Como está a situação da agricultura atualmente no Brasil?

1. A importância da agricultura no Brasil

A agricultura é um setor econômico que influencia de forma muito significativa no desenvolvimento do Brasil.

Seus objetivos principais são:

– aprovisionar os habitantes das cidades

– conceber excedentes para a exportação

– gerar matérias-primas para fabricar álcool, e combustível alternativo brasileiro, e para favorecer as indústrias.

Parte da economia brasileira depende da agricultura, pois este é um setor que gera empregos para 22% da população ativa*, 20% das exportações são de produtos agrícolas, 12 do PIB (Produto Interno Brasileiro) são representados pela agricultura. 

Apesar de o Brasil possuir ótimas condições, desde o clima até o solo, não chega ser um país auto-suficiente, produtos como, por exemplo, o trigo, que é proveniente de países estrangeiros, para ser cultivado no Brasil, possui um valor muito elevado, além disso, muitos produtos são produzidos exageradamente para atender a demanda externa, e toda essa situação exige muito investimento.

Como está a situação da agricultura atualmente no Brasil?

O trigo é um dos produtos mais caros que é importado para o Brasil.

*População economicamente ativa representa todas aquelas pessoas acima de 10 anos que estão dispostos a vender o seu trabalho.

Existe a ação das cooperativas agrícolas e das empresas industriais, que, ao assegurarem a aquisição da safra (seja elas em moldes capitalistas ou de base familiar camponesa), estimulam o cultivo e a especialização agrícola em determinadas áreas do país. Frutas tropicais e soja são os principais produtos, cujos espaços de produção mais marcantes são, respectivamente, os vales irrigados do Sertão Nordestino (rios São Francisco e Açu) e o oeste baiano.

Merecem ser mencionados os seguintes produtos da agricultura comercial brasileira:

- café: durante muito tempo, manteve-se circunscrito ao Paraná e a São Paulo, produzindo pelo regime de parceria. Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo conservam a dianteira da produção. Bahia e Rondônia surgiram como novas áreas produtoras, com uma particularidade: são cultivadas, principalmente, por paranaenses, antigos produtores do norte do Paraná. O Paraná tem aumentado em grande quantidade sua produção de café nos últimos anos, pela introdução de espécies novas (café adensado), desenvolvidas pelo IAPAR (Instituto Agronômico do Paraná);

- soja: expandiu-se com maior vigor no país, durante os anos 70, notadamente nos estados do Paraná e do Rio Grande do Sul. Cultura típica de exportação, está cada vez mais voltada para o mercado interno em razão do crescente consumo de margarinas e óleos na alimentação do brasileiro. Atualmente, verifica-se sua expansão nas áreas do cerrado, sobretudo nos estados do Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais, Goiás e Bahia;

- cana-de-açúcar: apesar de ser cultivada no Brasil desde o século XVI, sua produção foi estimulada, a partir de 1975, com a criação do Proálcool. O Estado de São Paulo detém mais da metada da produção nacional, mas também é encontrada em Goiás, Paraná, Rio de Janeiro, além de estados nordestinos (Zona da Mata);

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- laranja: produto largamente cultivado para atender à demanda da indústria de sucos, tem no estado de São Paulo seu principal produtor. Paraná e Minas Gerais estão se convertendo em novas e importantes áreas de produção. O Brasil é um grande exportador de suco concentrado, principalmente para os EUA;

- arroz: o Rio Grande do Sul é o maior produtor nacional de arroz irrigado. Outros estados se destacam na produção dessa cultura alimentar básica: Santa Catarina, Minas Gerais, Mato Grosso, Maranhão, Goiás e São Paulo.

Outros produtos de destaque são: o trigo, apesar de ser insuficiente para abastecer o mercado interno; o algodão, fortemente controlado pela indústria têxtil e de alimentos (óleo). O cacau, cultura ecológica, encontra-se em crise, notadamente na Bahia, seu maior produtor.

Vale lembrar que muitos produtores do Sul, principalmente do Paraná e do Rio Grande do Sul, trocaram de território. Entre as principais causas, está o preço da terra. Com isso, muitos migraram para outros estados do país, tornando-se produtores de soja e café, principalmente. Outros transferiram-se para países vizinhos, como a Bolívia e o Paraguai. Como já foi dito, a questão da terra não é apenas nacional, ela já se transforma em uma questão transnacional.

Cenário Macroeconômico Externo

O agronegócio é um setor bastante integrado internacionalmente do ponto de vista das suas exportações, que representam em torno de 25% do seu PIB (enquanto para a economia brasileira, a cifra é de 15%). As exportações do agronegócio aproximam-se da metade do total brasileiro. A China é o principal importador (37%) e União Europeia (com 15%) vem em segundo. Aproximadamente 44% do faturamento externo vem do complexo soja e 16% de carnes. Portanto, as exportações são fundamentais para o agronegócio e para o Brasil. Há, porém, uma grande concentração em termos de destinos e produtos, o que gera desconforto e preocupação.

O crescimento econômico mundial previsto pelo FMI para 2021 é de 5,9% (após uma queda de 3,3% em 2020) e, para 2022, 4,9%. Daí para frente a projeção é de uma média de 3,3%. Haverá, portanto, recuperação em 2021. Seguirá havendo recuperação econômica mundial em 2022. Essas cifras são representativas dos grupos de economia tanto avançadas como emergentes. Entretanto, o Brasil destoa ao ter um crescimento de 5,2% em 2021 e 1,5% (já otimista) em 2022. Para a China, os números são 8% e 5,6% e para Índia, 9,5% e 8,5%. Não há grande preocupação, portanto, quanto a demanda mundial em geral e pelos produtos do agronegócio, em especial. Já a economia interna, o mercado doméstico, terá desempenho desapontador.

A preocupação vem do fato de a recuperação mundial se dever às políticas fiscais e monetárias que esquentam a demanda enquanto a oferta em diversas cadeias produtivas ainda não retornou à sua trajetória de longo prazo. Ademais o mercado de energia – petróleo, gás, carvão (que em conjunto subiram 95% desde maio), eletricidade (prejudicada por efeitos climáticos) – desarticulou-se com a pandemia e com questões políticas entre países, ademais de uma arritmia nos processos de mudança das matrizes energéticas, fugindo da energia de origem fóssil. Mesma tendência observou-se nos mercados de insumos para a agropecuária. A recuperação da produção ainda não veio, dando combustível para maior inflação pelo mundo afora. Dessa forma, fortes tendências inflacionárias são observadas, que vêm sendo acompanhadas de elevação dos juros. Não se sabe como vai terminar o jogo de forças entre políticas fiscais expansionistas e monetárias contracionistas.  Daí um apreciável grau de incerteza quanto às previsões mostradas acima.

De qualquer forma, a conjunção dessas políticas pode levar à valorização do câmbio, mormente do dólar americano, seguido das demais moedas mais fortes.  Esse movimento tem dois efeitos relevantes para o agronegócio brasileiro. Por um lado, o dólar alto tende a deprimir, em alguma medida, os preços internacionais de commodities. Aliás, quedas já são esperadas especialmente para o segundo semestre de 2022 principalmente para algodão e milho, mas também para soja. Taxas negativas em relação a 2021 entre 10% e 15% são esperadas pelos mercados futuros. Entretanto, os patamares das commodities agropecuárias deverão permanecer mais próximos dos níveis relativamente elevados observados no período de 2010/15 do que os do quinquênio seguinte. Todavia, algo semelhante parece ocorrer com os agroquímicos, cujos preços também voltaram (no decorrer de 2021) aos elevados níveis de 2010. De fato, a FAO capta um co-movimento (alta correlação temporal) entre índices preços de produtos (FFPI) e insumos (GIPI) no mercado internacional. Os combustíveis, no mercado internacional, não reproduziram essa evolução, mas já retomaram os níveis pré-pandemia. No Brasil produtos e insumos se viram empurrados pela evolução do câmbio no Brasil.

De outro lado, desvalorizações do real ficam mais prováveis, embora essa tendência ainda não tenha aparecido com intensidade na pesquisa Focus do Banco Central. Mas o FMI já projeta o dólar a quase R$5,90 para o final de 2022. A marcha dos acontecimentos no plano político-institucional no Brasil não permite descartar desvalorizações significativas na moeda nacional no decorrer do próximo ano.

A questão que fica é o grau em que a desvalorização do real compensará a provável queda das commodities em dólar.  As projeções correntes sugerem que os preços internacionais internalizados sofrerão moderada queda no Brasil. Um cenário realista, entretanto, não levaria a projetar ameaças de quedas relevantes em relação ao patamar atual. O grau de desvalorização do real será dominante na formação dos preços do agronegócio.

Evidentemente os volumes a serem exportados ficam na dependência do avanço especialmente da economia chinesa, a qual parece que se manterá em avanço mais moderado, mas ainda significativo. Importa muito também como vão caminhar as questões sanitárias dos rebanhos da China e também como seguirão as decisões “aparentemente” erráticas desse país no tocante ao uso que faz dos eventos sanitários no Brasil.

O jogo de braço entre EUA e China ainda tem contornos indefinidos, sendo marcado por afastamentos seguido de aproximações. Enquanto questões comerciais não forem trazidas à baila, não há ameaças. Entretanto, a questão climática/ambiental pode assumir proporções mais preocupantes, com prevalência de medidas extra-mercado como estabelecimento de quotas e tarifas ou proibições. Urge que o governo brasileiro faça um trabalho produtivo nessa área, mudando o humor de players da estatura de China, EUA e União Europeia em relação ao Brasil. Esses aspectos sócio-ambientais aparentemente ainda não estão precificados por falta de previsibilidade. Mas é razoável imaginar que, embora o agronegócio venha se empenhando seriamente nas questões ambientais, a imagem do país pode influenciar fortemente o estabelecimento de regras e políticas comerciais amplas.

Cenário Macroeconômico Interno

As perspectivas quanto ao crescimento econômico brasileiro em 2022 vêm piorando sequencialmente. Taxas já próximas a 1% (ou menor) circulam entre especialistas. Enquanto uma fase mais moderada da pandemia se estabelece, os serviços passam a ganhar fôlego, mas a indústria se revela como o setor mais afetado pela crise. O investimento que ganhou algum fôlego mas foi baseado, entretanto, mais em importações de máquinas e equipamentos (enquanto a indústria nacional caía). A construção, em expansão forte, começa a mostrar sinais desanimadores face às condições menos favoráveis de financiamento e juros. Ademais, as incertezas político-institucionais abalam a confiança do investidor.

A expectativa de inflação, captada pelo Banco Central até que se acha moderada, embora em níveis ainda acima da meta oficial. Duas questões sobre a inflação. Por um lado, será largamente afetada pela trajetória do câmbio, que depende bastante dos rumos político-institucionais do país, que tendem a se agravar num ano eleitoral como 2022. Ainda do lado da oferta, o custo da energia pesa sobre a produção – e duramente sobre o consumidor - enquanto as condições climáticas permanecerem severas, com escassez de água.

De qualquer forma, o Banco Central já iniciou um agressivo processo de elevação dos juros que tem limitado potencial para conter o câmbio, nenhum em relação à oferta de energia e lento efeito sobre a inflação ainda bastante indexada no Brasil. Por outro lado, o efeito mais provável ainda em 2022 talvez seja o de contribuir para um crescimento ainda menor. Em síntese, o Banco não tem como produzir juros baixos, que foram estratégicos para a economia brasileira em 2019 e 2020. Da parte do governo, não há possiblidade à vista de que encontre espaço para uma política fiscal expansiva ou não contracionista enquanto as reformas fiscais e administrativas não se definem.  

O agronegócio em 2022

O PIB volume do agronegócio brasileiro tem apresentado nos últimos 20 anos (2000 a 2019, para contornar o efeito do ano atípico de 2020) tendência de crescimento em volume médio de 1,6% ao ano, enquanto a agropecuária o faz a quase 4,7% (com valores semelhantes para lavouras e pecuária). A diferença entre essas taxas e a agregada se deve ao crescimento muito baixo da agroindústria (0,6% em média). O crescimento do volume de grãos tem sido em torno de 7%.

Já a renda do agronegócio (PIB-Renda) tem crescido à taxa média de 0,2% ao ano. Para a agropecuária, especificamente, o crescimento da renda tem sido em média 2,6%, sendo 1,8% para as lavouras e 4,2% para a pecuária. Na verdade, os preços reais da agropecuária (medidos pelos seus deflatores do PIBs) têm caído em média 1,8 % ao ano; os agrícolas, especificamente, 2,6%; os da pecuária, 0,4%.   Produção crescente e preços reais em queda têm sido a marca do desempenho do agronegócio brasileiro. Embora pontos fora da curva possam acontecer, a expectativa é de que o padrão médio de crescimento do setor se mantenha em 2022.

No mercado interno, a demanda deverá seguir relativamente fraca em consonância com o crescimento muito baixo esperado para 2022. Há, porém, um aspecto altamente relevante e provavelmente positivo para o agronegócio que se relaciona ao programa de transferência de renda – Bolsa Família ampliada ou Auxílio Brasil. Em 2020 foi espetacular o impacto social do Auxílio Emergencial de quase R$300 bilhões quando finalmente foi implementado, que terminou por afetar os mercados em geral e o de alimentos em especial. Estima-se que 53% dos recursos transferidos foram dispendidos em alimentação, equivalendo a 20% do VBP agropecuário do ano. Na verdade, foi fundamental para grande parte da sociedade diante das dificuldades de oferta em geral e da disparada do dólar. Ainda não está clara a potência com que virá desta vez. Mas certamente é necessário que os produtores e demais agentes das cadeias produtivas mantenham-se em alerta para um impacto muito expressivo quando o programa passar a ser implementado. Em 2020 o agronegócio chegou a ser apontado como insensível à crise social no contexto da pandemia devido à alta dos alimentos, que, na realidade se deveu ao comportamento do dólar e à forma imprevista – no tempo e no volume de recursos – com que o auxílio foi implementado, não permitindo às cadeias produtivas se planejarem para esse salto de demanda doméstica. Algo da mesma natureza pode suceder em 2022, já em seu princípio.

No front externo, as exportações deverão manter seu desempenho mesmo que os preços internalizados sofram queda moderada (algo incerto até o momento). São bem conhecidas e reconhecidas a competividade e a resiliência do agronegócio brasileiro. Essas características serão mais uma vez postas à prova diante do quadro preocupante do suprimento de insumos altamente dependentes de importação.  Embora, como indica a FAO, preços de produtos e insumos, no mercado internacional, tendam a seguir de formas semelhantes, no Brasil o quadro atual é de uma ameaça (além da alta de preços) de falta de suprimento de insumos na medida em que eventos e medidas extra-mercado ocorram. Outra preocupação relaciona-se à ocorrência em diferentes graus de descasamentos temporais entre operações de compra de insumos e venda de produtos por parte dos produtores num ambiente de alta volatilidade dos mercados, inclusive o cambial.

Como está atualmente a agricultura no Brasil?

Analisando o desempenho do setor ao longo das últimas 4 décadas, verifica-se que, de 1975 a 2019, a produção de grãos passou de 38,1 milhões de toneladas para 232,6 milhões de toneladas, equivalente a um aumento de 510% (IBGE, 2020).

Como é a agricultura nos dias de hoje?

A agricultura moderna é sustentada pelas inovações tecnológicas, promovendo investimento constante na seleção das melhores toxinas, enzimas ou hormônios para o controle de pragas e no desenvolvimento de sistemas práticos de produção e distribuição, reduzindo o impacto desses produtos no meio ambiente.

Como está o agronegócio no Brasil 2022?

As exportações do agronegócio brasileiro chegaram a US$ 13,97 bilhões em setembro de 2022. O valor é recorde para os meses de setembro, com elevação de 38,4% em comparação com o que foi exportado no mesmo mês de 2021.

Quais os principais problemas que existem atualmente na agricultura brasileira?

Segundo os pesquisadores da Embrapa Eliseu Alves, Geraldo da Silva e Souza e Renner Marra, os três problemas da agricultura são a concentração da renda bruta, o excedente exportável e o consumo interno de alimentos.