Como era chamado o regime político de Esparta e Atenas naquela época?

Mestrado em História (UDESC, 2012)
Graduação em História (UDESC, 2009)

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A Grécia Antiga era composta por cidades-estado, o que significa que cada uma delas organizava-se de uma maneira. Enquanto Atenas iniciou uma democracia direta, outras cidades viviam diferentes processos, como Esparta, que teve sua origem com a chegada dos Dórios à Península do Peloponeso. Os descendentes dos dórios que naquela região se fixaram foram chamados de esparciatas e exerciam rigorosas atividades militares.

Por causa disso os espartanos tinham uma rígida educação e eram preparados desde a infância para o serviço militar. Aos sete anos de idade os meninos eram encaminhados ao treinamento militar, onde recebiam instruções rígidas e deveriam suportar dores e chegar aos limites do corpo. Os que por ventura não resistissem eram considerados mais fracos e socialmente rebaixados.

A organização da sociedade espartana se dava por grupos que exerciam determinadas funções. Como as regras eram bastante rígidas, os lugares sociais também não se alteravam com facilidade. Esparta era, portanto, uma cidade de profunda divisão social, visível na concentração dos poderes políticos e na própria forma de se tomar decisões.

Quando chegaram na região os dórios dominaram a população local e transformaram em servos. Estes antigos habitantes, em regime de servidão na sociedade espartana, eram chamados de hilotas e eram responsáveis pelo cultivo da terra e pela produção de alimentos. Eles não tinham nenhum direito político e trabalhavam para sustentar toda a sociedade.

Já os habitantes das localidades no entorno de Esparta, também pertencentes à sociedade espartana, eram chamados periecos. Este grupo era composto por homens livres, que portanto não trabalhavam sob regime de servidão, e que tinham por tarefas executar atividades de agricultura, artesanais e até mesmo comerciais. Porém, em um ponto aproximavam-se dos hilotas: eles também não tinham direitos políticos.

Apenas um grupo detinha os poderes poíticos: os próprios esparciatas. Entretanto, mesmo dentro deste seleto grupo havia hierarquia. Todos eles exerciam poderes políticos mas somente os membros de algumas famílias consideradas mais importantes é que podiam ser escolhidos como representantes nas funções de comando da sociedade. Por isso entende-se que o poder político na sociedade espartana se dava por meio de um regime oligárquico. De maneira geral, uma oligarquia é uma palavra que indica que há uma elite que detém o poder de uma determinada sociedade. A origem da palavra é grega e serve para designar o governo de poucos. Entende-se, portanto, que por ser oligárquica, a sociedade espartana era organizada hierarquicamente.

As leis eram formuladas e organizadas por um conselho formado pelos dois reis – afinal, Esparta era uma monarquia comandada por dois monarcas – e mais vinte e oito cidadãos com idades acima de 60 anos, chamados anciãos. Nesta sociedade a idade representava poder e sabedoria. Este conselho era chamado de Gerúsia e dele eram escolhidos cinco cidadãos anualmente, que formavam um comitê chamado Éforos. Neste comitê os cidadãos deveriam supervisionar as ações políticas, cuidar da burocracia estatal e avaliar os crimes cometidos. Além destas duas esferas havia mais uma, chamada de Ápela. Dela podiam participar cidadãos com mais de vinte anos de idade. O grupo se reunia com periodicidade para deliberar sobre as leis propostas pela Gerúsia, que funcionava como um senado de Esparta.

A sociedade espartana estava dividida entre os que participavam da vida política – como os espartanos que compunham a máquina do estado – e os que não possuíam direitos políticos: os hilotas e os periecos.

Leia também:

  • Educação espartana
  • Diferenças entre Atenas e Esparta

Referências:

FUNARI, Pedro Paulo. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2002.

SILVA, Kalina Vanderlei. Dicionário de Conceitos Históricos. São Paulo: Contexto, 2010.

Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/historia/sociedade-espartana/

No estudo das sociedades clássicas costumamos destacar especialmente o incisivo papel em que as práticas e instituições nascidas no mundo grego influenciaram a formação do mundo contemporâneo. Entre as várias instituições consolidadas no mundo grego, a noção de democracia é uma das que mais despertam nosso interesse na busca por paralelos que aproximem o mundo antigo do contemporâneo.

A história da democracia ateniense pode ser compreendida à luz de uma série de transformações sofridas pela sociedade e economia ateniense. Até os séculos VII e VI, o poder político ateniense era controlado por uma elite aristocrática detentora das terras férteis de Atenas: os eupátridas ou “bem nascidos”.

Nesse meio tempo, uma nascente poderosa classe de comerciantes, os demiurgos, exigia participação nos processos decisórios da vida política ateniense. Além disso, pequenos comerciantes e proprietários acometidos pela escravidão por dívidas, exigiam a revisão do poder político ateniense. Com isso, os eupátridas viram-se obrigados a reformular as instituições políticas da cidade-Estado.

Um grupo de legisladores foi responsável por um gradual processo de transformação política. Em 621 a.C., Drácon resolveu estabelecer um conjunto de leis escritas que dariam lugar às leis orais anteriormente conhecidas pelos eupátridas. Mesmo não enfraquecendo o poder da aristocracia essa primeira medida possibilitou uma nova tradição jurídica que retirava o total controle das leis invocadas pelos eupátridas.

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A partir de 594 a.C., Sólon, o novo legislador, ampliou o leque de reformas políticas em Atenas, eliminou a escravidão por dividas e resolveu dividir a população ateniense por meio do poderio econômico de cada indivíduo. Dessa forma, os comerciantes enriquecidos conquistaram direito de participação política. Além disso, novas instituições políticas foram adotadas.

A Bulé ou Conselho dos Quinhentos era um importante órgão legislativo que dividia as funções antes controladas pelo Areópago ateniense controlado pelos aristocratas. A Eclésia foi uma instituição mais ampla onde os cidadãos poderiam aprovar ou rejeitar as leis elaboradas pela Eclésia. Por último o Helieu seria composto por juízes incumbidos de julgar os cidadãos atenienses de acordo com as leis escritas.

Em resposta, as elites agrárias atenienses rivalizaram com esse primeiro conjunto de mudanças. A agitação política do período deu margem para que ações golpistas abrissem espaço para a ascensão dos governos tirânicos. Os principais tiranos foram Psístrato, Hiparco e Hípias. No fim do século VI a.C. a retração dos direitos políticos mais amplos incentivou uma mobilização popular que levou à ascensão política de Clístenes, em 510 a.C..

Em seu governo, os atenienses passavam a ser divididos em dez tribos que escolhiam seus principais representantes políticos. Todo ateniense tinha por direito filiar-se a uma determinada tribo na qual ele participaria na escolha de seus representantes políticos no governo central. Dessa maneira, o grau de participação entre os menos e mais abastados sofreu um perceptível processo equalização.

Outra ação importante, a medida de Clístenes foi a adoção do ostracismo. Por meio desta, todo e qualquer indivíduo considerado uma ameaça ao governo democrático seria banido por dez anos. Apesar de seu isolamento, o punido ainda teria direito de posse sobre suas terras e bens. De forma geral, esse foi um importante dispositivo que impedia o surgimento de novos tiranos em Atenas.

Aparentemente, podemos concluir que Clístenes foi o reformador capaz de estabilizar o regime democrático ateniense. Alem disso, ficamos com a ligeira impressão de que a igualdade entre os cidadãos de Atenas fora realmente alcançada. Porém, o conceito de cidadania dos atenienses não englobava, de fato, a maioria da população.

Somente os homens livres, de pai e mãe ateniense, maiores de 18 anos e nascidos na cidade eram considerados cidadãos. As mulheres, escravos e estrangeiros não desfrutavam de nenhum tipo de participação política. Dessa forma, a democracia ateniense era excludente na medida em que somente um décimo da população participava do mundo político ateniense.

Por Rainer Sousa
Graduado em História

Como era chamado o regime de Esparta e Atenas?

Em Esparta o governo era uma Monarquia regida por dois reis, denominada de Diarquia. ... Esparta e Atenas: diferentes modelos de polis gregas..

Como era a organização política de Atenas?

Atenas possuía uma democracia direta, onde todos os cidadãos atenienses participavam diretamente das questões políticas da polis.

Qual era a diferença entre Atenas e Esparta no que se refere a organização social?

Atenas viveu um momento de domínio político, mas também cultural. Houve um florescer das artes, da ciência, do pensamento filosófico e da própria construção urbana. Esparta, por outro lado, apostava em uma educação militar e rígida, educando homens desde os sete anos de idade nesta lógica.

Quem tomaria essa decisão em Esparta e em Atenas como era chamado o regime político de cada uma dessas cidades naquela época?

No caso de Esparta, a decisão seria tomada pela Gerúsia (Conselho formado por 30 anciãos). No caso de Atenas, a decisão seria tomada pela Assembleia do Povo.