O que os jovens pensam sobre padrões de beleza

Brasil

Publicado segunda-feira, 03 de maio de 2021 às 14:12 h | Atualizado em 03/05/2021, 14:34 | Autor: Da Redação

Em busca de seguir o padrão estético criado pela sociedade e disseminado nas redes sociais, 84% das jovens com 13 anos já utilizaram aplicativos para distorcer a própria aparência, de acordo com a pesquisa do Projeto Dove pela Autoestima. A questão ocorre ao se sentirem pressionadas a editar e manipular as suas fotos para as mídias sociais, usando filtros que modificam o rosto e aplicativos de edição de imagem.

Segundo dados obtidos pela pesquisa realizada em dezembro de 2020, há um impacto do uso das redes sociais e filtros na autoestima de meninas entre 10 e 17 anos nos Estados Unidos, Inglaterra e no Brasil. No país, a pesquisa foi conduzida com uma consultoria global e multidisciplinar de pesquisa, análise e dados, com 503 meninas de 10 a 17 anos e 1.010 mulheres de 18 a 55 anos.

Além do estudo ter evidenciado que cerca de 84% das jovens brasileiras com 13 anos já aplicaram um filtro ou usaram um aplicativo para mudar sua imagem em suas fotos, 78% delas tentam mudar ou ocultar pelo menos uma parte ou característica de seu corpo que não gostam, antes de postar uma foto de si mesmas nas redes sociais.

Há também 89% das jovens que relatam que compartilham selfies na esperança de receber a validação de outras pessoas. Logo, essa “auto distorção digital” da aparência resulta em tentativas de atender a padrões irreais de beleza, ou seja, que não podem ser alcançados na vida real, e prejudicam na autoestima e confiança corporal dessas meninas.

Ainda conforme a pesquisa, 35% das jovens brasileiras dizem se sentirem “menos bonitas” ao verem fotos de influenciadores/ celebridades nas redes sociais. E quanto mais tempo elas passam editando as suas fotos, mais elas relatam baixa autoestima corporal – 60% das que passam de 10 a 30 minutos editando as imagens dizem ter baixa autoestima. O estudo também retrata que meninas que distorcem as suas fotos são mais propensas a ter baixa autoestima corporal (50%) em comparação com aquelas que não distorcem as suas fotos (9%).

Das jovens brasileiras que fizeram parte da pesquisa, 70% dizem que não se sentiriam julgadas e ficariam menos preocupadas com a sua aparência caso se sentissem representadas no meio digital. E 75% delas gostariam que o mundo se concentrasse mais em quem elas são, em vez de em sua aparência.

Já quanto as mulheres adultas, 69% delas afirmam que gostariam de ter tido o conhecimento de como construir autoestima quando eram mais jovens. Além disso, 36% das meninas acreditam que seus pais não entendem a pressão que elas sentem nas redes sociais e 78% das mães gostariam de ter as ferramentas para educar seus filhos sobre os potenciais danos das mídias sociais.

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No decorrer da história da humanidade, os padrões de beleza se alternaram. Um clássico exemplo são as artes renascentistas, que mostram, por exemplo, corpos de mulheres com o quadril largo, seios grandes e ombros largos.

Nos dias atuais, porém, há uma forte valorização de corpos magros, principalmente pela mídia, que muitas das vezes são padrões difíceis de serem alcançados pelas pessoas.

Sendo assim, a indústria estética vem lucrando cada vez mais, procurada por pessoas que buscam fazer parte desse padrão de beleza idealizado pela sociedade.

Nesse sentido, para entender melhor sobre a relação das pessoas com o corpo, padrões de beleza e o impacto disso na saúde e no bem-estar delas, o Opinion Box elaborou uma pesquisa exclusiva. Confira os principais insights a seguir.

O que são padrões de beleza?

O conceito de padrões de beleza está relacionado ao conjunto de características físicas que são tidas como ideais e tornam-se modelos a serem seguidas pelas pessoas. Esses modelos variam de acordo com o período histórico, cultura e idade das pessoas.

Nesse sentido, apesar de cada ser humano ser único e ter suas características específicas, grande parte das pessoas buscam se encaixar nesse padrão.

Seja para se sentir parte de um grupo, para buscar constantemente melhorar a autoestima ou por pura pressão da sociedade (que também engloba os outros dois fatores), tentar fazer parte de um padrão de beleza muitas das vezes pode ser doentio para as pessoas.

De acordo com a pesquisa, metade dos entrevistados afirmaram que a aparência física está relacionada ou muito relacionada à felicidade deles. Isso mostra que, quando a pessoa não está satisfeita com a sua aparência, pode gerar uma grande frustração.

Os padrões de beleza ao longo da história

É interessante analisar a forma na qual os padrões de beleza foram se alternando desde os primórdios da humanidade até os dias atuais.

Na época do Egito Antigo (1292 a.C. a 1069 a.C.), por exemplo, o padrão ideal de beleza feminina consistia em mulheres com cabelos longos, rosto simétrico, corpo magro e ombros estreitos. 

Já no Renascimento Italiano (1400 d.C a 1700 d.C), como eu disse anteriormente, o padrão já era praticamente o oposto, o que foi se alternando diversas vezes depois disso.

No vídeo abaixo, produzido pelo Buzzfeed, você pode perceber de uma forma dinâmica e muito interessante essa transformação dos padrões de beleza ao longo do tempo.

A influência da mídia nos padrões de beleza

Diariamente somos bombardeados com propagandas que têm homens e mulheres pertencentes a esse padrão de beleza idealizado.

No entanto, nos últimos anos, com o aumento da discussão de pautas importantes sobre padrões de beleza, podemos ver uma preocupação maior das empresas em trazer corpos mais reais para os anúncios publicitários, no intuito de gerar uma maior identificação pelo público.

Ainda assim, vale ressaltar que essa mudança é bem pequena e ainda há muito a ser feito. 

Ao questionar os entrevistados sobre o papel da mídia e da propaganda nos padrões de beleza, os resultados foram surpreendentes.

Nesse sentido, 71% concordaram que propagandas, de forma geral, ajudam a reproduzir padrões irreais de beleza. Além disso, 68% gostariam de ver diferentes tipos de corpos em propagandas.

É importante ter em mente também que, ao perceber esse movimento de uma preocupação maior das pessoas em ver modelos reais nas propagandas, as empresas vêm fazendo essas mudanças por um interesse financeiro.

Afinal de contas, se as pessoas querem comprar em lugares em que elas se identifiquem, as empresas não vão querer perder esse público. E os dados não mentem: 50% das pessoas afirmaram que propagandas estreladas por pessoas mais parecidas com elas podem influenciá-las mais a comprar algo.

Procedimentos estéticos e maquiagens

O Brasil é um grande consumidor do mercado de beleza e estética. Sabemos que muitas pessoas recorrem a procedimentos estéticos para se sentirem melhores com seus corpos e aparências. E, claro, na maioria das vezes, o objetivo final é que elas encaixem no padrão de beleza.

Nesse sentido, 41% dos entrevistados afirmaram que fariam ou têm vontade de fazer um procedimento estético. Ainda assim, 65% têm medo dos riscos de uma cirurgia plástica ou procedimento estético.

Além disso, de acordo com uma pesquisa realizada pela ISAPS, Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica e Estética, organização que compila dados de cirurgiões de 110 nações, 13,1% de todas as cirurgias plásticas realizadas no ano de 2019 foram no Brasil.

O país liderou o ranking por dois anos seguidos, com mais de 11,3 milhões de procedimentos realizados. 

Com relação ao uso de maquiagem, 77% das mulheres entrevistadas na nossa pesquisa têm o hábito de se maquiar. Entre elas, 68% fazem isso para se sentirem mais bonitas e 43%, para mudar o visual.

As consequências da busca por padrões de beleza idealizados

Como eu disse, ao buscar por um padrão de beleza difícil ou praticamente impossível de ser alcançado, as pessoas podem se sentir frustradas.

Isso porque, ao não se sentir pertencente a um grupo tido como o “certo”, a autoestima das pessoas acaba sendo diretamente afetada.

Muitas das vezes, ao não se sentirem confortáveis com seus corpos, as pessoas podem até mesmo deixar de vestir certos tipos de roupas. Nesse sentido, 68% dos entrevistados já passaram por esse tipo de situação.

Além disso, 51% já se sentiram intimidados por não fazerem parte do padrão de beleza mais aceito e 48% já se sentiram rejeitados por alguém por causa de suas aparências físicas.

Isso tudo mostra que não pertencer a um padrão aceito pela sociedade ou tentar fazer parte desse padrão pode trazer sérias consequências psicológicas para as pessoas. E os dados comprovam isso: 41% já tiveram problemas com a saúde mental causados pela aparência e auto estima.

Beleza, Saúde e Bem-estar: sobre a pesquisa

Por fim, a coleta da pesquisa foi realizada pelo Opinion Box foi realizada em janeiro de 2022. Para isso, foram entrevistadas 2.147 pessoas em todo o Brasil que fazem parte do nosso Painel de Consumidores.

Você também pode fazer uma pesquisa de mercado sobre o seu segmento utilizando o nosso Painel de Consumidores. Conheça mais sobre a nossa Plataforma de Pesquisa ou fale com um de nossos especialistas!

Caso você queira acessar os dados da pesquisa na íntegra, baixe o Infográfico Beleza, Saúde e Bem-estar:

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O que os jovens pensam sobre o padrão de beleza?

Na opinião do site portal da juventude (2017), o conceito de belo e de beleza é muito subjetivo. Ele varia de pessoa para pessoa e, também, de época para época. Aquilo que é desagradável para um pode ser altamente sedutor e encantador para outro. Conforme relata Damasceno et al.

Como o padrão de beleza afeta os jovens?

Não se sabe se o impacto é duradouro ou momentâneo, mas como já visto diversas vezes nesse canal, existe uma correlação grande entre o padrão de beleza muito magro e o desenvolvimento de depressão, anorexia e bulimia nervosa, principalmente em adolescentes de 15 a 19 anos.

Qual a importância do padrão de beleza para os jovens?

Conclui-se que padrões de beleza podem influenciar múltiplas vivências cotidianas dos adolescentes, possibilitando repercussões em sua saúde física e mental. Palavras-chave: saúde mental; adolescente; imagem corporal.

Como os padrões de beleza influenciam as pessoas?

Sabe-se que os padrões de beleza têm grande influência na vida das pessoas atualmente, e grande parte oriundos das redes sociais e mídias. Tais influências, podem interferir no estado nutricional da população que considera de suma importância adequar-se aos padrões impostos.