Quais são e o que significa as 4 etapas de resolução de problemas do projeto de convivência?

Quais são e o que significa as 4 etapas de resolução de problemas do projeto de convivência?
Conviver é um dos seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento estabelecidos pela BNCC    Crédito: Getty Images

Conviver, brincar, participar, explorar, expressar e conhecer-se. Esses são os seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento estabelecidos pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para a Educação Infantil conforme os eixos estruturantes das práticas pedagógicas e competências gerais da Educação Básica propostas pelo documento. É a partir deles que os professores poderão trabalhar para garantir que as experiências propostas a crianças de 0 a 5 anos estejam de acordo com os aspectos considerados fundamentais durante o processo.

Segundo a BNCC, esses direitos asseguram as condições para que as crianças aprendam em situações nas quais possam desempenhar um papel ativo. O que pode ocorrer em ambientes que as convidem a vivenciar desafios e a sentirem-se provocadas a resolvê-los, nas quais possam construir significados sobre si, os outros e o mundo social e natural.

O reconhecimento na BNCC da Educação Infantil como uma etapa essencial para a construção da identidade e da subjetividade da criança é apontado por especialistas como um marco histórico. Agora, com o documento em fase de implementação, o desafio é garantir que esses direitos sejam respeitados no dia a dia dos pequenos. 

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Para a diretora da Escola de Educadores, Beatriz Ferraz, a sociedade vive um contexto de mudanças de expectativas em relação às crianças e, hoje, há maior clareza da potencialidade delas desde bebês. A educadora, que é doutora em Educação pela Universidade de São Paulo (USP), reforça que os primeiros anos de vida são ricos para as aprendizagens e as conquistas do desenvolvimento, mas que, por outro lado, sabe-se que todas essas potencialidades dependem das experiências que as crianças vivem nesse momento. “Quanto mais as experiências forem significativas e positivas, mais contribuem para que as crianças alcancem seu desenvolvimento pleno na primeira infância”, garante Beatriz. 

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Brincar e interagir com os colegas são fundamentais para as crianças     Crédito: Getty Images

Garantindo o direito de Conviver

“Conviver com outras crianças e adultos, em pequenos e grandes grupos, utilizando diferentes linguagens, ampliando o conhecimento de si e do outro, o respeito em relação à cultura e às diferenças entre as pessoas”.  Definição na BNCC - MEC 

O guia da NOVA ESCOLA sugere que situações em que as crianças possam brincar e interagir com os colegas são fundamentais, mas não apenas elas. Jogos, por exemplo, são importantes para que elas convivam em situações em que precisem respeitar regras. Permitir que as crianças participem da organização da convivência do grupo e, então, envolvê-las nas tarefas que viabilizam o cotidiano, como organizar o ambiente das refeições ou acomodar os brinquedos.

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Na prática do dia a dia 

Além disso, a diretora da Fundação Antônio Antonieta Cintra Gordinho, Ana Teresa Gavião Marques Mariotti, chama atenção para a necessidade de pensar na rotina da criança garantindo os direitos que a Base propõe. É preciso olhar de uma forma ampla e bastante refletida para esse dia a dia e valorizar cada período, de acordo com Mariotti, que é mestre em Pedagogia e doutora em Psicologia da Educação pela USP. 

Ela cita como exemplo o momento da alimentação, especialmente a dos bebês. A escola, localizada em Jundiaí (SP), atende crianças a partir dos seis meses de vida, que é quando outros alimentos começam a ser introduzidos nas refeições. “A criança está conhecendo o alimento pela cor, pela textura, pelo sabor, ou seja, é um momento muito importante e por isso devemos ter um olhar ampliado. Além do mais, a hora da refeição não é só para se nutrir de comida, mas também de relações”. 

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Outro aspecto essencial, segundo a especialista, é o ambiente escolar como um todo. No caso da Fundação Antônio Gordinho, é na semana de planejamento que os professores pensam como vão estruturar sua sala de referência conforme a idade dos alunos, o que faz toda a diferença na hora da convivência entre eles e o educador. 

Nessa mesma linha, a escola adotou a chamada “entrada estendida” para que as crianças possam chegar entre 7h25 e 8h acompanhadas dos responsáveis. “A ideia é que eles entrem na sala e brinquem um pouco com a criança, pois é uma maneira dela estar com a sua família e, também, interagir com as famílias dos outros pequenos proporcionando assim uma convivência mais ampla”, afirma Ana Teresa. 

Para as crianças um pouco maiores, a proposta de dividi-las em grupo é uma boa forma de conhecer os colegas. Nesse caso, o professor precisa organizar esse agrupamento de modo cuidadoso, pensando que, em alguns momentos, pode ser mais interessante misturar os perfis, colocando no mesmo grupo uma criança mais falante e outra mais observadora. Ou então, em um mesmo grupo, reunir muitos falantes para que possam, juntos, aprender a escutar e a ceder a vez de falar. 

Os momentos ao ar livre, em que diferentes faixas etárias estão juntas, também são ótimos para exercitar a convivência entre as crianças. São em horas como essas que a troca pode ser ainda mais rica, uma vez que o maior pode olhar o menor, ajudar a subir no escorregador, por exemplo. E o menor pode observar o maior e aprender uma novidade. 

Beatriz Ferraz afirma que a garantia dos direitos no dia a dia depende de um profundo conhecimento do professor sobre o desenvolvimento infantil, sobre cada uma das crianças – suas singularidades, seus saberes, interesses e necessidades e do exercício constante de uma análise dos contextos e processos de aprendizagens das crianças e do grupo. “Isso tudo de forma a garantir um cotidiano repleto de práticas que valorizem as crianças em todas as suas potencialidades. E que promovam a possibilidade de que possam ter experiências significativas, construir relações, aprender sobre si mesma por meio de múltiplas linguagens e respeito às suas diferentes formas de se expressar e aprender”. 

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Foto: Getty Images

Direitos, atividades e PPP

O CMEI Malvina Poppi Pedriali, de Londrina (PR), segue o que diz a BNCC e também trabalha com a teoria histórico-cultural. A coordenadora pedagógica Priscila Randoli de Oliveira explica que todo o trabalho realizado ali é voltado para o desenvolvimento integral da criança para suas máximas possibilidades. 

Para isso, há projetos fixos e experiências permanentes para crianças de 4 meses de vida até os 5 anos de idade. Além de estarem alinhadas a BNCC, essas atividades fazem parte do Projeto Político Pedagógico (PPP) da escola e são desenvolvidas ao longo de todo o ano. Dois projetos se destacam por terem sido elaborados a partir do direito de Conviver. São eles: Segunda legal e Sexta lúdica, quando, no começo e no final da semana, as crianças são reunidas para apresentações culturais em grupos. 

Para a educadora, trabalhar os direitos de aprendizagem com crianças que estão na Educação Infantil é o pilar da construção do que virá futuramente. “Quando falamos na teoria histórico-cultural, a criança aprende na interação, na brincadeira, com um parceiro mais experiente para mediar esse conhecimento e não significa necessariamente que é o professor. E tudo está pautado no brincar, no respeito com o outro, na participação ativa da criança, porque ela não está lá só para ouvir o professor falar, ela está lá na ser o agente ativo de sua própria aprendizagem e ela só vai aprender quando ela estiver na ação”, completa. 

Veja a seguir alguns exemplos trabalhados pela CMEI Malvina Poppi Pedriali:

Crianças de 1 a 3 anos

- Experiências que envolvem a partilha de diferentes elementos (objetos, alimentos), entre as crianças da mesma turma. Em um dia determinado pela professora uma criança traz para o CMEI algo que possa ser compartilhado com os amigos, pode ser bolos, doces, brinquedos, etc. Em sala, as professoras e as crianças organizam o espaço e realizam a partilha; 

- Momentos de interação com os familiares, como por exemplo: Dia dos Avós (café da manhã), Encontro das Famílias (oficinas). Este momento é promovido anualmente no mês de agosto em comemoração à Semana da Família. As famílias são convidadas a comparecerem no CMEI para participarem juntamente com filhos de diferentes oficinas: pintura em telas, confecção de máscaras, Slime, etc;

- Brincadeiras nos espaços externos (parques, gramado, pátios) com crianças da mesma e diferentes faixas etárias; 

- Projetos: Segunda Legal e Sexta Lúdica, onde são planejadas experiências com o objetivo de todas as crianças do CMEI (04 meses a 5 anos) interagirem, conviverem, brincarem juntas em situações diversas;

Objetivos de aprendizagem abordados:

- Interagir com crianças da mesma faixa etária e adultos ao explorar espaços, materiais, objetos, brinquedos;

- Interagir com outras crianças da mesma faixa etária e adultos, adaptando-se ao convívio social;

- Demonstrar interesse ao ouvir a leitura de poemas e a apresentação de músicas;

- Demonstrar atitudes de cuidado e solidariedade com crianças e adultos;

- Compartilhar os objetos e os espaços com crianças da mesma faixa etária e adultos;

- Perceber que as pessoas têm características físicas diferentes, respeitando essas diferenças;

- Respeitar regras básicas de convívio social nas interações e brincadeiras;

- Resolver conflitos nas interações e brincadeiras, com a orientação de um adulto;

- Dialogar com crianças e adultos, expressando seus desejos, necessidades, sentimentos ne opiniões.

Aprendizados: 

- Valores e atitudes para a vida em sociedade;

- Conhecimento de diferentes manifestações culturais;

- Respeito à individualidade e diversidade;

- Normas de convivência e combinados;

- Reconhecimento e respeito às diferenças;

- Brincadeiras de cooperação, solidariedade e respeito;

- Procedimentos dialógicos para a resolução de conflitos;

- Afetividade nas convivências sociais;

- Outras pessoas, tempos e culturas;

- Patrimônio cultural, literário e musical;

- Escuta, observação e respeito à fala do outro.

Crianças de 4 a 5 anos

- Convivência e interação com crianças com necessidades especiais (Transtorno do Espectro Autista, Paralisia Cerebral, Síndrome de Down, Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade), conhecendo e respeitando suas capacidades e limitações; 

- Projetos: Segunda Legal e Sexta Lúdica, onde são planejadas experiências com o objetivo de todas as crianças do CMEI (04 meses a 5 anos) interagirem, conviverem, brincarem juntas em situações diversas;

- Aulas de campo em locais externos, como por exemplo: Lar de Idosos, Clubes da cidade, museus, com o objetivo de conhecer outras crianças, pessoas e culturas. De acordo com o tema do projeto de cada turma, são realizados “passeios” em diversos locais da cidade;

- Assistir e participar de apresentações artísticas, onde o CMEI recebe diferentes artistas (frequentemente são pessoas da comunidade) para realizarem apresentações para nossas crianças (malabares, danças, violino);

- Realização do Projeto Páscoa Solidária - resgate dos valores, tais como: solidariedade, respeito, cooperação, partilha, etc. O projeto visa arrecadar alimentos, produtos de higiene e limpeza para doação a entidades carentes;

- Festas temáticas para conhecimento de outras tradições culturais (Festa Italiana, Festa do Rock, Festa das Marchinhas Carnavalescas). Nessas ocasiões, as crianças são reunidas para realizarem experiências relacionadas ao tema da festa; 

- Dramatização e apresentação artística das crianças de uma turma para as demais do CMEI;

Objetivos de aprendizagem abordados: 

- Demonstrar empatia pelos outros, percebendo que as pessoas têm diferentes sentimentos, necessidades e maneiras de pensar e agir;

- Ampliar as relações interpessoais, desenvolvendo atitudes de participação e cooperação;

- Demonstrar valorização das características de seu corpo e respeitar as características dos outros (crianças e adultos) com os quais convive;

- Manifestar interesse e respeito por diferentes culturas e modos de vida;

- Usar estratégias pautadas no respeito mútuo para lidar com conflitos nas interações com crianças e adultos.

Aprendizados:

- Valores e atitudes para a vida em sociedade;

- O espaço social como ambiente de interações;

- Diferentes manifestações culturais;

- Integração escola, família e bairro;

- Respeito a individualidade e a diversidade;

- Normas e regras de convivência;

- Reconhecimento e respeito as diferenças;

- Brincadeiras de cooperação, solidariedade e respeito;

- Procedimentos dialógicos para a resolução de conflitos;

- Expressão se sentimentos que vivencia e reconhece no outro;

- Autoconhecimento;

- Afetividade nas convivências sociais;

- Diferentes pessoas, espaços, tempos e culturas;

- Patrimônio cultural, literário e musical;

- Escuta, observação e respeito a fala do outro.

Quais são e o que significam as 4 etapas da resolução de problemas do projeto de convivência?

Investigação: estudar formas de chegar ao objetivo, quais meios e objetos empregar; Planejamento: desenvolver a solução levantada na investigação, empregando melhorias às ideias iniciais; Execução: realizar o previsto para atingir a resolução do problema.

Quais são as 4 etapas de resolução de problemas?

Polya (1978) dividia o processo de resolução de um problema em quatro etapas: compreensão do problema; construção de uma estratégia de resolução; execução da estratégia e revisão da solução.

O que é um processo de resolução de problemas?

Resolução de problemas é um processo em que há o esforço deliberado de uma ou mais pessoas para sanar um assunto difícil ou controverso que precisa ser superado.

Quais são os aspectos que podem ser abordados nas aulas sobre a unidade resolução de problemas?

São eles: a) a natureza algébrica; b) as diferentes formas de representação; c) aplicação a problemas e situações da vida e de outras ciências; d) articulação com outros tópicos da própria Matemática. É necessário que os alunos adquiram a capacidade de compreender, analisar e argumentar sobre fenômenos científicos.