A Educação Física e a saúde sempre mantiveram uma próxima relação ao longo da história

Educação Física e Saúde para Grupos Especiais

Guia de Navegação

Direciona para o início do arquivo.

Show

Direciona para página anterior.

Direciona para próxima página.

Direciona para o sumário.

Busca por páginas ou palavras.

Ferramentas

Aciona os recursos de acessibilidade.

Direciona para ajuda com a navegação.

Direciona para a avaliação do material didático.

Ícones

Identifica videos.

Identifica atividades.

Identifica textos que ampliam o conceito destacado.

Identifica a biografia do autor.

Identifica imagens.

Identifica aúdios.

Identifica um livro sugerido para leitura.

Identifica datas.

LINKS :Sempre que uma parte do texto aparecer na cor azul, há um link que leva você para página relacionada com o assunto.

Palavra do Professor-autor

Olá, caro estudante!

Essa disciplina apresenta um estudo das abordagens históricas e teorias que relacionam o trato ao corpo, Educação Física e Saúde da evolução do corpo na História e suas relações com a Educação Física Higienista. Os Determinantes de Saúde a Saúde Pública no Brasil, Saúde Coletiva/Individual e Patologias comuns na Contemporaneidade.Políticas Públicas de Educação e Esporte voltadas para a Saúde, Atividade Física na Saúde Pública, Núcleos de Atenção a Saúde da Família (NASF), Atividades da Educação Física para Grupos Especiais.

Os registros históricos apresentam dados para que os profissionais de Educação Física se apropriem de um conhecimento específico estudado e para acompanhar melhor a disposição destas atividades por gênero, tornando a população brasileira mais ativa.

As mulheres se identificam mais com as práticas de academia, ginástica, caminhada, danças, exercícios aeróbios etc., e os homens atividades que envolvam a competitividade e a coletividade como os esportes, o futebol. Percebemos a cada dia as ruas, os parques e bosques, pessoas de ambos os sexos praticando atividades, como por exemplo, a caminhada e a corrida, isso se deve ao longo papel social que o corpo apresenta diante das sociedades.

O nosso corpo precisa estar em movimento para obter capacidades de coordenação e de qualidades físicas que o torne saudável, e a partir desse ‘‘movimento’’ o corpo realiza, promove interações cognitivas, motoras e afetivas-sociais.

A prática de atividades físicas pode ser capaz de oferecer experiências que possam provocar transformações na própria saúde individual e coletiva, e contribuir para recuperar as energias, com reflexões e diálogo com outras culturas, pessoas, lugares e áreas de conhecimento; estimulando a construção de experiências que convidem as reflexões acerca da própria sociedade, buscando a compreensão, a resistência e a transformação.

Os autores!

A Educação Física e a saúde sempre mantiveram uma próxima relação ao longo da história

Francisco Cavalcante de Alcântara é Doutor em Ciências da Educação (UNIVERSIDAD SAN LORENZO - UNISAL/2014). Mestre em Ciências da Educação (UNIVERSIDAD SAN LORENZO – UNISAL 2011); Especialista em Gestão de Instituição de Ensino Superior e Didática do Ensino Superior (FACULDADE EVOLUÇÃO - 2012). Especialista com Caráter de Residência em Saúde da Família (UVA - 2003); Especialista em Educação Física Escolar (UVA- 1996); Licenciado e Bacharelado em Educação Física (UVA - 1995). Atua no Ensino Superior, Ensino Básico, Cursos, Seminários, Palestras, Consultorias em Projetos. Educador Físico na Atenção Primária. Preceptoria do PET-Saúde. Avaliador do Programa Segundo Tempo EC-20. Formador do Programa Esporte da Escola - Ministério dos Esportes.

Ambientação

Caro estudante!

Seja bem-vindo à disciplina de Educação Física e Saúde para Grupos Especiais. Com o desenvolvimento tecnológico, e a quantidade de afazeres que temos no dia a dia, há um processo constante de estresse, surgindo algumas doenças nas pessoas, com isso buscam-se meios de liberar as tensões e toxinas acumuladas, através de atividades físicas. A partir dessa realidade há a necessidade de movimentar-se para obter aquisição de capacidades e qualidades físicas e a busca por uma melhor Saúde e Qualidade de Vida, tornando-se saudável.

A prática de atividades físicas é uma das formas de liberar as tensões. Muitas pessoas quando pensam em atividades físicas, associam a atividades exaustivas e que causam bastante desgaste físico, mas quando pensam em atividades físicas para melhorar a saúde, pensam na prevenção, promoção e manutenção da saúde e partir daí obter uma boa qualidade de vida. Nessa perspectiva a Educação Física tem que dar atenção ao corpo e saúde.

A atividade física também tem que ser focada para os grupos especiais, como por exemplo, idosos e gestantes. Esses grupos devem ser estimulados a prática de atividade física, pois melhora o condicionamento físico e previne contra certas doenças. Nesta disciplina você terá a oportunidade de aprender a importância de trabalhar com esses grupos especiais.

Bom estudo!

Trocando ideias com os autores

Agora é o momento em que você vai trocar ideias com os autores das obras indicadas.

Propomos a leitura de algumas obras.

Conhecendo e Discutindo Saúde Coletiva e Atividade Física

Os exercícios físicos na história e na arte

Guia de Estudo

Após a leitura das obras, escolha a que mais você se identificou e faça uma resenha e disponibilize na sala virtual.

A Educação Física e a saúde sempre mantiveram uma próxima relação ao longo da história

Sugerimos a leitura do livro Conhecendo e Discutindo Saúde Coletiva e Atividade Física. O autor discorre sobre as articulações entre o campo de conhecimento e prática de Educação Física e da Saúde Coletiva. Você terá a oportunidade de entender a participação da Educação Física no âmbito da Saúde Coletiva e entender conceitos do campo da atividade física a partir da leitura epidemiológica.

GONÇALVES, Aguinaldo. Conhecendo e Discutindo Saúde Coletiva e Atividade Física. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004.

A Educação Física e a saúde sempre mantiveram uma próxima relação ao longo da história

Propomos também a leitura da obra, Os exercícios físicos na história e na arte; do homem primitivo aos nossos dias, uma visão ampla e profunda de tudo o que se refere aos desportos e à educação física em suas variadas e complexas manifestações.

RAMOS, Jayr Jordão. Os exercícios físicos na história e na arte: do homem primitivo aos nossos dias. São Paulo: Ibrasa, 1983.

Problematizando

Consideramos ser de grande importância a compreensão dos objetivos e competências deste módulo de ensino refletindo sobre o processo de evolução da Educação Física, do comportamento e manifestação da prática de atividades física, como estas foram importantes nas relações que as práticas corporais tiveram na prevenção, promoção e manutenção da saúde.

Apropriar-se da especificidade deste estudo é de competência do profissional de Educação Física que está inserido em diferentes segmentos da sociedade promovendo o reconhecimento e potencialidade do movimento nas trocas de interações e aprendizagem acerca das Atividades Físicas para Grupos Especiais.

Não basta entender sobre o processo de ensino aprendizagem teórico ou técnico de alguma modalidade esportiva ou um programa de treinamento fitness, é preciso mostrar ao praticante e a sociedade que além do benefício físico e bem-estar, as atividades levam o indivíduo a uma abordagem global e a uma sensibilização sobre a manifestação de conhecimento, experiências e valores que o ato esportivo ou atividade física promove além das ações motoras.

Vamos analisar a seguinte situação: Você professor de Educação Física, como poderá trabalhar com seus estudantes a relação da Atividade Física com a Saúde?

Guia de Estudo

Baseado nessa situação reflita e comente com seus colegas. Faça uma postagem na sala virtual.

Abordagem Histórica e Teorias Relacionadas ao Corpo, Educação Física e Saúde

1

Conhecimentos

  • Conhecer a importância das atividades físicas na perspectiva de estabelecer relações com a Saúde Coletiva e Individual.
  • Habilidades

  • Relacionar os diferentes aspectos das atividades físicas e sua evolução para construção de conhecimentos promovendo uma melhoria na Saúde.
  • Atitudes

  • Refletir sobre a importância da prática de atividades físicas, cuidados e riscos.
  • Unidade 1

    A evolução do corpo na História

    O homem sempre foi extremamente ativo, desde o seu primórdio, há milhares de anos, viveu mais de 99% deste tempo como andante, período no qual viveu da caça e da agricultura. Exclusivamente há pouco mais de um século sua atividade física e estilo de vida passou a proporcionar mudanças importantes. Após o início da Revolução Industrial, fins do século XIX, o afastamento do homem do campo para as cidades decorreu a favorecer uma vida com menor atividade física, ou seja, com tendência ao sedentarismo (AZEVEDO; SHIGUNOV, 2000).

    Recentemente, o corpo humano é objeto de pesquisa de várias áreas da Ciência e da Filosofia, especialmente quando suas dimensões passaram a ter um discurso interdisciplinar. Seguramente, as transformações que o corpo passou ao longo da construção da coletividade ocidental são responsáveis por esse empenho em discuti-lo e estudá-lo com mais profundidade. Até o século XVIII, embora sob os efeitos de uma visão religiosa, o corpo foi reprimido e punido, mas a partir do século XXI, tornou-se item do Capitalismo. Percebe-se, que o processo de modificação do corpo, da Grécia Antiga até os tempos atuais, sempre incidiu por motivações políticas, econômicas e religiosas dos grupos que detinham o domínio em cada período. O corpo exerceu papéis diversos em cada sociedade. E esse fato, originou a compreensão do verdadeiro papel do corpo em cada uma dessas sociedades.

    Na Grécia Antiga, o corpo era bastante debatido, apesar de contextos como a política e a ética serem considerados mais relevantes pelos pensadores da época. Alguns filósofos como Sócrates (470 a 399 a.C.), Platão (427 a 347) e Aristóteles (384 a 322 a.C.), que residiram na sociedade grega antiga, também discutiam sobre esse tópico. Sócrates possuía uma visão global de homem, julgando como admirável tanto o corpo quanto a alma para o processo de intercâmbio do homem com o mundo, diferente de Platão, que tinha uma visão mais dicotômica, na qual o corpo servia de presídio para a alma. As ideias de Aristóteles aproximavam-se mais das ideias de Sócrates do que das de Platão, pois partia do princípio de que, as atuações humanas eram realizadas em conjunto, corpo e alma, todas num processo continuado de realização.

    As abordagens oferecidas por esses filósofos representam a base para o entendimento sobre as distintas concepções de corpo criadas ao longo da concepção da sociedade ocidental, visto que, as próprias tendem a explicar melhor e entender como o corpo adotou dimensões importantes na construção social, cultural e histórica.

    Unidade 1

    No século XIV iniciou-se na Península Itálica, a seguir expandindo-se para os demais países da Europa, o que ficou conhecido como Renascimento. Este representou para a coletividade da época não somente uma alteração econômica, mas, sobretudo, o modo das pessoas refletirem e se organizarem politicamente. O ideal de corpo passou a ter um caráter mais humanista, diferente do ideal concebido pela Igreja na Idade Média. A chegada do Renascimento apontou a transição da Idade Média para a Modernidade.

    A Modernidade caracterizou-se pelo aparecimento da Ciência Moderna e de uma nova compreensão de homem. Desse modo, as restrições religiosas que eram desempenhadas sobre o corpo na Idade Média ofereceram lugar ao desenvolvimento da racionalidade. Assim, o homem moderno passou a consistir-se em o sujeito responsável pela produção da ciência e de uma nova concepção de corpo.

    No final do século XVII, o corpo humano foi avaliado pelas Ciências Biológicas como uma máquina cheia de engrenagens. Como esse período foi marcado pelo nascimento de uma nova camada detentora do poder, “a burguesia”, esse homem moderno foi quem beneficiou o desenvolvimento das indústrias e a concretização do Capitalismo.

    Ao longo do XX, período que solidificou a Contemporaneidade, o corpo foi ganhando evidência por meio das novas tecnologias e procedimentos, especialmente através do uso dos meios de comunicação. O estilo de vida e o anseio de obter a perfeição física induziram o homem da sociedade industrial a buscar, demasiadamente, um novo padrão de beleza, satisfazendo uma vontade que não é próprio de sua natureza, mas, sim, de uma reivindicação para a sua inclusão na sociedade, onde tudo pode virar mercadoria.

    São inúmeros os questionamentos em relação à temática abordada, pois o corpo tem sofrido, ao longo do tempo, mudanças de compreensões e tentativas de alteração ou adequação a novos interesses econômicos, religiosos, científicos, políticos, etc. Fatores como a moral, os costumes, a ciência, a religião, a educação e outros, desde há muito tempo, manipulam a política de concepção do corpo. Assim, a Educação Física tornou-se um campo da ciência fundamental para buscar envolver os vários discursos que cercam o corpo, seja nas Ciências Humanas ou em outras particularidades que abordam o corpo como objeto de estudo.

    Unidade 1

    No processo de constituição da sociedade ocidental, por várias vezes, o corpo foi despedaçado e transformado em concordância com os objetivos de manipulá-lo com maior facilidade. A base da filosofia ocidental foi estabelecida a partir da Grécia Antiga, e alguns filósofos como Sócrates, Platão e Aristóteles refletiram a compreensão de corpo que permeava a sociedade grega. Sócrates acreditava que a saúde era o bem mais valioso do homem, juntamente com a beleza contida no corpo. E, através da Medicina e da Arte, organizou o conhecimento acerca da saúde humana.

    Esse filósofo amparava a ideia da livre expressão do pensamento e do treinamento do diálogo, alcançando, assim, a veracidade sobre as coisas. Autores como Carmo Junior (1996) mostram que Sócrates não afastava o corpo da alma, pois se preocupava em desenvolver a harmonia entre o intelecto e a beleza física, tanto que, além de fazer exercícios ao lado de seus discípulos, dialogava com eles sobre a melhor dieta para sustentar a boa forma. Toda a filosofia socrática demonstrava-se contra qualquer modo de pensar que apartava o corpo da alma, a filosofia da pessoa.

    Platão, talvez tenha sido o discípulo mais extraordinário e o mais influenciado pelas ideias de Sócrates. Foi um filósofo de amplo prestígio, principalmente por ter edificado a Academia de Atenas. Essa academia tinha a função de aperfeiçoar jovens influentes na vida política da sociedade grega. A Matemática, a Astronomia, a Retórica, a Ginástica e a Medicina, todas as disciplinas ensinadas por ele, dentro da academia estavam incluídas à formação de um ‘novo homem’.

    A própria educação, na Grécia Antiga, era constituída seguindo esse ponto de vista proporcionado por Platão, tanto que Moreira (2006) nos fala que a primeira matéria a ser ministrada na fase infantil era a ginástica, logo a seguir era ensinado conhecimentos incluídos à música e, posteriormente, a dança. Esse tipo de educação era comum a todas as pessoas até os 30 anos de idade. A partir desse período, somente aqueles com individualidade racional desenvolvida é que estudariam as ciências filosóficas e dialéticas, e após os 50 anos se tornariam juízes e governantes (MOREIRA, 1996).

    A dicotomia entre corpo e alma era bastante explícita na compreensão de Platão. É nesse significado que o corpo foi tido como um obstáculo para a alma. A dor e, principalmente, a morte contida no corpo esclareciam a ascendência da alma (CARVALHO & RUBIO, 2001). Aristóteles, por sua vez, concordava com a ideia de que a informação sensível era fragilizada, porém, abandonava a atribuir ao intelecto uma experiência superior. Ele acreditava que o pensar, o atuar e a movimentação dos músculos seriam ações mútuas, todas num processo contínuo de concretização. Carmo Junior (1996) menciona esse fato da seguinte forma:

    O corpo e a alma são elementos do princípio vital que alenta os homens. A alma é a configuração do corpo natural, orgânico e biológico expressado pelo logos; em resposta, há o corpo que se movimenta, sente e articula-se com o mundo, e dessa articulação nasce a lógica do ser (CARMO JUNIOR, 1996 p. 41).

    Unidade 1

    De acordo com a visão aristotélica, o corpo só obtém seu sentido se for estimado em comunhão com a alma que o anima. Portanto, um precisa do outro para interagir com o mundo. Segundo Moreira (1996), o próprio Platão, por mais dicotômico que se apresentasse, preocupava-se com a saúde e praticava ginástica a fim de alcançar a saúde perfeita.

    Na Grécia, o condicionamento físico era fundamental para algumas das principais atividades gregas, tais como: as guerras, as lutas, a ginástica e os jogos olímpicos. Segundo Santin (2003), os gregos sempre desenvolveram as ações relacionadas à estética e às práticas que fortaleciam o intelecto, como a metafísica, a política e a ética. A ginástica era empregada com o objetivo de harmonizar força e beleza para o cidadão grego. Um grande modelo são as esculturas que indicam a graciosidade do corpo forte. Por sua vez, a música e a poesia traziam a função de trabalhar o intelecto, harmonizando um desenvolvimento integral do homem grego.

    Assim, por mais que houvesse dissensões entre os principais filósofos sobre a concepção de corpo presente na sociedade, os gregos apreciavam a harmonia entre o corpo e a alma. Em outras palavras, a aparência de que o mundo inteligível era mais extraordinário surgiu no mesmo período em que os gregos começaram a cultuar o corpo, portanto, materializando a ideia de corpo em harmonia com a alma.

    Relatos históricos indicam que o corpo sexuado da Idade Média foi majoritariamente desvalorizado, as pulsões e a vontade carnal, amplamente reprimido. O culto ao corpo era avaliado como um verdadeiro pecado, e concebido, sobretudo como a vestimenta da alma; e a renúncia ao próprio corpo foi a base de confirmação do discurso da salvação da alma.

    Durante a Idade Média, o corpo foi proibido e censurado pelo dogmatismo religioso, nessa ocasião, a Igreja era detentora do saber, aconselhando, as concepções criadas sobre o mesmo. A sociedade dessa ocasião se preocupava mais com a salvação da alma do que com os cuidados que se necessitavam dar ao corpo. Nesse contexto, prevalecia a influência da Igreja segundo a compreensão teocêntrica (CARMO JUNIOR, 1996).

    A Igreja entusiasmava a sociedade no campo moral, nos relacionamentos interpessoais, na vida familiar, na forma de refletir e até mesmo de se vestir (Dantas, 2005). Em razão disso, o homem medieval, em geral, abandonava aos bens materiais e aos deleites terrenos em troca da salvação eterna de suas almas. O jejum, a abstinência e as autoflagelações eram práticas comuns, cujo alvo principal era a purificação da alma, sendo que qualquer manifestação corporal, fora dos preceitos da Igreja, era considerada pecado e degradação da alma (DANTAS, 2005).

    Unidade 1

    A influência da sociedade sobre os indivíduos começa pelo corpo. Assim, durante a Idade Média, existiu um grande desprestígio das agilidades corporais, e o corpo passou a ser aconselhado através de severas práticas religiosas. A preleção religiosa reforçava muito bem esse poder em semelhança ao corpo, ou seja, para avalizar a salvação da alma, o homem teria que seguir rigorosamente os ensinamentos da Igreja.

    Afirma Dantas (2005) que, na Idade Média, os exercícios corporais greco-romanas perderam prestígio, e a santidade cristã se tornou, cada vez mais, uma virtude, e a informação do corpo um ato pecaminoso para a sociedade cristã. Informações como o paraíso perdido, o pecado, as privações, a confissão, o sacrifício, as oferendas, as penitências eram utilizados como controle do corpo (MOREIRA, 1996). O corpo, quando analisado sob perspectiva estética, era reflexo do paganismo, ou seja, qualquer inquietação corporal que desgostasse a Igreja foi proibida, visto que tinha poder.

    Durante a Idade Média, o corpo foi alvo de repúdio e reprovação por parte da Igreja, mas a partir do século XVII, com a estabilização da Modernidade, passou a ter uma nova função social na História. Um movimento acontecido na Europa, conhecido como Renascimento, permitiu a transição do modo de analisar medieval para uma nova abordagem do homem, começar a libertação das amarras da Igreja.

    As regras que regularizavam a convivência em sociedade pouco a pouco se distinguiram daquelas ligadas à Igreja. O homem passou a cultuar a si próprio. As leis a respeito do funcionamento da sociedade atualmente eram ditadas pela razão, e questões como os sentimentos, as emoções, a sexualidade, que durante a Idade Média eram tidos como ações pecaminosas foram incorporadas.

    O florescimento científico do século XVII não foi extraordinário apenas do ponto de vista da libertação do corpo em semelhança aos interesses da Igreja, mas provocou uma maior liberdade para as atividades mercantis da burguesia, já que tais atividades eram restringidas no período Medieval. Todo esse processo favoreceu o surgimento de um novo modo de produção: o Capitalismo. Nesse sentido, a sociedade passou, então, a ser organizada de acordo com a ordem burguesa (ARANHA; MARTINS, 1996). É nesse período que surgiram as indústrias, as fábricas, agora construídas a partir da utilização da tecnologia e dos avanços científicos.

    Levando em consideração que a sociedade moderna foi distinguida e controlada pela razão, o corpo como membro social, também não fugiu desse controle. O fato de ele ser analisado pelas Ciências Biológicas no final do século XVII, como um instrumento cheio de engrenagens reflete a visão mecanicista, fundamentado na visão cartesiana (ARANHA & MARTINS, 1996). O fazer, o agir e o ato de se mover, eram ações primeiramente pensadas, esquematizadas e depois realizadas (MOREIRA, 1996).

    Unidade 1

    Deste modo, a Modernidade se configurou como a época em que prevaleceu a concorrência e o individualismo. O mundo passou a ser elucidado segundo as leis da Física, da Matemática, da Biologia, que sugeriram nas pessoas um novo modo de pensar e de se organizar socialmente. Neste período a conservação da sociedade ficou a cargo da classe burguesa, que manuseou o corpo com o intuito de gerar lucro, ampliar as indústrias e a consolidar o Capitalismo.

    Padrões de corpos na contemporaneidade

    O corpo humano passou a ter um desempenho importante dentro da sociedade contemporânea. Ao longo do século XX, recebeu evidência por meio das novas tecnologias e, especialmente, através do marketing de produtos e de modos de vida, e o desejo de obter a perfeição física exigida pelos modelos que a Contemporaneidade exige.

    Daolio (1995) afirma que o controle sobre o corpo se faz indispensável para a existência da cultura, apesar de ser alterável entre as sociedades ao longo do tempo. A sociedade atual valoriza determinado padrão corporal, mesmo assim os corpos se diferenciam uns dos outros, em consequência de símbolos e valores assentados pela sociedade. A partir do século XX, o corpo passou a ser, de fato, um produto negociado, e virou o desejo de consumo das mais diferentes camadas sociais.

    Padrões de beleza diferentes permaneceram sempre expostos nas sociedades. No século XVIII, as mulheres utilizavam corpete por baixo dos longos vestidos para afinar a cintura, mostrar o decote e os quadris, pois era uma maneira de permanecerem bonitas para os padrões exigidos na época. Estudos mostram que as diversas sociedades, ao longo da História, sempre assumiram um padrão de corpo e de beleza próprio, bem como, na Contemporaneidade, há uma explícita intenção à supervalorização da aparência, o que leva as pessoas a procurarem formas corporais consideradas ideais para que sejam aceitas e admiradas na sociedade.

    Santaella (2004) afirma que, ultimamente, a mídia é um dos meios de difusão e capitalização do culto ao corpo, consolidando tendências de comportamento. Outro fator crucial, levantado por este autor, é a indústria da beleza que, através do marketing, influencia as atitudes das pessoas, fazendo com que elas procurem esse padrão de beleza vigente a qualquer custo. Todas as inovações relacionadas ao corpo resultam do fascínio da sociedade em busca das novidades e tendências que dizem respeito à prática de atividade física, às dietas esdrúxulas, às cirurgias plásticas, ao uso de produtos e cosméticos que prometem um corpo com aparências ideais.

    Unidade 1

    A sedução narcísica também tem se materializado dentro da Contemporaneidade, a busca exagerada pela satisfação do próprio corpo, sobretudo através da aparência, faz com que as pessoas se destinem a um ideal de beleza impossível ou, até mesmo, perigoso para a própria saúde. Percebe-se que o corpo está unido ao sistema capitalista, ao comércio da beleza, propagado através das amplas mídias. Utiliza-se do corpo para aumentar o consumismo que vai de um ingênuo cosmético a opções oferecidas pela medicina estética. A mídia aproveita os corpos de homens e mulheres atraentes nos comerciais de TV e em outras mídias, comercializando uma infinidade de produtos e criando imagens padronizadas de corpos que, por conseguinte, devem ser imitados e admirados pelo grande público.

    Os padrões de corpos estabelecidos na sociedade contemporânea não são construções pessoais, mas uma obrigação do consumismo e de uma sociedade narcísica, que dissemina uma ideia padronizada de beleza. Nesse sentido, nega-se a cômoda concepção de beleza, ou seja, para ser incluído em determinado grupo ou tribo, é necessário negar suas próprias escolhas, quando isso não sucede, corre-se o risco de ser excluído.

    A capacidade de entrar em contato com os diferentes indivíduos valoriza as diferenças e a personalidade de cada ser, através de uma profunda concepção dada ao corpo. Em cada período histórico houve compreensões diferentes, passando por diversas modificações dentro da sociedade ocidental.

    O corpo, ultimamente, tornou-se uma conexão de múltiplas inquietações e investimentos. Muito se problematiza sobre sua identificação, seja nos aspectos culturais, sociais, antropológicos, psíquicos e filosóficos, por isso é um assunto de ampla relevância da cultura ocidental, e que vive continuamente em transformação. Nesse sentido, tal modificação se dá de acordo com as relações que toda sociedade estabelece, pois o corpo é o ponto de arrancada para o desenvolvimento pessoal e constitui o suporte da existência do homem. Compreende-se que o corpo expressa valores e princípios em cada coletividade. Abordar este tema constitui pensar, discutir e construir probabilidades de novas descobertas desde a Grécia até os dias atuais.

    Na evolução da humanidade, observamos a ação do corpo sobre o ambiente de forma a adequar-se as transformações do mundo. O corpo se manifesta a partir da sua obrigação ao comportamento social. Desde os tempos remotos foi admirável à compulsão do movimento, assim como a reflexão sobre o corpo para a conservação e existência da humanidade. Antes de uma forma inconsciente, o homem primitivo prestava atenção na manutenção de sua saúde e do seu corpo nos combates e aventuras enfrentadas em um ambiente precário de alimentos, água e moradia, dotados de características nômades, precisavam caminhar, agachar-se, correr, saltar, nadar, escalar, lançar etc.

    Unidade 1

    Era visível o culto ao corpo na vida dos povos primitivos, pois as qualidades físicas constituíam resistência, força, velocidade, coordenação ampla, ritmo e precisão em seus movimentos, eram importantes para garantir-lhes uma adequada caça, estadia segura e fugir de agressão de predadores. Portanto, esta área de informação faz alusão ao incremento da cultura corpórea e aparece em diferentes etapas da história da humanidade sempre adequando-se a uma necessidade social.

    O corpo é compreendido em três fases: a inicial que é a do princípio da eficácia, o corpo trabalha e contrapõe às funções orgânicas, precisa mexer-se para interagir com o meio, os conhecimentos do homem primitivo estão associados à primeira fase do corpo. A segunda fase está conectada ao princípio da propriedade que diz consideração ao íntimo vinculado ao desejo, as aflições e as limitações que o corpo padece, uma aproximação com íntimo o “eu” de cada pessoa. A terceira etapa é o princípio da identidade, que tem a ver com as analogias estereotipadas, onde cada um está inserido e com isso observamos com as trocas de experiências elucidadas pela presença e desenvolvimento da cultura corporal.

    O processo histórico da melhora do corpo alcançou à integração e passou a ser em função das qualidades físicas exigidas na Idade Média no final do século XV. O amplo apego dado às qualidades físicas examinadas nos registros dos alcunhados de cortesão, em regra, os cavaleiros que mostravam habilidade e agilidade em suas atividades ocupacionais, fazendo menção a força e agilidade. Com o decorrer do tempo já no século XVI, aparecem novas palavras para assinalar a velocidade, sem precisá-la, nem adjetivá-la, com a palavra agilidade; ou o termo leveza para designar de forma confusa a graça e a descontração, do mesmo modo, sem adjetivá-las.

    Sem dúvida é admissível, portanto, falar sobre "modelos de corpo", mas com a condição de discorrer em vários registros de modelos, com a condição de estudá-Ios em campos bem circunscritos e, principalmente, com a condição de saber suspeitar de nossa própria sensibilidade contemporânea.

    O corpo se relaciona invariavelmente dentro do processo histórico e a evolução social.Desde a Segunda Guerra Mundial a técnica da Educação Física nas escolas do Brasil tornou-se obrigatória apenas para os homens, na perspectiva de habilitar os indivíduos com qualidades físicas consideráveis para prestar serviço militar na eminência de tumultos de guerras com outras nações.

    Na década de 70, apresenta-se com uma especialidade higienista onde havia uma mínima inquietação com a saúde dos trabalhadores para que se apresentassem “saudáveis” na esperança de garantir a mão de obra qualificada e mais produtiva, refletindo no aumento e produção industrial. Na década de 90, a Educação Física tolera uma crise de identidade e obriga-se a prática da matéria nas escolas em busca de novos talentos esportivos que pudessem servir a nação sem um planejamento e aquisição de programas e políticas públicas voltadas para o pleno incremento do esporte junto à sociedade.

    Unidade 1

    Educação Física Higienista

    A concepção higienista apresenta-se fortemente nos finais do Império da primeira República (1889-1930). Uma particularidade dessa concepção é marcada pelo controle da medicina na pedagogia da Educação Física escolar que tinha uma abordagem educacional com base nos conhecimentos anátomo-fisiológicos extraídos do interior do pensamento médico higienista (SOARES, 2004). Um pensamento que motivava a concepção higienista foi o Liberalismo do inicio do século XX, o nosso país confiou na educação e particularmente na escola com “redentora da humanidade” (SOARES, 2004).

    Podemos observar que a concepção higienista já desenvolvia a noção de um corpo saudável, por meio da saúde física e mental tendo a Educação Física como promotora da saúde (SOARES, 2004). É também uma compreensão que se preocupa em erigir a Educação Física como agente de saneamento público a procura de uma “sociedade livre das doenças infecciosas e dos vícios deteriorados da saúde e do caráter do homem do povo” (GHIRALDELLE JUNIOR, 1998 p. 17).

    A intensa participação da medicina social, em sua visão higienista da Educação Física, acrescentou uma concepção de saúde voltada para o bem-estar físico, aos cuidados exagerados com a higiene do corpo, a padronização no costume de viver e conviver, levando ao isolamento do indivíduo que apresentava alguma doença à saúde coletiva (GHIRADELLE JUNIOR, 1998 p. 19).

    Dada a essa concepção, que o método educativo era proposto diretamente com programas de como as pessoas precisariam se comportar era também considerando o conhecimento desenvolvido pela medicina higienista na experiência de prevenir e eliminar as doenças. A participação do homem nesse procedimento era absorver as informações e praticá-las, ou seja, um receptor passivo (GHIRALDELLE JUNIOR, 1998).

    Várias características do higienismo estão presentes nos nossos dias por meio da Educação Física, como a cultura do culto ao corpo, que o corpo imaginado é o corpo forte, saudável livre de nenhuma contaminação. Essa representação tinha uma finalidade social e política que era produzir uma sociedade através da educação higienicista aos progressos das condições de saúde social (GHIRALDELLE JUNIOR. 1998).

    O final do século XVIII foi assinalado por profundas mudanças no velho mundo. Tudo começou com a Revolução Francesa, articulada por parte da burguesia que, insatisfeita com as mordomias gozadas pela nobreza e pelo clero, almejava por sua fatia de prestígio e poder na sociedade, baseada nos fundamentos iluministas de Liberdade, Igualdade e Fraternidade, aquele movimento social ajustou os burgueses o ambiente propício para colocarem em prática seu ensinamento e sua filosofia capitalista.

    Unidade 1

    Os exercícios físicos surgiram, no setor escolar na Europa do final do século XVIII e no início do século XIX, na configuração cultural de jogos, ginástica, dança, e quitação. Esses eram princípios de ensino típicos da sociedade burguesa, uma vez que é nesse período que se utilizavam do julgamento de corpo como força de trabalho. A Educação Física seria a adequada expressão física do trabalho da sociedade do capital.

    Para essa sociedade o exercício físico consistia em o mecanismo para a constituição de um novo homem, mais forte, mais ágil, mais empreendedor. No entanto, a eficácia de trabalho era a única “mercadoria” que arranjava para oferecer ao mercado, pois todos os bens de fabricação estavam nas mãos da burguesia.

    Dessa forma a Educação Física ensinada na escola passou a ser valorizada e notada como um importante utensílio de fortalecimento do corpo, capaz de tornar o homem capaz a contribuir com sua força de trabalho na indústria, nos exércitos e consequentemente na “prosperidade da pátria”.

    A partir de então o trabalho físico, passou a ter atenção das autoridades estatais, pelo fato de que, naquele período social o indivíduo estava arraigado de vícios, que eram decorrência da cultura Medieval que ainda se achava massificada nos operários.

    Assim a perspectiva da Educação Física Higienista vislumbrava a possibilidade e a necessidade de resolver o problema de saúde pública pela educação. A ideia central é a disseminação de padrões de conduta, forjados pelas elites dirigentes, entre todas as outras classes sociais. A Educação Física Higienista é uma concepção que se preocupa em erigir a Educação Física como agente de saneamento público, na busca de uma ‘sociedade livre’ das doenças infecciosas e dos vícios deteriorados da saúde e do caráter do homem do povo (GHIRALDELLE JUNIOR, 1998 p. 17).

    Tal conduta oferecia riscos para aquisição dos objetivos burgueses, uma vez que a força lançada pelo corpo era fonte de lucro. A Educação Física, portanto, foi item integrante da fundamentação de ideologia que assinalou o nascimento e construção de uma nova sociedade e na concretização de ideias da Revolução Industrial, ela se ocupará de um corpo analisado e, cientificamente, explicado, negando a consideração e buscando explicações visíveis para a sua realização na visão da ciência, nos arquétipos de uma nova ideologia estabelecida por Comte no final do século XVIII, o positivismo.

    No incremento dos conteúdos da Educação Física Escolar, o caráter científico dado a partir das menções das ciências biológicas tem no médico, nomeadamente o higienista, papel de destaque. Desse modo, suas informações de ordem biológica iriam nortear a função a ser desempenhada pela Educação Física na escola: ampliar a aptidão física. Isso constituía-se em fator definitivo para a consideração e respeito da Educação Física na essência do sistema educacional.

    Unidade 1

    As aulas de Educação Física, não obstante por terem cunho higienista, tinham austeros métodos militares de disciplina e hierarquia. Nos educandários, suas aulas eram ministradas por catedráticos do Exército. Este fato foi a base da constituição pedagógica de Educação Física Escolar, liderada nas normas e valores da instituição militar.

    A Educação Física como componente curricular no setor escolar, foi implantado em 1882, com o parecer de Rui Barbosa, que durante o Segundo Reinado e começo da República exerceu a função de Senador e Deputado. Tal fato veio a concretizar-se por influência da ideologia liberal que amparava a educação, especialmente a escola, seria redentora da humanidade. Por isso, coube sobre os ombros da educação e da escola a encargo de expressar através da Educação Física a obrigação de enraizar na juventude hábitos higiênicos. Assim, tem início a visão higienista, com ideais eugenistas, ou seja, a busca de avanço e aprimoramento da raça humana.

    Segundo Ghiraldelli Junior “... a Educação Física Higienista não se responsabiliza pela saúde individual das pessoas. Em verdade, ela age como protagonista num projeto de assepsia social...”. (1998-p. 17). A Educação Física Higienista é fruto do pensamento liberal. É uma compreensão forte nos anos finais do Império e no período da República Velha. Uma vez que, se preocupa em constituir a Educação Física como um agente na busca de uma coletividade livre das doenças infecciosas e dos vícios, assim, com perspectiva do higienismo, aparece a probabilidade e necessidade de resolver o problema da saúde pública pela educação.

    A Educação Física higienista que tinha como desígnio a busca de uma coletividade livre de doenças infecciosas e de vícios deteriorados de saúde do povo, em seguida a compreensão militarista que objetivava fundamentalmente a aquisição de uma juventude capaz de suportar combate, luta e guerra. Nesta situação a educação física deveria ser satisfatoriamente rígida para elevar à nação a qualidade de servidora e salvadora da pátria.

    Determinantes de Saúde

    2

    Conhecimentos

  • Conhecer a História da Saúde no Brasil, as perspectivas da prática e de atividades físicas relacionadas à Saúde.
  • Habilidades

  • Identificar as ações de Saúde Coletiva e Individual e as interfaces da atividade física com a Saúde.
  • Atitudes

  • Refletir sobre as Patologias mais comuns na contemporaneidade e como podemos preveni-las com a prática de atividades físicas.
  • Unidade 2

    Saúde Pública no Brasil

    Apesar dos progressos tecnológicos a partir da Revolução Industrial e das constantes produções de informação que tem acontecido hoje de forma interdisciplinar, ainda continua inquietante a discussão sobre saúde em tempos atuais. A saúde se encontra em colapso no que se refere à apresentação de diversas enfermidades e epidemias. Além disso, a saúde não precisa ser vista de forma minimizada somente do aspecto biológico, mas sim de forma ampliada, analisando as condições socioeconômicas, culturais, comportamentais, ecológicas e políticas de toda a população. Sendo assim, como refletir a saúde de um indivíduo, se ele não tem proteção social, acesso apropriado e de qualidade à alimentação, moradia, educação, saneamento básico, lazer e trabalho?

    A busca de novas altercações e constantes produções de informações nas diferentes áreas de forma interdisciplinar fez surgir novas concepções de Saúde e Saúde Coletiva, que se institui da crítica sistemática do universalismo do saber médico, negar os discursos fundamentalmente biológicos (monopólio da saúde) e reorganizando a saúde pública, que antes atribuía ao Estado, a responsabilidade e domínio hegemônico para a regulação da vida e da morte na sociedade (BIRMAN, 2005).

    É no descentramento dos atos do Estado sob o indivíduo e na revitalização da sua capacidade que a saúde coletiva ganha corpo. Mais designadamente, a partir dos movimentos sociais latino-americanos na segunda metade do século XIX, que constituiu um diálogo crítico, com identificação de impossibilidades e acordos com a saúde pública. A partir de 1920, as citações das Ciências Humanas começaram a serem empregadas no campo da saúde e de uma maneira cada vez mais enfática, passando a problematizar divisões como normal, anormal, patológico.

    Nesta perspectiva, a Saúde Coletiva faz referência a um campo científico como campo de prática, que produz conhecimentos de caráter interdisciplinar a respeito de saúde e operam várias disciplinas, tais como: Epidemiologia, Ciências Sociais, Administração de Saúde, Estatística, Demografia, Geografia, Genética etc. (PAIM e ALMEIDA FILHO, 1998).

    A concepção de saúde proporcionada no relatório final da VIII Conferência Nacional de Saúde acentua princípios normativos que se aproximam dos ideais revelados por Paim e Teixeira (2007) na delimitação do que seria de encargo investigativo e da prática em Saúde Coletiva. Nesta conferência ficou instituído que: "saúde é o resultado das condições de alimento, domicílio, renda, meio ambiente, trabalho, condução, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e acesso aos serviços de saúde. É, assim, antes de tudo, a consequência dos desenhos de organização social da produção, as quais podem suscitar grandes desigualdades nos níveis de vida” (MINAYO, apud PALMA, 2001).

    Unidade 2

    Portanto, a saúde passou a ser envolvida como uma multiplicidade de procedimentos biológicos, ambientais, igualitários, políticos e econômicos. O foco de análise envolve o coletivo, superando a visão individual do sujeito, no qual as diferenças são evidenciadas pelo olhar vasto da sociedade.

    Assim como a saúde, as diversidades constituem-se pela inter-relação da biologia, ambiente e procedimento no qual se dispõem, habitam e relacionam grupos sociais. As desigualdades se deparam nas múltiplas ações sociais e características dos indivíduos, assim ajustou categorizá-las em desigualdades sociais e desigualdades biológicas. Sabe-se que o ingresso às práticas de atividades físicas estão limitadas as pessoas com o poder aquisitivo alto, pois os lugares não são democratizados e não garante a entrada de toda população (WAISSMANN, 2003).

    Saúde Coletiva/Individual

    A Saúde Coletiva nasceu no final da década de 1970 com o intuito de instalar um paradigma que possibilitasse novas integrações entre as distintas instituições do campo da saúde. Ultimamente, diz respeito a um conjunto complexo de saberes e técnicas na área da saúde que envolve arranjos prestadores de assistência a saúde da população; instituições de ensino e pesquisa e além disso, organizações da sociedade civil (L’ABATE, 2003).

    Lopes (2008) lembra que foi em Cuba, na década de 80, que os dois movimentos, o da constituição dos profissionais e de reconstrução do modelo de atenção se localizaram com a atuação do médico de família na atenção primária à saúde. Nos anos 90 é que o tópico Família vai para a agenda das políticas de saúde do Brasil. O Ministério da Saúde, em 1993, debateu as experiências de atenção primária à saúde, no campo da comunidade e da família, visando uma concepção nacional de reorientação dos serviços básicos de saúde em concordância com os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS).

    A partir daí o Ministério da Saúde instituiu, em 1994, o Programa de Saúde da Família (PSF). Seu principal propósito: reorganizar a prática da atenção à saúde em novos fundamentos e substituir o modelo tradicional, levando a saúde para mais próximo da família e, com isso, melhorar a qualidade de vida dos brasileiros.

    O Programa de Saúde da Família (PSF) caracteriza-se, assim, como o contato inicial da população com o serviço de saúde do município, garantir resolutividade na sua complexidade tecnológica, garantindo referência e contra referência com os distintos níveis do sistema quando é requerida maior capacidade para decisão dos problemas identificados (VIANA, 2002).

    Unidade 2

    Segundo Carvalho (2003), a educação física deve ser colocada a prova do social. A saúde coletiva é um campo de ciência e práticas que toma como elemento as necessidades sociais de saúde com o objetivo de construir probabilidades interpretativas e explicativas dos acontecimentos relativos ao processo saúde-doença, visando dilatar significados e formas de intervenção. Considerando que a educação física é uma produção sócio-histórica da cultura corporal, e que seus conteúdos são consumidos como bens usados nos serviços para produção de saúde.

    Patologias Comuns na Contemporaneidade

    O homem sempre foi muito ativo, desde o seu primórdio, há milhares de anos, habitou mais de 99% deste tempo como nômade, período no qual viveu da caça e da agricultura. Apenas há pouco mais de um século a prática de atividade física e estilo de vida passou a descobrir mudanças importantes. Após o começo da Revolução Industrial, fins do século XIX, o afastamento do homem do campo para as cidades passou a beneficiar uma vida com menor atividade física, ou seja, com tendência ao sedentarismo (AZEVEDO; SHIGUNOV, 2000).

    A partir da década de 80, começa a alteração com a Aptidão Física Relacionada à Saúde (ApFRS), conceituada por Nahas (2001) como “a capacidade de realizar ocupações diárias com vigor”, tendo como objetos centrais a resistência cardiorrespiratória, composição corporal, flexibilidade e a força/resistência muscular localizada que abrangem os fatores morfológicos, funcional, motor, fisiológico e comportamental do ser humano que devido ao desenvolvimento, passou a ter hábitos sedentários que estão associados ao risco de adiantamento prematuro de doenças crônico-degenerativas.

    A precaução de doenças relacionadas ao sedentarismo deve ser iniciada desde a idade infantil, pois embora os sintomas provenientes das enfermidades degenerativas apesar não terem se manifestado, não significa que os jovens são imunes aos fatores de risco, que em tempo futuro, possam induzir a um estado de morbidez. No entanto, vários sintomas relacionados às doenças degenerativas apresentam período de premeditação na infância e adolescência (GILLIAM & MAcCONNIE, 1984; HOLLMANN & HETTINGER, 1983).

    Unidade 2

    Diversos estudos (Guedes & Guedes, 1992; Nahas, 2003; Serassuelo Junior; 2005) evidenciam que níveis satisfatórios de ApFRS podem beneficiar o individuo, promovendo a prevenção, manutenção e avanço da capacidade funcional do organismo, reduzindo a possibilidade do desenvolvimento de doenças crônico-degenerativas não transmissíveis (DCDNT), como as metabólicas e vasculares, que têm seu início comumente associado à falta de atividades físicas regulares.

    De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS, 1993), “compreende um estado completo de bem-estar bio-psico-social (multidimensional) e não apenas a ausência de doença e/ou enfermidade”. Sendo um direito humano constitucional, os governos têm o encargo pela saúde de seus povos, na qual será praticada mediante a aplicação de medidas sanitárias e sociais adequadas, determinando que a prevenção deva ser prioritária na conservação de um estado saudável que, sendo educável, deve principiar no âmbito escolar. A VIII Conferência Nacional de Saúde em 1986 definiu saúde como resultante das condições de educação, lazer, alimentação, moradia, renda, meio ambiente e acesso a serviços de saúde.

    Em 1978, a Declaração de Alma-Ata assegura que “todos os governos precisam formular políticas, estratégias e planos nacionais de ação, para lançar e apoiar os cuidados primários de saúde em arranjo com outros setores”. Para esse fim, será imprescindível agir com vontade política, mobilizar os recursos do país e aproveitar racionalmente os recursos disponíveis.

    De acordo com o Ministério da Saúde (BRASIL, 1990) a garantia da saúde implica garantir o acesso totalitário e igualitário dos cidadãos aos serviços de saúde, e em especial a formulação de políticas sociais e econômicas que atuem na redução dos riscos de adoecer, seus atos e serviços são instituídos para trabalhar pela promoção, proteção e recuperação da saúde.

    Na prática muitas das vezes não ocorre, pois os governos se preocupam mais com cuidados secundários - recuperação da saúde - do que com os cuidados primários ou de prevenção. Com isso, indispensável se faz que a sociedade se utilize do início da Educação para a Saúde que recomenda sua preservação e/ou manutenção (ACSM, 2007), capaz de vir a diminuir os custos do governo em saúde.

    A promoção de saúde, definida igualmente pela mudança de comportamentos e atitudes incluídos ao modo de vida dos homens, está diretamente relacionada com o procedimento educativo, diante disso, a escola, como um dos estabelecimentos básicos da sociedade, assume um papel fundamental, de intercessora no processo de desenvolvimento da saúde (CONTINI, 1998, apud FERNANDES et al, 2004).

    Danailof (2005) enfatiza que, a educação física deve desenvolver conteúdos pedagógicos arrolados à saúde, e é importante para que estudantes adquiram hábitos saudáveis na infância para que não se tornem adultos sedentários. Logo, é através da educação que podemos modificar hábitos, atitudes e valores.

    Unidade 2

    Atualmente, a proposta de ensinar para a saúde tem ganhado cada vez mais atenção, na medida em que se compreende que problemas sérios de saúde têm estreita relação com procedimentos e estilos de vida. Torna-se necessário para o individuo, analisar seus próprios comportamentos e estilo de vida e assinalar aqueles que conduzem a uma vida mais saudável. Quanto mais cedo hábitos relacionados à saúde são estabelecidos, mais se colabora para a promoção de saúde.

    É neste sentido que é preciso formar para a saúde levando em conta todos os aspectos envolvidos na concepção de hábitos e procedimentos saudáveis, através da aprendizagem cotidiana no espaço escolar (FARIAS, 1996; apud FERNANDES et al., 2004).

    Políticas Públicas de Educação e Esporte na área da Saúde

    3

    Conhecimentos

  • Conhecer as Políticas Públicas de Saúde e atividade física e perceber as influências na melhoria da saúde da população.
  • Habilidades

  • Distinguir a relação das práticas de atividades física identificando os novos paradigmas e suas contribuições no âmbito da Saúde.
  • Atitudes

  • Agir e atuar com autoridade, coerência e competência na prática de atividades físicas na perspectiva da melhoria da Saúde Coletiva e Individual em Grupos Especiais.
  • Unidade 3

    Atividade Física na Saúde Pública

    A prática da atividade física surge na Pré-história, assegurou-se na Antiguidade, não progrediu na Idade Média, firma-se na Idade Moderna e sistematiza-se no inicio da Idade Contemporânea. Na atualidade, apresenta-se mais desportiva e universaliza em seus conceitos e dirige-se para o futuro, plena de ecletismo e novos significados, adaptada pelas novas condições de vida e ambiente (RAMOS, 2002).

    Ramos (1999) afirma que a história dos exercícios físicos é escola de cultura e de educação. De forma fascinante ensina-nos a conhecer a humanidade por meio de casos, coisas e pessoas, entrosando-se nos múltiplos aspectos políticos, sociais e militares da história da civilização.

    O ideal de beleza humana para o Ocidente apareceu nos locais desportivos da Grécia, onde a técnica de exercícios físicos e as manifestações artísticas eram irmãs. Homero, na ação de noticiar feitos desportivos, pode ser considerado o primeiro comentarista desportivo do mundo. As produções de Sócrates, Platão, Aristóteles e outros filósofos asseguram o valor da Educação Física entre os gregos (RAMOS, 1997).

    Segundo Ramos (1997), não somente em Atenas e Esparta, mas toda a Grécia era um palco de práticas desportivas bastante influenciadas pela mitologia. Apesar de que os exercícios fossem realizados sob múltiplos aspectos, os mais praticados proferiam respeito à preparação dos atletas para os amplos jogos olímpicos, píticos, nemeus e ístmicos. Os Jogos Olímpicos eram os mais extraordinários e foram disputados 293 vezes durante quase 12 séculos.

    De acordo com Ramos (1997), o estudo do exercício físico dentre os romanos é dividido em três períodos. No primeiro, Monarquia, o exercício físico visava exclusivamente à preparação militar. O segundo se acentuou na predominância guerreira e da Grécia foram tiradas algumas receitas de prática higienista e desportiva. No terceiro, mantiveram-se as práticas anteriores, para passarem, pouco a pouco, o total abandono, salvo quanto aos espetáculos circenses, tão austeros e sanguinários como os combates de gladiadores. Havia também as notáveis corridas de carros e exercícios de salto sobre o touro.

    Na Idade Média, os exercícios físicos, diminuídos com a decadência romana, apesar de perderem sua importância, restavam apenas uma prática desvirtuada e debilitada. Alguns jogos ingênuos e de pelota, a caça e a pesca constituíram entretenimentos para todas as classes sociais. O futebol de antanho e o tênis tiveram suas origens na Idade Média. O culto ao corpo era um certo pecado sendo chamado por muitos autores de período das trevas (RAMOS, 1997).

    Na Idade Contemporânea quatro grandes escolas foram responsáveis por dar início e desenvolver a ginástica localizada: a alemã, a nórdica, a francesa e a inglesa. A alemã apresentou como destaque Johann Cristoph Friederick, considerado o pai da ginástica moderna. A derrota alemã para Napoleão deu predomínio a outra ginástica, a turnkunst, inventada por Friederick Jahn, cujo embasamento era a força. Foi ele quem imaginou a barra fixa, as barras paralelas e o cavalo, originando à ginástica olímpica (DAOLIO, 2001).

    Unidade 3

    A nórdica apresentou Nachtegall (1777-1847) que fundou seu Instituto de ginástica com a finalidade de formar professores de Educação Física (1808). A escola francesa teve como membro principal Francisco Amoros Y Ondeano (1770-1848) e como adepto da ginástica lenta, progressiva, pedagógica e motivadora foi G. Dêmy. Quanto à escola inglesa era baseada nos jogos e esportes defendida por Thomas Arnold.

    No Brasil Colônia (1500-1822), os índios, primeiros moradores que aqui viviam, empregavam-se das habilidades e qualidades físicas como meio eficaz natural e de sobrevivência. Os índios deram pouca ajuda a não ser os movimentos rústicos cômodos tais como nadar, correr atrás da caça, lançar, e o arco e a flecha (DAOLIO, 2001).

    As ideias indígenas incluíam as danças, cada uma com significado diferente representava homenagem ao Sol, à Lua, aos deuses da guerra e da paz, os matrimônios. Entre os jogos, compreendem-se as lutas, a peteca e a corrida de troncos.

    De acordo com Ramos (1997), nos tempos coloniais, inventada na senzala, compete chamar a atenção sobre a capoeira, uma rixa ardilosa e abarrotada de recursos, carregada de criatividade e ritmo, que procede, nos últimos tempos, contraindo vigor e sendo distinguida como luta de enormes recursos.

    Durante o Brasil - Império (1822-1890), pouco se fez em prol da Educação Física. Em 1823, Joaquim Jerônimo Serpa, dentro dos artifícios educacionais e dos elementos de higiene, lançou em Pernambuco a primeira produção especializada publicada no Brasil, titulada de "Tratado de Educação Física e Moral dos Meninos". A partir de 1851, a Lei nº. 630 incluem a ginástica nos currículos das escolas, apesar de que, quase sem aplicação prática. Nos meios militares, a efetivação física começou a ganhar terreno (RAMOS, 1997).

    Na Educação Física higienista, o assunto da saúde está em primeiro plano. Cabe à educação física higienista um papel essencial na constituição de homens e mulheres sadios, fortes, preparados para à ação. A Educação Física não se responsabiliza exclusivamente pela saúde individual das pessoas, ela atua como protagonista no procedimento de assepsia social.

    Desta forma a ginástica, o esporte, os jogos recreativos devem, antes de qualquer acontecimento, disciplinar as rotinas das pessoas no sentido de levá-las a se abduzirem de práticas capazes de provocar danos a saúde e a moral, o que comprometeria a vida coletiva. Deste modo, a perspectiva da Educação Física higienista entrevê a possibilidade de resolver o problema de saúde pública através da educação.

    Unidade 3

    Na primeira etapa do Brasil - República (1889-1930), no setor de Educação Física sistêmica pouco foi feito em todo o país. No final do século XIX, o esporte, de maneira pouco expressiva, começou a abrir os olhos e o interesse da juventude. A Associação Cristã de Moços (ACM) em 1893 estabeleceu-se no país e, destacou-se na fundação de novas atividades, estimulando, no Rio de Janeiro e São Paulo, o basquetebol, o voleibol e a ginástica calistênica (RAMOS, 1997).

    Na segunda fase do Brasil - República (1930-1964), o curso temporário de Educação Física, em 1930, passou a funcionar no espaço da Fortaleza de São João, precisamente no sítio onde Estácio de Sá lançou os fundamentos da cidade do Rio de Janeiro. Ainda em 1930, é instituído o Ministério da Educação e Saúde. Em 1931, é aprovada uma reforma educacional onde é colocada a obrigatoriedade da Educação Física nas escolas de ensino secundário. Em seguida, aparece o Departamento de Educação Física do estado de São Paulo e o curso específico em Pernambuco. No Espírito Santo são instituídos uma organização similar e um curso de Educação Física infantil (RAMOS, 1997).

    Em 1933, o Centro Militar de Educação Física é expandido e transformado na atual Escola de Educação Física do Exército. Em 13 de janeiro de 1937, incidiu a criação da divisão de Educação Física do Ministério da educação e Saúde, sendo o primeiro diretor o Major João Barbosa Leite (RAMOS, 1997).

    Segundo Ramos (1997), sentindo a carência de professores e de médicos especialistas, a divisão de Educação Física do Ministério da Educação e Cultura, com a colaboração da Escola de Educação Física do Exército, projetou e estruturou um curso de situação crítica que funcionou durante cinco meses, entre 1938 e 1939, sendo diplomados 168 professores e 78 médicos.

    Na terceira etapa do Brasil - República (1964-1979), novos atos governamentais e a ideia de numerosos órgãos deram impulsos ao equacionamento da dificuldade da Educação Física e dos desportos no país. Entre muitas das iniciativas ocorreu o uso de recursos da loteria esportiva (RAMOS, 1997).

    A partir do final dos anos 70 e princípio da década de 80 construiu-se, na Educação Física brasileira, um conjunto de compreensões pedagógicas que buscavam considerar outros motivos justificadores da presença da Educação Física na escola, que não aquele localizado no eixo paradigmático da aptidão física.

    A compreensão higienista apresenta-se fortemente nos término do império da primeira República (1889-1930). Uma característica dessa concepção é distinguida pela influência da medicina na pedagogia da Educação Física escolar que apresentava uma abordagem educativa com base nos conhecimentos anátomo-fisiológicos retirados do interior do pensamento médico higienista . Um pensamento que baseava a concepção higienista foi o Liberalismo do inicio do século XX, o nosso país confiou na educação e particularmente na escola como “redentora da humanidade” (SOARES, 2004).

    Unidade 3

    Podemos observar que a percepção higienista já desenvolvia a noção de um corpo saudável, através da saúde física e mental tendo a Educação Física como agente da saúde. É ainda uma concepção que se preocupa em edificar a Educação Física como agente de saneamento público em busca de uma “sociedade livre das enfermidades infecciosas e dos vícios arruinados da saúde e do caráter do homem do povo” (GHIRALDELLE JUNIOR. 1998 p. 17).

    A forte informação da medicina social, em sua visão higienista da Educação Física, ampliou uma concepção de saúde voltada para o bem-estar físico, aos cuidados excessivos com a higiene do corpo, a uniformização no modo de viver e conviver, levando ao afastamento do indivíduo que apresentava alguma doença a saúde coletiva (GHIRADELLE JUNIOR 1988).

    Produzida a essa concepção, que o processo educativo era proposto diretamente com ensinos de como as pessoas deveriam se comportar era também analisando o conhecimento desenvolvido pela medicina higienista no ensaio de prevenir e eliminar as doenças. A participação do homem nesse procedimento era absorver as informações e praticá-las, ou seja, um receptor passivo (GHIRALDELLE JUNIOR. 1998).

    Várias características do higienismo permanecem nos nossos dias por meio da Educação Física, como a cultura do culto ao corpo, que o corpo ideal é o corpo forte, saudável livre de qualquer contaminação. Essa reprodução tinha um objetivo social e político que era brotar uma sociedade através da educação higienicista as melhorias das condições de saúde social (GHIRALDELLE JUNIOR. 1998).

    A Educação Física militar é um método de incremento de atividades físicas dentro das corporações militares, como os austeros treinamentos físicos em preparação do cidadão para a defesa da nação. Os militares, desde cedo, são os primeiros a se dedicarem ordenadamente a prática de atividades físicas, com a inserção de algumas práticas como a natação e a esgrima nas corporações militares (ALCÂNTARA, p. 23, 2003).

    Na década de 80 a Educação Física passou por uma crise existencial à procura de propósitos desandados à sociedade. Nos esportes de alto rendimento, as transformações nas estruturas de poder deram origem aos patrocínios e as agências passaram a contratar atletas para as suas equipes. Em 1984, foi apresentado o primeiro projeto de lei tendo em vista à regulamentação da profissão (DAOLIO, 2001).

    Unidade 3

    A constituição, no artigo 196, consagrou o princípio de que “a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos, e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para a sua promoção, proteção e recuperação”.

    Para um melhor entendimento a respeito da saúde, compreende-se com os temas abordados na VIII Conferência Nacional de Saúde (BRASIL, 1986, p.4) a definição da saúde como resultante das condições de alimentação, moradia, educação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e acesso aos serviços de saúde. É a consequência das formas de disposição social da produção, as quais podem gerar grandes problemas nos níveis de vida.

    O esporte passa a ser visto nos anos 90 como um ambiente de promoção à saúde que era aberto as todas as camadas da população. E em 1º de setembro de 1998, foi assinada a Lei nº 9696 que regulamentou a profissão. A Educação Física regulamentada é de fato e de direito uma profissão que compete interceder e conduzir todo o método de atividade corporal.

    O Programa Saúde da Família (PSF) nasceu como estratégia para consolidação dos Sistemas Locais de Saúde (SILOS), sendo formada por uma equipe multidisciplinar e interdisciplinar, médicos, enfermeiros, dentistas, educadores físicos, auxiliares e agentes comunitários de saúde. Surgiu com o intuito de abordar as desigualdades, ou seja, dar mais atenção a quem precisa. Com isso esse programa promove ações de promoção, preservação e proteção a saúde.

    Compreendendo a importância do estímulo à prática adequada de atividades físicas voltadas à promoção de saúde e prevenção de doenças, o profissional de Educação Física foi integrado às equipes do Programa Saúde da Família, o qual inicia seu trabalho por um procedimento de identificação das demandas nas áreas de atuação, priorizando as áreas mais urgentes. O profissional passa a desenvolver ações específicas, sempre objetivando a redução do sedentarismo e a melhoria da qualidade de vida.

    Núcleos de Atenção a Saúde da Família (NASF)

    A resolução CNS nº 218 de 06/03/1997 (DOU, 1997, p. 8932-3) adota o Profissional de Educação Física (PEF) como profissional de nível superior na área da saúde. A partir dessa conjectura a Educação Física deve se introduzir na atenção básica e nos hospitais.

    O papel do PEF dentro do programa Saúde da Família torna-se imprescindível na perspectiva da promoção da saúde. Assim, a I Conferência Internacional de Promoção da Saúde, em Ottawa, 1986, deliberou as diretrizes fundamentais do tema, Buss (2000, p. 165) ao proporcionar esse debate no Brasil, verifica que “partindo de uma concepção ampla do processo de saúde-doença e de seus determinantes, a promoção da saúde propõe a articulação de conhecimentos técnicos e populares e a mobilização de recursos institucionais e comunitários, públicos e privados para seu enfrentamento e resolução”.

    Unidade 3

    A promoção da saúde e qualidade de vida vem melhorando de forma sustentada, isso aliado a avanços políticos, econômicos, sociais e ambientais, além de progressos na medicina, em diversos países. A expectativa de vida nos últimos 60 anos cresceu de maneira muito significativa. Entretanto, apontam também, que esses avanços são indiscutíveis tendo em vista as diferenças sociais entre os países (OPAS, 1998).

    O papel do profissional de Educação Física é essencial, pois compete a ele coordenar, planejar, programar, supervisionar, dirigir, organizar, avaliar e executar trabalhos e programas, realizar treinamentos especializados, participar de equipes multidisciplinares e interdisciplinares e elaborar informes técnicos, científicos e pedagógicos na área de atividades físicas e do desporto (BRASIL, 1998).

    Dias et al. (2007) explica que recentemente foi realizado um estudo entre os Secretários de Saúde da 5ª Regional de Saúde do Paraná sobre a obrigação da atividade física incorporada ao PSF (Programa Saúde da Família). Sua conclusão demanda que devem ser ampliadas as probabilidades da Educação Física ser unificada de uma forma mais sistematizada e abrangente na Atenção Básica, valorizando o conhecimento da área da Educação Física na construção do Sistema Único de Saúde (SUS).

    Para Mataruna dos Santos e Araújo (2003), as culturas físicas terapêuticas, percebidas como Educação Física e esportes, aplicados a causas ou indivíduos especiais, possuem inovações sobre patologias que estão sendo submetidas à verificação e tratamento. Os resultados achados são favoráveis à utilização deste tipo de tratamento, apesar disso a classe profissional, além de outras áreas do movimento, renega que o Profissional de Educação Física possa trabalhar com procedimentos de reabilitação e promoção da saúde.

    NASF é uma estratégia inovadora que tem por objetivo apoiar, ampliar, aperfeiçoar a atenção e a gestão da saúde na Atenção Básica/Saúde da Família. Seus pré-requisitos são, além do conhecimento técnico, a responsabilidade por número de equipes de SF e o desenvolvimento de capacidades relacionadas ao paradigma da Saúde da Família. Precisa estar envolvido, também, com a promoção de mudanças no modo e na atuação dos profissionais da SF e entre sua própria equipe, incluindo ações interssetoriais e interdisciplinares, promoção, prevenção, reabilitação da saúde e cura, humanização de serviços, educação permanente, promoção da integralidade e da organização territorial dos serviços de saúde.

    Unidade 3

    O NASF deve ser formado por equipes de profissionais de diferentes áreas de conhecimento, para atuarem no apoio e em parceria com os profissionais das equipes de Saúde da Família, nas práticas em saúde nos territórios sob responsabilidade da equipe. O pressuposto fundamental da proposta é o de que deve ocorrer a compreensão do que é conhecimento nuclear do especialista e do que é comum entre a equipe de SF e o referido especialista.

    Atividades da Educação Física para Grupos Especiais

    A atividade física é conduta natural do ser humano as atividades físicas mais comuns, destacam-se a caminhada, a dança, esportes e a prática de exercícios físicos, com desígnios de melhorar a qualidade de vida e o bem-estar, bem como combater as enfermidades crônicas e os fatores de riscos da população.

    As bibliografias mostram que houve uma acentuada redução das enfermidades infecto-parasitárias, predominantemente nas regiões sudeste e sul e de um aumento progressivo na morbi-mortalidade por doenças crônico-degenerativas, concebidas essencialmente pelas doenças do aparelho circulatório, doenças do coração e também pelas neoplasias. (ZAMAI, 2009).

    Marchi Netto e Bankoff (2007) salientam que o Department of Health and Human Services (DHHS), no fim do século passado, teve enormes mudanças sociais e ambientais e que tem afetado a população como um todo, tais como: o estouro demográfico urbano; o aumento da expectativa de vida da população; o maior controle de morbidade e morte por doenças infecto-contagiosas trocado por um acréscimo espantoso nos casos de doenças crônico-degenerativas; o uso exorbitante (dependência) dos recursos tecnológicos.

    As doenças crônicas degenerativas no Brasil estão compreendidas nas transformações profundas no modo de vida das pessoas, que dentre outros fatores, diminuiu de forma também significativa, o dispêndio energético da população em geral. Vale salientar que os dados alusivos à prevalência do sedentarismo no Brasil e no mundo ainda se mostram muito inconsistentes, devido o problema encontrado no delineamento de estudos sobre o tema (PITANGA, 2004; ZAMAI et al, 2008; ZAMAI, 2009).

    Em relação a estes aspectos, pode-se averiguar que os produtos tecnológicos e de informática têm ampla importância para a humanidade, entretanto é em grande parte, responsável pelo avanço da inatividade física notada nos dias de hoje. (NAHAS, 2003). Embora o autor cite a importância dos progressos tecnológicos e ao mesmo tempo aponte inadequações referentes à atividade física, avalia-se que a apreciação toma a população como se fosse homogênea, desconsiderando as diferenças de ingresso, de oportunidades e de efeitos deste avanço tecnológico nos desiguais grupos sociais.

    Outro agravante, citado por Nahas (2003), é o consumo de um alto teor de gordura e carboidratos em nossas refeições diárias agravadas por um baixo consumo de frutas e verduras. Os fatores de risco e as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) concebem hoje um importante problema de saúde pública no Brasil e no mundo, um conjunto sanitário em que se combinam as doenças ligadas à pobreza características dos países em desenvolvimento e as doenças não transmissíveis dos países mais afluentes, refletindo as contradições do nosso processo de desenvolvimento. (ZAMAI et al., 2004; ZAMAI et al., 2008, ZAMAI, 2009).

    Unidade 3

    Determinantes sociais, como: a ampliação da expectativa de vida, industrialização, urbanização e as alterações dos hábitos de vida, mostra os fatores de risco e inadequado estilo de vida, que colaboram para o aumento da prevalência e incidência desse grupo de doença (DCNT).

    O estilo de vida é culpado por 54% do risco de morte por cardiopatia, 50% pelo risco de morte por acidente vascular cerebral, 37% pelo risco de morte por câncer e no total de 51% do risco de morte de um indivíduo. Um estilo de vida sedentário pode ser um fator de risco independente para enfermidade coronariana e acidente vascular, principal causas de morte em todo mundo.

    As evidências mostram que o homem atual utiliza-se cada vez menos de seus potenciais corporais e de que o baixo nível de atividade física é fator definitivo no desenvolvimento de doenças degenerativas, sustenta-se a hipótese da obrigação de se promoverem modificações em seu estilo de vida, levando-o a incorporar a prática de atividades físicas ao seu dia a dia.

    Salve e Bankoff (2004); Zamai, (2009); Zamai e Bankoff, (2010) descrevem que a atividade física é uma dos elementos básicos para a aquisição e conservação de uma boa qualidade de vida. As práticas devem ser iniciadas nas horas de lazer, em horários de trabalho através de programas específicos. O que colabora significativamente na afirmação do equilíbrio físico e mental.

    Entende-se, assim, que o incremento do nível de atividade física institui um fator fundamental de melhoramento da saúde individual e coletiva, pois muitas pessoas morrem por doenças cardiovasculares, diabetes, câncer, doenças respiratórias e outras que são hoje em dia as principais causas de morte em países desenvolvidos e em desenvolvimento.

    Atividade Física

    A atividade física estruturada e orientada pode auxiliar atingir e manter o peso corporal adequado e colaborar positivamente na mudança de diferentes fatores de risco de doença coronariana, como perfil de lipídeos, a resistência a insulina e a hipertensão. Desta forma, colabora no controle do diabetes, colesterol alto, a hipertensão arterial e no controle do peso corporal. (ZAMAI, 2009; ZAMAI e BANKOFF, 2010).

    Ghorayeb e Barros (1999) adicionam o valor da atividade física sobre o aspecto psicológico, ela é capaz de provocar bem-estar emocional e alívio das tensões. As endorfinas têm um papel acentuado na sensação de bem-estar e o papel direto que há na afinidade direta que existe entre a concentração sérica de endorfina e a prática do exercício físico. A despeito das controvérsias existentes entre a semelhança de imunorreatividade das endorfinas, em especial da beta-endorfina, e a técnica de exercícios isotônicos, parece claro os efeitos agudos, favoráveis, do exercício físico sobre o humor das pessoas e a sensação de bem-estar.

    Unidade 3

    Allsen et al. (2001) destacam outros benefícios medidos por um programa de atividade física, dentre eles estão:

    • Aumento da resistência aeróbia na execução de tarefas específicas;
    • Melhora da capacidade funcional do sistema circulatório e respiratório;
    • Melhora da força e flexibilidade dos músculos e articulações;
    • Reduz os riscos de lesões na região lombar;
    • Desenvolve a força do sistema esquelético;
    • Controla o peso e reduz a gordura corporal;
    • Exerce ação positiva sobre os órgãos internos;
    • Retarda o processo fisiológico de envelhecimento;
    • Desenvolve as capacidades físicas;
    • Diminui o gasto energético e consequentemente a fadiga para tarefas específicas;

    • Alivia o estresse e a tensão;
    • Estimula a atividade mental e;
    • Reduz o risco de doenças crônicas não transmissíveis.

    Influência da atividade física

    A atividade física é benquista como agente preventivo e terapêutico de diversas enfermidades. No tratamento de enfermidades cardiovasculares e crônicas, a atividade física tem sido marcada como principal medida não farmacológica, assumindo aspecto benéfico e benfeitor.

    A ociosidade física e o baixo nível de condicionamento têm sido analisados como fatores de risco para a mortalidade antecipada tão terrível quanto fumo, dislipidemia, diabetes e hipertensão arterial. (POLLOCK; WILMORE, 1993). Análises epidemiológicas confirmaram que muitos indivíduos morreram exclusivamente por serem sedentários, isto fez com que a atividade física fosse vista em vários países como uma questão de saúde pública (GHORAYEB, 1999).

    Unidade 3

    Existe uma associação entre as alterações nos costumes de atividade física e o risco de mortalidade, onde indivíduos que abraçaram uma atividade física moderadamente vigorosa em comparação com aqueles que jamais participaram deste tipo de atividade, evidenciando um risco de 41% menor de morte por Doença Cardíaca Coronariana (DCC), e a ampliação no despendido total de energia superior a 1500 Kcal/semana durante as horas de lazer; trouxe uma redução de 28% no risco de mortalidade por todas as causas (ACSM, 2007).

    A melhora na saúde do indivíduo que faz exercício físico regularmente é devido à exibição repetida do organismo a uma situação que solicita uma reação mais forte do que o apropriado a sua atividade orgânica normal (VASCONCELLOS, 2001; ZAMAI et a., 2005).

    Tal estresse provocado pela prática regular de exercício físico, produz algumas agitações morfofuncionais no organismo ainda conhecidas como consequência crônica dos exercícios a fim de ajustar o indivíduo a situação ao qual está sendo submetido (GHORAYEB, 1999).

    Hernandes Junior (2002) mostra que o treinamento anaeróbio não altera expressivamente o VO2 MÁX (Consumo máximo de oxigênio), enquanto o aeróbio produz grande aumento do VO2 máx. Os exercícios aeróbios elevados diz respeito às adaptações hemodinâmicas com maior ampliação das câmaras cardíacas e eficácia do sistema de transporte de oxigênio (SANTARÉM, 1998; KRINSKI et al., 2006).

    Fundamentalmente os exercícios resistidos produzem maior hipertrofia das paredes do coração e menor acréscimo de câmaras cardíacas, comparativamente aos exercícios aeróbios. Sendo esta maior hipertrofia do miocárdio fisiológica causada pelos exercícios com pesos, não se seguindo das complicações da hipertrofia patológica determinada pela hipertensão arterial crônica. As câmaras cardíacas podem acrescentar ou não durante o treinamento resistido, mas jamais diminuem como pode ocorrer na doença hipertensiva. (SANTARÉM, 1998; KRINSKI et al., 2006).

    Segundo Silva (1999), a adoção de um estilo de vida não sedentário, referenciado na prática regular de atividade física, encerra a possibilidade de aumento da maior parte das doenças crônicas degenerativas, além de servir como componente promotor de mudanças com semelhança a fatores de risco para inúmeras outras doenças. Recomenda-se inclusive, que a técnica regular de atividade física pode ser na tentativa de influência das doenças crônicas degenerativas, o equivalente ao que a imunização simula na tentativa de controle das doenças infectocontagiosas.

    A prática de exercícios aeróbios como resistidos são essenciais para indivíduos saudáveis como para diabéticos e hipertensos, aprimorar a saúde e a qualidade de vida destes cultivando as respectivas doenças controladas. Atividade física não necessita ser rigorosa para proporcionar benefícios a sua saúde, aptidão física e bem-estar, reduz a mortalidade de todas as razões cardiovasculares assim como a coronariopatia, obesidade, hipertensão, câncer de mama e do colo do útero e diabetes tipo I e tipo II, osteoporose, sarcopenia. (ACSM).

    Coronariopatia:

    É a doença das artérias do coração chamada de coronária. Acontece em função do estreitamento das coronárias e isto diminui o sangue na musculatura cardíaca podendo provocar o infarto do miocárdio. O sintoma é uma dor no peito por falta sangue na musculatura do coração. Também conhecida como cardiopatia Isquêmica.

    Sarcopenia:

    É condição que ocasiona a perda da força e qualidade dos músculos e que tem um impacto significante na saúde.

    Unidade 3

    Entretanto, a prescrição do exercício deve ser ampliada levando-se em conta o estado de saúde do individuo, o perfil dos fatores de risco, as características comportamentais, os fins pessoais e as preferências pessoais em relação ao exercício. Um objetivo básico da prescrição do exercício consiste em levar uma mudança na conduta pessoal em relação à sua saúde de forma a incluir uma atividade física habitual. A prescrição do exercício para determinado individuo é aquela que mais subsidia a conseguir essa alteração comportamental. A arte da determinação do exercício é a coerência bem-sucedida da ciência do exercício com as técnicas comportamentais que procedem em adesão em longo prazo ao programa e na aquisição dos objetivos do individuo. (ACSM).

    Treinamento de Força

    O treinamento de força deve ser um dos elementos de um programa de aptidão física bem controlada. Cumprir pelo menos uma série de 8 a 10 exercícios que utilizam todos os principais grupos musculares. (ex. glúteos, quadríceps, isquiotibiais, peitorais, grande dorsal, deltoides e abdominais) 10 a 15 repetições. À medida que acontece um efeito do treinamento, impor uma sobrecarga no início aumentando o número de repetições séries e, a seguir, aumentando a resistência.

    O IDOSO

    De acordo com os gerontologistas, um elemento fundamental para um envelhecimento saudável é a atividade física. Em todos os grupos etários, os idosos são as pessoas mais beneficiadas pela prática da atividade física. O risco abundantemente de doenças e problemas de saúde comuns na velhice são doenças cardiovasculares, câncer, hipertensão arterial, depressão, osteoporose, fraturas ósseas e diabetes que diminuem com a atividade física regular.

    O exercício físico regular também pode diminuir a gordura corporal e aumentar a força muscular, melhorar a aptidão aeróbica. As pessoas idosas que se exercitam relatam que dormem melhor, são menos vulneráveis a doenças virais e têm uma melhor qualidade de vida do que as sedentárias.

    Um programa de treinamento com pesos auxilia as pessoas mais velhas a ganhar força muscular, estudos demonstram que nunca é tarde para aumentar a força e a massa muscular pelo treinamento com pesos e que melhoram bastante a função e a qualidade de vida. Entretanto, para sustentar a força e a massa muscular próxima dos níveis do adulto jovem é necessária a prática de exercícios de resistência para o corpo todo durante toda a vida.

    Unidade 3

    A grande maioria das pessoas mantém a força muscular até perto de 45 anos de idade. Proporcionando uma queda de aproximadamente 5 a 10 por cento por década após este período. Nos idosos, a fraqueza muscular pode enfraquecer a competência de realizar as atividades cotidianas, ocasionando a dependência de outras pessoas. A redução da força das pernas pode acrescentar o risco de lesões em razão de quedas. Estudos recentes demonstraram claramente que os idosos, mesmo aos 90 anos de idade, são capazes de adicionar massa e a força musculares em resposta ao treinamento com pesos.

    Você sabia que o problema é que muitas pessoas de meia-idade e idosas não são motivadas para realizar exercícios com pesos?

    Atividades laborais podem ser aproveitadas, mas devem ser puxadas de forma a conservar a massa e a força muscular. Uma vivência de exercícios vigorosos é necessária para manter todos os músculos do corpo em boa forma. Quanto aos programas de exercícios aeróbicos, podem ser aproveitados para adultos e para idosos, no caso dos idosos, para impedir lesões devemos progredir mais lenta e precavidamente. - David C. Nieman, Dr. pH.-Exercício e saude1999.

    A evolução percentual no VO2 max em pessoas idosas é comparável àquela relatada na população mais jovem. A falta de atividade física é mais comum no idoso que nos demais grupos etários e pode cooperar para a perda de independência na idade avançada.Os elementos particularmente importantes da prescrição do exercício incluem aptidão cardiovascular, força e flexibilidade.

    Treinamento de Resistência

    As pessoas idosas devem ser animadas a suplementar as atividades de endurance cardiorrespiratória e um estilo de vida ativa com exercícios para aumentar a força. O treinamento de resistência auxilia a preservar a força e a endurance muscular (aptidão muscular) nos indivíduos mais velhos, o que, por sua vez, previne as quedas, melhora a mobilidade e equilibra a fraqueza e fragilidade muscular. Aspectos importantes na prescrição:

    Intensidade: Realizar pelo menos uma série de 8 a 10 exercícios que utilizam todos os principais grupos musculares. (ex. glúteos, quadríceps, isquiotibiais, peitorais, grande dorsal, deltoides e abdominais) 10 a 15 repetições. À medida que ocorre um efeito do treinamento, impor uma sobrecarga no início aumentando o número de repetições e, a seguir, aumentando a resistência.

    Unidade 3

    Frequência: O treinamento de resistência deve ser realizado duas vezes por semana, com pelo menos 48 horas de repouso entre as sessões.

    Duração: As sessões não devem durar mais de 60 minutos, pois podem ter um efeito prejudicial sobre a adesão ao exercício.

    Flexibilidade

    Uma amplitude de movimento apropriada em todas as articulações do corpo é extraordinária para manter um nível aceitável de função musculoesquelética, o equilíbrio e a agilidade em adultos mais velhos. Um programa bem escalonado de alongamento pode compensar o declínio habitual na flexibilidade do idoso e aperfeiçoar o equilíbrio e a agilidade. Dicas importantes para desenvolver uma boa Flexibilidade:

    Intensidade: Os exercícios devem incorporar movimentos lentos, como por exemplo, alongamentos estáticos que sejam mantidos por 10 a 30 segundos. Devem ser feitas pelo menos uma a quatro séries para cada grupo muscular. O grau de alongamento alcançado não deve causar dor, mas apenas um ligeiro desconforto.

    Frequência: Devem ser feitos por um mínimo de 2 a 3 dias/semana e devem ser incluídos como parte integral dos exercícios.

    Duração: Não alongar uma articulação além de sua amplitude de movimento indolor. Prosseguir gradualmente com um alongamento e mantê-lo somente enquanto parece ser confortável (10 a 30 segundos).

    Mulheres Grávidas

    As mulheres em estado de gravidez representam uma clientela ímpar, por causa das preocupações de que o exercício poderá produzir consequências adversas em virtude de:

    • Disponibilidade inadequada de oxigênio ou de substrato tanto para o músculo materno quanto para o feto;
    • Angústia fetal ou anormalidades de nascença induzidas pela hipertermia;
    • Contração uterina mais intensa.

    Unidade 3

    Os estudos em humanos indicam que as mulheres saudáveis com uma gravidez sem complicações não necessitam limitar seus exercícios pelo temor de efeitos adversos. Os exercícios extenuantes podem resultar no nascimento de bebês um pouco abaixo do peso, entretanto essas divergências enquadram-se nos limites e são devidas, em parte, a uma menor quantidade de gordura do bebê. Ao se exercitarem, as mulheres grávidas necessitam estar cientes dos sinais e sintomas que tornam necessária a interrupção do exercício e a procura de aconselhamento médico.

    Contra indicações para o Exercício durante a gravidez:

    • Hipertensão induzida pela gravidez.
    • Ruptura pré-termo das membranas.
    • Trabalho de parto pré-termo durante a gravidez precedente ou atual.
    • Colo uterino incompetente.
    • Sangramento persistente do segundo para o terceiro trimestre.
    • Retardo de crescimento uterino.

    As diretrizes do Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas (ACOG) instituem diferenças entre as mulheres que se exercitam e que engravidam e aquelas que começaram a exercitar-se durante a gravidez. As diretrizes do ACOG recomendam que as mulheres que participam atualmente de um programa de exercícios regulares podem continuar seu programa de treinamento durante a gravidez, sem grandes modificações.

    Aquelas que planejam iniciar um programa de exercícios após ficarem grávidas são aconselhadas a procurar aprovação médica e a começar o exercício com atividades de baixa intensidade e com pouco ou nenhum impacto, como a caminhada e natação.

    Clique e observe o quadro onde são abordados os benefícios potenciais citados comumente de um programa bem elaborado para exercícios pré-natais.

    Recomendações do ACOG para exercício na gravidez e no pós-parto

    Durante a gravidez, as mulheres podem permanecer se exercitando e usufruir benefícios de saúde até mesmo dos hábitos de exercícios leves a moderados. As gestantes devem estar cientes da menor quantidade de oxigênio disponível para o exercício aeróbico durante a gravidez. Elas devem ser encorajadas a modificar a intensidade do exercício de acordo com os sintomas maternos e jamais devem exercitar-se até a exaustão. Sob certas circunstâncias os exercícios com sustentação do peso corporal podem ser continuados com intensidades semelhantes aquelas precedentes durante todo o transcorrer da gravidez. Os exercícios sem sustentação do peso corporal tais como ciclismo ou natação, minimizarão o risco de lesão e facilitarão a continuação do exercício durante a gravidez. Qualquer tipo de exercício que envolva a possibilidade de um trauma abdominal até mesmo ligeiro deve ser evitado.

  • Aptidão aeróbica e muscular aprimorada.
  • Menos intervenções obstétricas.
  • Facilitação da recuperação após o trabalho de parto.
  • Fase ativa mais curta do trabalho de parto e menos dor.
  • Maior bem-estar psicológico materno que pode ajudar a combater as sensações de estresse, de ansiedade e/ou depressão, experimentadas frequentemente durante a gravidez.
  • Menos aumento de peso.
  • Digestão melhorada e constipação reduzida.
  • Maior reserva de energia.
  • “Ventre pós-parto” reduzido.
  • Lombalgia reduzida durante a gravidez.
  • Estabelecimento de hábitos permanentes de um estilo de vida saudável.
  • Retorno mais rápido ao peso, à força e à flexibilidade de pré-gravidez.
  • Unidade 3

    A gravidez torna necessário um adicional de 300 kcal/dia para manter homeostasia metabólica. Assim sendo, as mulheres que se exercitam durante a gravidez devem ser particularmente cuidadosas no sentido de garantir uma dieta adequada. As mulheres grávidas que se exercitam no primeiro trimestre devem aumentar a dissipação do calor garantindo uma hidratação adequada, uma vestimenta apropriada e condições ambientais ótimas durante o exercício.

    Razões para interromper o exercício e procurar um médico:

    • Quaisquer sinais de secreção sanguinolenta proveniente da vagina.
    • Qualquer “jato” de líquido proveniente da vagina (ruptura prematura das membranas).
    • Tumefação (edema) súbita dos tornozelos, das mãos ou da face.
    • Cefaléias intensas e persistentes e/ou distúrbio visual; episódio inexplicável de tonteira ou vertigem.
    • Tumefação, dor e vermelhidão na panturrilha de uma única perna (flebite).

    • Elevação da frequência de pulso ou da pressão arterial que persiste após o exercício.
    • Fadiga excessiva, palpitações, dor torácica.
    • Contrações persistentes (>6-8/h) que podem sugerir o início de um trabalho de parto prematuro.
    • Dor abdominal inexplicável.
    • Aumento insuficiente de peso (< 1,0 kg/ mês durante os últimos dois trimestres).

    Explicando melhor com a pesquisa

    Caro estudantes, sugerimos a leitura da monografia Educação Física e Saúde: Beneficio da Atividade Física Para a Qualidade de Vida. O autor expõe sobre a importância da qualidade de vida, seus benefícios para o ser humano, a relação direta que a atividade física orientada têm na promoção da saúde e da qualidade de vida, bem como, as influências eminentes no dia a dia de cada individuo.

    Propomos a leitura do artigo A Educação Física na Educação Especial, os autores abordam o tema, com o propósito de verificar como a Educação Física foi inserida na Educação Especial.

    Após a leitura dos textos, escolha um e realize um texto argumentativo expondo seus comentários e disponibilize na sala virtual.

    Leitura Obrigatória

    A Educação Física e a saúde sempre mantiveram uma próxima relação ao longo da história

    Propomos a leitura da obra “Prescrição de exercícios para saúde e qualidade de vida”. O autor relata que atualmente os exercícios físicos são considerados de grande importância para o corpo humano, visto que é indicado para as pessoas que apresentam doenças crônicas e também para idosos e gestantes. Esta obra é indicada para os profissionais de Educação Física e da área da saúde com o intuito de mostrar os efeitos dos exercícios físicos regular na perspectiva da saúde e da qualidade de vida.

    POLITO, Marcos Doederlein. Prescrição de exercícios para saúde e qualidade de vida. São Paulo: Phorte, 2010.

    Após a leitura das obras, faça uma resenha e disponibilize na sala virtual.

    Pesquisando com a Internet

    A partir do entendimento da Educação Física para Grupos Especiais, compreendemos que a prática da Atividade Física deve ser para todas as faixas etárias e camadas da sociedade. Dessa forma, um dos âmbitos no qual o profissional de Educação Física está inserido é o da saúde. Propomos uma pesquisa baseada nas interfaces entre Educação Física, Corpo e Saúde, apontando contribuições das práticas corporais, melhoria da Saúde e da Qualidade de Vida das pessoas.

    Após a sua pesquisa faça uma reflexão sobre o assunto abordado e elabore um texto e disponibilize na sala virtual.

    Saiba Mais

    Sugerimos a leitura da resenha do livro da professora Yara Maria Carvalho O “Mito da Atividade Física e Saúde”. O livro aborda um conceito de mito, traça o perfil de corpo e mente na perspectiva cartesiana. A autora apresenta um referencial teórico que atende a perspectiva interdisciplinar, a relação da atividade física e a saúde pública.

    Após a leitura da entrevista, faça um texto expressando a sua percepção em relação ao tema e disponibilize na sala virtual.

    Vendo com os olhos de ver

    Sugerimos que assista ao vídeo Atividade Física e Saúde - Atividade Física para populações Especiais - Unidade1. Profª. Sandra Aires Ferreira, fala sobre a técnica da prescrição e integração bem sucedida da ciência do exercício com técnicas comportamentais que resultam a adesão aos programas em longo prazo e concretização de objetivos individuais.

    Propomos também que assistam ao vídeo Atividade Física e Saúde - Epidemiologia da atividade física e Saúde Pública - Unidade 2. O Prof. Silvano da Silva Coutinho trata da necessidade do estudante conhecer o processo de transição demográfica da população. O diálogo trata das mudanças ocorridas nos padrões de mortalidade e fecundidade, que acabam por afetar o tamanho e a estrutura etária de uma determinada população.

    Após assistir os vídeos faça um texto descrevendo sua opinião sobre a relação do corpo como processo de aprendizagem e a importância da diversificação da prática do professor e disponibilize na sala virtual.

    Revisando

    Nesta disciplina você pode verificar as reflexões e registros acerca da prescrição de atividades físicas para Grupos Especiais: crianças, obesos, gestantes, diabéticos e idosos.

    Compreendemos que a prescrição do exercício deve ser desenvolvida levando-se em conta o estado de saúde do individuo, o perfil dos fatores de risco, as características comportamentais, os objetivos pessoais e as preferências em relação ao exercício. Um objetivo fundamental da prescrição do exercício consiste em induzir uma mudança no comportamento pessoal em relação à sua saúde de forma a incluir uma atividade física habitual, Assim sendo, a prescrição mais apropriada do exercício para determinado individuo é aquela que mais ajuda a conseguir essa alteração comportamental. Arte da prescrição do exercício é a integração bem-sucedida da ciência do exercício com as técnicas comportamentais que resultam em adesão em longo prazo ao programa e na obtenção dos objetivos do individuo.

    É possível propor uma compreensão técnico-científica de cada um dos grupos especiais, as metodologias aplicadas para o desenvolvimento das atividades adequadas para cada um deles, o tipo de atividade, a frequência semanal, descanso entre os estímulos, aspectos relacionados a segurança do praticante, enfim, todo o processo que envolve a atividade física e os grupos especiais.

    Autoavaliação

    1. Você consegue identificar os Grupos Especiais e como desenvolver as atividades físicas adequadas para cada um deles? Cite-os.
    2. Dentro do contexto da sociedade contemporânea você percebe a organização dos Grupos Especiais em relação às práticas corporais?
    3. Sobre a contribuição da Educação Física para os Grupos Especiais, como você compreende essa proposta de intervenção?

    Bibliografia

    ALLSEN, P. E.; HARRISON, J. M.; VANCE, B. Exercício e qualidade de vida: uma abordagem personalizada. Barueri: Editora, 2001.

    ARANHA, M. L. de A.; MARTINS, M.E.P. Filosofando: introdução à filosofia. São Paulo: Moderna, 1996.

    AZEVEDO, E. S.; SHIGUNOV, V. Reflexões sobre as Abordagens Pedagógicas em Educação Física. In: Kinein - Revista de Estudos do Movimento Humano, 2000.

    BARROS NETO, Turíbio Leite de. Exercícios, saúde e desempenho físico. São Paulo: Athenea, 1997.

    BIRMAN, J. A Physis da Saúde Coletiva. Physis: Rev. Saúde Coletiva. Rio de Janeiro, v. 15, supl., p. 11-16, 2005.

    BLAIR, Steven N. Prova de esforço e prescrição de exercício /Steven N. Blair ... [et. al.] ; tradução Adaurir Bueno de Camargo ... [et. al.] . - Resource manual for guidelines for exercise testing and prescription Português ] Rio de Janeiro :REVINTER ,c1994. 431p. :il. 01 exemplar.

    BOUCHARD, Claude. Atividade Física e Obesidade. São Paulo: Manole, 2002.

    BRASIL Lei 9.696, de 1º de Setembro de 1998. LEX. Regulariza a profissão de profissional de educação física e suas atribuições, Brasília, 1998.

    ____________. Ministério da Saúde. VIII Conferência Nacional da Saúde, 1986. Brasília.

    _____________.Constituição da República Federativa do. Texto Constitucional de 05 de outubro de 1988. Brasília: Câmara dos Deputados, 1990.

    BUSS, P.M. Promoção de saúde e qualidade de vida. Ciência & Saúde Coletiva, v.5, n.1, p.163-177, 2000

    CARVALHO, Maria do Carmo Brant de. Gestão Social. Caderno. São Paulo: Capacitação Solidária, 2003.

    CARVALHO, Y;RUBIO, K. Educação física e Ciências humanas. São Paulo: Hucitec, 2001.

    COELHO, Camila Ribeiro; WECHSLER, Amanda; AMARAL, Vera Lúcia Adami Raposo do. Dizer e fazer: a prática de exercícios físicos em portadores de diabetes mellitus tipo 2. Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva. v.10, n.1, 2008.

    COSSENSA, Carlos Eduardo. CARVALHO, Nelson. Personal training para grupos especiais. Sprint 2ed. Rio de Janeiro, 1999.

    DANTAS, E. H. Pensando o corpo e o movimento. Rio de Janeiro: Shape, 2005.

    DAOLIO, J. Da cultura do corpo. Campinas: Papirus, 1995.

    DANAILOF, K. Imagens da infância: a educação e o corpo em 1930 e 1940 no Brasil. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Campinas, v. 26, n. 3, p. 7-192, maio 2005.

    DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO. Ano CXXXV - Seção 1 - Nº 83. p. 8932-8933. 05/05/1997. Imprensa Nacional. Brasília, DF, Resolução CNS Nº18 de 06/03/97.

    DINIZ, Denise Pará. SCHOR, Nestor. Guia de qualidade de vida - Séries guias de medicina ambulatorial e hospitalar. Barueri-SP: Manole, 2006.

    DUARTE, L.M. Ergometria: bases de reabilitação cardiovasculares. Rio de Janeiro: Cultura Médica, 1986.

    FERNANDES, B.M.; CERIOLI, P.; CALDART, R.S. Primeira Conferência Nacional por uma Educação Básica do Campo. In: ARROYO, M.G; CALDART, R.S.; MOLINA, M.C. Por uma educação do campo. Petrópolis: Vozes, 2004. p. 19-62.

    FONSECA, Vitor da. Educação Especial. Artes Médicas. Porto Alegre, 1987.

    FOX, Merle L. KETEYIAN, Steven J. Bases fisiológicas do exercício. Guanabara. Rio de Janeiro, 2000.

    GILLIAM, T.B. & MacCONNIE, S.E. Coronary heart disease risk in children and their physical activity patterns. In: BOILEAU, R. A. Advances in Pediatric Sport Sciences. Volume One: Biological Issues. Champaign, Illinois, Human Kinetics Publishers, p.171- 187, 1984.

    GHIRALDELLI JUNIOR, Paulo. Educação física progressista: a pedagogia crítico-social dos conteúdos e a educação física brasileira. 10a ed. São Paulo: Loyola, 1998.

    GHORAYEB, N. BARROS, T. O exercício: preparação fisiológica, avaliação médica, aspectos especiais e preventivos. São Paulo: Atheneu, 1999.

    GONÇALVES, Aguinaldo. VILARTA, Roberto. Qualidade de vida e atividade física – explorando teoria e prática. Barueri-SP: Manole, 2004.

    GONÇALVES, AGUINALDO. Conhecendo e Discutindo Saúde Coletiva e Atividade Física. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004.

    GUEDES, D. P. Exercício físico na promoção de saúde. Londrina: Midiograf, 1995.

    __________. Musculação Estética e Saúde Feminina Phorte 2005; 205-215

    ___________. Atividade física e saúde: uma proposta de promoção da saúde. Revista APEF- Londrina, v.7, n.13, p.15-22, 1992.

    HOLLMANN, W. & HETTINGER, Th. Medicina do esporte. Rio de janeiro. Manole, 1983. p.298-385.

    KATCH, Frank I.; MCARDLE, William D. Nutrição, exercício e saúde. Medsi, 1996.

    L’ABATE, S. A análise institucional e a saúde coletiva. Ciência e Saúde Coletiva. V.8(1): 265-274, Rio de Janeiro, 2003.

    LIMA V. A. Efeitos de um Programa de Exercícios Físicos no Local sobe a Flexibilidade e Percepção de Dor Musculoesquelética entre Trabalhadores de Escritório – Tese Mestrado Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. 2009; 23 – 42

    LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Fundamentos de metodologia científica. 5.ed. São Paulo: Atlas, 2003.

    MARCHI NETTO, F. L. de; BANKOFF, A. D. P. A promoção da saúde pela via da atividade física e do esporte. Revista Vita et Sanitas, Trindade, v. 1, n. 1, 2007.

    MARTINS CO, Duarte MFS. Artigo Efeitos da Ginástica Laboral em servidores da Reitoria da UFSP. Revista Brás. Ciência e Movimento. 2000; 07-13.

    MATARUNA DOS SANTOS, L. J.; ARAUJO, P. F. Educação Física Terapêutica: Um passeio pela história da Educação Física. Movimento & Percepção, Espírito Santo do Pinhal - SP, v. 01, n. 02, p. 09-44, 2003.

    MOREIRA, W. W. Século XXI: a era do corpo ativo. São Paulo: Moderna, 1996.

    NAHAS, Markus. Atividade física, saúde e qualidade de vida: conceitos e sugestões para um estilo de vida ativo /Markus Vinicius Nahas. - Londrina :Midiograf, 2001. 238p 01 exemplar.

    _____________. Atividade física, saúde e qualidade de vida. Londrina: Mediograf, 2003.

    NIELMAN, David. C. Exercícios e saúde. São Paulo: Manole, 1999.

    NEIL D. E, Ronald C. P Article Resistance Training and Type 2, Diabetes Care 2006.

    OMS. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Classificação dos transtornos mentais e de comportamento da CID-10: descrições clínicas e diretrizes diagnósticas. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993.

    OPAS/OMS. A Saúde no Brasil. Escritório de Representação no Brasil, Brasília, 1998.

    PALMA, Alexandre. Educação Física, Ciência e Saúde: Outras Perspectivas. In: Congresso Brasileiro de Ciências do Esporte, XII, Caxambu, MG. Anais. 2001.

    PAIM, J.S.; ALMEIDA FILHO, N. Saúde coletiva: uma “nova saúde pública” ou campo aberto a novos paradigmas? Revista de Saúde Pública, n. 32, p. 299-316, 1998.

    PAIM, J. S. & TEIXEIRA, C. F. Configuração institucional e gestão do Sistema Único de Saúde: problemas e desafios. Ciência & Saúde Coletiva, 12, supl.: 1.819-1.829, 2007.

    PINTO, J. P. M. de S.; JESUS, A. N. de. A Transformação da visão de corpo na sociedade ocidental. Motriz. Rio Claro: UNESP. v. 6, n.2,. Campinas: Papirus, 2006.

    PITANGA F. J. G. Epidemiologia da atividade física, exercício físico e saúde. São Paulo: Phorte, 2004.

    POLITO, Marcos Doederlein. Prescrição de exercícios para saúde e qualidade de vida. São Paulo: Phorte, 2010.

    POLLOCK, Michael. , WILMORE, Jack. H. Exercícios na saúde e na doença: avaliação e prescrição na prevenção e reabilitação. 2ª ed. Rio de Janeiro: MEDS, 1993.

    RAMOS, A. T. Atividade Física para diabéticos, gestantes, idosos e crianças. Rio de Janeiro: Sprint, 2002.

    RAMOS, JAYR JORDÃO. Os exercícios físicos na história e na arte: do homem primitivo aos nossos dias. São Paulo: Ibrasa, 1983.

    ____________. Atividade Física: diabéticos, gestantes, 3ª idade, crianças, obesos. 2ª ed. Rio de Janeiro: Ed Sprint, 1999.

    SCOTT K. H. E T. Fisiologia do Exercício Teoria e Aplicação ao Condicionamento e Desempenho. Manole 2005; 287 – 322

    SANTAELLA, L. Corpo e comunicação: sintoma da cultura. São Paulo: Paulus, 2004.

    SILVA, Osni Jacó da. Exercícios em situações especiais I: crescimento, flexibilidade, alterações posturais, asma, diabetes, terceira idade/Osni Jacó da Silva, organizador – Florianópolis:Ed. da UFSC,1997. 122p. 05 exemplares.

    _______________. Exercícios em situações especiais II :gravidez, distúrbios do colesterol e triglicerídeos, doença coronariana, doença renal crônica, AIDS /Osni Jacó da Silva, organizador. - Florianópolis: Ed. da UFSC,2000 .143p . 05 exemplares.

    SKINNER, J. S. Prova de esforço e prescrição e exercícios para casos específicos. Rio de Janeiro: Revinter, 1991.

    SOARES, Carmen. Educaçâo Física. Autores associados, 2004.

    VAGO, T. M. A Educação Física na Cultura Escola: Discutindo Caminhos para Intervenção e a Pesquisa. In: BRACHT, V. e CRISORIO, R. (Org.). A Educação Física no Brasil e na Argentina: identidade, desafios e perspectivas. Campinas: Autores Associados; Rio de Janeiro: PROSUL, 2003.

    VASCONCELOS, E. M. Redefinindo as práticas de saúde a partir da educação popular nos serviços de saúde. In: VASCONCELOS, E. M. (Org.) A saúde nas palavras e nos gestos: reflexões da rede de educação popular e saúde. São Paulo: HUCITEC, 2001. p.11-9.

    VERTINSKY, Guilherme Loureiro apud SALLES-COSTA. Gênero e prática de atividade física de lazer. Cadernos de Saúde Pública, 19 supl. 2, Rio de Janeiro, 1990.

    WAISSMANN, W. Desigualdade social e atividade física. In: BAGRICHEVSKY, M.; PALMA, A.; ESTEVÃO, A. (Orgs.). A saúde em debate na educação física. Blumenau: Edibes, 2003, p.53-78.

    WERNECK, C. L. G. e ISAYAMA, H. F. (Org.). Lazer, recreação e educação física. Belo Horizonte: Autêntica, 2003.

    ZAMAI, C.A; BANKOFF, A.D.P; RODRIGUES, A.A; SILVA, J.F. Estudo do conhecimento x incidência de fatores de risco entre escolares do ensino fundamental e médio. Revista Movimento e Percepção, v. 4, n. 5, p. 110-125, 2004.

    ___________.et al. Atividade física, saúde e doenças crônico degenerativas: avaliação do nível de conhecimento entre escolares de Campinas. Revista Movimento e Percepção, Espírito Santo de Pinhal, v. 5, n. 7, 2005

    ___________ et al. Estudo dos fatores de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis entre funcionários. Conexões, Campinas, v. 6, n. 1, p. 14-30, 2008.

    ZAMAI, C.A.; BANKOFF, A. D. P. Effects of a physical activity program on cardiac cycle events in sedentary individuals. In: 15th Annual Congress of the ECSS, 2010, Antalya, Turkey. Proceedings 15th Annual Congress of the ECSS, 2010.

    Bibliografia Web

    ASSUMPÇÃO, L. O. T. MORAIS, P. P. de FONTOURA, H. Relação entre atividade física, saúde e qualidade de vida. Notas Introdutórias.
    Disponível em: http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Ano 8 - N° 52 - Septiembre de 2002. Acesso em: 10 out 2016.

    ACSM. Aptidão Física na Infância e na Adolescência: Posicionamento Oficial Do Colégio Americano de Medicina Esportiva, 2007.
    Disponível em: http://www.acsm.org.br.htm. Acesso em: 18 set 2016.

    CARMO JUNIOR, Wilson do. Educação Física é saúde Antropológica: “O mito da atividade física à saúde”. MOTRIZ, Volume 2 , Número 1, Junho/1996.
    Disponível em: http://www.rc.unesp.br/ib/efisica/motriz/02n1/V2n1_RES10.pdf . Acesso em: 08 set 2016.

    DEVIDE, F. P. Educação Física e saúde: em busca de uma reorientação para a sua práxis. Revista da Escola de Educação Física da UFRGS - v. 3, n. 5 (1996).
    Disponível em: http://www.seer.ufrgs.br/Movimento/article/view/2232 . Acesso em: 15 set 2016.

    DIAS, J.A. ; PEREIRA, T.R.M. ; LINCOLN, P. B. ; SILVA SOBRINHO. A importância da execução de atividade física orientada: uma alternativa para o controle de doença crônica na atenção primária. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, ano 12, N° 114, novembro de 2007.
    Disponível em: http://www.efdeportes.com/efd114/a-importancia-da-execucao-de-atividade-fisica-orientada.htm . Acesso em: 11 out 2016.

    GOLDNER, Leonardo Junior. Educação Física e Saúde: Benefício da atividade física para a qualidade de vida. Monografia Vitória, 2013. Monografia de conclusão do curso de Educação Física. – Universidade Federal do Espírito Santo.
    Disponível em: http://www.cefd.ufes.br/sites/cefd.ufes.br/files/Monografia%20-%20Leonardo%20Goldner.pdf. Acesso em: 20 set 2016.

    JUNIOR, S. L. P. S. A importância da atividade física na promoção de saúde da população infanto-juvenil. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires – Ano 13 – nº 119 – Abril 2008. br Disponível em: http://www.efdeportes.com/efd119/atividade-fisica-na-promocao-de-saude.htm. Acesso em: 13 set 2016.

    KRINSKI et al. Efeitos do exercício físico em indivíduos portadores de diabetes e hipertensão arterial sistêmica. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires: Año 10, n. 93, FEB, 2006.
    Disponível em: http://www.efdeportes.com/efd93/diabetes.htm. Acesso em: 11 out 2016.

    LOPES A G. Artigo Flexibilidade em Parkinsonianos.
    Disponível em: www.flexibilidade.com.br/ Revista Digital. Visited at 20/06/10 – Londrina – Paraná ano 2008.

    SANTAREM JM. Atualização em Exercícios Resistidos: Adaptações cardiovasculares, 2006.
    Disponível em: http://www.saudetotal.com.br/exresist.htm. Acessado em: 07/010/2016.

    STRAPASSON, Aline Miranda. A Educação Física na Educação Especial. In: Revista Digital. – Buenos Aires - ano 11 nº 104 – Enero de 2007.
    Disponível em: http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/2010/artigos_teses/EDUCACAO_FISICA/artigos/EdF_Ed_Especial.pdf. Acesso em: 11 out 2016.

    Vídeos

    Atividade Física e Saúde - Atividade Física para populações Especiais - Unidade1.
    Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=RHmOXgkbR6I

    Atividade Física e Saúde - Epidemiologia da atividade física e Saúde Pública - Unidade 2.
    Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=E_o8qL-i_nA

    Créditos

    Diretor Presidente das Faculdades INTA

    • Dr. Oscar Rodrigues Júnior

    Pró-Diretor de Inovação Pedagógica

    • Prof. PHD João José Saraiva da Fonseca

    Coordenadora Pedagógica e de Avaliação

    • Profª. Sonia Henrique Pereira da Fonseca

    Professores conteudistas

    • Francisco Cavalcante de Alcântara

    Assessoria Pedagógica

    • Sonia Henrique Pereira da Fonseca

    Design Instrucional

    • Sonia Henrique Pereira da Fonseca

    Transposição Didática

      www.
    • Evaneide Dourado Martins
    • Cileya de Fátima Neves Moreira

    Revisora de Português

    • Neudiane Moreira Félix

    Revisora Crítica/ Analista de qualidade

    • Anaísa Alves de Moura

    Diagramadores

    • Fábio de Sousa Fernandes
    • Fernando Leal

    Diagramador Web

    • Luiz Henrique Barbosa Lima

    Produção Audiovisual

    Editor

    • Francisco Sidney Souza de Almeida

    Operador de Câmera

    • José Antônio Castro Braga

    Núcleo de Tecnologia da Informação Faculdades INTA

    • Desenvolvimento de Material Didático para a EAD e Objetos de Aprendizagem para Ensino Presencial

    Avalie nosso material didático

    Qual é a relação entre a saúde e a Educação Física?

    A importância da atividade física para a saúde está diretamente relacionada à melhoria da qualidade de vida, reduzindo consideravelmente os riscos de desenvolvimento de doenças cardiovasculares, diabetes, problemas relacionados a baixa imunidade, além dos transtornos de fundo emocional.

    Como foi a evolução da Educação Física ao longo da história?

    A evolução da Educação Física acontece gradativamente à evolução cultural dos povos, estando interligada aos sistemas políticos, sociais, econômicos e científicos das sociedades. Porém, é necessário ressaltar que nem todos os povos atravessavam os mesmos estágios simultaneamente.

    Como que ao longo da história a atividade física sempre esteve presente na rotina da humanidade?

    Ao longo da história a atividade física sempre esteve presente na rotina da humanidade sempre associado a um estilo de época, a caça dos homens das cavernas para a sobrevivência, os Gregos e suas práticas desportivas na busca de um corpo perfeito ou de cunho militar como o exemplo na formação das legiões romanas com ...

    Qual a importância da Educação Física na área da saúde?

    Fazer atividades físicas contribui na prevenção de doenças crônicas, controle de peso e diabetes, evita perda óssea, diminui a pressão arterial e as chances de doenças cardiovasculares, controle de colesterol e condicionamento físico.