Quais são as formas de atendimento Pré

O serviço de atendimento pré-hospitalar é um conjunto de ações médicas de emergência, realizada por uma equipe fora do ambiente hospitalar. Por ter suas ações mais concentradas em urgências e emergências, esse tipo de atendimento geralmente é feito a pacientes que apresentam vários tipos de distúrbios sendo clínicos (neurológicos, cardíacos, psiquiátricos, etc) ou traumáticos (acidentes automobilísticos, quedas, agressões etc).

Durante o atendimento pré-hospitalar o paciente é avaliado, estabilizado clinicamente e após feito um pré-diagnostico é encaminhado para o hospital para ser realizado as intervenções necessárias. O atendimento pré-hospitalar, ou APH como também é chamado, adota o método stay and play, no qual toda a equipe de socorristas, médicos e enfermeiros é treinada e capacitada para tais situações. 

Como funciona o atendimento pré-hospitalar?

Por mais que o atendimento seja feito com a mesma relevância se como se o paciente estivesse internado num hospital, ele apresenta algumas características próprias:

  • É um serviço prestado 24 horas, todos os dias da semana;
  • Encaminha o paciente para a devida especialidade a ser atendida, sem passar por uma pré-consulta;
  • Oferece orientação para outras situações que envolvam situações graves;
  • O paciente pode ser monitorado à distância, caso haja indisponibilidade de acesso ao local da ocorrência.

Com todos esses detalhes e mais alguns que podem ser vistos com o decorrer das ocorrências, esse atendimento pode ser dividido de acordo com a legislação brasileira de saúde.

O Atendimento Fixo – Atendimento em unidade básica de saúde e UPA’s

O atendimento fixo se concentra em dar assistência aos pacientes em unidades básicas de saúde, unidades de pronto atendimento ou outros centros médicos que oferecem apoio a situações menos graves ou de baixa complexidade. É conhecido também como um atendimento primário.

Além disso, o atendimento fixo também fornece ajuda a urgências e emergências em unidades não hospitalares.

 O Atendimento Móvel

Da mesma forma que o atendimento fixo, o móvel também segue basicamente as mesmas características. Porém, suas divisões são diferentes. A primária concentra-se em dar apoio a um pedido de socorro de um cidadão. Já o nível secundário procura atender pacientes que já passaram do atendimento primário e já possuem uma estabilidade no quadro de urgência, mas precisam dar seguimento a um atendimento de complexidade maior.

Por ser uma atribuição da área da saúde, a legislação brasileira de saúde determina que o atendimento móvel precisa estar vinculado a uma Central de Regulação de urgências e emergências com todo o aparato necessário para realizar o serviço.

O atendimento pré-hospitalar inclui o apoio de equipes e ambulâncias especializadas em UTI’s, a fim de minimizar os efeitos de casos até bem mais graves. Para que um socorrista tenha um melhor desempenho para atuar durante a situação, é necessário ter conhecimento de primeiros socorros, acidente de múltiplas vítimas (AMUV), ressuscitação cardiopulmonar (RCP) e desfibrilador externo automático (DEA), dentre outros.

Se este assunto lhe desperta interesse, procure um bom curso de socorrista resgatista, realize uma formação prática que irá lhe preparar para trabalhar no serviço de atendimento pré-hospitalar, tornando-o apto a prestar um atendimento rápido, benéfico e de qualidade, ajudando assim a salvar vidas, pois lembre-se, omissão de socorro é crime.

Índice

  • 1  X – HEMORRAGIAS EXSANGUINOLENTAS (CONTROLE DE SANGRAMENTO EXTERNO)
  • 2  A – VIAS AÉREAS E ESTABILIZAÇÃO DA COLUNA CERVICAL
  • 3  B – RESPIRAÇÃO (VENTILAÇÃO E OXIGENAÇÃO)
  • 4   C – CIRCULAÇÃO E SANGRAMENTO (PERFUSÃO E HEMORRAGIA INTERNA)
  • 5  D – ESTADO NEUROLÓGICO – AVALIANDO A FUNÇÃO CEREBRAL.
  • 6 E – EXPOSIÇÃO
  • 7 Leituras Relacionadas
  • 8 Confira o vídeo:

Acidentes não têm dia e nem hora para acontecerem. Por isso, estar preparado para realizar um bom atendimento pré-hospitalar em um paciente politraumatizado é a melhor maneira de garantir maiores chances de sobrevida a ele. Com isso, manter-se atualizado nas diretrizes do atendimento pré-hospitalar permite que você esteja por dentro das novidades a cerca do assunto. Dessa forma, vamos esclarecer todos os pontos principais do atendimento pré-hospitalar.

O atendimento pré-hospitalar essencialmente diz respeito a procedimentos que devem ser realizados na cena do acidente ou a caminho do hospital. Porém, muitos esquecem que o atendimento pré-hospitalar também inclui: a segurança de cena, a cinemática do trauma, o acionamento do serviço de emergência e, por fim, o XABCDE.

Quais são as formas de atendimento Pré

O primeiro passo para um bom atendimento pré-hospitalar é garantir a segurança de cena. Tal ação é importante, para estabelecer um ambiente seguro para você, para sua equipe e também para seu paciente. Primeiramente, é necessário atentar-se a elementos externos à cena do trauma, como tráfego de veículos, fios elétricos soltos e desencapados, andaimes, máquinas funcionando e vazamento de gás. Além de todas essas situações, é valido ressaltar a importância de afastar curiosos e pessoas que estejam física e psicologicamente abalados com a cena, uma vez que eles podem distrair os socorristas e, com isso, prejudicar o atendimento do paciente.

Quais são as formas de atendimento Pré

 O segundo passo para o atendimento consiste em avaliar a cinemática do trauma. Essa etapa é importante, já que permite o entendimento de como ocorreu o acidente e, a partir disso, raciocinar sobre os principais achados que poderão ser encontrados naquele paciente. Por exemplo, no caso de um acidente automobilístico envolvendo dois carros, o socorrista deve questionar as testemunhas do acidente sobre como foi o choque, a que velocidade os motoristas estavam, para determinar a força e a energia envolvidas nesse acidente. Vale destacar ainda, que marcas no carro, como furos no para-brisa ou na lataria devem ser analisadas. Tudo isso permitirá que você pense em prováveis lesões e, assim, possa direcionar seus esforços e proporcionar à vítima um atendimento mais eficiente e assertivo.

Quais são as formas de atendimento Pré

 Após concluir essas etapas adequadamente, é necessário que você acione uma equipe de emergência, para que essa possa dar-lhe apoio. Tal apoio pode ser para o atendimento de mais pacientes ou com mais recursos para avançar nos atendimentos. Lembre-se que o número da emergência (SAMU) é 192. Esse serviço tem com função chegar o mais rápido possível à vítima após a ocorrência de algum acidente que exija urgência ou emergência no atendimento, para que possa evitar sequelas, sofrimento ou, até mesmo, a morte da vítima.

Quais são as formas de atendimento Pré

Agora que já concluímos essas etapas, vamos partir para o atendimento em si de um paciente traumatizado multissistêmico. Esse atendimento é dividido em seis etapas que devem ser feitas rapidamente, porém mantendo a qualidade do atendimento. Vale ressaltar que, se você estiver sozinho, deve iniciar esse processo do primeiro ponto. Mas, caso esteja com outro profissional devidamente capacitado, ambos podem realizar os procedimentos do XABCDE simultaneamente.

A pesquisa principal introdutória do paciente inicia com uma visão global do socorrista, o qual procura por lesões que podem causar hemorragias severas, por alterações na respiração e no estado neurológico. Isso, claro, é feito de forma rápida durante o atendimento. Hoje, no entanto, vamos falar de cada passo isolado, para que você consiga compreender quais são os procedimentos fundamentais para o atendimento do seu paciente.

Quais são as formas de atendimento Pré

 X – HEMORRAGIAS EXSANGUINOLENTAS (CONTROLE DE SANGRAMENTO EXTERNO)

As hemorragias externas devem ser identificadas e gerenciadas adequadamente, a fim de que os próximos passos do atendimento possam prosseguir. O controle dessa situação se faz necessária, uma vez que um quadro de hemorragia severa pode levar seu paciente a óbito rapidamente.

Vale destacar que existem três tipos de hemorragias externas, as capilares, as venosas e as arteriais.

As hemorragias capilares acontecem onde há pequenas escoriações sobre a pele e, geralmente, cessam rapidamente, mesmo sem qualquer tipo de técnica aplicada.

Já as hemorragias venosas são aquelas que acontecem devido à laceração de alguma veia. Esse tipo de hemorragia apresenta um sague na cor “vermelho vinho” e são, geralmente, cuidadas com uma pressão direta.

Por fim, há as hemorragias arteriais. Esse tipo de hemorragia é a mais grave e a mais difícil de controlar. Quando acontecem, você percebe um sangue de cor “vermelho vivo”. As hemorragias arteriais dificilmente são controladas por pressão direta. Por isso, recomenda-se que seja feito um torniquete na extremidade mais próxima do membro afetado.

Quais são as formas de atendimento Pré

 A – VIAS AÉREAS E ESTABILIZAÇÃO DA COLUNA CERVICAL

Garantir uma via aérea pérvia, ou seja, aberta e livre, é um passo essencial para o sucesso de um atendimento. Isso se dá, já que uma via aérea obstruída impede a ventilação e, consequentemente, a respiração do seu paciente. Esse quadro, caso dure por muito tempo, pode levar o paciente a óbito. Algumas manobras para a abertura das vias aéreas podem ser realizadas, tais como a elevação de queixo traumatizado ou trauma-mandíbula-impulso.

Quais são as formas de atendimento Pré

Ademais, nesse momento inicial é necessário que se garanta uma coluna cervical estável, para que possamos evitar movimentos bruscos e, assim, impedir que haja danos neurológicos. De início, a estabilização da cervical pode ser feita com as próprias mãos. Isso deve acontecer até que você tenha disponível um colar cervical. Caso precise reavaliar seu paciente sem o colar cervical, volte a estabilizar a coluna cervical com as mãos, para impedir qualquer dano, haja vista que todo paciente politraumatizado é suspeito de lesão medular até que se prove o contrário.

Quais são as formas de atendimento Pré

 B – RESPIRAÇÃO (VENTILAÇÃO E OXIGENAÇÃO)

Nessa etapa, sua preocupação deve ser a ventilação e a respiração do seu paciente, pois, caso algo esteja afetando esses dois processos, pode acontecer, por exemplo, um quadro severo de hipoxemia e acidose metabólica, os quais podem ser negativos para a sobrevida da pessoa. A frequência da ventilação pode variar, gerando quadros desde apneicos até taquipneicos. Além disso, é de extrema importância que seja feita toda a avaliação pulmonar, a qual inclui inspeção do tórax, palpação, percussão e ausculta do mesmo. Isso é importante, porque permite que você encontre achados capazes de indicar problemas, como pneumotórax hipertensivo, tórax instável, hemotórax maciço e pneumotórax aberto, todos com grande potencial de prejudicar a ventilação e a respiração do seu paciente.

Quais são as formas de atendimento Pré

  C – CIRCULAÇÃO E SANGRAMENTO (PERFUSÃO E HEMORRAGIA INTERNA)

Nesse estágio são avaliados sinais que podem indicar como está a circulação do seu paciente. Dados da perfusão periférica, pulso, temperatura e coloração da pele são de extrema relevância. Se há uma boa perfusão periférica, ou seja, igual há 2 segundos, indica que o organismo do paciente ainda está conseguindo manter uma boa irrigação para as extremidades. Todavia, uma perfusão maior que a citada não deve ser critério para tomada de decisão, uma vez que essa variável pode sofrer influências externas. Portanto, você deve avaliar outras variáveis, tais como pulso e temperatura. Além disso, nesse momento, você deve procurar por sinais que indiquem hemorragias internas. Os locais que mais acontecem essas hemorragias são: cavidade torácica, cavidades abdominal e peritoneal, pelve, espaço retroperitoneal e extremidades, tais como as coxas. Ao perceber hemorragias nessas regiões, promova o transporte do seu paciente o mais rápido possível para um centro especializado, haja vista que hemorragias internas desse tipo são difíceis de controlar no ambiente fora do hospital.

 D – ESTADO NEUROLÓGICO – AVALIANDO A FUNÇÃO CEREBRAL.

Quais são as formas de atendimento Pré

Nesse ponto do atendimento você deve avaliar como esta a função cerebral do paciente. Toda pessoa que se apresentar confusa, delirante, combatente ou não cooperativo deve ser considerada vítima em hipóxia ou TCE (traumatismo crânioencefálico). Para que se possa realizar a análise da função neurológica, há diversas ferramentas.

A mais usada nos dias atuais é a Escala de Glasgow, a qual leva em consideração: abertura ocular, resposta verbal e respostas motoras.  A escala pode variar de 15 a 3, indicando bom estado geral e mal estado geral do paciente, respectivamente. Você deve atentar-se a pontuações iguais ou inferiores a 8, pois tal situação pode indicar que as vias aéreas do seu paciente podem estar afetadas. Da mesma maneira, o abaixamente do nível de consciência pode ser relevante e chamar sua atenção para quadros, como déficit na oxigenação cerebral, lesão do SNC (Sistema Nervoso Central), overdose e distúrbios metabólicos.

Quais são as formas de atendimento Pré

Quais são as formas de atendimento Pré

E – EXPOSIÇÃO

Essa etapa, assim como as outras, é essencial para a excelência do atendimento. Nesse estágio, você deve despir completamente seu paciente em busca de uma lesão importante que não tenha sido notada inicialmente. Após essa análise detalhada do corpo do paciente, cubra-o para evitar a hipotermia e, assim, oferecer um melhor conforto. Vale destacar ainda que, durante o transporte do paciente, você deve atentar-se ao ar condicionado da ambulância, para que isso também não gere uma hipotermia. Por fim, é necessário ressaltar que muitos pacientes politraumatizados podem ser vítimas de alguma forma de crime. Por isso, durante o despir do paciente tente não destruir nenhuma prova do crime, como furo de bala ou facadas. Porém, lembre-se, esses cuidados não devem sobressair em relação à decisão de expor seu paciente.

Quais são as formas de atendimento Pré

 Após essa leitura, você já conhece todos os passos essenciais de um bom atendimento pré-hospitalar. Não deixe de aprofundar seus conhecimentos no assunto e, lembre-se que envolve não só o conhecimento teórico, mas também a união com a prática e a experiência. Bons estudos!

Autor: Guilherme Domingues da Silva

Revisor: Giovana Santin Zufelato

Orientador da liga: Dr. Rodrigo Dias da Costa

Nome da Liga : Liga do trauma São  Leopoldo Mandic Araras

Instagran da liga: ligadotrauma.slma

Leituras Relacionadas

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Confira o vídeo:

Quais são as formas de atendimento Pré

Atendimento pré hospitalar (APH) ou socorro pré-hospitalar é o atendimento emergencial em ambiente extra-hospitalar (fora do hospital). De acordo com a legislação brasileira existem dois tipos de Atendimento Pré Hospitalar, o Fixo e o Móvel.

Quais são as três fases do atendimento Pré

Quais são as etapas do atendimento pré-hospitalar?.
assistência ao paciente no local da ocorrência;.
transporte do paciente à unidade hospitalar;.
chegada do paciente ao hospital..

Quais os tipos de atendimento Pré

Principais diferenças SBV — diz respeito a manobras não invasivas para a manutenção da vida e prevenção de lesões irreparáveis; SAV — manobras invasivas específicas e mais complexas para o tratamento de agravos à saúde.

O que significa um atendimento Pré

O atendimento pré-hospitalar ou APH consiste no atendimento fora do ambiente hospitalar, em geral em regime de urgência. Em casos de ocorrências graves, este serviço pode ser o diferencial entre a vida e a morte.