Nem todos os militares eram a favor do golpe Em geral, ao se falar da ditadura no Brasil, imputa-se ao militares a autoria do golpe e a manutenção do estado autoritário. É frequente, por um lado, caracterizar a repressão como se ela fosse unicamente de responsabilidade da categoria militar, esquecendo
a participação importante dos civis. Por outro, é comum ignorar que não foram todos os militares que apoiaram o golpe e a instalação da ditadura. Pouco se fala sobre a “resistência dos quartéis” ao golpe de 1964 e sobre a crítica interna aos rumos adotados pelos governos militares. Fato é que os militares ficaram marcados pelo histórico repressivo e pela interpretação que se tornou hegemônica
nos relatos históricos e nas memórias dos civis que resistiram. Mas os militares que não apoiaram as investidas de tomada do poder em 1964 formaram um grupo distinto que sofreu perseguições, punições e torturas. Contrários ao militares de alta patente que esquadrinhavam os rumos da política e da economia do Brasil, cerca de 7,5 mil membros das Forças Armadas e bombeiros foram presos e torturados ou expulsos de suas corporações por oposição ao que se denominava nos quartéis de “revolução de
1964”. Assim como estudantes, sindicalistas e intelectuais, esses militares – em grande maioria de baixa patente, ou seja, subtenentes, cabos e sargentos – também tiveram um papel importante e necessário na resistência democrática e, proporcionalmente, foram penalizados em maior número que em outras categorias sociais. Isso não corresponde a afirmar que todos estes militares perseguidos eram
de esquerda. Eram de uma oposição fundamentalmente nacionalista, lutavam por questões que historicamente estavam relacionadas à preservação da soberania nacional e dos direitos humanos. De todo modo, a pauta de reivindicações desses militares, ainda antes do golpe de 1964, foi no sentido da ampliar seus direitos civis e políticos, vale lembrar que os chamados “praças” (militares não graduados) eram impedidos de votar. Havia também, muitos oficiais de alta patente que eram contra o golpe,
os chamados “legalistas”, mas que acabaram aderindo na última hora, pelo medo da quebra da hierarquia militar, por causa da movimentação dos cabos e sargentos por mais direitos. Alguns militares que não apoiaram a ditaduraSérgio “Macaco” (1930-1994) Rui Moreira Lima
(1919-2013) Euryale Zerbini (1908-1982) Jefferson Cardim (1912-) Quando ele já estava no Uruguai, por auxílio de João Goulart, organizou o Movimento 26 de Março, também conhecido como Guerrilha de Três Passos. Da cidade do Rio Grande do Sul de mesmo nome, o grupo do coronel subiu em direção ao Paraná. Isso porque, no dia 26 de março de 1965, o presidente Castelo Branco estaria em Foz do Iguaçu para a inauguração da Ponte da Amizade, na fronteira entre Brasil e Paraguai. A ação foi frustrada pelas tropas do governo, resultando na dispersão e posterior prisão de todos os insurgentes. Preso e levado a Curitiba (PR), Cardim foi torturado e ficou detido até 1968, quando conseguiu fugir. Em 1970, foi sequestrado na Argentina, como uma das primeiras ações da Operação Condor. Candido Aragão (1907-1998) Com a consumação do golpe, foi preso e levado à fortaleza de Lajes, onde permaneceu incomunicável por quatro meses. Por causa dos maus tratos na prisão, ficou cego de um olho. Com a promulgação do AI-1, teve seus direitos políticos cassados por dez anos. Alguns meses depois, obteve habeas corpus e se exilou no Uruguai. Até o final da década de 1970, Aragão viveu em inúmeros países. Com a Lei da Anistia, voltou ao Brasil, mas, ao desembarcar no Rio de Janeiro em 1979, ficou detido por 50 dias. Finalmente foi absolvido das acusações em 1981. Por que os defensores do regime militar não considera correto o uso da expressão golpe?O uso da expressão golpe não era correta segundo os apoiadores do regime militar, visto que sua aplicação denotaria o uso de força, imposição e violência, enquanto esse grupo preferia falar em assumir o poder para melhor controlar o país.
Qual é o sentido de usar a expressão civilO sentindo de usar a expressão "Civil-militar" para se referir ao Golpe de 1964 é basicamente o de apontar que houve participação da sociedade civil no evento que ficou conhecido como Golpe de 1964.
Por que os militares tomaram o poder em 1964 Brainly?Resposta: Os militares envolvidos no golpe de 1964 justificaram sua ação afirmando que o objetivo era restaurar a disciplina militar e a hierarquia nas Forças Armadas e deter a "ameaça comunista" que, segundo eles, pairava sobre o Brasil.
O que é um golpe de Estado e qual a sua diferença com uma revolução?Distingue-se de uma revolução na medida em que esta última é popular e emprega uma transformação social profunda. Os golpes de Estado podem ser violentos ou não, e podem corresponder aos interesses da maioria ou de uma minoria.
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