Esse foi um dos períodos mais violentos e tensos da história da França.Execução de Robespierre no final da Fase do Terror (1794) Show
O que foi Também conhecida como Revolução Popular, Fase Radical ou simplesmente Terror, foi a fase da Revolução Francesa mais violenta e radical. Liderada pelos jacobinos (pequenos comerciantes e profissionais liberais) e com grande participação das camadas mais pobres da população, durou de 1792 a 1794. Contexto histórico - Teve início em setembro de 1792, com o massacre de centenas de monarquistas que estavam presos. O massacre foi comandado pelos jacobinos. - Áustria, Prússia e outras monarquias europeias pretendiam invadir a França para restaurar a monarquia no país. A França resistiu com a formação de um exército com grande participação das camadas mais pobres. A guerra foi o combate ao inimigo externo que pretendia acabar com a revolução e restaurar a monarquia. - Em 1792, os revolucionários (jacobinos) lideraram uma revolta popular que tirou Luis XVI do trono e demitiu todos os ministros da França. - Em setembro de 1792 foi estabelecida a Convenção Nacional que tinha como objetivo modificar as leis da França. Na Convenção houve um forte conflito de interesses entre jacobinos (camadas médias e populares) e girondinos (representantes da alta burguesia). As principais características a Fase do Terror foram: - Na Convenção, os jacobinos usaram o poder para declarar o rei Luís XVI culpado de traição e condená-lo a execução na guilhotina. O mesmo aconteceu com sua esposa Maria Antonieta. - Na Convenção Nacional, os jacobinos, sob a liderança de Robespierre, adotaram uma série de medidas: fim da escravidão nas colônias francesas; abolição de todos os privilégios; divisão das grandes propriedades; tabelamento de preços de produtos essenciais; ajuda aos indigentes e educação básica obrigatória e gratuita. - As medidas radicais despertaram nos girondinos uma forte reação violenta. Organizados, a alta burguesia da França começou a perseguir, prender e assassinar vários jacobinos. - Os jacobinos reagiram com mais violência, pois chegaram a conclusão que para defender a revolução seria necessário eliminar todos os opositores na França. Em 1793, cerca de 40 mil pessoas (monarquistas, girondinos e ricos burgueses) foram executadas pelos jacobinos. Fim da Fase do Terror - Em 1794, Robespierre e seu grupo perderam o apoio de grande parte dos jacobinos em função dos atos de extrema violência que vinham adotando. Sem apoio militar, foram dominados pelos girondinos. Robespierre foi preso e condenado a execução na guilhotina em 28 de julho de 1794. Terminava assim a Fase do Terror da Revolução Francesa.
Última revisão: 29/07/2020. Por Jefferson Evandro Machado Ramos Você também pode gostar de:
O Terror - Guerra Civil e Revolução Francesa Autor: Andress, David Editora: Record Fontes de pesquisa consultadas para a elaboração do texto: - ARRUDA, José Jobson de Andrade; PILETTI, Nelson. Toda a História. História Geral e do Brasil. São Paulo: Ática, 2007. - MORAES, Luís Edmundo. História Contemporânea – Da Revolução Francesa à Segunda Guerra Mundial: São Paulo: Contexto, 2017. A vitória do exército popular contra os reinos da Prússia e da Áustria, em 1792, que haviam tentado invadir a França, fortaleceu os grupos políticos republicanos, o que levou ao fim da fase da Monarquia Constitucional da Revolução Francesa. A Proclamação da República em setembro de 1792 deu início a uma nova fase da Revolução, a da Convenção Nacional. A Convenção Nacional havia sido eleita na Assembleia Nacional, funcionando como uma espécie de Poder Executivo. A instauração da República – famosa pelo lema liberdade, igualdade e fraternidade – levou à elaboração de uma nova Constituição, que buscava garantir maiores direitos às classes baixas da população. Um novo calendário foi criado, indicando 1792, ano da proclamação da República, como o ano I do calendário revolucionário. Era uma forma de atacar o cristianismo e dar mais espaço ao racionalismo na vida social francesa. A instauração da República era ainda uma forma de tentar resolver os problemas que existiam na sociedade francesa. Os países vizinhos, governados por antigas monarquias, pretendiam combater a República por ela representar uma ameaça a seu poder, pois a população desses países poderia ser influenciada pelos acontecimentos na França. A guerra ao governo francês foi o caminho usado para deter as ações republicanas. Dentro da França havia problemas relacionados à falta de alimentos e à subida dos preços, além de não serem todas as camadas da população a concordarem com as medidas estabelecidas pela República. Revoltas aconteciam nas cidades do interior e nos campos. Na capital Paris, a revolução tendia a se radicalizar, com uma intensa participação política dos sans-culottes, que pretendiam ampliar os direitos sociais aos mais pobres. Essas pressões tinham como consequência a divisão política dentro da Assembleia nacional, e mesmo na Convenção. Os grupos políticos dividiram-se em três: os girondinos, representantes da burguesia industrial; os membros da planície, ou pântano, aliados aos interesses da burguesia financeira; e a montanha, formada pelos jacobinos e condeliers, pequenos burgueses que tinham o apoio dos sans-culottes. Essa divisão política daria ainda origem aos termos direita e esquerda. Os girondinos mantiveram-se à frente da Convenção Nacional no início. Entretanto, a radicalização da revolução e o fortalecimento dos jacobinos levaram a República a tomar novos rumos. O rei Luís XVI foi condenado por traição e executado na guilhotina em janeiro de 1793. Os jacobinos conseguiram formar ainda um Comitê de Salvação Pública, proposto por Jean-Paul Marat, um dos líderes do grupo. Marat era conhecido como o Amigo do Povo, em decorrência do título de mesmo nome que tinha seu jornal, indicando sua ligação com os sans-culottes. Destacaram-se ainda como líderes jacobinos: Georges Danton, mais moderado, Maximilien Robespierre, Jacques-René Hébert e Louis Saint-Just, com posições mais radicais dentro do jacobinismo. Além do Comitê de Salvação Pública, que combateria as ações contrarrevolucionárias, foi formado ainda o Tribunal Revolucionário, que julgaria os inimigos da Revolução. Inúmeras pessoas foram julgadas e condenadas pelo Tribunal, sendo que a maioria foi executada na guilhotina. A rainha Maria Antonieta e vários girondinos perderam suas cabeças em praça pública. A radicalização da Revolução ocorreu quando Marat foi assassinado em sua casa por uma girondina. A comoção popular decorrente do assassinato do Amigo do Povo levou os jacobinos a tomarem o poder, dando início ao período do Terror. A aplicação do terror revolucionário contra os inimigos do poder foi o motivo pelo qual o período foi assim denominado. A liderança do governo coube a Robespierre e Saint-Just. As principais medidas adotadas estavam relacionadas ao controle dos preços dos alimentos (Lei dos Máximos), os direitos políticos foram estendidos a todos os homens maiores de 21 anos, buscou-se melhorar a saúde pública e a educação, com a criação de diversas escolas em vários níveis com o objetivo de instruir toda a população. Os jacobinos pretendiam ainda limitar o direito à propriedade privada, evitando a concentração de riqueza. Essas medidas desagradaram os girondinos e a burguesia, que passaram a se opor a Robespierre. Este, por sua vez, perdeu aos poucos seus apoios políticos, principalmente em decorrência da condenação e execução deles. Hébert e Danton, por exemplo, foram guilhotinados. Isolado e sem o apoio popular, Robespierre não resistiu à pressão dos girondinos. Foi preso e executado em julho de 1794, dia 09 do termidor, no calendário revolucionário. Era o início da reação termidoriana, que passaria a perseguir os sans-culottes e atacar as conquistas sociais do período da Convenção. Era a vitória dos girondinos e da burguesia. O golpe de Estado contra os jacobinos encerrou o período da Convenção Nacional, dando início a uma nova fase da revolução: o Diretório. Aproveite para conferir as nossas videoaulas relacionadas ao assunto: Por que o período da convenção ficou conhecido como Período do Terror?Terror religioso
O terror jacobino não poupou os religiosos que se recusaram a jurar a Constituição Civil do Clero. Para eles, foram sancionadas várias leis que previam prisão e multas. Por fim, foi aprovada a Lei do Exílio, em 14 de agosto de 1792 e cerca de 400 padres tiveram que deixar a França.
Por que o período jacobino ficou conhecido como Terror?O nome terror foi dado pelos adversários dos jacobinos, pois geralmente eram eles os alvos das ações, que consistiam principalmente na execução na guilhotina, onde os condenados perdiam a cabeça, literalmente.
Porque a Convenção Nacional foi considerada a fase mais popular e também marcada pelo Terror?Apesar de buscar soluções, as medidas tomadas por esse novo regime não conseguiam suportar a crise que atingia a República por quase todos os lados. Dessa forma, entre 1793 e 1794, a perseguição sistemática dos traidores do ideal revolucionário marcou a fase do Terror dentro da revolução.
O que foi o Período do Terror durante a Convenção Nacional?Também conhecido simplesmente como Terror, o Período do Terror da Revolução Francesa é a fase mais radical do governo jacobino na França, ocorrida entre setembro de 1793 e julho de 1794.
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