Diferença entre planejamento agregado e plano mestre de produção

Devido à grande demanda do mercado de produzir cada vez mais em menos tempo, atualmente as empresas têm buscado por métodos que reduzam os custos e o tempo de produção para que não percam espaço para as concorrentes. Dentro desse cenário é que surgiu o plano mestre de produção, ou PMP. Você já ouviu falar dele?

Esse plano tem como objetivo potencializar os índices de lucratividade e reduzir os custos operacionais, ao passo que se trabalha na máxima capacidade produtiva da fábrica.

E se você deseja saber mais sobre essa excelente estratégia de otimização da produção, continue lendo o texto a seguir! Separamos as melhores informações para você se inteirar sobre o assunto!

Parte extremamente importante da gestão e utilizado para tornar o processo produção mais simples, o plano mestre de produção é um documento no qual está contido tudo o que vai ser produzido e quando essa produção vai ocorrer.

Dessa maneira, definem-se as datas de entrega de cada produto e faz-se uma análise de quantas unidades podem ser fabricadas em um determinado intervalo de tempo. Com isso, mantém-se a ordem e a organização operacional de toda a cadeia produtiva.

Além disso, o plano mestre de produção busca fazer um alinhamento da produção por meio da priorização das ordens de serviço mais urgentes, a fim de otimizar todo o fluxo de produção através de etapas bem definidas.

Quais são suas etapas?

Para que se obtenha êxito com o plano mestre de produção, ele deve ser dividido em algumas etapas básicas. Abaixo, separamos as mais utilizadas para que você entenda melhor como ele funciona. Veja!

Previsão da demanda

Relacionada ao planejamento de curto, médio e longo prazo, essa fase preliminar busca fazer uma previsão de vendas, ou seja, calcula-se quanto a fábrica vai vender em uma temporada para que se tenha uma ideia do quanto se deve produzir.

Planejamento da capacidade de produção

Como o próprio nome já sugere, nessa fase é feita uma previsão da capacidade de produzir a médio e longo prazo. Para que isso ocorra, consideram-se alguns pontos importantes, como a aquisição de maquinário e matéria-prima, por exemplo.

Planejamento agregado de produção

Essa etapa do plano mestre, que, inclusive, pode durar vários meses, é realizada com base nos níveis de produção e de estoque a partir da análise de um grupo de itens semelhantes, o que facilita bastante a verificação.

Planejamento mestre da produção

Baseado na demanda de um determinado período, o PMP, de forma bastante detalhada, define o planejamento de curto prazo com o objetivo de redirecionar de recursos para os locais e produtos que mais necessitam no momento.

Planejamento de materiais

Para que o plano mestre seja realmente bem-sucedido, é preciso também delinear a quantidade de materiais exata que vai ser necessária para a produção. Feito isso, consegue-se gerar uma boa previsão de quanto comprar de cada material.

Planejamento de controle e capacidade

O intuito dessa etapa é fazer um planejamento da capacidade produtiva de um produto para se determinar qual o tempo gasto nessa produção. Isso induz à identificação de gargalos e estimativa de prazos, além de facilitar os planejamentos futuros com a obtenção de dados.

Quais são os sistemas que auxiliam o MPS?

Para conseguir realizar toda  a programação e cronograma da produção, é fundamental contar com sistemas específicos que automatizem algumas atividades. São diversas opções que contribuem de alguma forma, mas duas são mais relevantes para o plano mestre e produção, como veremos a seguir.

MRP

O MRP — Material Requirements Planning ou Cálculo da Necessidade de Materiais — é um sistema que permite determinar qual será a quantidade de insumos a serem adquiridos e mantidos em estoque de acordo com a previsão da produção. Ele considera tantos as matérias primas quanto os produtos semi-acabados, de forma a proporcionar uma previsibilidade mais precisa e adequada.

Como principais entradas, ele utiliza:

  • as informações do MPS;
  • a lista de materiais (BOM – Bill of Materials);
  • o inventário do estoque.

Ao analisar esses fatores de forma integrada, o MRP consegue entregar a previsão sobre o quê, quando e em qual quantidade deve ser adquirido para que o fluxo produtivo não seja interrompido ou o estoque gere excedentes. Em outras palavras, é uma forma de saber o momento certo de comprar cada insumo para que a produção seja o mais eficiente possível.

ERP

Já o ERP — Enterprise Resource Planning — é um sistema que tem como principal objetivo gerenciar de forma mais centralizada todas as informações dos processos envolvidos no negócio. Ele é utilizado em diversos setores, como o administrativo, financeiro, recursos humanos, vendas, compras e inúmeros outros.

A grande vantagem dele está justamente na integração das áreas e dos vários softwares específicos que são utilizados em cada uma delas. É uma ferramenta de gestão fundamental para ter uma visão mais abrangente da organização e obter os dados necessários para tomar decisões estratégicas e operacionais.

Onde o MPS pode ser aplicado de forma mais efetiva?

O intuito de um bom plano mestre de produção é fazer com que o planejamento da produção seja mais completo e com o mínimo de surpresas possível. Logo, quanto mais cenários forem envolvidos, melhor e mais efetivo ele será. Mas, sempre tem aquelas áreas que são mais impactantes para uma indústria, então vamos listar abaixo alguns exemplos de setores que não podem ficar de fora do MPS.

Previsão de vendas

A previsão de vendas é o início de tudo. Antes mesmo de saber como está o estoque ou o quanto é possível produzir por dia, o gestor da fábrica precisa ter uma noção do quanto se espera vender nos próximos dias e meses. É a partir dessa informação que todas as demais são obtidas e analisadas.

Ao  realizar a previsão de vendas, a organização ganha uma visão mais antecipada da produção e isso ajuda a determinar os esforços necessários para o atingimento da capacidade produtiva necessária para atender à demanda. Que seja implementar um novo turno de trabalho ou adquirir equipamentos mais robustos, essas decisões só podem ser tomadas com base nessa previsão.

Gestão do estoque

A gestão de estoque é outra atividade fortemente impactada pelo plano mestre de produção. O documento é responsável por mostrar quais são as demandas de volume e prazo de entrega dos produtos acabados além de prever também as necessidades de abastecimento das matérias primas e produtos  semiacabados para dar sequência no fluxo produtivo.

O MPS torna o controle dos armazéns mais efetivo, aproveitando melhor a capacidade de armazenamento, identificando os momentos certos de aquisição de cada item e da liberação de espaço para alocar os produtos acabados que não serão despachados imediatamente.

Agendamento da linha de produção

Quantas vezes a linha de produção da sua empresa ficou parada aguardando um material, a liberação de um equipamento ou até mesmo a desocupação de espaço no armazém para os produtos finalizados? É um problema mais comum do que deveria ser nas indústrias do mundo todo, mas que é facilmente resolvido com a ajuda do MPS.

A previsibilidade que ele proporciona faz com que o fluxo de produção possa ser programado de forma mais eficaz. Os processos são iniciados no momento mais oportuno, com a garantia de que ele será executado do início ao fim, sem interrupções. A empresa ganha agilidade e qualidade na entrega do produto acabado e ainda reduz o índice de ociosidade dos equipamentos e funcionários.

Melhoria contínua dos processos produtivos

Um plano mestre de produção não é implementado de um dia para o outro, tão pouco é uma ferramenta estática que, uma vez aplicada, tem a duração eterna de seus resultados. Pelo contrário, trata-se de um processo contínuo de melhorias, que são colocadas em prática aos poucos, corrigindo um problema de cada vez.

Sendo assim, é disseminada uma cultura da melhoria contínua entre os gestores e colaboradores, na qual cada um entende bem a importância que tem a execução correta dos padrões operacionais estabelecidos e do olhar mais atento aos detalhes da rotina do chão de fábrica. São essas questões que contribuem para que novas mudanças tornem os processos mais eficazes a cada dia.

Escalabilidade da produção

O sonho de qualquer dono de uma fábrica é receber pedidos cada vez maiores e em maior quantidade e alavancar o negócio. Por outro lado, o maior pesadelo disso é perceber que, mesmo com um bom número de funcionários, equipamentos modernos e quantidade suficiente de insumos, a empresa nem sempre é capaz de atender um aumento repentino na demanda.

Isso evidencia a importância do mapeamento e melhoria dos processos. Com a aplicação do MPS, os gestores conseguem organizar o fluxo de produção, estabelecer uma ordem de priorização e tornar o processo mais fluido e eficiente. De forma integrada, a gestão de compras, de produção e de logística encontram uma saída para que tudo se alinhe da melhor maneira.

Adequação da produção em momentos de baixa

Assim como as demandas podem aumentar, elas podem cair. Momentos de crise acontecem de tempos em tempos e o papel dos gestores é adequar os processos a essa queda no volume de pedidos. Por mais simples que possa parecer, produzir menos requer cuidados diferentes do que o contrário. É nessas horas que a contenção de custos precisa ser ainda mais efetiva, para garantir a saúde financeira do negócio até que a má fase acabe.

Por meio do MPS, fica mais fácil identificar os pontos de ajustes que gerem reduções mais expressivas, seja em qualidade ou em quantidade. A empresa pode passar a comprar os insumos menos vezes, mas em maiores quantidades para conseguir um desconto junto ao fornecedor. Ela também pode mudar o layout dos armazéns, para desocupar totalmente uma parte e deixar de gerar custos com eletricidade, por exemplo.

Ou seja, é o plano mestre que tem as informações necessárias para embasar a decisão pela estratégia de redução da produção que mais se adequa à realidade da fábrica.

Quais são os benefícios desse plano?

O fato de constituir um planejamento, por si só, já é uma vantagem explícita do plano mestre de produção na sua fábrica. No entanto, há ainda outros benefícios que fazem dele uma boa escolha. Veja abaixo algumas dessas vantagens:

Evita prejuízos

Primeiramente, é importante lembrar que sem planejamento uma indústria tem grandes chances de causar enormes prejuízos financeiros — e isso pode ocorrer tanto no processo de produção quanto na entrega dos produtos.

No entanto, o plano mestre de produção — ao fazer o controle das demandas de cada item, dos prazos de entrega e do estoque — mantém tudo organizado e sob controle e diminui ou, até mesmo, evita eventuais prejuízos.

Além disso, imagine que a fábrica recebeu uma encomenda muito maior que a esperada. Com a adoção de um plano mestre é possível que o gestor avalie os impactos desse aumento repentino de produção para que a fábrica não fique no prejuízo.

​Otimiza a capacidade produtiva

Para que o encadeamento da produção apresente uma verdadeira eficiência, é necessário planejar — isso é um fato. O plano mestre de produção, por meio de cálculos realizados com o auxílio da tecnologia, consegue fazer o alinhamento entre a quantidade de produtos, o tempo e quantidade de pessoal disponível para realizar essa produção.

Esse mecanismo prioriza as ordens de serviço mais urgentes, aumenta a capacidade produtiva e ainda consegue melhorar a lucratividade do negócio, avaliando todas as repercussões que cada um desses pontos pode produzir. Não é sensacional?

Ajuda na tomada de decisões

Levando-se em consideração que toda linha de produção tem uma certa capacidade sobre a qual se pode operar, é preciso que haja dispositivos capazes de auxiliar o gestor na tomada de decisões ao longo de todo o processo.

O plano mestre de produção é uma excelente alternativa para isso, afinal, ele gerencia todos os processos e a capacidade produtiva da fábrica no seu limite, além de ter uma base de dados extraordinária acerca do processo de manufatura. Com todos esses dados em mãos, fica muito mais fácil para o gestor tomar as decisões mais acertadas para o negócio, evitando prejuízos e aumentando a eficiência e lucratividade como um todo. E é isso o que todo negócio visa, não é mesmo?

Planejar é, antes de qualquer coisa, desenvolver maneiras de orientar a produção ao longo do caminho mais benéfico. Diante disso, dar forma ao negócio exige uma estratégia constante e adaptável ao cenário econômico em relação aos produtos e serviços. Tudo com vistas a obter o sucesso e o crescimento do negócio.

Ao longo deste artigo você conheceu o plano mestre de produção e percebeu a importância dele para a gestão de produção. Então, não perca mais tempo e comece a utilizá-lo na sua indústria. Os resultados são surpreendes e você, como gestor, vai perceber uma facilitação do seu trabalho.

E, aí? O que você achou do conteúdo do nosso artigo? Foi útil para você? Então, confira agora mesmo a importância do planejamento estratégico e fique por dentro das vantagens de elaborar um!

O que e planejamento agregado e Plano Mestre de Produção?

É um programa gerado a partir da desagregação do planejamento agregado de produção, ou seja, significa que o plano agregado de uma dada família de produtos é transformado em um PMP para cada um dos itens que compõe esta família.

O que e Plano Mestre de Produção?

O Plano Mestre de Produção é a etapa fundamental no planejamento de produção da sua indústria. Ele prioriza quais são as ordens de fabricação mais importantes, define prazos, utilização de mão de obra, equipamentos, orçamento e utilizará de forma otimizada a sua capacidade de produção.

Em que consiste um planejamento agregado?

Planejamento agregado é o planejamento que busca (em média entre um período de 3 a 18 meses) equilibrar a demanda com a oferta. Para isso, considera um agregado de recursos. Esses recursos podem ser produtos, produção, mão de obra, vendas e promoção.

Quais os principais objetivos do planejamento agregado?

Para que serve o planejamento agregado? O planejamento agregado é importante, porque nem sempre a demanda de uma empresa é constante. Por isso, seu principal objetivo é garantir que os recursos estejam disponíveis para a produção na quantidade adequada e nos momentos apropriados.