procurar o Brasil em busca de uma vida melhor que tinham em Portugal. A vinda de portugueses para o Brasil começa a declinar a partir de 1930.

Açorianos – Vieram para o Brasil com origem da Ilha de Açores desde 1541 e até 1820. A cidade de Florianópolis, por exemplo, recebeu imigrantes açorianos no período de 1747 a 1753, bem como diversos povoados da época na costa de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul também receberam muitos açorianos. Somente neste período vieram seis mil açorianos, sendo que 280 morreram na travessia do Oceano Atlântico.

 Africanos – O tráfico de escravos desde a metade do século XVI até a proibição legal com a lei Euzébio de Queirós, em 1850, trouxe 4,8 milhões de africanos para o Brasil.

Alemães – A primeira das muitas ondas de imigração para o Brasil com origem na região que hoje forma a Alemanha ocorreu em 1818, no Sul da Bahia, e logo em seguida, com maior contingente, em 1824, formando uma colônia pioneira em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul.

Novas ondas de imigração alemã aconteceram em 1827, para São Paulo; 1829, para Santa Catarina; e 1833, para o Paraná. Entre 1850 e 1871 chegaram mais imigrantes alemães que se estabeleceram principalmente no Vale do rio Itajaí, em Santa Catarina, onde fundaram as cidades de Blumenau e Brusque.

O fluxo de alemães seguiu com diversos episódios menores até que, já no século XX, ao final da Primeira Guerra Mundial, e até 1933, quando Hitler assume a liderança política germânica, aconteceu a principal das ondas de imigração alemã para o Brasil.  Após o final da Segunda Guerra outros três grandes ciclos também foram registrados.

Italianos – Os primeiros registros da chegada de imigrantes italianos no Brasil começam a partir de 1870. Mas, o fluxo se torna mais intenso a partir de 1877, quando o país cria políticas de incentivo à imigração e atrai centenas de milhares de italianos inicialmente para o trabalho no campo, principalmente nas culturas de café, em substituição à mão de obra escrava.

Até 1924 estima-se que mais de um milhão italianos aportaram como imigrantes no Brasil. E, até 1959, a conta chega a um milhão e meio de imigrantes italianos.

Japoneses – O ano de 1908 e celebrado como o marco da chegada da primeira das ondas de imigração para o Brasil, quando aportou o navio Kasato Maru, com 781 japoneses a bordo. Os japoneses das primeiras etapas de imigração chegaram com um conhecimento avançado para os temas da agricultura, e foram responsáveis por diversas modernizações implementadas no país que os acolheu.

Em 1910 o navio Ryojun Maru trouxe mais 906 imigrantes japoneses. Até 1914 o Brasil já tinha mais de 10 mil japoneses.

Árabes – Desde 1871 e por muitas décadas se registram ondas de imigração para o Brasil originada nos povos árabes. Entre os motivos principais estavam conflitos religiosos. Em diferentes momentos ora o Brasil acolhia cristãos, ora muçulmanos vindos do Líbano, Síria, Turquia, Palestina, Egito, Jordânia e Iraque.

Uma característica dos imigrantes de origem nos polos árabes e que ficou marcada na cultura brasileira foi a grande habilidade demonstrada para a vida comercial. Inicialmente atuando como “mascates”, vendendo de porta em porta, ou como viajantes, muitas famílias de origem árabe acabaram por se estabelecer com grandes empresas.

Espanhóis – Ainda que não estejam registradas ondas concentradas de imigrantes espanhóis o IBGE registra os chegados da Espanha como relevantas para a constituição da população brasileira. Os dados mostram 180 mil imigrantes entre 1890 e e 1940 vindos para o Brasil.

Judeus – Desde a metade do século XVI o Brasil registra a presente de imigrantes com origem judaica. Inicialmente vieram em busca da liberdade e para fugir de perseguições religiosas na Europa. Chegavam aqui na condição de “Cristãos-Novos”, e assim eram denominados nas contagens populacionais.

Estabeleceram-se por todo o litoral brasileiro, dedicando-se a empreendimentos na economia colonial e depois na indústria e comércio. Nos primeiros anos da época do Estado Novo, de 1937 a 1945, a ditadura de Getúlio Vargas chegou a colocar obstáculos à entrada de imigrantes judeus no país.

Mas, a tentativa de proibição não prosperou, e o país recebeu milhares de judeus de diversos países da Europa e de países mais ao Leste, como a Rússia, que aqui buscaram abrigo para fugir da perseguição dos nazistas.

Outros povos que vieram para o Brasil – A relação de nacionalidades dos demais imigrantes que vieram formar a nacionalidade brasileira é muito grande. Os suíços começaram a chegar em 1818, quando fundaram Nova Friburgo, no Rio de Janeiro.  Os holandeses chegaram ao nordeste brasileiro e disputaram em conflitos de guerra o direito de colonizar aquele território, e muitos ficaram como imigrantes mesmo após a derrota militar.

Vieram também russos, poloneses, franceses, moldavos e muitas outras nacionalidades que hoje constituem a população brasileira. Os exemplos de ondas de imigração para o Brasil mais recentes, ocorridos entre 2010 e 2010 são de grupos familiares que saíram da Síria e da Venezuela para buscar abrigo e um recomeço de vida no Brasil.

Simulado sobre as ondas de Imigração para o Brasil

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Mandou bem nas questões do Simulado sobre a Imigração para o Brasil nos séculos XIX e XX? Se você não acertou pelo menos sete questões é preciso estudar mais a fundo como foram os ciclos da Imigração Européia, que foi preponderante. Mas, também tivemos imigrantes da Ásia (japoneses) e do Oriente Médio (povos árabes).

Veja aqui uma aula de Reforço sobre a Imigração para o Brasil.

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Quais foram os três grupos de imigrantes mais numerosos que vieram para o Brasil entre os anos de 1884 e 1939?

Esses imigrantes eram majoritariamente alemães, italianos e eslavos. Os alemães começaram a chegar em 1824, os poloneses em 1869, os italianos em 1875 e os ucranianos em 1891.

Quais os grupos de imigrantes vieram para o Brasil em maior número?

Os principais grupos de imigrantes no Brasil são portugueses, italianos, espanhóis, alemães e japoneses, que representam mais de oitenta por cento do total.

Quais foram os três grupos de imigrantes mais numerosos que vieram para o Brasil entre os anos de?

As principais levas de imigração para o Brasil ocorreram entre meados do século 19 e a primeira metade do século 20. “Portugueses, italianos, espanhóis, japoneses e alemães constituíram os principais fluxos em termos quantitativos”, diz a socióloga Ethel Kosminsky, da Unesp de Marília (SP).

Qual foram os grupos de imigrantes que vieram para o Brasil?

Os principais grupos que chegaram naquele período foram portugueses, espanhóis, italianos, alemães, turcos, libaneses e japoneses. Grande parte de imigrantes se dirigiu para as regiões Sul e Sudeste do Brasil.