Quando um alimento e classificado como energético?

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OS ALIMENTOS

Dietas para bovinos em confinamento incluem alimentos volumosos, concentrados e suplementos. São alimentos volumosos aqueles que possuem teor de fibra bruta superior a 18% na matéria seca, como é o caso dos capins verdes, silagens, fenos, palhadas etc. Alimentos concentrados são aqueles com menos de 18% de fibra bruta na matéria seca e podem ser classificados como protéicos (quando têm mais de 20% de proteína na matéria seca), como é o caso das tortas de algodão, de soja etc., ou energéticos (com menos de 20% de proteína na matéria seca) como é o milho, triguilho, farelo de arroz etc. 

Os alimentos são usualmente descritos ou classificados com base na matéria seca, de forma a poderem ser comparados quanto as suas características nutricionais, custo de nutrientes etc. A matéria seca (MS) é a fração do alimento excluída a umidade natural deste. 

Assim, por exemplo, uma partida de milho em grão que tenha 13% de umidade natural tem, por diferença, 87% de matéria seca. O teor de umidade entre alimentos é muito variável (cerca de 75% para gramíneas frescas, por exemplo, até 10% para tortas ou fenos). Na matéria seca é que estão contidos os nutrientes: carboidratos, proteínas, minerais etc. 

Uma vez que a porção nutritiva de um alimento está contida na matéria seca e que a capacidade de consumo dos alimentos pelos animais está relacionada, também, à matéria seca, todo cálculo relativo à alimentação (balanceamento de rações, custo de aquisição e transporte de alimentos etc.) deve ser feito com base na matéria seca (ou seja, convertido para equivalência a 100% de matéria seca). 

Ração é a quantidade total de alimento que um animal ingere em 24 horas, e ração balanceada é aquela que contém nutrientes em quantidade e proporções adequadas para atender às exigências orgânicas dos animais. Usualmente, as rações são compostas por alimentos volumosos e concentrados. 

O balanceamento das rações determinará a relação volumoso:concentrado necessária para cada tipo de animal e taxa de ganho em peso. Maiores taxas de ganho em peso requerem maior concentração energética da ração. Alimentos muito ricos em carboidratos estruturais ou fibras, como é o caso das
gramíneas, por exemplo, têm menor concentração energética (de 7 a 9 MJ de energia metabolizável/kg de MS) comparativamente àqueles com alto teor de carboidratos não estruturais, como o grão de milho (cerca de 13 MJ de energia metabolizável/kg de MS) ou torta de soja (cerca de 12 MJ de energia metabolizável/kg de MS), por exemplo. 

A eficiência de utilização de nutrientes da ração para o ganho em peso depende da concentração energética da ração, ou seja, da relação volumoso:concentrado (Tabela 1). Rações com baixa concentração energética (8 MJ de energia metabolizável/kg de MS, á base de volumosos exclusivamente) são utilizadas com uma eficiência de 30%para o ganho em peso, ao contrário de rações de alta concentração energética (12 MJ de energia metabolizável/kg de MS, ou relação volumoso:concentrado de 80:20, por exemplo) que podem ser utilizadas com uma eficiência de 45% para o ganho em peso. 

O balanceamento de rações, além da energia, deve levar em conta a proteína. No balanceamento da proteína deve ser considerada a proteína necessária aos microorganismos do rúmen e aquela necessária ao bovino. Modernamente, o conceito de proteína digestível (PD) para o balanceamento de rações foi substituído pelos conceitos de proteína degradável no rúmen (PDR) e proteína não degradável no rúmen (PNDR) ou proteína digestível no intestino, ou ainda pelo conceito de proteína metabolizável. 

Minerais e vitaminas são acrescentados às rações, em proporções suficientes para atender às exigências orgânicas dos bovinos. Rações podem ainda incluir aditivos como tamponantes, ionóforos,  palatabilizantes etc. 
    
TABELA 1- Eficiência da utilização da energia metabolizável (EM) para manutenção 
e ganho de peso (National Research Counchil 1984)
 

  Eficiência de utilização da EM
Concentração 
da EM
MJ/kg (M) 1
Relação
aproximada
volumoso
Concentrado 2
Manutenção Ganho em peso
8,4 100:0 57.6 29.6
9,2 83:17 60.8 34.6
10.0 67:33 63.3 38.5
10.9 50:50 65.1 41.5
11.7 33:67 66.6 43.9
12.5 17:83 67.7 45.8
13.4 0:100 68.6 47.3
   
¹ Originalmente dado em Mcal.
² Assumindo que um alimento volumoso de boa qualidade contém 8,4 MJ/kg e que 
uma mistura de concentrados contém 13,4 EM/kg.

As exigências nutricionais para bovinos em confinamento variam segundo o sexo, a estrutura corporal, o peso vivo e a taxa de ganho em peso esperada, e assim a formulação de rações deve levar em conta estes fatores para o balanceamento. As exigências nutricionais dos bovinos e a composição em princípios nutritivos dos alimentos podem ser obtidas em tabelas específicas. 

A composição básica de alguns alimentos mais comumente usados na engorda confinada, pode ser vista na Tabela 2. A Tabela 3 e a Tabela 4 ilustram as exigências em energia e proteína de novilhos de diferentes tamanhos corporais e para três taxas de ganho de peso. No caso de alimentos não convencionais, será necessário proceder a análises laboratoriais do mesmo para conhecimento dos teores de seus princípios nutritivos.
    
TABELA 2- Teor de matéria seca (MS) energia metabolizável (EM) proteína bruta (PB) e
degradabilidade da proteína no rúmen (%) de alguns alimentos.
 

  Com base em 100% de MS
  Teor médio de matéria seca 
(% MS)
Energia metabolizável1 MJ 
de EM/kg MS
Teor Proteína Bruta (%PB)1 Degradabilidade da PB no rúmen (%)2
Silagem de milho  27  9.9  8.0  57.9
Cana-de-açúcar 23 9.1 4.3 41.0
Farelo de soja 89 12.3 50.5 66.6
Farelo de algodão 91 11.5 45.7 49.0
Soja crua 90 14.3 42.0 79.3
Farelo de arroz integral 91 9.9 14.8 75.6
Farelo de arroz desengordurado 91 9.0 15.4 61.7
Farelo de trigo 90 12.2 17.0 74.5
Fubá de milho 88 13.6 10.5 43.4
Milho desintegrado com palha e sabugo (MDPS) 8.9 11.6 8.7 40.4
Farinha de carne e ossos 94 9.9 53.4 37.8
Farinha de peixe 92 11.0 66.6 26.3
Cama de galinheiro 79 8.2 20.25 64.7
¹ Baseado em Campos (1995).
² Fonte: Valadares Filho (1990).     
TABELA 3- Exigências nutricionais em energia metabolizável (MJ/dia) de novilhos de raças de grande médio e pequeno porte considerando a concentração energética da ração (M)1

Quando um alimento e classificado como energético?

¹ Adaptado de Agricultural Research Council (1980).
² São também exigências nutricionais de novilhas de raças de grande porte.
³ São também exigências nutricionais de novilhas de raças de médio porte.

    
TABELA 4- exigências nutricionais (g/dia) em proteína degradável no rúmen (PDR) e proteína não degradável no rúmen (PNDR) para novilhos de raças de grande, médio e pequeno porte, considerando a concentração energética da ração M1

Quando um alimento e classificado como energético?

¹ Adaptado de Agrícultural Research Council (1980).
² São também exigências protéicas de novilhas de raças de grande porte.
³ São também exigências protéicas de novilhas de raças de porte médio.

5.1 Manejo da alimentação

A escolha dos alimentos para composição da dieta dos animais em confinamento deve ser feita, em primeiro lugar, pela qualidade geral dos mesmos, ou seja, nunca devem ser utilizados alimentos mofados, rancificados ou com qualquer outro indício de deterioração, sob pena de comprometimento do lote de animais em conseqüência de distúrbios metabólicos e intoxicações e também pela condição insalubre de trabalho para os tratadores. 

Alguns alimentos, por uma ou outra razão, têm um limite para utilização. Por exemplo, o resíduo da pré-limpeza do grão de soja, que chega a ter 16% de proteína bruta na MS não deve ser incluído nas rações em proporção superior a 25% da MS, pois, acima disto, causará diarréia e timpanismo. Como regra, para o caso de alimentos não usuais, o limite de emprego não deverá ultrapassar a 20% da ração total. A ração dos bovinos em confinamento deverá ser servida em duas ou três porções diárias. 

O mínimo permissível são duas refeições diárias, espaçadas convenientemente (por exemplo, às 8 e às 17 horas). O horário de fornecimento é outro fator de importância no manejo da alimentação, e não deve ser alterado durante todo o período do confinamento. Para evitar distúrbios digestivos e estresse dos animais, nos cochos deve haver sempre alimento à disposição. 

Usualmente é o alimento volumoso que fica disponível à vontade no cocho, sendo o concentrado fornecido em quantidade controlada nos horários de refeição. Diariamente os cochos devem ser limpos, antes da primeira refeição do dia, para evitar que resíduos fermentados ou apodrecidos sejam consumidos pelos animais. 

É muito importante que os animais sejam adaptados gradativamente à dieta do confinamento, especialmente aqueles mantidos anteriormente exclusivamente em pastagens. A não adaptação à dieta tem sido responsável por distúrbios como acidose e timpanismo nos confinamentos. Os alimentos novos da dieta devem ser incluídos à ração em proporções crescentes até atingirem a proporção final da ração
balanceada a ser usada. 

Dependendo da dieta, são necessários de 15 a 30 dias para que o animal se adapte à dieta e o consumo de alimentos se estabilize. Não é desejável que durante a engorda em confinamento seja alterada a composição da ração. 

Em caso de necessidade de mudança de algum dos componentes da ração, esta
deverá ser feita também de forma gradual, de maneira a permitir que a população microbiana do rúmen se adapte à nova dieta. É de grande importância ainda que a água fornecida aos animais seja de boa qualidade e esteja sempre disponível. 

Como são classificados os alimentos energéticos?

Carboidratos e gorduras (também chamados de lipídios) são classificados como alimentos energéticos, já que é a partir dessas substâncias que o organismo adquire energia para realizar suas tarefas.

O que é um alimento energético?

Os alimentos energéticos são aqueles que, no processo de digestão, tornam-se rapidamente fonte de energia para as funções do nosso organismo. Como o próprio nome diz, esses alimentos são responsáveis por fornecer combustível para que nosso corpo possa desempenhar todas as suas funções normalmente.

Como saber se um alimento e energético?

Os alimentos energéticos são aqueles que, quando digeridos, fornecem energia para manter todas as funções vitais do organismo e as atividades do dia a dia. Esses alimentos são principalmente ricos em carboidratos, como pão, batata e arroz, e em gorduras, como azeite e abacate.

O que é o grupo energético?

O grupo é composto por carboidratos - alimentos à base de farinha, (como pães, bolos, massas e biscoitos), cereais, tubérculos e raízes (como batatas, inhame, aipim, mandioca e afins). Todos estes são essenciais para que você tenha uma boa qualidade de vida.