TEM�TICAS E ENFOQUES TE�RICOS DA PSICOLOGIA PARA A EDUCA��O: UMA APROXIMA��O ENTRE TEORIA E PR�TICA PEDAG�GICA Show
Miranda, Mar�lia G. (UFG/ UCG); RESENDE, Anita Cristina A. (UFG/UCG); Silva, Luel� N. D. (UFG); Resende, Maria do Ros�rio S. (UFG); Bittar, Mona (UFG / UCG); Roure, Susie A de (UFG); RIBEIRO, N�bia F. (UFG); GEBRIN, Virginia Sales (UCG); Faria, Gina Glaydes Guimar�es de (UCG); Silva, Kellen C. P. (UFG); Oliveira, Kaithy das C. (UFG); Bastos, Rachel B. M.(UFG); Vieira, Soraya (PIBIC- CNPq). A influ�ncia da psicologia na educa��o se expressa de v�rias maneiras: desde a presen�a de seus diversos enfoques te�ricos/metodol�gicos na explica��o e na orienta��o da pr�tica educativa, como tamb�m na inspira��o de pol�ticas educacionais, de reformas curriculares e na forma��o de professores. Enfim, pode-se afirmar que a psicologia est� presente expl�cita ou implicitamente em todo aparato te�rico e pr�tico que d� sustenta��o � educa��o. Pode-se afirmar que, ao longo do s�culo XX, h� registros sucessivos da recorr�ncia � psicologia como teoria explicativa predominante na educa��o. Nos �ltimos anos, tem-se assistido a certas tend�ncias que expressam um forte predom�nio do campo psicol�gico no entendimento da a��o educativa, como � o caso da Teoria das Intelig�ncias M�ltiplas, da Psicopedagogia, do Construtivismo e suas v�rias denomina��es, s� para citar alguns mais recorrentes. Essas tend�ncias expressam as manifesta��es do psicologismo presente na educa��o contempor�nea. A aproxima��o da psicologia com a educa��o ocorre em condi��es sociais e culturais que condicionam n�o s� a educa��o mas tamb�m a pr�pria psicologia. Por isso, � imposs�vel supor uma situa��o escolar que preexista aos preceitos de uma psicologia dos processos de desenvolvimento e de aprendizagem da crian�a, da mesma forma que essa psicologia se constitui ancorada em um conjunto de princ�pios que orientam sua abordagem do objeto, seu m�todo e seus fins. Justifica-se, assim, a import�ncia de se promover essa discuss�o sobre a natureza e os fins da psicologia da educa��o na atualidade. N�o � demais repetir que a cr�tica � psicologia da educa��o n�o significa assumir a posi��o extrema de recha�o � contribui��o da psicologia sobre a educa��o. Ao contr�rio, implica sobretudo admitir a grande inger�ncia da psicologia sobre a educa��o, fazer a cr�tica dessa aproxima��o entre a psicologia e a educa��o, reconhecendo as dificuldades inerentes a uma e a outra. N�o se trata, portanto, de negar a import�ncia da psicologia para a educa��o, mas aprofundar o estudo da dif�cil rela��o a� estabelecida. E, ainda, trata-se de cuidar para que a psicologia n�o seja prescritiva com rela��o � educa��o. Mais uma vez mais vale a advert�ncia da Arendt: �... a fun��o da escola � ensinar como o mundo �, e n�o instru�-las (as crian�as) na arte de viver�. Uma das maneiras de verificar e investigar a problem�tica da rela��o psicologia e educa��o � proceder � an�lise rigorosa da produ��o da �rea sobre Psicologia da Educa��o, tipo estado da arte, particularmente, aquela advinda de programas de p�s-gradua��o em educa��o no pa�s. A pesquisa �Psicologia e educa��o: um estado da arte da produ��o discente dos Programas de P�s-Gradua��o em Educa��o�, financiada pelo CNPq, coordenada pela Prof� Mar�lia Gouvea de Miranda, vem realizando esse estudo desde 2001. Em sua primeira etapa, constituiu-se um banco de dados sobre disserta��es de mestrado que vincularam psicologia da educa��o nos programas de P�s-Gradua��o em Educa��o no Brasil, tendo sido selecionados quatro programas de P�s-Gradua��o em Educa��o, sendo tr�s da regi�o sudeste, encolhidos por serem os mais antigos, estruturados e com reconhecida produ��o na �rea (PUC/SP (Programa de Psicologia da Educa��o), UERJ, UNICAMP) e que tamb�m por possu�ssem um banco de dados dispon�vel. Foi inclu�do tamb�m o programa de Mestrado em Educa��o da UFG. A sele��o das disserta��es que passaram a compor o universo e a amostra da pesquisa foi realizada, mediante a leitura dos resumos de disserta��es produzidas nas quatro institui��es pesquisadas. Em cada programa foram selecionadas disserta��es cujos resumos indicaram claramente uma aproxima��o entre psicologia e educa��o. A partir desses resumos foram verificadas as seguintes informa��es: autor, t�tulo, ano de defesa, programa, institui��o, palavras-chave, tema principal e secund�rio, objetivos, �rea de refer�ncia, enfoque te�rico na psicologia, tipo de pesquisa e instrumento de coleta de dados. Esses dados est�o permitindo a cria��o de um banco de dados, dispon�vel na internet. Foram lidos 1665 resumos de disserta��es das institui��es selecionadas. Do total foram selecionados 748 trabalhos cujas tem�ticas ou enfoques demonstraram algum ind�cio de aproxima��o entre psicologia e a educa��o. Foram selecionados nos respectivos programas: PUC/SP (305), UNICAMP (240), UERJ (169), UFG (33). A leitura dos resumos das disserta��es revelou as limita��es j� conhecidas (Warde, 1995, Moroz e outros, 1999), relativas � utiliza��o dessa fonte de pesquisa: a grande incid�ncia de resumos mal elaborados, incompletos, e, portanto, insuficientes para que se possa identificar com clareza o tema tratado, o enfoque te�rico, os procedimentos metodol�gicos, al�m de outras informa��es importantes para a compreens�o do trabalho. Ainda, assim, entendeu-se que, para uma apreens�o global dos dados da produ��o na �rea, seria adequada sua utiliza��o para um primeiro rastreamento da �rea, desde que um estudo posterior fizesse um aprofundamento dos dados obtidos.[1] 1 � As tem�ticas predominantesDevido � grande complexidade e variedade das tem�ticas, os temas das disserta��es foram agrupados de acordo com dois crit�rios: sua maior recorr�ncia e sua especificidade. Assim, as tem�ticas mais freq�entes foram reunidas, assim como outras menos freq�entes cuja especificidade n�o permitia que fossem inclu�das em temas mais abrangentes. Os temas identificados est�o apresentados na Tabela 1:
Dos 20 temas listados para as quatro institui��es, do ponto de vista quantitativo, destacam-se sete: �educa��o especial� (14,0%): �desenvolvimento� (9,8%); �psicologia� (9,2%); �linguagem, leitura e escrita� (9,0%); �professor� (5,95); �aprendizagem� (5,3%) e �fracasso escolar� (5,1%), que podem ser descritos como se segue. Educa��o especial � este tema agrupa estudos que abordam procedimentos metodol�gicos para se ensinar o aluno especial, programas que incentivam o desenvolvimento da linguagem e da intera��o social, a inser��o do deficiente na pr�tica social da escolaridade, a identifica��o de alunos talentosos/superdotados e, especialmente, a estimula��o e o desenvolvimento da linguagem oral e escrita. Aprendizagem � estudos que abordam a aprendizagem de fra��es, conceitos, subtra��o, multiplica��o, de resolu��o de problemas e da aprendizagem dos poss�veis. Alguns com vistas a avaliar e analisar essas aprendizagens e outros analisar processos de interven��o, bem como as possibilidades de interven��o. Desenvolvimento � disserta��es que enfocam o desenvolvimento cognitivo, a sexualidade, desenvolvimento motor, desenvolvimento de processos ps�quicos, desenvolvimento deatitudes e atividades l�dicas.Professor � aborda estudos que enfocam concep��es sobre o papel do professor, caracter�sticas do professor, representa��o do professor, compet�ncias b�sicas do professor, atitudes, satisfa��o e insatisfa��o do trabalho docente e concep��es de alunos sobre o professor. Linguagem, leitura e escrita � refere-se a estudos que abordam o processo de aquisi��o da escrita, o processo de alfabetiza��o, forma��o do leitor, a rela��o sujeito e escrita, processo cognitivo da aquisi��o da escrita, o processo simb�lico e a produ��o de textos. Psicologia � estudos que referem-se a historiografia da psicologia, forma��o profissional, atua��o do psic�logo, a an�lise de conceitos de teorias psicol�gicas, como: concep��o de zona de desenvolvimento proximal, de aparelho ps�quico, entre outros e estudos sobre teorias ou te�ricos da psicologia. Fracasso escolar � estudos sobre as causas do fracasso escolar das crian�as das s�ries iniciais, especialmente de origem s�cio-econ�mica desfavorecida; enfocando fatores s�cio-culturais. Muitos desses estudos sendo realizados na pr�pria escola. Abrange, ainda, estudos sobre evas�o escolar e de representa��o sobre fracasso escolar. Os dados da Tabela I permitem constatar que h� grande dispers�o tem�tica; apesar de se ter procurado agrupar os temas, a quantidade permaneceu significativa (20). Essa dispers�o tem�tica j� foi anteriormente enfocada em outros estudos sobre a produ��o discente nos Programas de P�s-Gradua��o em Educa��o (Sonzogno, 1982; Gatti, 1983; Warde, 1993; Moroz et alii, 1999). A determina��o da tem�tica parece ser resultante da preocupa��o ou de problem�ticas particulares de alunos e, n�o, a especificidade do Programa. Essa constata��o pode indicar a aus�ncia de grupos ou de linhas de pesquisas estruturadas e consolidadas nesses programas, em determinados per�odos. As varia��es em rela��o aos temas podem ser atribu�das � exist�ncia de grupos de pesquisas j� consolidados, estruturados e fundamentados em determinadas �reas ou enfoques. Por exemplo, o �nico programa destes quatro selecionados que possui uma �rea de concentra��o em educa��o especial � o programa da UERJ, conseq�entemente essa tem�tica aparece nessa institui��o com elevada incid�ncia (42,0%). Outro caso interessante � a predomin�ncia do agrupamento tem�tico �psicologia� no Programa de P�s-Gradua��o em Psicologia da Educa��o da PUC/SP (13,4%), visto que este apresenta grupos de pesquisa consolidados em determinadas abordagens. O mesmo pode-se afirmar sobre grupos de pesquisas estruturados em te�ricos da psicologia do desenvolvimento e aquisi��o e desenvolvimento da linguagem na UNICAMP, assim, a grande incid�ncia de agrupamentos tem�ticos no item �desenvolvimento� (14,5%) e �linguagem, leitura e escrita� (11,6%). Contudo, pode-se sinalizar alguns agrupamentos tem�ticos que est�o presentes nas listas dos 7 temas mais abordados nas quatro institui��es, como: �linguagem, leitura e escrita� e �desenvolvimento�. Os temas �psicologia� e �educa��o especial� aparecem em tr�s institui��es, sendo que n�o h� nenhum trabalho sobre �psicologia� na UERJ e nenhum sobre �educa��o especial� na UFG. O que pode indicar a aus�ncia de professores ou de grupo de professores que realizam estudos e pesquisas que abordam tais campos tem�ticos. A tem�tica da "linguagem, leitura e escrita" aparece em segundo lugar na PUC/SP com (8,2%) e na UNICAMP (11,6%), em quinto na UERJ com (4,7%) e em primeiro lugar na UFG com (18,2%). Em rela��o a UERJ, pode-se destacar que essa tem�tica aparece contemplada, de modo significativo, no tema de educa��o especial, na medida em que muitas disserta��es abordam a quest�o de linguagem, bem como discuti e reflete sobre a aquisi��o e o desenvolvimento de linguagem oral e escrita em crian�as com defici�ncias. O agrupamento �desenvolvimento� localiza-se em quarto lugar na PUC/SP (7,5%), quarto lugar na UFG (9,4%), segundo lugar na UERJ (7,1%) e em primeiro lugar na UNICAMP (14,5%). O grupo tem�tico �psicologia� aparece em quarto lugar na UNICAMP (9,5%), em segundo lugar na UFG (15,5%) e em primeiro lugar na PUC/SP (13,4%). O tema da �educa��o especial� aparece em primeiro lugar na UERJ (42,0%), em s�timo na UNICAMP (5,8%) e quinto na PUC/SP (6,5%). 2 � O enfoque te�rico psicol�gico Para que fosse poss�vel identificar as abordagens te�ricas adotadas pelas disserta��es, tomou-se como par�metro as refer�ncias te�ricas adotadas no campo da psicologia, tendo como crit�rios: (1)a auto nomea��o, ou seja, a identifica��o de uma determinada teoria ou seu autor a partir da refer�ncia do pr�prio autor da disserta��o, ou (2) a identifica��o indireta mediante pressupostos ou conceitos espec�ficos apresentados. As disserta��es que n�o se enquadraram nestes crit�rios foram classificadas no item �outros�. Das 748 disserta��es, 431 n�o permitem a identifica��o dos enfoques te�ricos adotados, conforme j� constatado em estudos anteriores, como Tomanik (1992), Warde (1993), Moroz e et alii (1999). Assim, a an�lise dos recortes te�ricos adotados pautou-se em 317 trabalhos que claramente os identifica. Os enfoques te�ricos da psicologia foram classificados em: psicologia gen�tica de Jean Piaget, psicologia gen�tica de Lev S. Vygotsky, psicologia gen�tica de Henri Wallon, psican�lise, psicologia humanista, psicologia behaviorista, estudos sobre representa��o social, psicologia cognitivista, psicologia fenomenol�gica, psicometria, psicodrama, psicomotricidade, abordagens associadas e outros. Em rela��o a classifica��o adotada, se faz necess�rio esclarecer alguns itens, como: Psicologia gen�tica de Jean Piaget � trata-se de trabalhos que recorrem � teoria piagetiana como fundamenta��o te�rica. Contempla tamb�m estudos de autores que se fundamentam e se apresentam associados a Piaget, como Ferreiro e Kolberg. Neste item, encontram-se inclu�do, ainda, os estudos que se fundamentam nos pressupostos construtivistas.Os estudos abordados referem-se a aprendizagem de conceitos matem�ticos, sobre desenvolvimento da linguagem escrita, forma��o moral, autoridade e disciplina e sobre educa��o infantil. Psicologia gen�tica de L. S. Vygotsky � este recorte te�rico apresenta uma polissemia ling��stica, na medida em que aparece denominado de �abordagem s�cio-hist�rica�, �abordagem s�cio-cultural�, �interacionismo�, �s�cio-interacionismo� e �psicologia sovi�tica�. Vygotsky aparece, em muitos estudos, associado a seus colaboradores e seguidores, como Leontiev e Elkonin. Refere-se a estudos voltados para quest�es referentes ao desenvolvimento, a linguagem e a educa��o especial. Psicologia gen�tica de Wallon � estudos referentes aos pressupostos te�ricos de sua teoria do desenvolvimento. Psicomotricidade � neste item, est�o agrupados estudos que buscam investigar a psicomotricidade, em suas express�es na psicologia comportamental, exerc�cios psicomotores de Le Boulch, psicomotricidade relacional e teoria Lapierre. Psicodrama � refere-se a estudos fundamentados, especialmente teoria psicodram�tica de J.L. Moreno, com �nfase na abordagem sociodram�tica. Psicometria � est�o enquadrados, neste item, trabalhos que abordam os testes psicol�gicos, sobretudo no meio escolar. Psicologia Humanista � neste recorte te�rico est�o cadastrados trabalhos que adotam como refer�ncia te�rica, especialmente os estudos de Carl Rogers. Mas, contempla tamb�m estudos de David Aspy, Flora Roebuck, Thomas Gordon e Abrahan H. Maslow. Psican�lise � os trabalhos relacionados a esse enfoque te�rico est�o fundamentados na psican�lise de Sigmund Freud e seguidores como Lacan. Psicologia behaviorista � neste grupo te�rico, os trabalhos referem-se a an�lise comportamental e abordam, especialmente temas da aprendizagem, da linguagem e da pr�tica pedag�gica. Psicologia cognitivista � est�o enquadradas, neste item, os te�ricos que abordam a constru��o do conhecimento, discutem armazenamento, processamento e utiliza��o de informa��es. Apesar de Piaget, ser considerado como o maior representante desta psicologia, foi enquadrado no item psicologia gen�tica de Jean Piaget pela grande quantidade de trabalhos que o tomam como refer�ncia de apoio. Psicologia fenomenol�gica � neste item, encontram-se estudos que discutem a fenomenologia existencial, estrutural e a hermen�utica. Abordagens associadas � est�o colocados, neste item, trabalhos que afirmam recorrerem a mais de uma teoria psicol�gica da lista do enfoque te�rico, como por exemplo: Vygotsky e Bakhtin, Freud e Lacan, entre outros. Estudos sobre representa��o social � aborda estudos que tem como objetivo saber as representa��es, as concep��es, as percep��es, as atitudes das pessoas, de modo geral, sobre os mais diversos temas. Outros � neste item, encontram-se trabalhos que abordam teorias psicol�gicas ou te�ricos que n�o est�o relacionados na listagem de classifica��o do enfoque te�rico, e, que a quantidade de disserta��es que se fundamentam em tais referenciais n�o s�o um conjunto significativo, como psican�lise de Reich, psicologia ecol�gica, entre outros. A Tabela 2 apresenta o enfoque te�rico na psicologia e sua incid�ncia em cada uma das quatro institui��es pesquisadas e respectivas an�lise e resultado dos dados obtidos.
Pode-se observar, na Tabela 2, que os referenciais de apoio da psicologia predominantes nas disserta��es de mestrado de mestrado dos Programas de P�s-gradua��o em Educa��o de 1971 a 2000, s�o: Psicologia Gen�tica de J. Piaget, Psicologia Gen�tica de L. S. Vygotsky, abordagens associadas, estudos sobre representa��o social, outros e psicologia cognitivista. Os dados refor�am as constata��es de Warde (1993), relativas a diminui��o da incid�ncia da teoria behaviorista (4,7%) como referencial de apoio significativo nas disserta��es. Como tamb�m chama aten��o a aus�ncia de trabalhos que recorrem � psican�lise como fundamenta��o te�rica ou como objeto de estudo. Os dados permitem, ainda, constatar o crescente e elevado predom�nio das teorias do desenvolvimento e da aprendizagem, caracterizado pela alta incid�ncia da teoria de Piaget (23,3%), da teoria de Vygotsky (13,2%) e da teoria de Wallon (4,7%). � significativa a quantidade de trabalhos que se fundamentam na psicologia cognitivista. Esse fato merece destaque a medida em que se agrupa os dados obtidos pela teoria piagetiana com os da psicologia cognitivista, perfazendo um total de 28,6% de disserta��es. E, se torna mais interessante se acrescentar os dados relativos � teoria vygotskyana, alcan�ando um percentual de 41,8% de trabalhos que adotam o referencial da psicologia cognitivista. Esse dado tamb�m est� em conson�ncia com os trabalhos anteriores sobre a produ��o discente nos Programas de P�s-Gradua��o em Educa��o realizados por Warde (1993) e Moroz et alii (1999) que apontam a concentra��o acentuada de estudos sobre o desenvolvimento da intelig�ncia e da cogni��o. Confirma-se, assim, a forte influ�ncia da psicologia sobre a educa��o na contemporaneidade, tendo como referencial de apoio teorias cognitivistas, especialmente a psicologia gen�tica de Jean Piaget. Coll, Pal�cios e Marchesi (1996, p. 10), ao discutirem as rela��es hist�ricas entre a psicologia e a educa��o, referem-se ao auge crescente da Psicologia Cognitiva no campo da psicologia da educa��o, a partir dos anos setenta, e, afirmam que se verifica, pelo menos em parte, uma �identifica��o entre a psicologia da educa��o com a psicologia da instru��o, e pela conflu�ncia desta �ltima com a psicologia cognitiva�. O que expressaria uma tend�ncia da psicologia da educa��o de limitar-se ao �mbito da educa��o escolar e, conseq�entemente ao tratamento da aprendizagem das mat�rias escolares e dos fatores que incidem sobre o mesmo. Em rela��o aos dados do enfoque te�rico, pode-se destacar, ainda, a significativa incid�ncia de trabalhos que fundamentam nas �abordagens associadas�. O que refor�a, ainda mais, os dados referentes a alta incid�ncia da psicologia cognitivista, visto que os te�ricos mais citados nestes agrupamentos s�o: Piaget e Ferreiro, Vygotsky e Bakhtin, com menor incid�ncia para Freud e Lacan. Quanto ao �estudos sobre representa��o social�, enfoque predominante na UERJ (37,1%) e na PUC/SP (12,9%), os dados expressam uma grande quantidade de trabalhos que se fundamentam em estudos explorat�rios sobre a concep��o, a percep��o, a representa��o, a opini�o seja de professores, alunos, pessoas comuns ou especialistas sobre determinado assunto. Sendo interessante destacar que grande parte destes estudos n�o faz nenhuma refer�ncia a uma teoria ou te�rico da representa��o social. O que torna esse recorte te�rico problem�tico do ponto de vista do rigor te�rico e metodol�gico. Em rela��o ao enfoque te�rico nas disserta��es de mestrado por institui��o, pode-se verificar que o referencial te�rico que se faz presente nas quatro institui��es � a psicologia gen�tica de Vygotsky, sendo: PUC/SP (14,9%), UNICAMP (14,2%), UFG (5,9%) e UERJ (5,7%). Constata-se, ainda, enfoques te�ricos encontrados, em pelo menos tr�s das institui��es, sendo: � psicologia gen�tica de Piaget: PUC/SP (8,7%), UNICAMP (44,8%) e UERJ (5,7%). � estudos sobre representa��o social : PUC/SP (12,9%), UERJ (37,1%) e UFG (23,3%). � abordagens associadas : UNICAMP (11,9%), UERJ (17,2%) e UFG (58,0%). Esses dados relativos ao enfoque te�rico por institui��o tamb�m parecem indicar a aus�ncia ou a consolida��o de grupos e de linhas de pesquisas em determinadas abordagens te�ricas, como por exemplo, a grande incid�ncia de trabalhos que adotam o referencial piagetiano na UNICAMP (44,8) e a presen�a significativa da psicologia gen�tica de Wallon na PUC/SP (11,0%). Esse conjunto de dados, relativos a tem�tica e ao enfoque te�rico, expressam a incid�ncia desses aspectos na produ��o discente dos Programas de P�s-Gradua��o em Educa��o no per�odo de 1971 a 2000, bem como permitem uma apreens�o da concep��o de psicologia que vem orientando essa produ��o no per�odo estudado e apreender a natureza da rela��o psicologia e educa��o que esses trabalhos referendam. Essa tarefa � que se imp�e na an�lise do cruzamento entre temas e enfoque te�rico, que se segue. 3 � Temas e enfoques te�ricos predominantes
Os estudos piagetianos abordam prioritariamente os seguintes grupos tem�ticos: �aprendizagem� (14 disserta��es), �desenvolvimento� (12), �linguagem, leitura e escrita� (11), �forma��o moral, autoridade e disciplina� (11) e �educa��o infantil� (8). As �abordagens associadas� concentram estudos, de modo significativo, na tem�tica �lInguagem, leitura e escrita� (12 disserta��es), seguida de uma grande dispers�o dos temas subseq�entes como �psicologia� (6), �educa��o especial� (3), desenvolvimento (3) e �forma��o moral, autoridade e disciplina� (3). Dentre as disserta��es com o enfoque na psicologia de Vygotsky, os temas predominantes s�o �desenvolvimento� (9 disserta��es), �educa��o especial� (8), �linguagem, leitura e escrita� (7) e �psicologia� (5). Das disserta��es que apresentam o enfoque das �representa��es sociais�, �desenvolvimento� (5) � o tema que tem predomin�ncia, seguido de �professor� (4), �outro�(4), �educa��o especial� (3), �avalia��o�(3) e �aluno� (3). A Psicologia Cognitivista apresenta prioritariamente o tema �aprendizagem� (6), seguido de uma elevada varia��o das tem�ticas subseq�entes : �desenvolvimento� (2), �psicologia� (2), �fracasso escolar� (2) e �ensino de matem�tica� (2). O estudo tem confirmado padr�es j� descritos em estudos anteriores, qual seja de uma psicologia que aparece relacionada aos processos de aprendizagem e desenvolvimento, orientadas para as
pr�ticas pedag�gicas, fundamentando principalmente a a��o docente. S�o poucos os estudos que efetivamente produzem um campo de investiga��o, que revisitam as teorias. Ainda que n�o prevale�a a antiga f�rmula de uma ci�ncia aplicada ao campo da educa��o, verifica-se uma psicologia reiterativa das pr�ticas e das concep��es predominantes em cada momento, com forte �nfase nos processos individuais de aprendizagem. Bibliografia COLL SALVADOR, C�sar, PALACIOS, Jes�s e MARCHESI, Alvaro. Desenvolvimento psicol�gico e educa��o: Psicologia da Educa��o. Porto Alegre: Artes M�dicas, V.2, 1996. GATTI, Bernadete A. Pesquisa em educa��o: um tema em debate. Cadernos de pesquisa S�o Paulo: n. 80, p. 106-111, fev. 1992 ______ . P�s-gradua��o e pesquisa em educa��o no Brasil. Cadernos de pesquisa S�o Paulo: n. 4, p. 4, fev. 1983. MIRANDA, Mar�lia Gouvea de. A psicologia dos psic�logos e a psicologia dos educadores. Cadernos de Pesquisa. S�o Paulo, v.83, 1992, p.71-74 ______ . Trabalho, educa��o e construtivismo: a redefini��o da intelig�ncia em termos de mudan�as tecnol�gicas. Educa��o e sociedade, Campinas, n.51, 1995, p. 324-337. ______ . Psicologia e educa��o: a produ��o discente na p�s-gradua��o em educa��o no Brasil (1982-1991). Psicologia da Educa��o. S�o Paulo, n.1, nov.1995. MOROZ, Melania et alii. Psicologia da Educa��o: retratando 25 anos de produ��o de um programa de p�s-gradua��o. Psicologia da Educa��o. S�o Paulo, n. 9, 2� sem. 1999. SONZOGNO, M. C. Aspectos da produ��o cient�fica da Psicologia da Educa��o no Brasil, no per�odo de 1970-1982. S�o Paulo, PUC-SP, 1982. (tese de doutoramento) TOMANIK, E. A . Ser e n�o ser: a pesquisa em Psicologia no Brasil e a quest�o da cientificidade. Programa de Estudos P�s-graduados em Psicologia Social da PUC-SP, 1992. (tese de doutorado) WARDE, Mirian J. A produ��o discente dos programas de p�s-gradua��o em educa��o no Brasil (1982 - 1991): avalia��o e perspectivas. ANPEd, Avalia��o e perspectivas na �rea da educa��o. 1981 -1991. Porto Alegre, set., 1993, p. 51-81. _______________ . Psicologia e educa��o: a produ��o discente na p�s-gradua��o em educa��o no Brasil (1981-1991). Psicologia da Educa��o. S�o Paulo, n.1, nov. 1995.
[1] Deste modo, um estudo mais aprofundado dessas disserta��es est� sendo feito na presente etapa. Para tanto, foi selecionada uma amostra de trabalhos cuja leitura dever� ser realizada na �ntegra: aproximadamente 15% das disserta��es, obedecendo um crit�rio de estratifica��o por institui��o e per�odo. A amostra ficou assim constitu�da: PUC/SP (46 disserta��es), UNICAMP (35), UERJ (26) e UFG (4). Em seguida, haver� a an�lise e discuss�o dos dados e a reda��o do relat�rio final. <Voltar Quais os principais autores da Psicologia da Educação?Entre os teóricos mais referidos nesta área encontram-se:. Jean Piaget (1896-1980). Lev Semenovich Vygotsky (1896-1934). Henri Wallon (1879-1962). Carl Rogers (1902-1987). Burrhus Frederic Skinner (1904-1990). Abraham Maslow (1908-1970). Jerome Bruner (1915). Albert Bandura (1925). Quais são as principais teorias da Psicologia da Educação?Dentre elas, destacaremos o Comportamentalismo de Skinner, a Psicologia Humanista e Fenomenológica de Rogers, o Construtivis- mo e a Teoria sociocultural de Piaget e Vygotsky e a Psicanálise de Sigmund Freud, procurando pensar e analisar criticamente suas contribuições para a educação.
Quais foram os pioneiros da Psicologia da Educação?O campo da psicologia educacional surgiu a partir de três grandes estudiosos e pioneiros da psicologia no final do século IX. São eles: Willian James, John Dewey e Edward Lee Thorndike.
Quais são os principais teóricos da psicologia?A Psicologia é formada por diferentes teorias e abordagens.. Sigmund Freud (1856 - 1939) ... . Jean Piaget (1896 - 1980) ... . Abraham Maslow (1908 - 1970) ... . Carl Jung (1875 - 1961). |