Como se explica a ocorrência de montanhas terremotos e vulcões na borda oeste da América do Sul?

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Zona de subducção é o nome que se dá a uma área de convergência de placas tectônicas, onde uma destas se infiltra debaixo da outra, de acordo com a teoria da tectônica de placas (teoria da geologia que descreve os movimentos de grande escala ocorridos na litosfera terrestre). Em geral é a litosfera oceânica, de maior peso, a que se subduz sob a litosfera continental, de menor peso específico devido à sua maior espessura interna. Exemplo bem conhecido e estudado é o da subdução da Placa de Nazca sob a Cordilheira dos Andes.

Como se explica a ocorrência de montanhas terremotos e vulcões na borda oeste da América do Sul?
O lento movimento da placa oceânica em direção às camadas mais profundas do planeta Terra provoca um lento aumento das temperaturas nas rochas do antigo fundo do mar, superando os 1000 graus Celsius, e a uma profundidade de aproximadamente 100km, as rochas da placa oceânica fundem-se parcialmente. Durante a subdução se observa ainda um aumento rápido da pressão. Em uma zona de subducção, a crosta terrestre, então derretida sobe novamente até a superfície, onde ajudará a formar vulcões e ilhas. A formação de alguns vulcões, montanhas, ilhas e fossas oceânicas estão ligadas ao processo de subducção, deriva continental e orogênese.

A subducção ocorre principalmente na costa oeste da América do Sul (Chile, Equador, Colômbia, Peru), Japão, ilhas Aleutas, Java e regiões do Mar Mediterrâneo. Tal fenômeno acaba por causar tremores sísmicos de alta magnitude. A litosfera derretida também libera gases da atmosfera que ficaram armazenados no solo, e por isso a subducção da litosfera também contribui para a reciclagem da atmosfera.

A zona de subducção é uma zona larga e estreita onde uma placa litosférica penetra por debaixo de outra.
Dado que a pressão e a temperatura aumenta com a profundidade, uma parte dos materiais da placa em subducção são liberados (em especial a água), o que acarreta a fusão do manto, que por sua vez ascende acima da crosta terrestre continental dando origem a vulcões. As zonas de subducção constituem uma parte muito importante dentro da dinâmica dos materiais terrestres.

Os materiais subduzidos mudaram sobremaneira as propriedades do manto, e permitiram que a convecção mantenha-se. Sismologicamente as zonas de subducção são caracterizadas pelas zonas de Benioff, que, em geologia são definidas como zonas sísmicas ao largo da placa que se estende junto a um dos lados de uma determinada fossa oceânica. Esta é chamada também zona de Benioff-Wadati, em homenagem a Hugo Benioff e Kiyoo Wadati, dois geólogos que independentemente observaram sua existência.

Bibliografia:
https://web.archive.org/web/20160409074634/http://domingos.home.sapo.pt/tect_placas_7.html - Página "Terra Planeta Vivo" - Tectônica de Placas,
abordando o assunto das zonas de subducção
http://terraquegira.blogspot.com/2008/07/subduco-parte-i-zonas-de-subduco-e.html - Blog "Terra que Gira"
Zonas de Subducção e Tectônica de Placas
https://web.archive.org/web/20171218204930/http://w3.ualg.pt:80/~jdias/INTROCEAN/B/22_FrontConverg.html - Página da universidade do Algarve - Faculdade
de Ciências do Mar e do Meio Ambiente - Fronteiras de Placas

Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/geologia/zona-de-subduccao/

As placas tectônicas constituem-se como parte da superfície terrestre (litosfera), sendo grandes modificadores de relevo com seus movimentos, que se originam no manto do planeta. Essas placas são responsáveis pelas grandes altitudes, como as montanhas, além de que seus movimentos resultam em tremores, conhecidos como terremotos (tremores nos continentes) ou maremotos (tremores nos mares e oceanos).

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Teoria das placas tectônicas

A teoria das placas tectônicas, ou tectônica das placas, foi elaborada, nos anos 1960, com base nos conhecimentos científicos e inovações tecnológicas da época, como satélites e observações astronômicas. Entretanto, para entendermos essa teoria, devemos conhecer a teoria da deriva continental, elaborada pelo alemão Alfred Lothar Wegener, em 1912.

Na época, Wegener estava com 32 anos, e, por meio de suas observações nos mapas e nos contornos dos continentes, chegou à conclusão de que, há 200 milhões de anos, todos os continentes eram um só — a Pangea. Ao longo dos anos, esse grande continente começou a se movimentar, fragmentando-se em continentes menores, como conhecemos hoje.

A maior evidência de Wegener eram os contornos da costa leste sul-americana, onde é o Brasil, e da costa oeste africana, que possuem desenho bem semelhante. Além disso, Wegener utilizou informações de fósseis da mesma espécie que foram localizados tanto na África quanto na América do Sul, algo que seria fisicamente impossível, pois as espécies encontradas não tinham capacidade de atravessar o Atlântico a nado.

Como se explica a ocorrência de montanhas terremotos e vulcões na borda oeste da América do Sul?
Desenho representando a ideia de Alfred Wegener.

Na década de 1960, a teoria de Wegener foi aperfeiçoada graças ao conhecimento tecnológico propiciado por duas Grandes Guerras e pela Guerra Fria.

A tectônica das placas afirma que um conjunto de imensos blocos rochosos sustenta toda a superfície da Terra sob o manto. Esses blocos se movimentam em diversas direções, ora se chocando, ora se afastando, o que corrobora com a teoria formulada no início do século passado.

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Tipos de placas tectônicas

As placas tectônicas podem ser classificadas de acordo com seu movimento e direção. Dessa forma, temos a presença de três tipos:

  • Convergente: placas que se movimentam na direção umas das outras. Com isso, elas colidem e geram eventos terrestres, como tremores e alterações no relevo, como o surgimento de montanhas;

  • Divergente: placas que se afastam uma das outras, como as placas dos continentes africano e sul-americano. Quando elas se afastam, o magma pode emergir e solidificar, formando ilhas vulcânicas nos oceanos;

  • Transformante: placas que se movem unilateralmente, provocando falhas geológicas, como a falha de San Andreas, no oeste dos Estados Unidos.

Como se explica a ocorrência de montanhas terremotos e vulcões na borda oeste da América do Sul?
Linhas de falha da Terra entre placas tectônicas.

Principais placas tectônicas

Podemos listar 10 placas como as principais do globo. Entretanto, todas são importantes, uma vez que ajudam na sustentação do relevo e superfície terrestres.

As 10 placas mais importantes são:

  1. Placa do Pacífico

  2. Placa de Nazca

  3. Placa Sul-Americana

  4. Placa Norte-Americana

  5. Placa Africana

  6. Placa Arábica

  7. Placa Grego-Turca

  8. Placa Euro-Asiática

  9. Placa Indo-Australiana

  10. Placa Antártica

Veja também: Como se formam as montanhas?

Movimento das placas tectônicas: como acontece?

Nosso planeta está em constante movimento, seja na rotação e translação, seja no seu interior. Os continentes também se movimentam, mesmo que de forma lenta e constante. Essa movimentação ocorre porque eles estão sobre as placas tectônicas, imensos blocos rochosos que variam de 100 a 250 quilômetros de espessura.

Essas placas costumam deslizar-se sobre o manto superior nas mais variadas direções (convergente, divergente e/ou transformante), fazendo com que haja grandes alterações no relevo terrestre. No geral, a movimentação das placas faz com que os continentes se movam alguns centímetros por ano, algo imperceptível dada a magnitude dessas áreas.

O movimento circular do magma, presente no manto, é chamado de células de convecção. Tal movimento direciona a movimentação das placas, ora em choque, ora se afastando. Quando esses movimentos se intensificam, sentimo-los na superfície, como os terremotos. Contudo, no geral, são movimentos lentos e que, ao longo de milhões de anos, promovem significativas mudanças no relevo terrestre.

Como se explica a ocorrência de montanhas terremotos e vulcões na borda oeste da América do Sul?
Os relevos de alta altitude estão localizados em áreas de choques de placas tectônicas. Monte Everest, Nepal.

Quando uma placa se choca com outra de densidade diferente (continental e oceânica), a placa menos densa (mais leve) tende a afundar, o que chamamos de subducção. A placa mais densa (mais pesada) se ergue e se sobressai na superfície, formando montanhas, por exemplo. A esse movimento, damos o nome de obducção.

Placas tectônicas no Brasil

O Brasil está localizado bem no centro de uma placa tectônica: a placa Sul-Americana. Dessa forma, eventos que ocorrem devido à movimentação das placas, como terremotos, maremotos e relevos de grandes altitudes, não são comuns em nosso território.

Abalos sísmicos são comuns em todo o planeta, sendo mais intensos em áreas de choque das placas (obducção). Com isso, pode haver pequenos abalos sentidos em solo brasileiro, mas não se compara aos que são sentidos nos limites das placas, como na região do Himalaia ou na região dos Andes.

Exercícios resolvidos

Questão 1 – (Fuvest) A litosfera é fragmentada em placas que deslizam, convergem e se separam umas em relação às outras à medida que se movimentam sobre a astenosfera. Essa dinâmica compõe a tectônica de placas, reconhecida inicialmente pelo cientista alemão Alfred Wegener, que elaborou a teoria da deriva continental no início do século XX, tal como demonstrado a seguir.

Como se explica a ocorrência de montanhas terremotos e vulcões na borda oeste da América do Sul?

As bases da teoria de Wegener seguiram inúmeras evidências deixadas na superfície dos continentes ao longo do tempo geológico. Considerando as figuras e seus conhecimentos, indique o fator básico que influenciou o raciocínio de Wegener.

A) As repartições internas atuais dos continentes no Hemisfério Norte.
B) A continuidade dos sistemas fluviais entre América e África.
C) As ligações atuais entre os continentes no Hemisfério Sul.
D) A semelhança entre os contornos da costa sul‐americana e africana.
E) A distribuição das águas constituindo um só oceano.

Resolução

Alternativa D. A semelhança entre a costa leste sul-americana e a costa oeste africana mostra uma conexão entre essas duas áreas continentais.

Questão 2 – (Fuvest 2021)

Terremoto no estado da Bahia

Como se explica a ocorrência de montanhas terremotos e vulcões na borda oeste da América do Sul?

O terremoto indicado na figura ocorreu no estado da Bahia no dia 30/08/2020, com magnitude 4,6 na escala Richter, atingindo cidades do Vale do Jiquiriça e do Recôncavo Baiano.

Sobre terremotos em geral, e sobre esse especificamente, é correto afirmar:

A) São gerados por intrusões e maremotos, cuja violência provoca fissuras na superfície.
B) São gerados em razão da presença de falhas geológicas, e seu estudo traz conhecimento geológico do território brasileiro.
C) Têm início pelo soerguimento da crosta, e o do dia 30/08/2020 teve sua origem na bacia Amazônica.
D) Têm início com a divergência da crosta continental, e o do Recôncavo Baiano provocou impactos até a Serra Gaúcha.

Resolução

Alternativa B. Os terremotos ocorrem devido às falhas geológicas, sejam os choques entre placas, seja a fissura nelas. Estudá-los pode contribuir para o conhecimento da geologia local.

Como se explica a ocorrência de terremotos e vulcões na borda oeste da América do Sul?

No oeste da América do Sul, por exemplo, o afundamento da placa de Nazca sob a placa continental originou a cordilheira dos Andes. A maior parte dos terremotos ocorre nas bordas das placas tectônicas (“tectônica” tem origem na palavra “construção” em grego) ou em falhas entre dois blocos rochosos.

Como se explica a ocorrência de terremotos e vulcões?

As regiões onde as placas tectônicas convergem-se provocam acúmulo de pressão e descarga de energia, acionando então o vulcão. A intensidade da erupção vulcânica pode então provocar tremores na superfície, portanto, o terremoto.

O que explica a presença de cordilheiras vulcões e a ocorrência de terremotos na América Central?

O choque constante entre as placas tectônicas na região origina uma intensa movimentação, que se manifesta principalmente sob a forma de atividades sísmicas (terremotos) e erupções vulcânicas.

O que explica a ocorrência de terremotos maremotos e a existência de vulcões no território japonês?

O Japão está localizado no Círculo de Fogo do Pacífico, região marcada pela alta ocorrência de terremotos e vulcões, uma vez que há, ao longo de toda a costa do Oceano Pacífico, uma área de contato entre as placas tectônicas.