Qual o interesse dos Estados Unidos em relação à mão de obra mexicana?

O NAFTA (North American Free Trade Agreement - Acordo de livre-comércio da América do Norte) é um acordo entre Estados Unidos, Canadá e México, assinado em 1994, que tem como intenção a redução das barreiras econômicas e alfandegárias entre esses países. Esse processo, segundo o tratado, seria gradativo, chegando até a criação de uma zona de livre-comércio, na qual haveria a abolição total das tarifas aduaneiras (de importação).

Os três países formam um mercado de mais de 420 milhões de habitantes e respondem por um PIB (Produto Interno Bruto) de mais de 20 trilhões de dólares (em 2013). O acordo diferencia-se do estabelecido na União Europeia, pois não prevê a livre circulação de pessoas, mas apenas de bens, serviços e capitais.

Os principais objetivos do acordo são:

  • Reduzir as barreiras ao comércio entre os países-membros;

  • Ampliar a cooperação visando à melhoria das condições de trabalho na América do Norte;

  • Criar um mercado amplo e seguro para a circulação e comercialização de bens e serviços produzidos na América do Norte;

  • Estabelecer regras comerciais claras e igualmente vantajosas para os países;

  • Ajudar a desenvolver e expandir o comércio mundial e converter-se em um dinamizador da ampla cooperação internacional.

O pacto estabelece disposições que abrem possibilidade de inclusão de países-membros. Os candidatos a membros incluem oito países da América Latina: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela. Muitos países, como os citados, entusiasmaram-se por participar de um bloco econômico com as superpotências Estados Unidos e Canadá.

O entusiasmo internacional com o NAFTA ocorreu, em parte, em virtude das análises divulgadas no início do acordo, que indicavam essa via como a mais eficaz para o desenvolvimento econômico de países em desenvolvimento, como os latino-americanos, em especial o Brasil. Entretanto, depois de mais de 20 anos do acordo e a atual situação econômica e social do México, há dúvidas se esse modelo é o mais vantajoso para os países em desenvolvimento.

Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)

México

O México assinou o acordo com expectativas muito positivas, principalmente em razão de sua situação socioeconômica inferior - se comparada com as duas superpotências que completam o bloco. A perspectiva de melhoria de sua economia foi o principal motivador para a entrada do país no bloco. No entanto, a posição do México no NAFTA tem levantado questionamentos.

Embora tenha ocorrido um crescimento nas exportações mexicanas, a dependência econômica do México em relação aos Estados Unidos só tem crescido. Mais de 80% das exportações mexicanas destinam-se ao vizinho Estados Unidos e quase 70% do que o país importa também vem dos EUA.

Diversas empresas estadunidenses têm se instalado no México desde a criação do NAFTA, o que contribuiu para a desnacionalização da economia mexicana. Além disso, uma das principais motivações para a instalação dessas empresas é a mão de obra mexicana, farta e barata, além da legislação trabalhista flexível. Em razão disso, muitas indústrias têm migrado sua produção para o México e, assim, milhares de postos de trabalho têm se fechado nos Estados Unidos.

Vale ressaltar que o México tem também obtido vantagens com o acordo. Os produtos mexicanos passaram a concorrer com os produtos japoneses, chineses e europeus no mercado americano e canadense. Empresas asiáticas e europeias começaram a se estabelecer no México para exportar seus produtos livremente para os EUA e Canadá.

A história do acordo norte-americano de livre-comércio tem sido fragmentada. Questões políticas têm atrasado o alcance das metas estabelecidas, e a integração dos três países, com uma longa tradição de protecionismo e de defesa feroz da soberania nacional econômica, tem sido lenta. Enquanto o NAFTA foi extremamente positivo para alguns setores da economia – em especial, a indústria agrícola dos EUA –, o rumo do segundo maior bloco comercial do mundo continua a ser pouco conhecido.

O Nafta (Acordo Norte-Americano de Livre Comércio) ou Área de Livre Comércio das Américas, é um bloco econômico que integra três países da América do Norte: Estados Unidos, Canadá e México. O bloco entrou em vigor em 1994.

O México, se comparado aos outros dois integrantes, está bem distante em várias questões, pois Estados Unidos e Canadá exercem funções bastante importantes no cenário mundial, especialmente os EUA - maior potência econômica, militar e política.

Há uma grande diferença socioeconômica entre os integrantes do Nafta, pois o México responde por apenas 5% do PIB (Produto Interno Bruto) gerado pelo bloco, sem contar que a qualidade de vida da população mexicana está bem abaixo dos padrões norte-americano e canadense; estes países apresentam IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) elevado. O México enfrenta problemas típicos de países subdesenvolvidos, como favelas, desemprego, marginalização, criminalidade, falta de oportunidades, entre outros. O PIB norte-americano é superior ao do México cerca de 17 vezes.

Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)

O México ingressou no Nafta a partir de uma manobra dos Estados Unidos e do Canadá, que tinham o objetivo de instalar suas empresas em território mexicano e usufruir de benefícios fiscais, mão de obra barata, matéria-prima, etc. Além disso, os Estados Unidos pretendiam fixar os mexicanos em seu país, diminuindo a incidência de entrada ilegal de imigrantes. Com a entrada de investimentos, a economia do país pode crescer e dar origem a novos postos de trabalho e oportunidades, assim, a população mexicana não precisará buscar uma nova vida no país vizinho.

Para que o México sobressaia no bloco é necessário superar uma série de problemas de caráter socioeconômico, uma vez que seus parceiros possuem economias consolidadas e suas empresas conseguem colocar produtos com preços e qualidade que sufocam qualquer empresa mexicana. Sem contar a forte influência norte-americana dentro do bloco, que busca sempre satisfazer seus interesses.

Por Eduardo de Freitas
Graduado em Geografia

Qual o interesse dos Estados Unidos no México?

As Intervenções dos Estados Unidos no México foram uma série de posicionamentos e campanhas de guerra do governo americano para defender interesses econômicos e políticos e salvaguardar os cidadãos estadunidenses que residiam no México.

Quais os interesses dos Estados Unidos na entrada do México no bloco?

O México ingressou no Nafta a partir de uma manobra dos Estados Unidos e do Canadá, que tinham o objetivo de instalar suas empresas em território mexicano e usufruir de benefícios fiscais, mão de obra barata, matéria-prima, etc.

O que o México depende tanto dos Estados Unidos?

Além disso, um dos grandes problemas mexicanos é a grande emigração de mexicanos para os Estados Unidos, o que aumenta a dependência desse país em relação ao seu vizinho poderoso, já que o dinheiro enviado pelos emigrantes para o seu país de origem compõe a renda desse país.

Qual o objetivo da construção do muro da divisa do México com os EUA?

As barreiras foram construídas a partir de 1994 como parte de três "operações" maiores para diminuir o transporte de drogas ilegais fabricadas na América Latina e imigração: Operation Gatekeeper na Califórnia, Operation Hold-the-Line no Texas e Operation Safeguard no Arizona.