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Fonte: Shutterstock Sempre que a alimentação oral é insuficiente para promover a recuperação ou manutenção do estado nutricional, ou quando essa é contraindicada, a Terapia Nutricional (TN) é considerada. A partir daí, a equipe multiprofissional deve avaliar a via de administração, o estado do paciente e a função do trato gastrointestinal (TGI) e, assim, escolher a melhor via para a administração da dieta, podendo ser a nutrição enteral (NE) ou a nutrição parenteral (NP). Nesse guia produzido pelo Nutritotal Pro, abordaremos a prescrição da dieta parenteral, mostrando quando ela é indicada, as contraindicações e fatores a serem considerados na hora de sua prescrição. Conteúdo
A Nutrição ParenteralDesenvolvida em 1960, a NP foi idealizada para atender paciente em desnutrição grave, devido a caquexia ou câncer avançado, com a função do TGI obstruída ou insuficiente. A via de administração é intravenosa, com acesso periférico ou central, onde por meio de um cateter passa a solução alimentar, com exclusão total do processo digestivo. Em sua composição, podemos encontrar proteínas, carboidratos na forma de dextrose, emulsões lipídicas, minerais, vitaminas e eletrólitos, que contribuem para manter o bom estado nutricional do paciente. Acesso periférico ou central?Dependo da necessidade do paciente e a duração da terapia, a equipe pode escolher entre o acesso periférico ou central para prescrição da dieta parenteral. A nutrição parenteral periférica (NPP) é a via em que a solução alimentar é administrada diretamente por uma veia periférica, utilizada quando a NP terá curta duração (até 15 dias), pois não é suficiente para atingir as necessidades nutricionais diárias do paciente. O valor energético atingido, gira em entorno de 1.000 a 1.500 Kcal/dia e sua osmolaridade não ultrapassa 900 mOsm/L, devido ao risco de flebite. Ela pode ser usada em conjunto com a NE. Já a nutrição parenteral total (NPT) é a terapia nutricional em que a solução alimentar é administrada diretamente por uma veia central (geralmente pela veia cava superior). Usualmente, a NPT é utilizada em paciente cuja duração da terapia será maior que 15 dias, sendo esta a única forma de alimentação recebida. Na dieta, é oferecido aporte proteico e energético total e sua osmolaridade pode ser superior a 1.000 mOsm/L. Indicações da dieta parenteralA dieta pode ser indicada a pacientes que estão com o trato gastrointestinal não funcionante, devido a uma obstrução ou inacessibilidade ao TGI, pressupondo que permanecerá nessa condição por um período superior a 7 dias ou com impossibilidade de manter a nutrição enteral. A diretriz ESPEN (Sociedade Europeia de Nutrição Clínica e Metabolismo) recomenda a NP após 24 a 48 horas em indivíduos com intolerância à NE e que não se espera que alcancem nutrição adequada dentro de 3 dias. Já as diretrizes da ASPEN (Sociedade Americana de Nutrição Enteral e Parenteral) não recomendam iniciar NP antes de completarem 8 dias de internação, com exceção de pacientes que apresentem desnutrição na admissão hospitalar. Além disso, há situações especificas em que NP é indicada, como podemos ver a seguir:
No mais, a NP pode ser administrada de recém-nascidos a idosos, sendo responsabilidade da equipe avaliar caso a caso para a prescrição da dieta e minimizar risco de possíveis complicações. Contraindicações da dieta parenteralQuando se trata de pacientes criticamente enfermos a NP pode ser uma boa solução para manter o estado nutricional do paciente e consequentemente otimizar a sua recuperação. No entanto, há algumas contraindicações a serem analisadas na hora de sua prescrição, como pacientes com alergia a qualquer um de seus componentes e na presença de hiperlipidêmica grave, distúrbios de coagulação do sangue, choque agudo e outras condições instáveis, ex. diabetes mellitus descompensado, infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral, e embolia. Monitoramento e fatores a serem considerados na hora da prescrição da dieta parenteralJá em relação a monitoramento, as principias diretriz recomendam que deve haver um acompanhamento continuo e constante até estabilização do paciente. Veja também: Quais exames devem acompanhar de pacientes com nutrição enteral e parenteral? Além disso, os possíveis efeitos adversos na dieta devem ser levados em consideração, como a síndrome de realimentação, infecções no local do cateter e do acesso venoso, trombose venosa, lesão vascular, e sangramento, sendo de suma importância o monitoramento por toda a equipe multidisciplinar. No mais, é aconselhável a avaliação de cada caso, para a escolha da melhor forma de administração e consequentemente melhor o prognóstico do paciente criticamente enfermo. Referência CUPPARI, Lilian. Nutrição: clínica no adulto. 3. ed. São Paulo: Manole, 2014. 599 p. (Guias de Medicina Ambulatorial e Hospitalar da EPM-UNIFESP). M.BERGER, Mette; CLAUDEPICHARD. When is parenteral nutrition indicated? Journal Of Intensive Medicine. [A.C], p. 1-4. jan. 2022. SINGER, Pierre et al. ESPEN Guidelines on Parenteral Nutrition: intensive care. Clinical Nutrition. Europa, p. 387-400. ago. 2009. Hamdan M, Puckett Y. Total Parenteral Nutrition. [Atualizado em 2 de janeiro de 2022]. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK559036/. Quais as indicações para nutrição enteral e parenteral?5.4 Indicação da Terapia Nutricional Enteral e Parenteral
A indicação de nutrição enteral (NE) deve estar associada ao funcionamento do trato gastrointestinal (TGI) + ingestão via oral (IVO) insuficiente + grau de desnutrição/ catabolismo/percentual de perda de peso e presença de disfagia.
Quando o paciente pode precisar de dieta enteral ou parenteral?Quando o indivíduo tem dificuldades para se alimentar por via oral (boca), é proposto para ele alternativas diferentes de alimentação para que, assim, ele não fique sem receber os nutrientes necessários à sua sobrevivência. Nesse caso, as opções propostas são as dietas enteral e parenteral.
Quando deve ser indicada a nutrição enteral?A dieta enteral é indicada quando a pessoa não pode ou não consegue fazer a ingestão oral adequada dos alimentos. Também quando a sua nutrição não atende às suas demandas metabólicas. Geralmente, os profissionais médicos utilizam a alimentação enteral em pacientes com disfagia.
Quais são as indicações para terapia de nutrição parenteral?Alguns exemplos de situações clínicas que podem exigir terapia de nutrição parenteral (TNP) são os seguintes: algumas doenças cardíacas, pulmonares e renais; pancreatite aguda ou crônica em que a NE não possa ser administrada (3); síndrome do intestino curto; doença inflamatória intestinal (inclui doença de Crohn e ...
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