Por quê sera que não sinto falta de mulheres answeers

O assunto é delicado e dele pouco se fala. Existem mães que odeiam os filhos e vice-versa. Na mitologia grega, Medeia mata os próprios para se vingar de Jasão, que a deixou por outra mulher. Ele a acusa: “Infanticida! Fêmea abominável”. Procne, menos conhecida, mata o filho para vingar o adultério do marido e depois lhe serve a carne da criança cozida. Gea, a Mãe Terra, é o berço do nascimento e a sepultura da morte.

Mitologia e literatura oferecem outra visão da mãe, diferente da que quer passar o modelo social. Em Mãe em noite de lua cheia, de Luiz Antônio Aguiar, uma personagem escolhe realizar seus sonhos, mesmo que isso magoe a filha adolescente. Em Dois irmãos, Milton Hatoun descreve a personagem Mãe Zana com toques realistas. O cronista Rubem Braga não deixou por menos. Em um conto dedicado ao Dia das Mães, descreve como o excessivo zelo materno, somado às frustrações pessoais, torna-se um peso para o pequeno João, de oito anos. O dia em que troquei de mãe, de Jacqueline Mattos, revela uma personagem, Bruna, que foge por não aguentar sua mãe.

Na clássica peça Álbum de família, de Nelson Rodrigues, o diálogo entre os irmãos, Glória e Edmundo, é nu e cru: “Eu nunca disse a ninguém, sempre escondi, mas agora vou dizer: não gosto de mamãe. Não está em mim – ela é má, sinto que ela é capaz de matar uma pessoa. Sempre tive medo de ficar sozinha com ela! Medo que ela me matasse”. E a resposta, não menos crua, da mãe: “Isso aqui agora vai ficar pior – Glória vem aí… Ela nunca me tolerou, Edmundo, nunca! Quando nasceu e disseram MENINA, e tive o pressentimento de que ia ser minha inimiga. Acertei”. E depois, em conversa com a ex-nora: “Estou cansada, farta de não falar, de esconder há tanto tempo as coisas que eu sinto, que eu penso. Podem dizer o que quiserem. Mas eu dei graças a Deus quando minha filha morreu!”.

Em 1944, a peça causou repulsa. Até hoje, em fóruns acadêmicos ou debates públicos, o tema incita reações violentas. Tem gente que não acredita. Mas a verdade, explica a psicanalista Márcia Neder, é que as relações familiares engendram impulsos amorosos e hostis, mesmo que essa hostilidade permaneça escondida e disfarçada. Há tempos, o movimento feminista representado por Betty Friedan botou o dedo na ferida. Sim, há mães que detestam sê-lo. O nascimento de um bebê não traz só euforia e plenitude; os berros do recém-nascido, a dependência absoluta do adulto, a urgência em mamar estão longe de provocar as mesmas reações. A mulher pode viver essa experiência como fonte de prazer ou… um fardo.

Freud foi dos primeiros a nomear a ambivalência materna. Dentre as histórias clínicas que apresentou, há duas: a da mãe que não conseguia amamentar os filhos e a da que culpava a criança pela morte do pai. Ele revelou que a idealização – a mãe é fonte inesgotável de amor – oculta sentimentos agressivos: violência, irritação, vergonha e culpa.

Até meados do século XX, era comuns que mães, no seu momento “bruxa”, imprimisse nos filhos, e sobretudo nas filhas, modelos de autorrestrição. A obrigação de obedecer, assim como a vigilância sobre regras, eram constantes. As mães podiam punir tudo o que era considerado “indesejável” com “surras e cascudos”. Ou com pressão psicológica. As ameaças de retirada de afeto (“Você age assim e ninguém gosta…”), as ameaças de abandono e solidão (“Moça assim não casa…”), os castigos do Céu (“Nossa Senhora está olhando você e está triste), remorso (“Quando eu morrer, você vai ver a falta que vou fazer…”) ou culpa (“Só quero o seu bem…você está fazendo uma ingratidão”) abatiam-se sobre as costas dos filhos. Antes, a preocupação era que os filhos fossem bem-educados, que respeitassem os idosos, que fossem alvos de elogios. Hoje, preocupa “o que serão” e seu futuro.

Pesquisas publicadas nos Estados Unidos demonstram que o modelo da mãe ideal é tão forte que aquelas que não se identificam com ele sentem-se “desviantes”. Mesmo na psicoterapia, tais mulheres conseguem indignar os terapeutas: a “mãe má” é um tabu! É monstruoso mostrar esse lado sombrio da mulher. A intolerância contra colegas, amigos ou pessoas do outro sexo pode definir alguém como irracional ou infeliz, mas, a intolerância em relação aos filhos torna uma pessoa a encarnação do mal.

Segundo Márcia Neder, no reino da pedocracia, em que o culto à criança, o “reizinho” da casa, está plenamente instituído, é crime não amá-la e vergonhoso admitir que não se ame o próprio filho. A supervalorização da maternidade leva a analisar a “síndrome do ninho vazio” de maneira errada, ela explica. Longe de sofrer porque os filhos amadureceram, cresceram e saíram de casa, esse momento pode traduzir o alívio e a satisfação ao vê-los partir – aliada à autonomia da prole, vem a alforria da mãe, que pode voltar a pensar em si mesma.

Vale lembrar que ser mãe é uma condição subjetiva; nem toda a mulher fértil está apta a exercer a maternidade. Nem ela é mágica capaz de transformar o caráter da mulher.

– Mary del Priore.

Por quê sera que não sinto falta de mulheres answeers

Medeia, de Eugène Delacroix.

É normal não sentir falta de ninguém?

Não é comum não sentir saudades , a não ser que haja algum motivo de origem biológica, ou química para não haver saudades. Após isso ser verificado, sugiro então, que procure um psicólogo para acompanhar se existe algum motivo que te impeça de sentir isso.

O que fazer para a pessoa sentir sua falta?

Aprenda a fazer falta: 7 dicas diretas.
Permita-se viver para si e não para os outros..
Invista momentos de seu dia em momentos só seus..
Faça terapia para compreender o quanto precisa e depende do valor que outra pessoa te dá.
Não se feche para a descoberta de outros relacionamentos..
Limite a quantidade de mensagens que envia..

Quando um homem sente a falta de uma mulher?

Um homem precisa de espaço para se apaixonar. É quando sente a sua falta que ele toma consciência disso. Sabe por que? Porque é na sua ausência que ele consegue entender a importância que você tem pra ele e a dimensão da emoção dele por você.

Como saber se a pessoa está sentindo sua falta?

13 sinais de que você está com sintomas de saudade.
Você se pega pensando na pessoa várias vezes ao dia. ... .
Parece que tudo te lembra aquela pessoa. ... .
Em um momento você fica feliz lembrando dela, no outro se toca que está longe e fica arrasada. ... .
Às vezes é tão forte que chega a doer fisicamente o coração..