O que o gestor deve levar em consideração ao decidir por um investimento?

A indústria de fundos de investimentos se tornou uma das queridinhas dos poupadores que querem sair da poupança. Segundo dados da Anbima, Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais, são mais de 16 milhões de contas abertas de fundos de investimentos no Brasil. No total, as gestoras desses fundos administram cerca de R$ 7,68 trilhões. É muito dinheiro.

Mas, justamente por ter se tornado pop, muita gente entrou sem saber direito como essa aplicação funcionava e nem qual o propósito daquele investimento. Vamos te explicar agora o que é essencial você pesquisar sobre um fundo antes de sair apertando o OK.

O que é um fundo

Na prática, essas carteiras são uma forma de investir em vários ativos ao mesmo tempo. Os de renda fixa podem ter diferentes ativos de renda fixa na carteira, como títulos do Tesouro, CDBs, LCI e LCAs e debêntures. Esses são mais conservadores.

Os mais arriscados são os que só negociam ações (fundos de ações), mas de várias empresas. Há um intermediário: o fundo multimercado. Neste caso, os gestores gostam de ter a liberdade de mesclar vários ativos - títulos públicos, ações, dívida corporativa, câmbio e o que mais quiser (e a regulação permitir).

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Os FoFs

Há ainda os fundos de fundos (FoFs). Na prática, são fundos que investem praticamente todo o patrimônio dos cotistas em outros fundos, geralmente da mesma gestora. O problema desses fundos é que é mais difícil encontrar no que eles investem e, muitas vezes sua liquidez é menor.

Como escolher um fundo?

No mar de investimentos possíveis, você precisa primeiramente fazer uma peneira para filtrar os que estão alinhados com seu perfil de risco como investidor e os seus objetivos com aquele dinheiro.

Há três perguntas básicas que você tem que fazer ao escolher um fundo.

1) Qual seu objetivo com aquele investimento? (Viajar? Comprar casa? Aposentar-se?).

2) Qual o tempo de aplicação desse dinheiro? (Vou precisar dele logo ou posso deixar render por mais tempo?

3) Quanto de risco você está disposto a correr em troca de mais rentabilidade?

O que não deixar de ver antes de aplicar

Escolhidos alguns fundos que têm mais o seu perfil e são mais adequados ao seu momento, é a hora de olhar com lupa algumas características dos fundos para se decidir em qual aplicar e não cair em ciladas.

Não é porque um fundo é classificado como Renda Fixa, por exemplo, que não terá nenhum ativo mais arriscado. Muitos têm papéis de crédito privado que correm o risco de calote total da empresa. Os fundos multimercados, então, que podem investir em muitos tipos diferentes de ativos, são, em muitos casos, uma caixinha de surpresa. Há casos em que o investidor precisa do dinheiro para a semana seguinte, mas descobre que só receberá daqui dois meses.

Para evitar essas surpresas negativas, leia nossas dicas do que você deve observar antes de aplicar dinheiro em um fundo.

Liquidez

O risco de liquidez é frequentemente ignorado pelos investidores pessoas físicas, mas pode dar dor de cabeça. Já imaginou que você precisa do dinheiro aplicado para uma emergência e aí descobre que ele só pingará na conta daqui um mês? Observar a política de resgate de um fundo é importante para alinhar a aplicação ao seu plano para o dinheiro.

A liquidez nada mais é do que em quanto tempo você terá seu dinheiro na conta quando pedir o resgate. Nas plataformas e aplicativos de investimentos, quando você procura por um fundo e pede para ver mais detalhes, será direcionado para uma página com diversas informações sobre o fundo. Uma das mais importantes é o prazo de resgate do fundo, que indicará qual a liquidez da aplicação. Essa informação estará no item “Resgate” e/ou “Liquidação Financeira”.

Tem fundos que são D+0, ou seja, no dia em que você pedir o resgate (“D”), receberá o dinheiro no mesmo dia (“0”). Mas, muitos fundos são “D+1”, “D+3” e “D+5”. Se o fundo que você quiser investir é “D+5”, por exemplo, isso significa que você só vai receber o dinheiro após 5 dias úteis do pedido do resgate.

Mas, não é raro encontrar fundos cujo resgate é em “D+30”, “D+31” e até “D+60”, especialmente os multimercados. Ou seja, você só verá a cor do dinheiro depois de 30, 31 e 60 dias após o pedido do resgate. Isso porque os gestores precisarão de um prazo para vender parte da aplicação para liberar dinheiro e devolver a você a sua parte.

Mas, cuidado! Primeiro porque você só receberá o dinheiro em um mês ou mais. Ou seja, se precisa da grana antes, terá problemas. Por isso, é importante sempre pensar se você realmente consegue não apenas ficar com o fundo por um bom tempo (são investimentos de médio a longo prazo), como também se você tem dinheiro em caixa para cobrir suas emergências.

O segundo alerta é para o prazo de conversão da cota em reais (ou cotização). Toda lâmina de fundo e site das gestores têm essa informação. Ela é o prazo que o gestor tem para converter as contas que você tem em valor (R$). O problema é que, para fundos com prazo de resgate mais longos, como os D+30 ou D+60, leva um tempo também para a conversão e você estará sujeito às oscilações do mercado (leia-se rentabilidade ou perdas do fundo).

Exemplo prático: imagine um fundo com liquidação financeira em D+30 e conversão das cotas em D+29, por exemplo. Neste caso, o investidor que pedir o resgate do seu investimento hoje, só receberá daqui a 30 dias corridos da data da solicitação. Mas, só daqui a 29 dias é que ele vai converter a sua participação em dinheiro e considerará o valor da cota do dia. Até lá, tudo pode acontecer, o fundo ir melhor ou pior e o valor da sua cota vai acompanhar toda essa movimentação.

Taxa de administração

Muita gente olha, mas nem todo mundo leva em consideração a importância da taxa de administração, especialmente porque se for muito alta vai “comer” parte de seu rendimento. Na teoria, é quanto a gestora e a instituição financeira cobram por fazer a gestão do seu dinheiro.

É usada para pagar despesas administrativas, de manutenção do fundo, das aplicações e também o tempo do gestor ao observar o mercado e escolher os melhores ativos para compor aquele fundo (claro, dentro dos limites do regulamento).

Na prática, o cotista paga por ela todo mês, apesar de ser cobrada em base anual (“0,5%”, “1,0%”, “2,0%”, “5,0%”.

Você pode encontrar a taxa de administração nos detalhes do fundo nas plataformas ou na “lâmina do fundo”, que é um documento básico exigido pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários”, regulador do mercado de capitais, e que todo fundo precisa ter, assim como um CNPJ próprio. Está com dificuldade em achar a tal lâmina? Digite no buscador o nome do fundo + lâmina do fundo. Certamente você irá encontrar.

Vale pensar se a taxa está de acordo com o real esforço e custo do fundo. Em fundos de renda fixa, por exemplo, o gestor tem pouco trabalho e especialistas indicam não aplicar em fundos cuja taxa seja maior do que 1% ao ano. Veja nossa matéria completa sobre o caso dos fundos de renda fixa: “Mais de R$ 56 bi estão aplicados em fundos caros e que não pagam nem o CDI ao investidor”.

Taxa de performance

Alguns fundos cobram, além da taxa de administração, a chamada taxa de performance. Como o próprio nome diz, é um percentual que fica com o gestor por ele ter tido uma boa performance na escolha dos ativos para a carteira do fundo. Só é aplicada quando um fundo de investimento bate sua meta de rentabilidade, que tem um índice de referência, como o CDI (ativos de renda fixa), o Ibovespa (ações), o IMA (títulos públicos).

É muito comum em fundos ativos ter aqueles cujo gestor é ativo na composição da carteira, visando bater o índice de referência.

No Brasil, é praxe de muitos gestores de fundos de ações e multimercados ativos cobrar a dupla 2% de taxa de administração e 20% de taxa de performance. Isso quer dizer que, se o fundo bater seu índice de referência, o gestor ficará com 20% da diferença.

Exemplo: imagine que um fundo multimercado deu rentabilidade de 10% em um ano, acima do CDI (seu índice de referência), que hoje está em 6,4%, portanto. Na prática, o investidor vai ter que pagar ao gestor 20% sobre a diferença de rentabilidade, ou seja, sobre 3,6 pontos percentuais (10% - 6,4%). No fim, ao invés de receber 3,6% a mais do que o CDI, vai ganhar 2,88% (0,72% fica com o gestor).

Qual o tipo do fundo

Renda fixa? Multimercado? Ações? Cada tipo de fundo tem um perfil de risco diferente e isso vai interferir em duas questões: na alavancagem do fundo e no potencial de rentabilidade. Os de renda fixa são mais “travados” pela regulamentação da CVM.

Mas, mesmo dentro dessa categoria, há os fundos que são obrigados a investir mais em títulos líquidos e pouco rentáveis (como os Referenciados DI e os de Curto Prazo), enquanto há também os que podem ter mais ativos de crédito privado, mais arriscados, porém, possivelmente mais rentáveis (Médio e Longo Prazos, Crédito Livre e Investimento no Exterior).

Se você ainda está indeciso sobre qual tipo de fundo tem mais o seu perfil e atende melhor ao seus objetivos financeiros, temos uma matéria só sobre o assunto. Acesse aqui.

Qual o tamanho do fundo

Não parece óbvio, mas o tamanho do fundo pode ser importante em dois aspectos.

1)Um fundo grande, acima de uns R$ 200 milhões de patrimônio líquido, por exemplo, pode indicar, por exemplo, que tem bastante gente apostando naquele ativo. Isso pode dar um certo conforto psicológico ao investidor de que ele não está apostando sozinho.

Os grandes fundos também são, geralmente, os que tiveram um rendimento consideravelmente bom em algum período e, por isso, chamaram a atenção de mais investidores de varejo, especialmente os que estão aplicando via plataformas de investimentos.

2)Além disso, por serem maiores, conseguem diluir melhor os custos administrativos.

Por outro lado, um fundo grande pode ser mais engessado, pode ter mais dificuldade de entrar e sair de suas posições, o que pode gerar prejuízos. Além disso, se houver muito saque, o fundo pode ser obrigado a vender as posições a qualquer preço. De forma simétrica, se houver muita captação, pode ser obrigado a comprar ativos mais valorizados ou diluir as posições lucrativas.

O que tem dentro da carteira

Com exceção da salsicha, geralmente a gente se preocupa com o que estamos comendo, não é? E por que tem gente que não presta atenção no que está investindo? Uma das informações mais importantes na hora de decidir aplicar em um fundo é saber exatamente o que ele tem na carteira e, assim, evitar surpresas negativas.

Primeiro vale entender quais os limites do fundo, o quanto pode investir em cada categoria de ativo (exemplo: investimentos no exterior, crédito privado, ações, derivativos etc.). Essas informações estão no Regulamento do Fundo (guarde este nome).

Depois, precisará entender qual a estratégia atual do gestor, o que ele tem na carteira, qual sua perspectiva sobre os ativos e a economia. Esses detalhes você pode encontrar de duas formas: procurar o Informe ou Carta Mensal que geralmente a gestora publica em seu site e na página do fundo nas plataformas de investimento ou pelo site da CVM.

Neste último caso, a informação estará sempre com um atraso de três meses geralmente, já que a gestora não é obrigada a publicar lá mensalmente.

Se mesmo assim não encontrar, a recomendação é ligar para a gestora e pedir (afinal, você é um potencial investidor(a). Ou desistir e cortar da lista.

Quanto mais transparente uma gestora é sobre o que tem na carteira, sua estratégia e onde poderá aumentar sua exposição, mais estrelinhas para ela!

Quem é o gestor e qual seu histórico?

Você deixa seu dinheiro com qualquer um? A resposta deveria ser não. Saber quem fará a gestão do fundo é importante também. A chegada das plataformas de investimento impulsionou o mercado de gestoras independentes.

Algumas são mais renomadas e têm gestores conhecidos. Mas se você nunca ouviu falar da gestora, a primeira coisa que precisa fazer é saber quem é o(a) responsável pela estratégia do fundo. Os sites da gestora costumam ter os nomes dos profissionais e, a partir disso, pesquise sobre o histórico profissional do gestor, se tem experiência no mercado financeiro e se já trabalhou em outras gestoras (e aí pesquisar sobre o desempenho da gestora naquele período). E, em última instância, investigar se ele já se meteu em alguma enrascada no mercado financeiro.

O fundo opera alavancado ou não ?

Bater o mercado não é tarefa fácil. Muitos fundos acabam se alavancando para tentar uma rentabilidade acima do índice de referência e dos seus pares. Um fundo que está alavancado opera volumes financeiros maiores do que seu próprio patrimônio. Usam para isso dois principais instrumentos: aluguel de ações e derivativos (como contratos futuros, as opções de ações e os contratos de swap). É uma estratégia comum em fundos multimercados.

Uma consequência disso é o risco. Um fundo alavancado, assim como pode ganhar muito, pode perder muito. É isso, quem vai muito pra cima, um dia pode ir muito pra baixo também.

Tem possibilidade de chamada de capital (cotista ter que colocar dinheiro?)

Hoje são mais raros, mas ainda há fundos que colocam em seu regulamento e contrato com o investidor a possibilidade de chamada de capital. Isso quer dizer que, se precisar de dinheiro para capitalizar o fundo, poderá recorrer a seus cotistas, que precisarão colocar mais recursos.

Observe se há algo no Regulamento do Fundo ou no Contrato sobre isso. Se tiver, pense se você tem essa condição financeira antes de entrar.

Compare fundos

O Valor Investe oferece gratuitamente duas ferramentas poderosas para ajudar você a escolher um fundo: um Ranking de fundos, onde você pode encontrar as principais informações sobre os fundos, e o Comparador de fundos, onde você pode comparar dois ou mais fundos para se decidir.

O que o gestor precisa levar em consideração quando se decide investir?

Identifique possíveis incidências de Imposto de Renda, taxas e quaisquer outros custos nos investimentos, considere a questão da inflação ao longo do tempo e calcule o ganho real da sua aplicação e jamais se esqueça do fator planejamento financeiro e perfil de investidor na hora de compor seu portfólio de investimentos ...

Quais aspectos a empresa deve levar em consideração para fazer um investimento?

Impostos, taxas de administração, corretagem, custódia e performance, por exemplo, impactam diretamente na rentabilidade dos investimentos. Assim, é importante estar atento às oportunidades de investimentos isentos de impostos ou com alíquotas pequenas, bem como procurar corretoras e fundos que cobrem taxas menores.

Quais os principais aspectos que o administrador deve considerar para escolher o melhor tipo de investimento?

Para saber como escolher um investimento mais adequado, é importante conhecer os seus objetivos..
a situação econômica do mercado;.
o histórico de retorno do investimento;.
a modalidade do investimento;.
a taxa negociada inicialmente;.
entre outros fatores..

O que é tomar uma boa decisão de investimento?

Decisão de investimento se trata do processo de escolher onde fazer a aplicação dos seus recursos financeiros. Para isso, deve-se seguir as etapas de identificação, avaliação e seleção das alternativas de ativos.