São exemplos de indústria de bens de produção e bens de consumo duráveis?

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Segundo a teoria econômica, um bem é tudo aquilo que tem uma utilidade e pode satisfazer a uma necessidade, sendo tipicamente algo tangível, o que diferencia os bens dos serviços de forma geral.

Assim, um carro é um bem, um guarda-chuva é um bem, um maquinário é um bem, um parafuso é um bem e até o próprio petróleo não deixa de ser um bem, entre outros múltiplos e variados exemplos que poderíamos citar.

Aliás, a questão é exatamente essa: os bens econômicos são tantos e tão variados que foi preciso criar uma classificação para eles. Assim, temos os bens de produção, de capital, de consumo, os bens duráveis e não duráveis, respectivamente produzidos pelas indústrias de base, indústrias intermediárias e indústrias leves.

A relevância econômica disso é que a análise dos diferentes bens comercializados em um país pode revelar, não apenas a situação geral da indústria, como também algumas características da sociedade, com informações sobre o nível da população e sobre seus gostos e hábitos.

Vamos entender melhor a questão:

Os bens de produção são bens primários, geralmente associados à matéria-prima ou à energia necessária para a produção de outros bens. São provenientes das indústrias de base (indústrias pesadas ou extrativas) e destinados a outras indústrias (intermediárias ou leves).

Bons exemplos são as indústrias madeireiras, que extraem madeira florestal e revendem para a indústria moveleira. Ou ainda as indústrias de extração mineral, siderúrgicas ou petroquímicas. Essas indústrias são as bases do sistema industrial, já que geram produtos ou energia (bens de produção) para outras indústrias.

– Bens de capital

Os bens de capital são bens intermediários, como equipamentos e instalações, necessários para a produção de outros bens e mercadorias. Alguns exemplos de bens de capital são as máquinas, as ferramentas, as fábricas, os motores, etc.

São produzidos pelas indústrias intermediárias, como as indústrias mecânicas, por exemplo. E são considerados estratégicos, pois agregam conhecimento e tecnologia à produção.

É importante notar, nesse ponto, que muitos autores agrupam os bens de produção e os bens de capital, tratando as indústrias intermediárias como um caso especial de indústrias de base.

De qualquer forma, um aspecto fundamental é que os bens de produção e de capital diferenciam-se dos bens de consumo por serem utilizados no processo de produção.

– Bens de consumo

Os bens de consumo são bens finais, diretos, que completaram o ciclo de produção e são efetivamente utilizados pelos indivíduos e pelas famílias. Ou seja, são produtos finais vendidos diretamente ao consumidor.

As indústrias leves são as responsáveis pela produção dos bens de consumo, que podem ser divididos em:

> Bens de consumo duráveis
São aqueles que podem ser utilizados por períodos longos, como automóveis, móveis, eletrodomésticos, roupas, etc.

> Bens de consumo não-duráveis
São os bens de consumo destinados à utilização imediata, sendo os alimentos os melhores exemplos.

– As indústrias brasileiras

Em junho de 2013, a produção industrial brasileira atingiu seu patamar mais elevado. Desde então, a atividade vinha apresentando retrações consecutivas, chegando, segundo o IBGE, a uma perda acumulada de aproximadamente 17%.

Em janeiro de 2017, a produção da indústria iniciou com queda de 0,1% em relação a dezembro. Porém, frente a janeiro de 2016, a atividade industrial avançou 1,4%, interrompendo 34 meses consecutivos de retração nessa base de comparação.

Na análise das categorias, houve crescimento na produção de bens de capital, como máquinas e equipamentos (3,3%), assim como de bens de consumo duráveis, como os automóveis (3,2%). Também mostraram taxas positivas os bens de consumo semi e não-duráveis (2,1%) e os bens intermediários (0,8%).

Para o gerente de indústria do IBGE, André Macedo, “a indústria tem um comportamento de crescimento. Mais do que isso, um comportamento espalhado de alta, mas isso está longe de ser uma característica de reversão da queda, que perdura há muito tempo”.

Ao que aparenta, a recuperação da indústria será como a de toda a economia brasileira durante este ano, lenta e gradativa, conforme aponta o título da Avaliação Corrente da Atividade Econômica do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da FIESP de dezembro de 2016.

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A indústria corresponde ao conjunto de empresas que realizam a transformação de matérias-primas em bens acabados ou intermediários. Pode ser dividida em indústria de base, de bens intermediários ou de bens de consumo, os quais, por sua vez, dividem-se entre bens duráveis e não duráveis. Embora sua presença seja hoje global, a localização da indústria no espaço depende da análise de um conjunto de elementos denominados fatores locacionais.

Leia também: Qual é a relação entre a industrialização e a urbanização?

Tópicos deste artigo

Resumo sobre as indústrias

  • Indústria é o conjunto de fábricas responsáveis pela transformação de matérias-primas em mercadorias finais ou intermediárias.

  • O conjunto de atividades da indústria forma o setor secundário da economia.

  • As indústrias podem ser categorizadas conforme a sua produção, sendo assim divididas entre indústrias de base, intermediárias ou de bens de consumo (finais).

  • A instalação da indústria em um local determinado depende de um conjunto de elementos socioespaciais denominados fatores locacionais.

  • Surgiu no século XVIII na Inglaterra. A evolução da indústria ocorreu ao longo de três séculos, em quatro fases distintas. Nesse intervalo, espalhou-se rapidamente para diversos países, ganhou uma grande variedade de novos ramos produtivos e deu um salto tecnológico em termos operacionais.

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O que é indústria?

A indústria corresponde às atividades de processamento e transformação de matérias-primas em bens destinados a um mercado consumidor determinado, que pode ser tanto um intermediário, como outra fábrica ou empresa, quanto um consumidor final, que fará a sua aquisição. O conjunto de atividades da indústria forma o setor secundário da economia.

Quais são os tipos de indústria?

Existem inúmeras maneiras de se classificar e categorizar os diversos tipos de indústria existentes. A mais utilizada delas é feita conforme os bens produzidos, isto é, de acordo com o tipo de produto que aquele conjunto de empresas fabrica. Nesse sentido, elas podem ser agrupadas em três grandes grupos:

  • Indústria de base ou de bens de produção

Pode ser chamada também de indústria pesada. As fábricas desse grupo são aquelas responsáveis pela extração e processamento de matérias-primas em seu estado bruto, oriundas comumente do setor primário da economia, e produção de matérias-primas processadas ou intermediárias, destinadas a outras indústrias.

Exemplos: siderúrgica, metalúrgica, petroquímica, madeireira, produtora de cimento, mineradora.

  • Indústria de bens intermediários

Reúne as fábricas que produzem maquinários e equipamentos de produção para outras fábricas, sendo, portanto, essencial para o abastecimento das demais cadeias produtivas.

Exemplos: mecânicas destinadas à produção de peças automotivas, pneus e outros componentes de veículos; produtoras de ferramentas, peças e equipamentos eletrônicos, tratores, máquinas, concreto, vidro etc.

  • Indústria de bens de consumo ou finais

Esse grupo incorpora indústrias que produzem bens destinados diretamente ao consumidor final, sendo produtos acabados que estarão disponíveis para a aquisição direta por parte da população. Eles podem ser divididos em dois outros grupos: bens duráveis e bens não duráveis.

Os bens duráveis são aqueles que possuem longa duração e não perdem a sua utilidade rapidamente, como eletrodomésticos, automóveis, materiais eletrônicos e móveis. Os bens não duráveis são perecíveis, e seu uso deve ser feito em um espaço de tempo determinado, como alimentos, medicamentos e bebidas.

Exemplos: produzem bens duráveis as indústrias moveleira (produção de móveis, como guarda-roupas, estantes, mesas, cadeias etc.), automotiva, de eletrodomésticos e produtos eletrônicos, por exemplo. Já as indústrias alimentícia, farmacêutica, têxtil e de cosméticos produzem bens não duráveis.

São exemplos de indústria de bens de produção e bens de consumo duráveis?
As indústrias alimentícia e de bebidas são exemplos de indústrias de bens de consumo não duráveis.

  • Videoaula sobre os tipos de indústria

Fatores locacionais da indústria

Os fatores locacionais da indústria são elementos de ordemestrutural e socioespacial que são levados em consideração para a instalação de uma indústria ou parque industrial em um determinado local.O peso de cada um desses fatores varia conforme o tipo de indústria, e a localização é escolhida com base na análise das vantagens oferecidas pela área.

São considerados fatores locacionais:

  • Oferta de mão de obra ampla e qualificada;

  • Presença de redes de infraestrutura ou de suporte, como rodovias, ferrovias, hidrovias, de energia elétrica e comunicação;

  • Proximidade da fonte de matérias-primas ou fácil acesso a elas;

  • Amplo mercado consumidor;

  • Oferta de incentivos fiscais;

  • Presença de parques tecnológicos e universidades;

  • Proximidade a indústrias do mesmo segmento produtivo.

São exemplos de indústria de bens de produção e bens de consumo duráveis?
Fácil acesso a vias de transporte para escoar a produção e recepção de insumos é um importante elemento considerado para a localização industrial.

Evolução da indústria

A indústria, com o aporte tecnológico e o alcance espacial como hoje conhecemos, passou por um processo de evolução que perdurou três séculos. Esse longo período pode ser dividido em, ao menos, quatro ciclos distintos, os quais foram ocorrendo em intervalos de tempo cada vez menores, em decorrência do avanço tecnológico e operacional que acompanhou o desenvolvimento do processo produtivo.

A história da indústria começou na Inglaterra, no século XVIII. O ramo têxtil foi o primeiro a se desenvolver, e nessa época as máquinas eram movidas pela energia gerada a vapor. Antes centrada no Reino Unido, a indústria passou a se expandir, primeiro, para outros países da Europa, como França e Alemanha, e, depois, para a América do Norte, nos Estados Unidos, e a Ásia, no Japão.

O final do século XIX marca o advento da Segunda Revolução Industrial, com uma maior diversidade produtiva e, principalmente, de fontes energéticas, com destaque para o petróleo e para a expansão do uso da eletricidade. Entre as invenções do período, estão o telégrafo, a televisão, a lâmpada incandescente e os derivados de petróleo. Houve ainda um grande avanço nos transportes, com os primeiros navios de aço e ferrovias.

Pouco tempo depois, em meados do século XX, após o fim da Segunda Guerra Mundial, houve um verdadeiro salto tecnológico e científico aliado ao setor produtivo, inaugurando uma nova fase da industrialização. Surgiram, nesse período, novos meios de comunicação, que revolucionaram tanto a forma de se produzir quanto as relações entre a sociedade e o espaço, dando origem ao que se chama de meio técnico-científico-informacional.

Os novos meios de informação e comunicação, além das transformações no sistema econômico derivadas dessas inovações técnicas, proporcionaram a expansão da indústria para uma maior variedade de territórios, em busca, principalmente, de vantagens locacionais, com destaque para os países em desenvolvimento. É quando se observa o aumento das empresas multinacionais. Sobressaem-se os ramos da robótica, genética e informática.

Fala-se hoje na Indústria 4.0 ou Quarta Revolução Industrial, caracterizada pela automação dos processos de produção e pelo avanço obtido nos ambientes digitais, com a evolução da inteligência artificial, da nano e da biotecnologia.

Confira nosso podcast: Globalização e seus efeitos

Indústria no Brasil

Considera-se o Brasil como sendo um país de industrialização tardia, uma vez que esse processo começou quando a segunda fase da Revolução Industrial já estava em curso em outras nações. A indústria brasileira cresceu por meio dos capitais derivados da economia cafeeira, expandindo-se a partir da década de 1930 como consequência da crise econômica e da necessidade de se redirecionar os investimentos para outros setores produtivos.

A Companhia Siderúrgica Nacional, inaugurada no ano de 1941, foi uma das primeiras grandes indústrias brasileiras. Outras indústrias de base surgiram nesse mesmo período, com destaque para a Vale, que, à época, chamava-se Vale do Rio Doce, e a Petrobras, fundada em 1953. A década de 1950 marcou a chegada de capitais estrangeiros e o incremento da indústria de bens de consumo, com destaque para o automóvel e os eletrodomésticos. Nesse período, a indústria nacional se concentrava na região Sudeste.

As décadas seguintes foram marcadas pela interiorização da indústria, com a construção de polos como a Zona Franca de Manaus, na década de 1970, e de redes de infraestrutura, que proporcionaram, no período seguinte, o processo conhecido como desconcentração industrial, que se consolidou na década de 1990.

O Brasil possui atualmente um parque industrial diverso, com a presença de empresas nacionais e multinacionais, com nomes como Johnson & Johnson, IBM, Nestlé, Bungue e muitas outras. O segmento industrial responde atualmente por 20,4% do PIB do país, e sua participação na produção mundial é da ordem de 2,1%. No ano de 2018, a indústria brasileira ficava na 10ª posição entre as maiores produtoras mundiais.

Indústria no mundo

A indústria mundial, até meados do século XX, concentrava-se em alguns poucos países, como:

  • Inglaterra

  • Estados Unidos

  • França

  • Alemanha

  • Japão

  • Suíça

As décadas de 1950 e 1960 representaram um intenso período de substituição das importações em países latino-americanos e a expansão do processo de industrialização para outras regiões, como é o caso da Ásia, abrangendo a China, Hong Kong, Taiwan e Coreia do Sul, além de países africanos, como a África do Sul. Trata-se do início da formação do grupo de países conhecidos como novos países industrializados, que passa a ser integrado por outras nações asiáticas nas décadas seguintes.

A indústria como um todo responde por pouco menos de um quarto do PIB mundial, chegando a 24,7% do seu valor total, de acordo com dados do Banco Mundial para 2019. A mão de obra empregada nesse setor é de aproximadamente 23,5%, conforme informações de 2014. Entre as principais companhias, estão aquelas do setor tecnológico e da informática, como a Apple, Microsoft e Samsung. Destacam-se também empresas como a Volkswagem, L’Oreal, Nestlé, Toyota, BHP e Unilever, por exemplo.

Veja também: 5 informações sobre a Quarta Revolução Industrial

Exercícios resolvidos sobre indústria

Questão 1 - (Unesp) Assinale a alternativa em que está corretamente caracterizada a industrialização brasileira, do período após a década de 1980 até os dias atuais:

A) Período de reduzida atividade industrial, dada a característica agrário-exportadora do país.

B) Constitui o período de maior crescimento industrial do país em todos os tipos de indústria, tendo como base a aliança entre o capital estatal e o capital estrangeiro.

C) Seguindo um rumo mundial, o país vem passando, nas áreas mais centrais, por uma desconcentração industrial, indicando uma reestruturação do espaço industrial brasileiro.

D) Decadência da cafeicultura e transferência do capital para a indústria, o que, associado à presença de mão de obra e mercado consumidor, vai justificar a concentração industrial no Sudeste, especificamente em São Paulo.

E) Marca o avanço do neoliberalismo no país, com sérias repercussões no setor secundário da economia, determinando, por exemplo, a privatização de quase todas as empresas estatais.

Resolução

Alternativa C. As décadas de 1980 e 1990 são caracterizadas pela desconcentração industrial e pela maior expansão da indústria no território brasileiro, o que se deveu principalmente à oferta de vantagens locacionais.

Questão 2 - (Udesc) Analise as proposições sobre os tipos de indústrias.

I. As indústrias extrativas minerais (mineração pesada de ferro, alumínio e manganês), as refinarias de petróleo (gasolina, óleo diesel, querosene) e as siderúrgicas são exemplos de indústrias de bens de produção ou de base.

II. As indústrias de autopeças (peças para automóveis, caminhões e tratores) e as indústrias mecânicas (máquinas industriais, colheitadeiras e arados mecânicos) são exemplos de indústrias de bens intermediários.

III. As indústrias de confecções (roupas) e as indústrias de cosméticos (xampus, sabonetes e cremes dentais) são exemplos de indústrias de consumo não duráveis.

IV. As indústrias automobilísticas (carros e motocicletas) e as indústrias de eletrodomésticos (fogões, geladeiras, aparelhos de som) são indústrias de bens de consumo duráveis.

Assinale a alternativa correta.

A) Somente as afirmativas II e IV são verdadeiras.

B) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras.

C) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras.

D) Somente a afirmativa III é verdadeira.

E) Todas as afirmativas são verdadeiras.

Resolução

Alternativa E. Todas as relações entre tipos e exemplos de indústrias de cada ramo estão corretas.

Por Paloma Guitarrara
Professora de Geografia

São exemplos de indústrias de bens de produção e bens de consumo não duráveis?

Indústrias de bens de consumo duráveis: de automóveis, móveis, eletrodomésticos, eletrônicos. Indústrias de bens consumo não duráveis: de alimentos, têxtil, farmacêutica, cosméticos.

Quais são exemplos de indústrias de bens de produção?

As indústrias extrativas minerais (mineração pesada de ferro, alumínio e manganês), as refinarias de petróleo (gasolina, óleo diesel, querosene) e as siderúrgicas são exemplos de indústrias de bens de produção ou de base.

O que e indústria de bens de consumo duráveis exemplos?

1 – Indústria de bens duráveis Assim, exemplos desse tipo de indústria são: automobilística, de eletroeletrônicos, eletrodomésticos e a moveleira. Algumas importantes características da indústria de bens duráveis são o uso de tecnologias avançadas – como robôs e automação – e a necessidade de mão de obra especializada.

Quais são os bens de consumo duráveis?

Os bens de consumo duráveis são aqueles que têm um ciclo de vida e uso, junto ao consumidor, durante um período razoável de tempo, não sendo consumidos ou sofrendo um desgaste imediato. Exs: automóveis, televisor, geladeira, etc...