Qual a importância de diagnosticar um paciente com transtornos mentais?

O DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) da APA (Associação Americana de Psiquiatria) tem um grande impacto sobre todos os profissionais da saúde mental, que precisam saber como implementar a classificação diagnóstica em sua prática clínica.

Diagnósticos objetivos e confiáveis são essenciais para orientar discussões e recomendações de intervenções terapêuticas na prática clínica. Assim como para identificar taxas de prevalência e incidência de um determinado transtorno para planejamento de serviços de saúde mental.

Além disso, ajudam a incluir ou excluir grupos de pacientes para pesquisas básicas e clínicas e documentar informações relevantes sobre a saúde pública, como taxas de mortalidade e morbidade.

APLICAÇÃO

A aplicação de métodos de classificação tem utilidades distintas de acordo com o foco que se dá ao objeto estudado, podendo servir à aplicação clínica, científica ou estatística.

Independentemente da ciência, é fundamental que se tenha clareza sobre o tipo de informação que se pode obter com cada ferramenta, fugindo, assim, da formulação de juízos distorcidos.

Em uma visão mais ampla, é possível aceitar que, apesar de existirem limitações, o uso do DSM-5 permite obter informações importantes sobre indivíduos diagnosticados com determinado transtorno mental.

É possível deduzir que pacientes com o mesmo transtorno, dividindo traços semelhantes, possam apresentar comportamentos semelhantes. Da mesma forma, nomear classes de respostas pode auxiliar na identificação de comportamentos similares entre si.

Além disso, o uso do manual da APA viabiliza a comunicação entre profissionais, fornecendo uma padronização na linguagem psiquiátrica e facilitando o diálogo entre as diferentes áreas.

O DSM-5 é grande e complexo, mas os usuários não devem se intimidar. É possível começar examinando as listas de classes e diagnósticos e estudando as diretrizes para utilização do manual. Importante concentrar-se, inicialmente, nas áreas mais apropriadas para o tipo de trabalho praticado regularmente em vez de tentar dominar o manual inteiro.

O termo 'doença mental' ou transtorno mental engloba um amplo espectro de condições que afetam a mente. Doença mental provoca sintomas tais como: desequilíbrio emocional, distúrbio de conduta e enfraquecimento da memória. Algumas vezes, doenças em outras partes do corpo afetam a mente. Outras vezes, desconfortos escondidos no fundo da mente, podem desencadear outras doenças do corpo ou produzir sintomas somáticos.

Um grande espectro de fatores: nosso mapa genético, química cerebral, aspectos do nosso estilo de vida, além dos acontecimentos que nos acometeram no passado e nossas relações com as outras pessoas, participam como causadores do transtorno mental. Isso leva ao sofrimento, desesperança e incapacidade de levar uma vida plena.

A Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), cujo presidente atual é o Dr. Antonio Geraldo, tem se preocupado e lutado muito contra os preconceitos e estigmas ainda existentes que impedem o tratamento precoce.

Os transtornos mentais são democráticos. Mesmo nas cidades mais distantes e isoladas do mundo, com natureza, paz e tranqüilidade, eles podem começar cedo, na infância. Por isso, uma ampla campanha de orientação, educação, informação e reconhecimento deve ser instituída na sociedade, orientando, principalmente, pais e professores.

Na fase reprodutiva, as mulheres são duas vezes mais acometidas de depressão que os homens. Em relação aos transtornos de ansiedade, a proporção é de 2-3 mulheres acometidas por homem afetado.

A partir dos 15 anos em média, começam alguns desequilíbrios emocionais, embora hoje, muitas crianças pequenas já apresentam os sinais e sintomas iniciais. Os sintomas podem ser variados, incluindo uma ansiedade persistente sem motivos aparentes, dificuldade de aprendizado, desatenção, irritabilidade, choro, tristeza, desinteresse, agitação, medos intensos de escuro, altura e espaços amplos e abertos (fobias) e quadros de depressão ou psicose. Caso não haja o diagnóstico precoce, pode haver evolução para uso de álcool e drogas ou para um tipo grave de depressão. As mães devem ficar atentas.

Um grande estudo da área, o World Mental Health Survey (Levantamento Mundial sobre Saúde Mental) conduzido pela Organização Mundial de Saúde (OMS), iluminou no passado um caminho de possibilidade de contenção de qualquer distúrbio emocional durante a infância, evitando o surgimento de quadros psíquicos graves, durante o período escolar. Há estudos excelentes sobre o tema no Brasil e no exterior.

A magnitude da importância de tal conhecimento é incalculável. Em 14 países avaliados, entre 4,3% a 26% da população apresenta algum transtorno psiquiátrico, o que é um dado alarmante pelos inúmeros prejuízos psicossociais gerados.

Todos falam dos prejuízos sociais, familiares e individuais. Porém, se esquecem do impacto econômico, devido à incapacitação gerada pelas doenças mentais. Transtornos mentais graves geram 200 dias de faltas ao trabalho.

Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), no Brasil havia 0,25 leito para internação psiquiátrica por mil habitantes, apesar de haver uma portaria do próprio Ministério da Saúde que estabelece uma meta de 0,45 leitos por mil habitantes. E hoje essa relação é suficiente ou ainda há portadores de transtornos mentais graves desassistidos em casos emergenciais o que leva as famílias ao desespero?

Cerca de 3% da população brasileira (cerca de 5,4 milhões de pessoas) sofre de transtornos mentais severos que precisam de cuidados médicos contínuos. De 6% a 10% (entre 10,8 e 18 milhões) acabam sendo vítimas de transtormos causados pelo uso de drogas e álcool.

É um equívoco da política de saúde mental brasileira ainda, em parte, tratar os psiquiatras como 'espécies de carcereiros', bem como todos os hospitais psiquiátricos como 'manicômios'. Hoje, alguns hospitais psiquiátricos têm uma excelente infra-estrutura de ensino, assistência e pesquisas sérias. Não se pode haver generalizações prejudiciais a muitos pacientes e familiares que sofrem com transtornos mentais severos, que necessitam de internação em casos urgentes e emergenciais. Ser contra os manicômios é correto agora ser contra a assistência hospitalar ao paciente psiquiátrico grave por ideologia mal fundamentada é um grave erro.

A ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria) vem fazendo a sua parte, tentando colaborar, de forma efetiva e sistemática, na formulação de propostas efetivas de medidas relacionadas à Reforma Psiquiátrica. Os nossos políticos precisam, portanto, tratar com mais atenção, sensibilidade, respeito e eficácia a saúde mental do Brasil, priorizando a intervenção primária logo na infância. Muitos projetos ainda não saíram, infelizmente, do papel. Ainda mais nos países 'emergentes' como o Brasil, onde a verba para saúde, infelizmente, acaba sofrendo desvios lamentáveis e os cargos do Ministério da Saúde sendo distribuídos apenas por interesses políticos e partidários e não por meritocracia.

O mundo todo precisa se mobilizar para uma efetiva melhora do panorama de saúde mental. Em mais de 60 mil entrevistas realizadas, comprova-se o quanto tais transtornos mentais são subdiagnosticados, tratados de forma inadequada e negligenciados pelas políticas públicas de saúde. É triste, pois sabemos que o controle é perfeitamente possível nos estágios iniciais. Toda a sociedade sairá vencedora.

Qual a importância do diagnóstico em saúde mental?

O diagnóstico em psiquiatra tem como principal objetivo melhorar a qualidade de vida do paciente. Através dele é possível escolher qual o melhor tratamento para o paciente, seja ela medicamentoso ou não, é possível orientar quais sintomas esperar e como lidar com eles.

Por que falar é importante no tratamento de transtornos mentais?

No momento em que se volta a atenção para a Saúde Mental da população ao redor do mundo, toda informação é bem-vinda e necessária. Falar sobre os principais transtornos mentais nos ajuda a esclarecer e desmistificar estigmas que ainda pairam sobre esse importante tema.

Como se dá o diagnóstico dos transtornos mentais?

Como é o diagnóstico de um transtorno mental? O diagnóstico de um transtorno mental é feito por profissionais especializados em saúde mental: psicólogos, psiquiatras ou psicanalistas. Por meio de uma entrevista e avaliação cognitiva e emocional dos pacientes, esses profissionais costumam chegar ao diagnóstico.

Qual a função e importância do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais para diagnóstico de transtorno específico de aprendizagem?

O DSM 5 ou Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais tem auxiliado o trabalho de profissionais de saúde mental por todo o mundo. E isso não se dá por acaso. Referência para identificar diferentes condições, o material padroniza sintomas e comportamentos comuns.