Qual a principal diferença entre a matriz energética brasileira e mundial?

A matriz energética de um país é o conjunto de fontes disponíveis no país usadas para captar, distribuir e utilizar energia para os setores comercial, industrial e residencial. A matriz energética mundial é formada em sua maioria por recursos não renováveis, como o petróleo e o carvão mineral. 

No Brasil, as fontes de energia mais usadas são as renováveis. Com grande destaque para a hidrelétrica, a grande base de nossa matriz energética. Segundo dados de 2019 do Balanço Energético Nacional Interativo, 64,9% da energia consumida no Brasil é de fonte hidráulica. 

O Brasil usa 83% de fontes renováveis para a produção de energia, enquanto a média mundial é de 25%. Além de mais sustentabilidade, isso também gera menos custos de operação para as usinas que escolhem a energia renovável .

Além da hidrelétrica, a matriz energética do Brasil também é dividida em: gás natural (9,3%), eólica (8,6%), biomassa (8,4%), carvão e derivados (3,3%), nuclear (2,5%), derivados do petróleo (2,0%), solar (1,0%). 

O país tem grande potencial de produção de energia renovável por conta do clima, agricultura e distribuição hídrica. Nos últimos anos, a energia eólica e solar cresceram, especialmente no nordeste. Deixando a matriz energética brasileira cada vez mais iimpa.

Segundo o Relatório Síntese do Balanço Energético Nacional 2021, da EPE, as fontes renováveis presentes da matriz energética brasileira são: biomassa de cana (19,1%), hidráulica (12,6%), lenha e carvão vegetal (8,9%) e outras renováveis (7,7%). Já as não renováveis são petróleo e derivados (33,1%), gás natural (11,8%), carvão mineral (4,9%), urânio (1,3%) e outras (0,6%).

Isso mostra que a matriz energética brasileira é bastante diversificada e a presença de fontes energéticas renováveis tem sido cada vez maior. De acordo com dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a matriz atual é formada por 48,4% de fontes renováveis e 51,6% não renováveis.

Já a matriz elétrica é bem mais limpa, com 82,9% da energia elétrica oriunda de fontes renováveis. Neste caso, a maior participação vem das hidrelétricas, com 65,2%, seguida pela biomassa (9,1%) e eólica (8,8%). A energia solar representa 1,7%.

Qual a diferença entre matriz energética e matriz elétrica?

O termo matriz energética se refere a todas as fontes de energia utilizadas no país, englobando, inclusive, a geração de energia elétrica. Ou seja, são fontes usadas para movimentar veículos e motores, acender um fogão em casa, como insumo industrial ou para eletricidade. Na física, significa “capacidade de realizar trabalho”. Já a matriz elétrica se refere especificamente às fontes que geram energia elétrica.

A matriz energética brasileira é considerada sustentável?

Sim, apesar de ainda contar com a presença de algumas fontes poluentes, a matriz energética brasileira é considerada uma das mais renováveis dentre todas as grandes economias mundiais. Enquanto o Brasil tem mais de 48% de fontes renováveis, a média mundial é de 14%.

A diferença é ainda maior se compararmos com os países mais desenvolvidos, que integram a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), cuja participação de fontes renováveis é de 11%.

Além disso, nos últimos anos, a presença de fontes renováveis na matriz energética brasileira aumentou. Em 2014, por exemplo, elas correspondiam a 39,5%. Em 2019, a proporção subiu para 46,1% e, conforme a EPE, essa mudança o aumento se deu principalmente com a maior participação da biomassa da cana e do biodiesel, associado à redução de 6,2% de petróleo e derivados.

Qual a principal diferença entre a matriz energética brasileira e mundial?

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Quais os avanços da matriz energética brasileira?

O processo de transição do Brasil para uma matriz mais limpa não é recente. Além das hidrelétricas, que há anos respondem pelo maior percentual de energia elétrica do país, outras soluções estão em desenvolvimento e ganhando força.

Na área da mobilidade, as iniciativas passam pelo etanol hidratado e anidro, que é adicionado à gasolina, biodiesel e diesel verde (HVO), produtos adicionados ao diesel fóssil, além de diversos projetos para eletrificação de frota. O RenovaBio, programa que estimula a expansão de biocombustíveis, é considerado um exemplo mundial, sendo o maior programa de descarbonização nos transportes do mundo.

Além disso, em 2021 o Brasil lançou o programa Combustível do Futuro, justamente com o intuito de reduzir a participação de combustíveis fósseis na matriz. No mesmo ano, também foi lançado o Programa Nacional do Hidrogênio, para fomentar o desenvolvimento do hidrogênio verde.

Energia eólica cresce a passos largos

Qual a principal diferença entre a matriz energética brasileira e mundial?

Embora os programas ainda estejam em fase inicial, os avanços do país na área de energia renovável são inegáveis. A geração eólica, por exemplo, tem avançado rapidamente e hoje o país tem 695 parques, sendo que cerca de 90% deles estão no Nordeste brasileiro.

Embora a participação da fonte eólica seja de 8,8% na matriz elétrica brasileira, o Operador Nacional do Sistema (ONS) estima que até o fim de 2025 esse percentual chegue a 13,6%. Conforme dados da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), o Brasil tem potencial de geração de energia eólica o suficiente para atender o triplo da demanda atual de energia do país. E um detalhe importante é que já existem projetos para usinas eólicas offshore, em fase de licenciamento.

Energia solar fotovoltaica também avança rápido

Já a energia solar, apesar de responder por menos de 2% da matriz elétrica atualmente, quase dobrou sua participação entre os anos de 2019 e 2020 (saltou de 1% para 1,7%, segundo a EPE). Nos últimos três anos, o crescimento da energia solar centralizada (gerada por grandes usinas, também conhecidas como “utility scale”) foi de 200%, enquanto a solar distribuída (pequenas centrais de geração) passou de 2.000%. De acordo com o Ministério de Minas e Energia, só em 2020, a capacidade instalada em energia solar fotovoltaica cresceu 66% no país.

Segundo o MME, a participação das renováveis na matriz elétrica deve continuar acima de 80% até 2030, chegando a 85% em 2050. “Tais resultados serão alcançados com o aproveitamento, pelo país, de seus potenciais eólico, solar e de biomassa, bem como em decorrência de todo esforço já estabelecido pelas políticas públicas, além da mudança do perfil do consumidor brasileiro, que vem buscando economicidade e aprimoramentos tecnológicos nas soluções de suprimento de energia elétrica”, destaca o diretor do Departamento de Informações e Estudos Energéticos do MME, André Osório.

Qual a diferença entre a matriz energética brasileira e mundial?

A matriz energética mundial é composta, em sua maioria, por fontes não renováveis – os combustíveis fósseis como petróleo, carvão mineral e gás natural ainda constituem grande parte da energia utilizada em todo o mundo. A matriz energética brasileira, ao contrário, possui sua base na produção hidrelétrica.

Quais são as principais semelhanças e diferenças entre a matriz energética brasileira com a mundial?

A matriz elétrica mundial é bem diferente da brasileira, pois enquanto no Brasil a principal fonte é a hidráulica, devido ao grande potencial hídrico do nosso país, considerado o maior do mundo, enquanto no resto do mundo a principal fonte de energia elétrica é o carvão (Fonte de energia considerada mais poluente do ...

Qual é a principal matriz energética do mundo?

No parâmetro global, o petróleo tem a maior participação como fonte de energia, com uma participação de mais de 90% só no setor de transportes. No Brasil o petróleo corresponde a 37% da energia gerada e é o combustível mais utilizado em veículos automotivos.

Qual é a principal fonte de energia no Brasil e no mundo?

O carvão mineral é, de longe, a principal fonte de produção de energia elétrica no mundo. De cada 100 casas que acendem suas luzes no planeta todos os dias, 38 o fazem porque há uma térmica a carvão ligada, produzindo energia.