Neste artigo, a China Vistos se aprofundará num tema pouco comentado em jornais e na televisão: como as relações sino-africanas são positivas. A República Popular da China está, há anos, empenhada e interessada em investir nos países africanos, que estão, em geral, em desenvolvimento, um modelo inovador de combate à pobreza endêmica, investindo fundos multimilionários em troca de recursos naturais. Os recursos e tecnologias são idênticos aos que, desde os anos 80, tiraram da miséria e da subnutrição milhões de pessoas na África. Show
O modelo de desenvolvimento chinês aplicado na ÁfricaO presidente chinês, Xi Jinping, entrando em contato publicamente com o líder da EtiópiaUm estudo, patrocinado pelo Banco Mundial, constata que a China tinha um nível de pobreza muito mais elevado do que o dos países africanos antes de profundas reformas econômicas e sociais que permitiram aproximar-se rapidamente do nível dos países mais desenvolvidos. Martin Ravallion, autor do estudo, afirmou:
Temos um artigo exclusivo sobre os resultados dessas políticas de desenvolvimento socioeconômico. Você pode consultá-lo clicando aqui. O soft power chinês na ÁfricaNa Teoria de Relações Internacionais, o autor Joseph Nye elaborou o conceito de soft power, que em português significa “poder brando”. A ideia é simples: discerni-lo do hard power (poder duro), equivalente às forças de imposição de influência de um país sobre outro (como as que foram realizadas por metrópoles sobre colonias), para caracterizar a influência pacífica de um país sobre outro. Assim, em termos concretos, o soft power é expresso através da expansão cultural de um país sobre outro(s). No caso da China, para exemplificar, o Instituto Confúcio (coordenada pela Universidade de Hubei e, aqui no Brasil, em parceira com a UNESP) incentiva e divulga a língua chinesa pelo mundo. Outro exemplo é a comemoração do ano novo chinês fora da China. Eventos culturais são realizados entre chineses e africanosO enorme desenvolvimento econômico que a China vive há mais de duas décadas tem sido o pano de fundo para a sua política externa baseada no soft power. A inovação que o soft power chinês traz com relação ao modelo norte-americano é a evidente busca por parceiros que se encontram em estado de desenvolvimento econômico, como os africanos. A África é um centro de desenvolvimento do soft power chinês. A intenção do dragão asiático é garantir acesso a matrizes energéticas e dar, em troca, benefícios aos países africanos para permitir seus desenvolvimentos internos. Os métodos foram enumerados por Princeton Lyman, do Council of Foreign Affairs. Seguem:
As relações chinesas com a África na era Xi JinpingO presidente chinês, assim que entrou no poder, incluiu três países africanos na primeira visita oficial ao estrangeiro, o que prova a importância estratégica da África para a China. Xi Jinping iniciou o mandato de presidente da China em 14 de Março de 2013, e dez dias depois já se encontrava na Tanzânia. Seguiram-se passagens pela África do Sul e pelo Congo. A China mantém relações com a África desde os anos 50, durante a Guerra Fria, através do apoio a movimentos independentistas, e, mais tarde, dispondo-se a construir estradas, ferrovias e oleodutos, para chegar aos campos de petróleo e às minas de cobre e urânio que alimentam as revoluções industriais dos países africanos. Um milhão de chineses trabalham na África em construções e em atividades de mineração, e o governo chinês, em 50 anos, enviou 18 mil médicos para o continente, que trataram 250 milhões de pacientes. As trocas comerciais entre o continente e a China rondam os 200 milhões de dólares, com um ligeiro balanço a favor da África. Os chineses importam minerais, metais e madeira e exportam maquinaria, têxteis, meios de transporte, metais, plásticos e borrachas. Em suma e em geral, os países africanos exportam produtos do setor primário e recebem importações de bens de valor agregado que servem como infraestrutura para que um parque industrial seja desenvolvido dentro do território africano. Na Tanzânia, na cidade Dar Es Salaam, o presidente Xi Jinping traçou a nova política chinesa para a cooperação com a África. Ele afirmou que trata-se de uma forma da África partilhar o sonho chinês. Reafirmou a proverbial não ingerência em assuntos internos e descreveu a cooperação com a África como uma relação entre iguais, “amigos de confiança e parceiros sinceros” que vivem um momento único: a África é das regiões que registram, na balança da China, maior crescimento econômico. O presidente encontrou-se com 14 dirigentes africanos à margem da reunião dos países com economias emergentes, os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), em Durban, na África do Sul, e assinou dezenas de acordos nas áreas do comércio, energia, ciência, agricultura, tecnologia e cultura. Em Dar Es Salaam, disse que “a unidade e a cooperação com os países africanos têm sido um fundamento importante na política externa da China, que nunca irá mudar, mesmo que a China se fortaleça e reforce o seu estatuto internacional”. E frisou que, como sempre, em troca não exigiria quaisquer condições, respeitando as autonomias e identidades dos países africanos. BRICS: o porquê da África do Sul se destacarNum cenário de proximidade consciente entre a China e diversos países africanos, a África do Sul tem uma posição privilegiada. Por quê? Por causa dos BRICS! Trata-se do bloco de aliança política entre Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Somando o cenário de aproximação sino-africana com o bloco, o país se destaca. Manelisi Genge, diretor chefe da Divisão de Leste Asiático e Oceania do Departamento da África do Sul das Relações Internacionais e Cooperação, ressaltou que este ano, 2018, celebra-se o 20º aniversário das relações diplomáticas entre os dois países, que começaram em 1998. Por isso, foi realizado o evento “20 anos de Compromissos África do Sul-China: Passado, Presente e Diálogo Futuro”, na Universidade de Witwatersrand. Genge declarou o seguinte:
Em 2010, a relação China-África do Sul foi elevada para uma parceria estratégica abrangente. O comércio entre os dois países aumentaram de US$ 17 bilhões em 2012 a US$ 22,5 bilhões em 2013. Em 2017, a África do Sul se tornou o primeiro no continente a exportar carne bovina para a China. O governo chinês dá bolsas de estudos para 30 sul-africanos todos os anos, etc. As relações entre pessoas dos dois países obtiveram um impulso em 2017. O governo quer continuar a fortalecer intercâmbios em todos setores, incluindo academia e sociedade civil. As relações com a China têm habilitado o país a lidar melhor com áreas de prioridade como luta contra pobreza, desemprego e desigualdade. Foi informativo entender mais uma razão para o crescimento econômico chinês ser tão elevado? Além de publicar artigos sobre pontos turísticos e cultura, a China Vistos também fala sobre política e economia! Tudo para você, cliente, entender e se envolver ainda mais com o grande dragão asiático. Entre em contato conosco, tire suas dúvidas, seu visto chinês e boa viagem! Gostou deste conteúdo? Continue conosco também no Facebook! Por Rafael Queiroz Alves Fontes: Revista Além-mar, Xinhua, Chinafrica Magazine, Blog Análise Global, MRA Alliance Por que a China tem interesse na África?Interesses da China na África
Um dos principais interesses chineses no continente africano é a importação de materiais como petróleo, minérios e alimentos, detalha Santoro.
Quais são os principais interesses da China na África?A maior atuação chinesa no continente africano dá-se por meio de investimentos externos diretos, ajuda financeira, projetos de infraestrutura e perdão de dívidas, por exemplo. Os benefícios dessa relação para o desenvolvimento de países africanos são grandes.
Quais são as relações entre a China e a África?A China mantém relações com a África desde os anos 50, durante a Guerra Fria, através do apoio a movimentos independentistas, e, mais tarde, dispondo-se a construir estradas, ferrovias e oleodutos, para chegar aos campos de petróleo e às minas de cobre e urânio que alimentam as revoluções industriais dos países ...
Em que projetos a China investe na África?Além da compra de commodities minerais importantes, os chineses se comprometeram a comprar outros bens das nações africanas, caso da soja e outros grãos.
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