Quais os principais movimentos africanos de resistência ao Imperialismo?

Mestrado em História (UFJF, 2013)
Graduação em História (UFJF, 2010)

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O Imperialismo na África determinou a repartição do continente entre as potências européias do final do século XIX e início do século XX. Durante vários séculos o continente foi explorado por colonizadores estrangeiros e até hoje sofre as consequências das intervenções de outrora.

Quais os principais movimentos africanos de resistência ao Imperialismo?

Imperialismo na África. Ilustração: Edward Linley Sambourne (1844–1910) / Gutenberg.org [domínio público]

O primeiro momento de conquista do território africano na modernidade aconteceu com o avanço das grandes navegações. Inicialmente, Portugal e Espanha foram os colonizadores da África entre os séculos XV e XVII. Esta primeira fase é conhecida como Colonialismo.

Até o século XIX a intervenção européia esteve presente apenas no litoral do continente africano, com uma exploração especialmente marcada pelo trafico negreiro que acontecia no Oceano Atlântico. Mas com a ascensão de outras potências européias acirrou a corrida pelo domínio do continente e ampliou a exploração, adentrando no território.

A entrada de novos países europeus no cenário de dominação do continente africano causou uma imensa fragmentação das comunidades e das culturas nativas, a exploração passou a ser guiada pelos interesses ligados às riquezas naturais – como ouro, cobre e diamantes – e pelas estratégicas regiões localizadas próximas ao Mar Mediterrâneo visando os privilégios no comércio marítimo.

O primeiro país europeu, após Portugal e Espanha, a invadir o continente africano foi a França, que desenvolveu sua conquista imperialista entre 1830 e 1857 na Argélia. Era apenas o começo de uma nova fase de exploração intensa da África. Os franceses prosseguiram a conquista estabelecendo-se na Tunísia, na África Ocidental e na África Equatorial, sendo que o domínio se expandiu ainda até regiões como Madagascar e Marrocos.

Em seguida aos franceses vieram os ingleses, os quais promoveram a conquista imperialista no Egito e o domínio do Canal de Suez. Os alemães vieram em seguida conquistando a África Oriental e Camarões, Togo e Namíbia, estes na parte ocidental do continente. Já atrasados, chegaram os italianos promovendo o domínio na Líbia, na Eritréia e na Somália.

Os povos europeus tinham grande supremacia no processo de conquista imperialista no continente africano. A capacidade de tais países, pelo crescimento conquistado ao longo dos séculos com base na exploração, era inegável e oferecia condições de enfrentamento com grande poderio. As comunidades africanas, contudo, não deixaram de enfrentar os europeus, é bem verdade que a derrota era quase inevitável, mas o processo de dominação imperialista na África não foi tão fácil quanto se pode parecer.

Já entre os países europeus, as disputas por territórios imperialistas no continente africano, onde se pudesse explorar as riquezas e estabelecer a influência ideológica, também foram motivo de atritos. As tensões entre as novas potências européias foram crescendo gradativamente, em simultaneidade com a intensificação do processo de dominação. O ambiente se tornou tão instável que a corrida pela conquista do continente africano e também do asiático foi um dos motivos para a eclosão da Primeira Grande Guerra Mundial em 1914.

Leia também:

  • Partilha da África
  • Imperialismo na Ásia

Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/historia/imperialismo-na-africa/

Autores

  • Antonio Minoru Suzuki Universidade Tiradentes
  • José Elberson Santos Universidade Tiradentes
  • Hermeson Alves Menezes Universidade Tiradentes

Palavras-chave:

Imperialismo. África. Resistência.

Resumo

O que se sabe sobre a África, hoje em dia, é normalmente atribuído a uma visão dos europeus conquistadores. A história dos africanos sofreu influência da historiografia etnocêntrica dos europeus, sendo muitas vezes ignorada a participação dos africanos em sua própria história. A resistência cultural era muito importante para os africanos frente aos esforços dos colonizadores de impedir práticas culturais e o exercício da identidade daqueles povos. Entretanto, movimentos populares cresciam na África ainda no século XIX, lutando contra o domínio colonial. Era uma resposta à Conferência de Berlim, que em 1885, os países europeus estabeleceram a partilha do território africano. Nesse sentido, o presente trabalho consiste numa análise sobre o imperialismo europeu e a resistência dos movimentos de libertação da África num recorte histórico de 1885 à 1995. A pesquisa bibliográfica foi elaborada e analisada por docentes e discente dos cursos de Geografia e História. Palavras-chave: Imperialismo. África. Resistência

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Biografia do Autor

Antonio Minoru Suzuki, Universidade Tiradentes

Prof. Assistente I (Curso de Geografia)

José Elberson Santos, Universidade Tiradentes

Graduando em História pela Universidade Tiradentes

Hermeson Alves Menezes, Universidade Tiradentes

Prof. Assistente I (Curso de História)

Quais os principais movimentos africanos de resistência ao Imperialismo?

Como Citar

Suzuki, A. M., Santos, J. E., & Menezes, H. A. (2015). O imperialismo e a resistência na áfrica de 1885 à 1995. Caderno De Graduação - Ciências Humanas E Sociais - UNIT - SERGIPE, 3(1), 119–128. Recuperado de https://periodicos.set.edu.br/cadernohumanas/article/view/2266

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O que foram os movimentos de resistência?

Movimento de resistência é o conjunto de iniciativas levado a cabo por um grupo de pessoas que defendem uma causa normalmente política, na luta contra um invasor em um país ocupado. O termo pode também se referir a qualquer esforço organizado por defensores de um ideal comum contra uma autoridade constituída.

Quais foram os movimentos de resistência na África Brainly?

Os principais movimentos de resistência na África e Ásia foram: Guerra dos Boeres (África do Sul), Guerra dos Cipaios (Índia), Guerra dos Boxers (China), Guerras do Ópio (China), Rebelião Ashanti (atual Gana), Movimento Mahdyya (Sudão), Revolta de Maji-Maji (Moçambique, Tanzânia, Ruanda, Burundi) e a Rebelião de ...

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Durante o domínio imperialista houve vários movimentos de resistência dos povos africanos e asiáticos como exemplo a resistência do Império Zulu em 1879. Visando conquistar reservas de diamantes, os ingleses travaram batalha com zulus e foram derrotados.