Quais são os seis reinos dos seres vivos propostos por Woese?

Quais são os seis reinos dos seres vivos propostos por Woese?

Num qualquer sistema de classifica��o os taxa hierarquicamente mais elevados incluem indiv�duos de grande diversidade, sendo pouco naturais. Este problema levou a que a divis�o em reinos tenha variado enormemente ao longo dos tempos.                                               

Quais são os seis reinos dos seres vivos propostos por Woese?

Classifica��o em dois reinos (Arist�teles e Lineu, s�c. IV - XVIII)

Tradicionalmente, os organismos vivos foram divididos em dois reinos claramente distintos: as plantas e os animais. Neste tipo de classifica��o, as plantas eram todos os organismos fixos e sem uma forma claramente definida, capazes de fabricar mat�ria org�nica a partir de fontes inorg�nicas � autotrofia -, enquanto os animais eram todos os restantes organismos, devida livre, com forma definida e dependentes da mat�ria org�nica (plantas ou outros animais) para a sua nutri��o � heterotrofia.

H� medida que mais dados iam sendo recolhidos, principalmente de estrutura microsc�pica e metabolismo, a sua maioria confirmava a total separa��o dos dois grandes reinos. Assim, as plantas apresentavam todas espessas paredes celulares celul�sicas, enquanto as c�lulas animais apresentavam outros compostos no seu interior.

Esta divis�o simples dos organismos parecia t�o �bvia e bem definida para os organismos macrosc�picos que o problema causado pelos fungos, que n�o pareciam encaixar bem nas plantas, era facilmente esquecido.                                                                                      

Quais são os seis reinos dos seres vivos propostos por Woese?

Classifica��o em tr�s reinos (Haeckel, 1834)

Ap�s a inven��o do microsc�pio por Van Leeuwenhoek, a sua utiliza��o na investiga��o revelou uma mir�ade de organismos microsc�picos, n�o vis�veis a olho nu. Rapidamente ficou claro que a distin��o entre animais e plantas n�o podia ser facilmente aplicada a este n�vel. Alguns deste seres podiam ser facilmente comparados com algas macrosc�picas e inclu�dos nas plantas, outros poderiam ser inclu�dos nos animais mas ainda restavam muitos com combina��es estranhas de caracter�sticas de animal e de planta.

Para complicar ainda mais a situa��o, a teoria de Darwin da evolu��o tinha sido aceite como representativa da realidade, e considerava que todos os organismos tinham um ancestral comum. Era �bvio que um ancestral comum �s plantas e aos animais n�o poderia ser nenhum deles, sendo necess�rio criar um novo grupo onde se pudesse inclu�-lo.

A solu��o foi proposta pelo cientista alem�o Ernst Haeckel, que realizou estudos microsc�picos da enorme variedade de organismos unicelulares, tendo conclu�do que as primeiras formas de vida teriam sido muito simples, sem a complexidade estrutural que j� observava nos unicelulares que estudou. Chamou a esses organismos primitivos moneres, tendo-os dividido em zoomoneres (bact�rias) e phytomoneres (cianobact�rias). O desenvolvimento de c�lulas mais complexas, contendo n�cleo, era, na sua opini�o, o resultado de diferencia��o do citoplasma.

Para acomodar estes moneres, bem como outros organismos unicelulares, Haeckel criou um terceiro reino a que chamou Protista. Neste reino colocou todos os seres que n�o apresentavam tecidos diferenciados, incluindo seres unicelulares e coloniais.

Haeckel reconheceu uma s�rie de subdivis�es no seu reino Protista. A principal subdivis�o era entre os grupos semelhantes �s plantas � Protophytes � e os semelhantes aos animais � Protozoa -, reconhecidos pelos seus pelos seus metabolismos diferentes. Tamb�m necessitava de um terceiro grupo onde colocar todos os protistas que n�o eram claramente semelhantes �s plantas ou aos animais, os protistas at�picos. A distin��o entre c�lulas com e sem n�cleo estavam subordinadas a estas tr�s categorias, com os organismos sem n�cleo a formar um pequeno grupo dentro dos protistas at�picos.

Haeckel salienta v�rias vezes que a distin��o entre animais e plantas era artificial, mantida apenas por respeito � tradi��o vigente, mas sem relev�ncia para a filogenia dos grupos. Atrav�s das �rvores filogen�ticas que construiu, � claro que considerava que os Protozoa um grupo polifil�tico, que surgiu v�rias vezes atrav�s da perda de metabolismo autotr�fico que Haeckel assumia, com base puramente te�rica, que existia nos organismos ancestrais.

O terceiro reino de Haeckel, o reino Protista, n�o foi aceite de forma geral, talvez porque o seu pr�prio criador estivesse relutante em quebrar a tradi��o dos dois reinos.                                                                                                                                                                  

Quais são os seis reinos dos seres vivos propostos por Woese?

Classifica��o em quatro reinos de Copeland (1956)

O sistema de Copeland foi expressamente criado para ser natural, representado, da forma mais aproximada poss�vel, a organiza��o do mundo vivo. Baseia-se me dados de estrutura celular, constituintes qu�micos e a ontogenia dos organismos. Na sua vis�o, os organismos sem n�cleo adquiriram, de alguma forma, esse organito e a diversidade dos organismos nucleados � um outro avan�o. Na sua classifica��o, o reino Protista de Haeckel � dividido em Mychota e Protoctista.

O reino Mychota inclui todos os organismos procariontes e o reino Protoctista todos os eucariontes que n�o s�o animais ou plantas.

O reino Plantae inclui todos os organismos com cloroplastos verdes, um conjunto claramente definido de pigmentos e que produzem sacarose, amido e celulose. Assim, neste sistema, as algas verdes s�o inclu�das nas plantas, enquanto as algas vermelhas e castanhas, bem como os fungos e todos os unicelulares restantes fazem parte do reino Protoctista.

Para Copeland, as algas verdes representam a origem evolutiva das plantas superiores, que s�o inclu�das no reino das plantas. A origem dos animais parece mais obscura: o mais perto que chega de identificar um grupo ancestral dos animais superiores � colocar a hip�tese de que os coanoflagelados representam a origem evolutiva das esponjas e, seguidamente, de todo o reino animal. Os protoctistas derivam das cianobact�rias, raz�o da origem �nica da fotoss�ntese. 

No sistema de Copeland, tr�s grupos s�o reconhecidos com base na presen�a de caracter�sticas mas os Protoctista s�o definidos negativamente: tudo que tenha n�cleo e n�o � animal nem planta. Isto torna os Protoctista n�o um grupo distinto mas uma esp�cie de caixote do lixo para criaturas que n�o cabem nos restantes grupos, um conjunto parafil�tico sem identidade evolutiva.

Copeland tinha consci�ncia disso mas a sua separa��o dos procariontes num reino � actualmente aceite sem retic�ncias. A falta de naturalidade do reino Protoctista levou � prolifera��o de tentativas para reconhecer grupos mais naturais com estatuto semelhante ao das plantas e dos animais.                                                                                                                                                                        

Quais são os seis reinos dos seres vivos propostos por Woese?

Classifica��o em cinco reinos de Whittaker (1969)

O sistema de Whittaker reconhece cinco reinos, os mesmos quatro de Copeland e um reino separado para os fungos � Fungi -, que Copeland incluiu nos Protoctista.

Para al�m disso, Whittaker faz algumas altera��es na forma como o que resta do reino Protoctista � circunscrito, em resposta � limita��o pouco satisfat�ria de Copeland. Whittaker tenta dar uma defini��o mais positive do reino Protoctista limitando o reino a organismos unicelulares ou quando muito coloniais, mas n�o multicelulares. Os organismos multicelulares, como as algas vermelhas ou castanhas, s�o inclu�das num dos reinos Plantae, Fungi e Animalia. Este sistema tem uma excep��o nas algas verdes, que s�o todas inclu�das nas plantas, apesar deste grupo conter organismos uni e multicelulares.

Ao mesmo tempo, ele altera o nome do reino de Protoctista para Protista, o que n�o est� de acordo com a lei da prioridade mas que tem sido seguida por alguns autores, como forma de distinguir entre o reino com e sem organismos multicelulares.

Whittaker reconhece que esta delimita��o torna os reinos Plantae, Fungi e Animalia polifil�ticos, mas aceita esse facto, pois permite-lhe distinguir grandes linhas evolutivas com base em n�veis de organiza��o e modo de nutri��o. Assim, Whittaker real�a os tr�s poss�veis modos de nutri��o, fotoss�ntese (autotr�ficos), absor��o (sapr�fitos) e ingest�o (heterotr�ficos), em vez das rela��es filogen�ticas. A classifica��o de Whittaker �, portanto, uma classifica��o ecol�gica e n�o filogen�tica.                                                                                               

Quais são os seis reinos dos seres vivos propostos por Woese?

Classifica��o em dois dom�nios de Margulis (1988-1996)

O sistema de classifica��o de Lynn Margulis baseia-se no conhecimento sobre a estrutura submicrosc�pica das c�lulas e seus organelos, bem como vias metab�licas, incorporando a descoberta de muitos tipos altamente diferenciados de bact�rias. Apesar de o seu sistema tamb�m incorporar uma elaborada teoria de evolu��o da estrutura celular por endossimbiose, difere apenas em alguns detalhes das classifica��es de Copeland e de Whittaker.

Na classifica��o de Copeland, n�o se dava especial aten��o � distin��o entre organismos com e sem n�cleo, mas em classifica��es posteriores esta tornou-se uma condi��o crucial. Margulis distingue os chamados super-reinos ou dom�nios Prokarya e Eukarya, sendo o ultimo caracterizado por apresentar genoma composto, sistemas de mobilidade intracelular e a possibilidade de fus�o celular, que leva a um sistema de gen�tica mendeliana e sexo. O dom�nio Prokarya, por outro lado, � agrupado com base na aus�ncia de um sistema sexual desse tipo.

Dentro dos Eukarya, ela distingue os mesmos grupos que Whittaker: protoctistas, plantas, animais e fungos. Neste caso, os protoctistas s�o novamente definidos negativamente, o que volta a tornar as plantas, animais e fungos monofil�ticos.

Nos Prokarya, a diversidade de vias metab�licas e a reconhecida diverg�ncia evolutiva (como demonstrada pelas sequ�ncias de RNA) n�o deu origem a categorias elevadas. A distin��o entre Archaea e Eubacteria � abafada sob o nome de bact�rias e expressa a um n�vel inferior ao da distin��o entre fungos, animais e plantas.                                                                                                                                   

Quais são os seis reinos dos seres vivos propostos por Woese?

Classifica��o em 4 subdom�nios de Mayr (1990)

Uma classifica��o ligeiramente diferente foi proposta por Mayr (1990), que concorda com Margulis em rela��o � distin��o entre procariontes e eucariontes, mas vai mais al�m e prop�e que se reconhe�am os subdom�nios Archaea e Bacteria, dentro dos procariontes. Uma subdivis�o semelhante � feita nos eucariontes, com os Protista e os Metabionta, para organismos unicelulares e multicelulares, respectivamente. Mayr d� especial aten��o, portanto, a semelhan�as e diferen�as em morfologia e n�o �s rela��es filogen�ticas.

Os procariontes s�o unidos com base na semelhan�a de organiza��o celular, ignorando a diversidade de metabolismos e as rela��es evolutivas deduzidas a partir de sequ�ncias de DNA. Tamb�m os protistas s�o unidos com base na falta de multicelularidade, novamente ignorando a sua enorme diversidade em muitos outros aspectos. Ambos os taxa est�o em perigo de se tornar parafil�ticos.

No entanto, a principal diverg�ncia entre esta classifica��o e uma classifica��o filogen�tica n�o � o surgimento destes dois grupos parafil�ticos mas antes o facto de o subdom�nio Metabionta ser reconhecido com base apenas numa caracter�stica, a multicelularidade. Esta caracter�stica surgiu independentemente nos tr�s grupos que o comp�em, tornando este subdom�nio completamente polifil�tico.               

Quais são os seis reinos dos seres vivos propostos por Woese?

Classifica��o em tr�s dom�nios de Woese (1990)

Essencialmente com base na compara��o de sequ�ncias de RNA riboss�mico, Woese e seus colegas conclu�ram que os procariontes n�o eram um grupo coeso do ponto de vista evolutivo, mas antes composto por dois subgrupos principais, cada um dos quais difere entre si e dos eucariontes. Esta diversidade evolutiva reflecte-se no genoma e, por sua vez, na bioqu�mica e na ecologia.

Assim, propuseram a substitui��o da divis�o do mundo vivo em dois grandes dom�nios (procariontes e eucariontes) por uma subdivis�o em tr�s dom�nios: mantiveram os tradicionais eucariontes como o dom�nio Eucarya, mas em vez dos tradicionais procariontes surgem os dom�nios Archaea e Bacteria, ao mesmo n�vel que os Eucarya. A sua classifica��o reflecte a ideia de que a �rvore da Vida tem tr�s e n�o apenas dois ramos.

No entanto, esta classifica��o n�o reflecte completamente a sua vis�o sobre qual dos tr�s ramos � mais basal. Na filogenia em que baseiam a sua classifica��o, o ramo mais basal � o que conduz ao dom�nio Bacteria, sendo posterior a ramifica��o dos dois restantes grupos posterior, o que os torna mais relacionados entre si do que cada um deles com as bact�rias. Esta rela��o pr�xima n�o se reflecte na classifica��o pois para esta filogenia ser aparente, Archaea e Eukarya teriam que ser agrupados num �nico super-dom�nio.

A posi��o da raiz da �rvore da Vida junto das bact�rias n�o �, apesar de tudo, pac�fica. Foram propostas ra�zes alternativas, que implicariam diferentes rela��es filogen�ticas e diferentes classifica��es, mas deixando sempre intocada a parte dos eucariontes, pelo que a maioria das classifica��es coloca os procariontes num �nico grupo do mesmo n�vel que o dos eucariontes. Esta � uma simplifica��o deliberada, que ignora o facto de que, obrigatoriamente, um dos grupos de procariontes est� mais pr�ximo dos eucariontes do que qualquer outro.            

Quais são os seis reinos dos seres vivos propostos por Woese?

Classifica��o em seis reinos de Cavalier-Smith (1998)

O esquema de seis reinos recentemente proposto por Cavalier-Smith �, em muitos aspectos, semelhante aos de Whittaker e Mayr, mas a semelhan�a � frequentemente superficial. Cavalier-Smith tenta um sistema mais estritamente filogen�tica, em que os grupos polifil�ticos est�o totalmente ausentes e os parafil�ticos s�o evitados o mais poss�vel.

Para alcan�ar este fim, ele tem que transferir um n�mero de grupos que pertenciam aos Protoctista na maioria dos sistemas de classifica��o anteriores, para um dos outros reinos. Assim, neste sistema, cada um dos reinos que cont�m organismos multicelulares passa a conter um certo n�mero de organismos unicelulares relacionados. Estas revis�es s�o baseadas num conjunto ainda crescente de dados acerca das rela��es deduzidas da compara��o de sequ�ncias de DNA e prote�nas, bem como acerca da ultra-estrutura celular.

Nos procariontes, Cavalier-Smith salienta o n�mero caracter�sticas ultra-estruturais em vez das sequ�ncias de RNA riboss�mico usadas por Woese. Assim, as Archaea s�o inclu�das como um subgrupo relativamente menor dentro do reino Bacteria. Dentro dos eucariontes, Cavalier-Smith reconhece cinco reinos.

O reino Animalia � relativamente inalterado, quando comparado com outros sistemas de classifica��o. Para al�m dos animais, tamb�m cont�m um grupo de parasites unicelulares, com base em que a unicelularidade � devida a uma regress�o e n�o a um caracter original.

De forma semelhante, o reino Fungi tamb�m cont�m um grupo de parasitas, antes parte dos protoctistas. Alguns grupos, antes considerados fungos, foram transferidos para um novo reino designado Chromista. O reino Plantae expandiu-se para incluir as algas vermelhas, para al�m das tradicionalmente inclu�das algas verdes. Este facto reflecte um cen�rio evolucionista em que a fotoss�ntese foi adquirida apenas uma vez, pela incorpora��o do cloroplasto num c�lula eucari�tica, derivado de uma cianobact�ria. Outras classifica��es, que colocam as plantas e as algas vermelhas mais afastadas, t�m que assumir um cen�rio evolutivo onde os cloroplastos foram adquiridos independentemente v�rias vezes, ou totalmente perdidos ainda mais vezes.

O reino novo Chromista cont�m a maioria dos restantes grupos fotossint�ticos, informalmente designados algas, bem como um grupo de outros grupos anteriormente colocados nos fungos e que se acredita terem perdido a capacidade fotossint�tica secundariamente. No cen�rio evolutivo, o cloroplastos foi adquirido pela fus�o de uma c�lula autotr�fica com uma c�lula n�o fotossint�tica, um acontecimento que levou ao surgimento de uma membrana extra em volta do organito.                                                                                                                     

Quais são os seis reinos dos seres vivos propostos por Woese?

Temas relacionados:

Reino Monera   Reino Protista   Reino Fungi   Reino Plantae   Reino Animalia

Quais são os seis reinos dos seres vivos propostos por Woese?

Quais são os seis reinos dos seres vivos propostos por Woese?

Quais são os 6 reinos segundo C Woese?

De acordo com o sistema de Whittaker, temos os reinos: Monera, Protista, Fungi, Animalia e Plantae.

Quais são os seis reinos dos seres vivos?

REINOS DOS SERES VIVOS.
Os seres vivos se dividem em cinco reinos: animal, vegetal, fungi, protista e monera..
Os seres vivos se dividem em cinco reinos: animal, vegetal, fungi, protista e monera..
Os seres vivos se dividem em cinco reinos: animal, vegetal, fungi, protista e monera..

Como Woese classificou os seres vivos?

A classificação dos três domínios proposta por Woese, em 1977, divide os seres vivos em três grupos: Archaea, Bacteria e Eukarya.

Quais são os 7 reinos dos seres vivos?

Nesta classificação os reinos são Animalia, Protozoa, Fungi, Plantae, Chromista e Bacteria. Em 2015, Cavalier dividiu novamente o reino dos procariontes em Bacteria e Archaea. Sendo assim, a classificação dos reinos passou a ter 7 reinos.