Os documentos que definem em quais disciplinas e anos escolares a educação ambiental aparece são:

Histórico da Educação Ambiental

Considerando-se que educação ambiental é um processo em construção permanente e que, portanto, torna-se um instrumento de aprendizagem em constante movimento, alguns fatos e acontecimentos marcantes na história mundial têm sua importância para o estudo proposto neste texto, como os que agora destacamos.

Em 1869, Ernest Haeckel propõe o vocábulo “ecologia” para os estudos das relações entre espécies e seu ambiente. Três anos depois, é criado o primeiro Parque Nacional do mundo, o de Yellowstone, nos Estados Unidos. Desde então, e principalmente após a 2ª Grande Guerra quando do crescimento desenfreado da produção industrial e do conseqüente acirramento da degradação do meio ambiente, começaram a surgir problemas de dimensões globais, que rompiam fronteiras e extrapolavam a regionalidade, como a poluição de rios e mananciais internacionais, a chuva ácida, o buraco na camada de ozônio, o efeito estufa, as ilhas de calor nos grandes centros urbanos, entre outros.

Nesse momento, percebeu-se a importância de uma reflexão mais profunda e a necessidade de um trabalho conjunto entre as nações, concentrando recursos financeiros e tecnológicos para a solução dessas questões e/ou para minimização dos impactos desses fenômenos no meio ambiente. Nesse sentido, diversas atitudes passam a ser tomadas, principalmente nos países do hemisfério norte. Algumas delas são emblemáticas, tais como a fundação em 1947, na Suíça, a UICN – União Internacional para a Conservação da Natureza, a mais antiga instituição ambientalista de que se tem registro.

No entanto, ainda não se relaciona diretamente as alternativas de solução aos problemas ambientais a mudança de comportamento e a questão educacional. Só em 1965, foi utilizada pela primeira vez, a expressão “Educação Ambiental” (Environmental Education), durante a “Conferência de Educação”, da Universidade de Keele, na Grã-Bretanha.

  O Clube de Roma e o Crescimento Zero

Em 1968, é fundado o Clube de Roma pelo industrial italiano Aurélio Peccei e pelo químico inglês Alexander King, que agregou 100 empresários, políticos, cientistas sociais, preocupados com as conseqüências do modelo de desenvolvimento predatório adotado pelos países ricos do ocidente e que rapidamente se espalhava por todo o globo terrestre. Em 1971, o Clube encomenda ao MIT – Instituto de Tecnologia de Massachussets, Estados Unidos - um estudo sobre a situação do Planeta.

Como resultado é publicado no ano seguinte, um relatório que leva o nome de “Limites do Crescimento”, que recomenda crescimento zero da atividade econômica e da população, como forma de garantir a continuidade da existência da espécie humana do Planeta. Tal documento é duramente criticado, principalmente porque congelava desigualdades e não previa mudanças nos padrões de produção e consumo adotados pela sociedade, nem tampouco propunha uma redistribuição de riquezas entre os países e as diferentes camadas da população.

De qualquer modo, foi a primeira vez que um sério instituto de pesquisa, financiado por poderosos empresários do primeiro mundo, apontava a situação a que o Planeta estava exposto. Por fim, o mundo tomava conhecimento, oficialmente, das limitações ambientais ao crescimento.

  A Conferência de Estocolmo

No mesmo ano da publicação, 1972, e como sua conseqüência direta, aconteceu a Conferência das Nações Unidas, em Estocolmo, debatendo o tema “Crescimento Econômico e Meio Ambiente”, com a presença de 113 países.

Esta Conferência é considerada um marco político internacional para o surgimento de políticas de gerenciamento ambiental. Ali foram propostos novos conceitos como o do Ecodesenvolvimento, uma nova visão das relações entre o meio ambiente e o desenvolvimento; gerados e criados novos importantes programas como o das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA); gerados documentos da relevância da Declaração sobre o Ambiente Humano, uma afirmação de princípios de comportamento e responsabilidade que deveriam governar as decisões relativas à área ambiental e o Plano de Ação Mundial, uma convocação à cooperação internacional para a busca de soluções para os problemas ambientais.

A Conferência também constituiu o Dia Mundial do Meio Ambiente, a ser comemorado no dia 05 de junho de cada ano. A partir dela, a atenção mundial foi direcionada para as questões ambientais, especialmente para a degradação ambiental e a poluição interfronteiras, popularizando o conceito da dispersão, de grande importância para evidenciar o fato de que a poluição não reconhece limites políticos ou geográficos e afeta países, regiões e pessoas para muito além do ponto em que foi gerada.

  A posição brasileira

O Brasil, a esta época em plena vigência do regime militar, havia adotado o chamado modelo econômico “nacional-desenvolvimentista”, onde o crescimento a qualquer custo era visto como ferramenta fundante para o progresso e para a melhoria da qualidade de vida da população e vinha acumulando sucessivos índices positivos de crescimento do Produto Interno Bruto.

Era a década do “milagre brasileiro” e os investimentos governamentais em grandes obras eram consideradas prioritários, a rodovia Transamazônica, a Ponte Rio - Niterói, a Usina de Energia Nuclear de Angra, entre outros, ampliavam a infra-estrutura que, por sua vez, possibilitava o crescimento desenfreado que exigia ainda mais infra-estruturas de base. Novas estradas, novos portos, novas fronteiras agrícolas, imensos conjuntos habitacionais e assim consecutivamente. Não era de se estranhar, portanto que, diante das discussões em Estocolmo, os representantes brasileiros não tenham reconhecido a gravidade dos problemas ambientais.

Mesmo enfrentando discordâncias, a Conferência de Estocolmo representou um avanço nas negociações mundiais e tornou-se o marco para o entendimento dos problemas planetários e para a emergência de políticas ambientais em muitos países, adotando o slogan “Uma Única Terra” e propondo a busca de uma nova forma de desenvolvimento para o mundo. No mesmo Plano de Ação, foi recomendado o desenvolvimento de novos métodos e recursos instrucionais para a Educação Ambiental e a capacitação de professores.

  Congresso de Belgrado

Três anos mais tarde, o Congresso de Belgrado propõe a discussão de nova ética planetária para promover a erradicação da pobreza, analfabetismo, fome, poluição, exploração e dominação humanas. Censurava o desenvolvimento de uma nação à custa de outra e propõe a busca de um consenso internacional. Sugeriu também a criação de um Programa Mundial em Educação Ambiental. Como resultado, a UNESCO cria, então, o Programa Internacional de Educação Ambiental (PIEA), que até os dias de hoje tem continuamente atuado na EA internacional e regionalmente. O PIEA mantém uma base de dados com informações sobre instituições de EA em todo o mundo, além de projetos e eventos que envolvem estudantes, professores e administradores.

  A Conferência de Tbilisi

A reunião internacional que de fato revolucionou a EA foi a Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental, promovida pela UNESCO e realizada em Tbilisi, na Geórgia em 1977. Embora o evento fosse governamental, participantes não-oficiais se fizeram presentes, marcando posições e interferindo nas discussões. Conseguiram grandes avanços e estratégias e pressupostos pedagógicos foram adicionados aos seus documentos.

A declaração final de Tbilisi estabelece os princípios orientadores da EA e remarca seu caráter interdisciplinar, crítico, ético e transformador. Anuncia que a EA deveria basear-se na ciência e na tecnologia para a tomada de consciência e adequada compreensão dos problemas ambientais, fomentando uma mudança de conduta quanto à utilização dos recursos ambientais.

  Nosso Futuro Comum

Durante toda a década subseqüente, a humanidade buscou conhecimentos e acordos para propor uma nova sociedade, de caráter local e global.

Em 1983, por decisão da Assembléia Geral da ONU, foi criada a Comissão Mundial de Meio Ambiente e Desenvolvimento – CMMAD. Presidida pela então primeira ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland, tinha como objetivo analisar a interface entre a questão ambiental e o desenvolvimento e propor um plano de ações.

Essa Comissão, chamada de Comissão Brundtland, circulou o mundo e encerrou seus trabalhos em 1987, com um relatório chamado “Nosso Futuro Comum”. E é nesse relatório que se encontra a definição de desenvolvimento sustentável mais aceita e difundida em todo o Planeta: “Desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das gerações futuras satisfazerem suas próprias necessidades”.

Segundo a Comissão, o desafio era trazer as considerações ambientais para o centro das tomadas de decisões econômicas e para o centro do planejamento futuro nos diversos níveis: local, regional e global.

  Conferencia de Moscou

A conferência seguinte foi a de Moscou (capital da antiga União Soviética), que reuniu cerca de trezentos educadores ambientais de cem países. Visou fazer uma avaliação sobre o desenvolvimento da EA desde a Conferência de Tbilisi, em todos os países membros da UNESCO. A EA, nessa conferência não-governamental, reforçou os conceitos consagrados pela de Tbilisi, a saber, a Educação Ambiental deveria preocupar-se tanto com a promoção da conscientização e transmissão de informações, como com o desenvolvimento de hábitos e habilidades, promoção de valores, estabelecimento de critérios padrões e orientações para a resolução de problemas e tomada de decisões. Portanto, objetivar modificações comportamentais nos campos cognitivo e afetivo.

  Rio-92

A Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), oficialmente denominada de “Conferência de Cúpula da Terra” e informalmente de Eco-92 ou Rio-92, foi realizada no Rio de Janeiro entre 03 e 14 de junho de 1992, 20 anos após a Conferência de Estocolmo e teve grande importância para reforçar e ampliar essa nova abordagem ambiental, que já vinha sendo discutida em documentos anteriores.

Fez história ao chamar a atenção do mundo para uma questão nova na época: a compreensão de que os problemas ambientais estão intimamente ligados às condições econômicas e à justiça social. Reconheceu a necessidade de integração e equilíbrio entre as questões sociais e econômicas para a sobrevivência da vida humana no Planeta. Reuniu 103 chefes de estado e um total de 182 países e centenas de organizações da sociedade civil cuja ação teve relevante impacto ao demonstrar claramente os limites da exploração dos recursos naturais. A Conferência aprovou cinco acordos oficiais internacionais: a Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento; a Declaração de Florestas; a Convenção-Quadro sobre Mudanças Climáticas; a Convenção sobre Diversidade Biológica e a Agenda 21, um documento que propõe novos modelos políticos para o mundo em busca do desenvolvimento sustentável. Paralelamente, as organizações não governamentais reunidas no Fórum Internacional das ONGS e dos Movimentos Sociais, finalizaram e aprovaram o Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global.

Assim, no âmbito governamental e no da sociedade civil, o conceito de sustentabilidade ganha força e esta nova visão implica na implantação de um modelo de desenvolvimento que garanta a manutenção da Vida no Planeta sob todos os aspectos.

  Carta Brasileira para a Educação Ambiental

Paralelamente à Rio-92, o governo brasileiro, através do Ministério da Educação e Desporto – MEC organizou um workshop, no qual foi aprovado um documento denominado “Carta Brasileira para a Educação Ambiental”, enfocando o papel do estado, estimulando, em particular, a instância educacional como as unidades do MEC e o Conselho de Reitores

  Quadro-síntese do histórico da Educação Ambiental no mundo

  ANO / ACONTECIMENTOS

  SÉCULO XIX

  • 1869 Ernst Haeckel propõe o vocábulo “ecologia” para os estudos das relações entre as espécies e seu ambiente.
  • 1872 Criação do primeiro parque nacional do mundo “Yellowstone”, USA.

  SÉCULO XX

  • 1947 Funda-se na Suíça a UICN- União Internacional para a Conservação da Natureza
  • 1952 Acidente de poluição do ar em Londres provoca a morte de 1600 pessoas
  • 1962 Publicação da “Primavera Silenciosa” por Rachel Carlson
  • 1965 Utilização da expressão “Educação Ambiental” (Enviromental Education) na “Conferência de Educação” da Universidade de Keele, Grã-Bretanha.
  • 1966 Pacto Internacional sobre os Direitos Humanos - Assembléia Geral da ONU
  • 1968 Fundação do Clube de Roma
  • 1972 Publicação do Relatório “Os Limites do Crescimento” - Clube de Roma
  • 1972 Conferência de Estocolmo - Discussão do Desenvolvimento e Ambiente, Conceito de Ecodesenvolvimento. Recomendação 96 Educação e Meio Ambiente
  • 1973 Registro Mundial de Programas em Educação Ambiental - USA
  • 1974 Seminário de Educação Ambiental em Jammi, Finlândia – Reconhece a Educação Ambiental como educação integral e permanente.
  • 1975 Congresso de Belgrado - Carta de Belgrado estabelece as metas e princípios da Educação Ambiental
  • 1975 Programa Internacional de Educação Ambiental - PIEA
  • 1976 Reunião Sub-regional de EA para o ensino Secundário Chosica, Peru. Questões ambientais na América Latina estão ligadas às necessidades de sobrevivência e aos direitos humanos.
  • 1976 Congresso de Educação Ambiental em Brasarville, África, reconhece que a pobreza é o maior problema ambiental.
  • 1977 Conferência de Tbilisi – Geórgia. Estabelece os princípios orientadores da EA e remarca seu caráter interdisciplinar, critico, ético e transformador.
  • 1979 Encontro Regional de Educação Ambiental para América Latina em San José, Costa Rica.
  • 1980 Seminário Regional Europeu sobre EA , para Europa e América do Norte. Assinala a importância do intercâmbio de informações e experiências.
  • 1980 Seminário Regional sobre EA nos Estados Árabes, Manama, Bahrein. UNESCO - PNUMA.
  • 1980 Primeira Conferência Asiática sobre EA Nova Delhi, Índia
  • 1983 Formação da Comissão Brundtland
  • 1987 Divulgação do Relatório da Comissão Brundtland, Nosso Futuro Comum.
  • 1987 Congresso Internacional da UNESCO - PNUMA sobre Educação e Formação Ambiental em Moscou, URSS. Realiza a avaliação dos avanços desde Tbilisi, reafirma os princípios de Educação Ambiental e assinala a importância e necessidade da pesquisa, e da formação em Educação Ambiental .
  • 1988 Declaração de Caracas, Venezuela, sobre Gestão Ambiental na América. Denuncia a necessidade de mudar o modelo de desenvolvimento.
  • 1989 Primeiro Seminário sobre materiais para a Educação Ambiental em Santiago, Chile.
  • 1989 Declaração de HAIA, preparatória da RIO 92, aponta a importância da cooperação internacional nas questões ambientais.
  • 1990 Conferência Mundial sobre Ensino para Todos, satisfação das necessidades básicas de aprendizagem, Jomtien, Tailândia. Destaca o conceito de Analfabetismo Ambiental
  • 1990 ONU Declara o ano 1990 como Ano Internacional do Meio Ambiente.
  • 1991 Reuniões preparatórias da Rio 92.
  • 1992 Conferencia sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, UNCED, Rio/92 – Criação da Agenda 21.
  • Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis.
  • 1992 FORUM das ONG’s - compromissos da sociedade civil com a Educação Ambiental e o Meio Ambiente.
  • 1992 Carta Brasileira de Educação Ambiental. Aponta as necessidades de capacitação na área. MEC.
  • 1993 Congresso Sul-Americano - continuidade Eco/92 - Argentina
  • 1993 Conferência dos Direitos Humanos. Viena.
  • 1994 Conferência Mundial da População. Cairo
  • 1994 I Congresso Ibero Americano de Educação Ambiental. Guadalajara, México.
  • 1995 Conferência para o Desenvolvimento Social. Copenhague. Criação de um ambiente econômico-político-social-cultural e jurídico que permita o desenvolvimento social.
  • 1995 Conferência Mundial da Mulher (Pequim, China)
  • 1995 I Conferência Mundial do Clima (Berlim, Alemanha)
  • 1996 Conferência Habitat II (Istambul, Turquia)
  • 1996 II Conferência Mundial do Clima (Genebra, Suíça)
  • 1997 II Congresso Ibero-americano de EA . Junho (Guadalajara, México)
  • 1997 Conferência sobre Educação Ambiental (Nova Delhi, Índia)
  • 1997 Conferência Internacional sobre Meio Ambiente e Sociedade: Educação e Conscientização Pública para a Sustentabilidade, Thessaloniki, Grécia. Rio + 5 Sessão especial da Assembléia Geral da ONU realizada en Nova York.
  • 1997 III Conferencia das Partes (Quioto, Japão) onde foi proposto. O PROTOCOLO DE QUIOTO, acordo para diminuição dos gases efeito estufa.
  • 1999 Conferência Mundial do Clima (Bonn, Alemanha)
  • 2000 Conferência Mundial do Clima (Haia, Holanda)
  • 2001 I FÓRUM SOCIAL MUNDIAL (Porto Alegre, Brasil)
  • 2002 Rio + 10 (Joanesburgo, África)
  • 2002 II Fórum Social Mundial ( Porto Alegre, Brasil)
  • 2002 VIII Conferência Mundial do Clima, adoção da Declaração de Déli sobre Mudanças Climáticas e Desenvolvimento Sustentável ( Nova Déli, Índia)
  • 2003 III Fórum Social Mundial (Porto Alegre, Brasil) I Conferencia Brasileira de Meio Ambiente
  • 2004 IV Fórum Social Mundial (Índia)
  • 2004 V Fórum de Educação Ambiental ( Goiânia, Brasil)

Qual a lei que fundamenta a educação ambiental no Brasil?

A Lei 9.795/99 estabelece que a Educação Ambiental deve estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, respeitando em suas diretrizes nacionais aquelas a serem complementadas discricionariamente pelos estabelecimentos de ensino (artigo 26 da LDB) com uma parte diversificada ...

Qual das alternativas abaixo contém apenas características típicas de uma paisagem do ambiente rural?

Acerto: 1,0 / 1,0 Qual das alternativas abaixo contém apenas características típicas de uma paisagem do ambiente rural? Baixa densidade populacional, pouca área construída e extrema poluição ambiental.