Quem teve dengue pode doar sangue

O aumento dos casos de dengue preocupa o Hemosc (Centro de Hematologia e Hemoterapia de Santa Catarina). Em Blumenau, as doações de sangue diminuíram nos últimos dias e se a região se tornar uma área epidêmica, como já ocorreu em algumas cidades do Oeste, toda a população poderá ser impedida de doar.

Blumenau já decretou situação de emergência por causa da dengue e não descarta possibilidade de epidemia – Foto: Marcelo Martins/Secom Blumenau/ND

Segundo o Hemosc de Blumenau, na semana passada a média de doadores foi de 90 por dia, mas contou com auxílio de uma campanha após um acidente na BR-470.

Nesta semana, o número já caiu para 55. Nas duas semanas anteriores, entre 21 de março e 2 de abril, a média ficou em 72 doadores em uma semana e 65 doações nos outros sete dias. O ideal, segundo o Hemosc, é pelo menos 75 doadores por dia.

De acordo com a coordenadora de captação de doadores, Cristiane Ebel, os contatos da equipe com os possíveis doadores, há muitos relatos de pessoas com sintomas de dengue, sem contar os casos confirmados.

Em Blumenau, até agora, a Secretaria de Saúde registrou 1.617 notificações de casos de dengue. Destes, 351 testaram positivo e outros 1.220 casos  aguardam o resultado do exame.

Dengue dificulta a doação de sangue

Se a pessoa contrair a dengue há impedimentos para a doação de sangue.

São 30 dias de espera após a cura. Mas em caso de dengue hemorrágica, a situação piora. São seis meses de espera depois que o paciente estiver curado. Se receber sangue durante o tratamento, precisa aguardar ainda mais tempo, um ano após a transfusão.

Se Blumenau ou as cidades da região foram consideradas área epidêmica de dengue, a doação de sangue poderá ser suspensa para toda a população.

Doe sangue e ajude o próximo

Para doar sangue, se o doador não estiver com sintomas da dengue e se enquadrar nos demais critérios, é necessário fazer agendamento pelo site do Hemosc.

No Hemosc de Blumenau os tipos de sangue com maior necessidade, neste momento, são os de fator Rh negativo.

Hemosc de Blumenau atende mais de 40 cidades do Vale do Itajaí – Foto: Reprodução/Internet/ND

Aumento dos casos de dengue faz cair a doação de sangue no Brasil

O aumento dos casos de dengue no país acabou gerando um outro problema: a queda no número de doações de sangue.

A alta incidência de casos de dengue em Mato Grosso do Sul, deixou o estoque de plaquetas do Hemosul, em Campo Grande, em situação de alerta. Os casos mais graves da doença costumam precisar de transfusão de plaquetas, um dos componentes do sangue.

“Em situações normais, nós produzíamos cerca de 60, 70 plaquetas por dia. Com a dengue grave, a gente teve que produzir cerca de 120 plaquetas dias para atender a essa demanda. Nós tivemos que buscar a população para conseguir coletar mais sangue para atender a essa demanda inesperada”, disse Mayra Franceschi, gerente de Relações Públicas do Hemosul de Mato Grosso do Sul.

Welington Nascimento, militar do Exército, ouviu o chamado: “hoje, uma pessoa pode estar na UTI necessitando do meu sangue. Amanhã também pode ser eu”.

A epidemia de dengue também afastou os doadores da Fundação Hemominas, em Belo Horizonte. O estoque de sangue teve queda de 30%. Estão em falta principalmente os tipos negativos.

Quem teve dengue não fica impedido de doar sangue, só que a doação só pode ser feita 30 dias depois que os sintomas da doença tiverem ido embora. No caso de dengue hemorrágica, a espera para doar é um pouquinho maior: seis meses. Segundo os médicos, esse é o tempo que o organismo leva para se recuperar da queda do nível de plaquetas no sangue.

As plaquetas de uma pessoa saudável ficam entre 150 mil e 450 mil. Plaquetas abaixo de 150 mil podem indicar doenças, inclusive dengue hemorrágica. E, dependendo do caso, a transfusão de sangue pode ser necessária quando elas ficam abaixo de 20 mil. É uma medida de emergência para evitar hemorragias.

Como a maioria dos casos é de dengue clássica, beber muita água e alguns medicamentos para dores no corpo podem resolver o problema.

“Naquele dia que você acordou bem e falou: ‘nossa agora resolveu minha dengue, conta 30 dias a partir daí e pode vir doar”, fala a hematologista Priscila Rodrigues.

O Ministério da Saúde divulgou que o número de casos de dengue, até o dia 11 de maio desse ano, aumentou 432% % em relação ao mesmo período do ano passado.

A açougueira Denise Soares é a prova de que doar sangue é bom para quem precisa e para quem faz a boa ação. “É a 16ª. A gente sempre quis ajudar, a gente não sabe o dia de amanhã. Um dia pode ser eu, pode ser um parente, um amigo”.

O motoboy Ernani Ricardo, sorrisão no rosto, dá o recado: “eu aconselho todos para que venham mesmo, porque assim salva vidas. E eu espero que todos que estejam vendo e que façam a mesma coisa que nós estamos fazendo”.

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Os meses de abril e maio costumam ser os mais delicados quando se trata da dengue, pois é um período em que há um grande indíce de chuva e calor.

Nesta quarta-feira (25) foi divulgado o boletim, que contabilizou 663 casos de dengue no ano epidemiológico, que começou em agosto de 2021. Destes casos, 23 apresentaram sinais de alarme.

Adultos, na faixa etária de 15 a 29 anos e de 30 a 44 anos são os mais atingidos pela doença.

Todo o estado do Paraná está passando por uma epidemia de dengue, e já registrou 32 mortes e 171.361 casos notificados, com 67.655 confirmações.

Com os casos elevados, a doação de sangue entra em um momento delicado. Segundo informações do Hemonúcleo de Foz do Iguaçu este é um período de baixa nas doações, e a Instituição está trabalhando para reforçar a importância e buscar doadores.

O período de baixa procura se dá por vários fatores, um deles é o frio, com o tempo mais gelado as pessoas acabam desistindo de ir doar, outro ponto é a dengue, o doador precisa estar ciente do período de espera para realizar a doação de sangue.

É de grande importância realizar a doação agora quanto em qualquer outra época do ano. O Hemonúcleo oferece um ambiente confortável e preparado para receber os doadores. Além disso, fazer a doação de sangue e pensar no próximo aquece o coração.

O Hemonúcleo de Foz do Iguaçu orienta os doadores sobre os cuidados necessários para quem teve diagnóstico positivo para dengue:

  • Pessoas que tiveram dengue não hemorrágica podem doar após 30 dias ao fim dos sintomas;
  • Já quem teve dengue hemorrágica, a aptidão ocorre após seis meses da cura completa, desde que não tenha recebido transfusão.

Imagem divulgada pelo Hospital Ministro Costa Cavalcanti.

“Durante a triagem, muitos doadores têm relatado ter tido dengue, e então a pessoa se torna inapta para doar. É importante que todos saibam destes prazos, e que também, aqueles que não tiverem a doença, venham nos ajudar para suprir a demanda”.

destaca o gerente da unidade, Félix Laber.

Como posso fazer para doar sangue?

Para realizar a sua doação, é preciso ir ao Banco de Sangue com o RG. Após o cadastro é feita a verificação da pressão arterial, pulso, peso e altura.

Para proteção da sua saúde e do futuro receptor, o doador também deverá responder a um questionário. Após a verificação de dados é realizado o exame de anemia, se o doador for aprovado, fará a doação de aproximadamente 450ml (de acordo com o peso) e mais as amostras para os exames de aproximadamente 30ml.

Ao término da coleta o doador ficará algum tempo em observação, e posteriormente, receberá um lanche. A recomendação é de que ele permaneça no local por cerca de 15 minutos.

Condições para doação de sangue:– ter entre 18 e 65 anos de idade;– pesar acima de 50 kg;– ser saudável;– estar bem alimentado e ter dormido no mínimo seis horas;

– apresentar documento oficial de identidade com foto.

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