Qual a diferença entre esportes de rede é os esportes de parede Cite uma modalidade de cada um deles?

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Introdu��o

    As atividades motoras em geral e os esportes em particular t�m sido objetos de diversas classifica��es (PARLEBAS, 1988; RIERA; 1989; WERNER; ALMOND, 1990; FAMOSE, 1992; RUIZ, 1994; CASTEJ�N, 1995, HERN�NDEZ, 1994 e 1995; HERN�NDEZ et. al, 1999, HERN�NDEZ, 2000; RITZDORF, 2000; SCHMIND; WRISBERG, 2001) com o prop�sito de identificar seus elementos universais1 e entender melhor suas l�gicas internas2 , particularmente no que tange �s solicita��es colocadas por essas �ltimas aos praticantes das diferentes atividades. Estas classifica��es s�o montadas a partir de diversos crit�rios3 que intentam mostrar e destacar diferentes aspectos da estrutura4 e/ou da din�mica5 dos esportes.

    Na continua��o apresentaremos um sistema de classifica��o para o esporte desenvolvido na base de quatro crit�rios, com o prop�sito de caracterizar de forma espec�fica as exig�ncias que diferentes grupos ou categorias de modalidades imp�em aos participantes das mesmas. Esse sistema de classifica��o, na verdade, re�ne um conjunto de categorias identificadas em alguns dos trabalhos mencionados, por�m combina-as de uma forma diferenciada no que respeita �s rela��es que podem ser estabelecidas entre elas, entendendo que o mesmo traz uma contribui��o para pensar o campo esportivo desde uma perspectiva que facilita a compreens�o das demandas determinadas para os praticantes das diferentes modalidades.


Classifica��o dos Esportes: Rela��o de Coopera��o e Oposi��o

    Dentro das classifica��es poss�veis neste trabalho, optou-se, inicialmente, por aquela que permite dividir os esportes em quatro grandes categorias a partir da combina��o de outras duas distribui��es, o que permite construir uma matriz de an�lise que, embora n�o inclua todos os esportes, envolve uma importante parte do universo das modalidades. De forma resumida, pode-se dizer que os crit�rios s�o: a) se existe ou n�o rela��o com companheiros e, b) se existe ou n�o intera��o direta com o advers�rio. Com base nesses princ�pios � poss�vel classificar as modalidades em individuais ou coletivas, quando utilizado o crit�rio rela��o com os companheiros, e com e sem intera��o direta com o advers�rio, quando o crit�rio utilizado � a rela��o com o oponente.

    Com base no primeiro crit�rio os esportes podem ser classificados como individuais, segundo seu pr�prio nome indica, quando o sujeito participa sozinho durante a a��o esportiva total (dura��o da prova, do jogo), sem a participa��o colaborativa de um colega, e em esportes coletivos, quando as modalidades exigem, pela sua estrutura e din�mica, a coordena��o das a��es de duas ou mais pessoas para o desenvolvimento da atua��o esportiva.

    J� quando considerada a rela��o com o rival como crit�rio de classifica��o, a intera��o com o advers�rio pode ser identificada como a caracter�stica central dos esportes com oposi��o direta. Essa condi��o exige dos participantes adapta��es e mudan�as constantes na atua��o motora em fun��o da a��o e da antecipa��o da atua��o do advers�rio.

    Estes esportes tamb�m podem, de forma mais ampla, ser denominados de atividades motoras de situa��o, definidas como "atividades ludomotoras que exigem dos sujeitos participantes antecipar as a��es do/s advers�rio/s (e colega/s se a atividade for em grupo) para organizar suas pr�prias a��es orientadas a alcan�ar o/s objetivo/s das atividades l�dicas" (GONZALEZ, 1999, p.4). Outros autores denominam a condi��o de intera��o com o advers�rio de oposi��o direta (RIERA, 1989), da mesma forma que a categoria com intera��o sup�e a presen�a do advers�rio que se enfrenta diretamente, o qual procura a todo momento neutralizar a atua��o do rival.

    Combinando estas duas classifica��es teremos as seguintes categorias:

  • Esportes individuais em que n�o h� intera��o com o oponente: s�o atividades motoras em que a atua��o do sujeito n�o � condicionada diretamente pela necessidade de colabora��o do colega nem pela a��o direta do oponente.

  • Esportes coletivos em que n�o h� intera��o com o oponente: s�o atividades que requerem a colabora��o de dois ou mais atletas, mas que n�o implicam a interfer�ncia do advers�rio na atua��o motora.

  • Esportes individuais em que h� intera��o com o oponente: s�o aqueles em que os sujeitos se enfrentam diretamente, tentando em cada ato alcan�ar os objetivos do jogo evitando concomitantemente que o advers�rio o fa�a, por�m sem a colabora��o de um companheiro.

  • Esportes coletivos em que h� intera��o com o oponente: s�o atividades nas quais os sujeitos, colaborando com seus companheiros de equipe de forma combinada, se enfrentam diretamente com a equipe advers�ria, tentando em cada ato atingir os objetivos do jogo, evitando ao mesmo tempo que os advers�rios o fa�am.

    O Quadro 1 mostra alguns exemplos:

Quadro 1 - Classifica��o em fun��o da rela��o de coopera��o e oposi��o

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Classifica��o dos Esportes: em fun��o das caracter�sticas do ambiente f�sico onde se realiza a pratica esportiva.

    Quando se observa o ambiente f�sico no qual se realiza a pr�tica esportiva, pode-se perceber que a atua��o dos praticantes � afetada de forma diferente por ele. Estas formas diferenciadas de o ambiente f�sico afetar as pr�ticas motoras permitem classificar os esportes no m�nimo em duas categorias. Uma re�ne o conjunto de esportes que se realizam em ambientes que n�o sofrem modifica��es, isto �, n�o criam incertezas para o praticante no momento em que ele o conhece. Uma segunda categoria agrupa o conjunto de esportes em que o ambiente produz incertezas para o praticante, com base nas mudan�as permanentes do ambiente f�sico onde se pratica a modalidade ou quando o mesmo � desconhecido pelo atleta. Assim, nesta l�gica, as pr�ticas motoras institucionalizadas classificam-se em:

  • Esportes sem estabilidade ambiental ou praticados em espa�os n�o-padronizados: S�o aqueles que se realizam em espa�os mut�veis e que, conseq�entemente, apresentam incertezas para o praticante, exigindo dele a permanente adapta��o de sua a��o motora �s varia��es do ambiente.

  • Esportes com estabilidade ambiental ou praticados em espa�os padronizados: S�o os que se realizam em espa�os estandardizados e que n�o oferecem incertezas para o praticante.

    O Quadro 2 mostra alguns exemplos.

Quadro 2- Classifica��o em fun��o das caracter�sticas do ambiente f�sico onde se realiza a pr�tica esportiva.

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Classifica��o dos Esportes: em fun��o da l�gica da compara��o de desempenho e princ�pios t�ticos

    Este processo de an�lise das caracter�sticas esportivas permite identificar dentro das categorias de esportes com e sem intera��o direta com o advers�rio subcategorias que se vinculam a diferentes crit�rios. Para os esportes sem intera��o o crit�rio utilizado � o tipo de desempenho motor8 comparado para designar o vencedor nas diferentes modalidades. J� para os esportes em que h� intera��o o crit�rio de classifica��o liga-se ao objetivo t�tico da a��o, ou seja, a exig�ncia que � colocada aos participantes pelas modalidades para conseguir o prop�sito do confronto deportivo.

    Assim, observamos que nos esportes sem intera��o com o advers�rio tem-se diferentes tipos de resultados como elemento de compara��o de desempenho, permitindo classificar9 as modalidades em:

  • Esportes de "marca": s�o aqueles nos quais o resultado da a��o motora comparado � um registro quantitativo de tempo, dist�ncia ou peso.

  • Esportes "est�ticos": s�o aqueles nos quais o resultado da a��o motora comparado � a qualidade do movimento segundo padr�es t�cnico-combinat�rios.

  • Esportes de precis�o: s�o aqueles nos quais o resultado da a��o motora comparado � a efici�ncia e efic�cia de aproximar um objeto ou atingir um alvo.

    J� os esportes com intera��o com o advers�rio, adaptando a classifica��o de Almond (citado em DEVIS e PEIR�,1992) e dando �nfase aos princ�pios t�ticos do jogo, podem ser divididos em quatro categorias:

  • Esportes de combate ou luta: s�o aqueles caracterizados como disputas em que o(s) oponente(s) deve(m) ser subjugado(s), com t�cnicas, t�ticas e estrat�gias de desequil�brio, contus�o, imobiliza��o ou exclus�o de um determinado espa�o na combina��o de a��es de ataque e defesa (BRASIL, 1998, p. 70).

  • Campo e taco : compreendem aqueles que t�m como objetivo colocar a bola longe dos jogadores do campo a fim de recorrer espa�os determinados para conseguir mais corridas que os advers�rios.

  • Esportes de rede/quadra dividida ou muro: s�o os que t�m como objetivo colocar arremessar/lan�ar um m�vel em setores onde o(s) advers�rio(s) seja(m) incapaz(es) de alcan��-lo ou for��-lo(s) para que cometa/m um erro, servindo somente o tempo que o objeto est� em movimento.

  • Esportes de invas�o ou territoriais: constituem aqueles que t�m como objetivo invadir a setor defendido pelo advers�rio procurando atingindo a meta contraria para pontuar, protegendo simultaneamente a sua pr�pria meta.

    Nesse sentido, com base nas categorias descritas, pode ser montado um sistema que re�ne o conjunto de classifica��es e permite localizar os diferentes tipos de esportes (Quadro 3). � poss�vel realizar essa classifica��o em fun��o das quatro categorias descritas: a) a rela��o com o advers�rio, b) a l�gica de compara��o de desempenho, c) as possibilidades de coopera��o e, d) as caracter�sticas do ambiente f�sico onde se realiza a pr�tica esportiva.

    O sistema de classifica��o apresentado n�o � completo, existem esportes que nele n�o est�o contemplados (por exemplo, o kabaddi, esporte nacional da �ndia, aqui classificado como esporte de luta e coletivo, poderia entender-se que n�o � compat�vel com esta classifica��o). Esta estrutura, contudo, possibilita a classifica��o da maioria das modalidades esportivas conhecidas, habilitando uma an�lise criteriosa dos elementos particulares do universo esportivo e permitindo mapear os elementos comuns entre diversas modalidades.

    As caracter�sticas da l�gica interna dos esportes condicionam decisivamente os procedimentos de ensino e treinamento. Dessa forma, este conhecimento � fundamental para o profissional que pretenda mediar entre as manifesta��es esportivas e os sujeitos, haja vista que o reconhecimento das especificidades da modalidade permitir� hierarquizar os conte�dos (o que ensinamos) e selecionar de forma adequada os procedimentos de ensino (como ensinamos).

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Quadro 3. Sistema de classifica��o dos esportes em fun��o: da rela��o com o advers�rio,
l�gica de compara��o de desempenho, as possibilidades de coopera��o e
as caracter�sticas do ambiente f�sico onde se realiza a pr�tica esportiva.


Notas

  1. Definidos por Parlebas (2001, p. 463) como "modelos operativos que representam as estruturas b�sicas do funcionamento do jogo esportivo e que cont�m sua l�gica interna".

  2. Seguindo Parlebas (2001, p.302), define-se l�gica interna como "o sistema das caracter�sticas pertinentes de uma situa��o motora e as conseq��ncias que entranha para a realiza��o da a��o motora correspondente".

  3. Car�ter, norma ou modelo que serve para a aprecia��o de um objeto (coisa, id�ia, acontecimento).

  4. Sistema de rela��es abstratas que forma um todo coerente, que subjaz � variedade e variabilidade dos fen�menos emp�ricos.

  5. Rela��es estabelecidas pelos participantes a partir das regras que regulam o esporte, jogo ou atividade motora.

  6. Esporte entendido aqui num sentido restrito como "uma a��o social institucionalizada, convencionalmente regrada, que se desenvolve, com base l�dica, em forma de competi��o entre duas ou mais partes oponentes ou em contra a natureza, cujo objetivo �, por uma compara��o de desempenhos, designar o vencedor ou registrar o recorde, sendo seu resultado determinado pela habilidade e estrat�gia do participante, e � gratificante tanto intr�nseca (prazer, auto-realiza��o, etc.) como extrinsecamente" (BETTI, 1997, p.35).

  7. Muitos dos esportes aqui mencionados podem ser praticados em duplas, alterando conseq�entemente a categoria.

  8. Aqui desempenho motor � entendido como desempenho esportivo, definido como: "produto avaliado da atividade motora num contexto institucionalizado de compara��o social" (FAMOSE, 1999, p.36).

  9. Nesta classifica��o utilizamos duas categorias propostas por Dudley (apud CASTEJ�N, 1995) (Marca ou Desempenho e Est�tico) e uma proposta por Almod (apud DEV�S e PEIR�, 1992) (Alvo).

  10. Esportes de transla��o: s�o aqueles que t�m como objetivo deslocar-se de um lado ao outro antes de seus advers�rios e em que s�o permitidas (diferente dos esportes de marca) interfer�ncias intencionais e diretas dos atletas sobre as a��es de seus advers�rios.

  11. Kabaddi � um esporte asi�tico intensamente praticado na �ndia e outros pa�ses tais como: Paquist�o, Bangladesh, Sri Lanka, Nepal e Jap�o. Trata-se de um esporte de equipe que tem como objetivo tocar e capturar os jogadores da equipe advers�ria. � jogado num espa�o de 12,5 m x 10 m, dividido em duas metades. Informa��es dispon�veis em http://www.alldesi.net/fun/sports/kabaddi.htm.


Refer�ncias

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  • BRASIL. Secretaria de Educa��o Fundamental. Par�metros curriculares nacionais. Bras�lia : MEC/SEF, 1998.

  • CASTEJ�N, F. J. O. Fundamentos de Iniciaci�n Deportiva y Actividades F�sicas Organizadas. Madrid: Dykinson, 1995.

  • DEVIS, J. D.; PEIR�, C. V. Nuevas perspectivas curriculares en educaci�n f�sica: la salud y los juegos modificados. Barcelona: Inde, 1992.

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  • WERNER, P. ALMOND, L. Model of games education. Journal of Physical Education, Recreation and Dance, 41 (4), 1990, p.23-27.

Qual a diferença entre esporte de rede e parede?

Nos esportes com rede divisória, essa organização se dá em relação à rede que divide a quadra em duas partes. Nessa categoria, o objetivo é que o implemento passe por cima da rede. Já nos esportes com parede de rebote, há uma parede contra a qual a bola deve obrigatoriamente ser rebatida para a continuidade do jogo.

Qual a diferença entre esportes de rede e os esportes de parede Cite uma modalidade de cada um deles?

Nessa categoria, o objetivo é que o implemento passe por cima da rede. Exemplos de esportes com rede divisória são o tênis, o badminton e o vôlei de praia. Já nos esportes com parede de rebote, o objetivo é rebater a bola na parede para a continuidade do jogo.

Quais são as modalidades esportes de rede e parede?

Podem ser citados como exemplos de esportes com rede divisória o voleibol, vôlei de praia, tênis, badminton, pádel, peteca, sepaktakraw, ringo, ringtennis. E como exemplos de esportes com parede de rebote, entre outros, a pelota basca, raquetebol, squash, wall handball.

O que é um esporte de parede?

ESPORTES COM REDE DIVISÓRIA OU PAREDE DE REBOTE SÃO MODALIDADES NAS QUAIS O OBJETIVO PRINCIPAL É LANÇAR, BATER OU ARREMESSAR A BOLA OU OBJETO DE MESMA FUNÇÃO PARA A QUADRA ADVERSÁRIA SOBRE UMA REDE, OU REBATENDO CONTRA UMA PAREDE.