Quais os benefícios da prática de exercícios físicos para pessoas com obesidade hipertensão e diabetes?

Estima-se que 425 milhões de pessoas em todo o mundo sejam diabéticas. No Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, o número estimado é de 14,5 milhões, sendo que quase a metade desconhece o diagnóstico.

Cerca de 90% das pessoas com diabetes têm o tipo 2, que aparece quando o organismo não consegue usar adequadamente a insulina que produz (a chamada resistência insulínica) ou não produz insulina suficiente para controlar a taxa de glicemia. Ele se manifesta mais frequentemente em adultos, mas crianças também podem apresentar. Dependendo da gravidade, pode ser controlado com atividade física e planejamento alimentar. Em outros casos, exige o uso de insulina (hormônio que controla a glicemia no sangue) e/ou outros medicamentos para controlar a glicose.

A obesidade é o principal fator de risco para o desenvolvimento da doença. Porém, mesmo em pessoas não obesas, o diabetes tipo 2 pode surgir caso haja um ganho de peso importante, pois esse excesso de gordura pode atuar no fígado, no pâncreas, no músculo e em outros órgãos, atrapalhando a ação da insulina e fazendo com que os níveis de glicemia se elevem.

Apesar de haver um componente genético importante no desenvolvimento do diabetes tipo 2 – o que faz com que algumas pessoas estejam mais propensas a desenvolver a doença do que outras – estudos demonstram que é possível retardar ou prevenir o desenvolvimento do diabetes. Isso porque é a combinação de fatores genéticos e ambientais que leva ao desenvolvimento da doença.

Entre os fatores que demonstraram resultados positivos na prevenção do diabetes tipo 2, o principal é a redução do excesso de peso, por meio de mudanças profundas na alimentação e da inclusão de atividades físicas constantes no dia a dia.

Sabe-se que cada quilo de peso perdido, em pessoas com pré-diabetes, pode reduzir em 16% o risco de aparecimento da doença. Em pessoas com diabetes de diagnóstico recente, uma mudança intensiva do estilo de vida, visando redução calórica e perda de peso pode deixar a doença sob controle, mesmo sem medicações.

O exercício físico também tem papel importantíssimo, que vai além da manutenção do peso adequado. Quando praticado de forma regular, alicerçado em um programa estruturado de treinamento e prescrito por um profissional capacitado, traz inúmeros benefícios para a saúde da pessoa com diabetes, muitas vezes até maiores do que os observados com medicamentos específicos para a doença. São recomendados exercícios de intensidade moderada (como caminhada), por, no mínimo, 30 minutos, cinco vezes por semana.

Veja as melhorias que a atividade física pode trazer à saúde de quem tem diabetes:

  • Perda de peso;
  • Redução no risco de doenças cardiovasculares;
  • Melhora da composição corporal (redução na quantidade de massa gorda e aumento na quantidade de massa muscular);
  • Redução dos níveis de pressão arterial;
  • Melhora da resistência à insulina;
  • Melhora do controle glicêmico;
  • Melhora nos níveis de colesterol e triglicérides;
  • Melhora no bem-estar geral/global;
  • Redução nos riscos de depressão e transtornos de ansiedade;
  • Diminuição dos riscos de câncer de cólon (intestino), de útero e recorrência e morte por câncer de mama;
  • Redução no risco de demência e doença de Alzheimer;
  • Melhora em incontinência urinária;
  • Redução na dose e no número de medicamentos usados para hipertensão arterial, dislipidemia (colesterol elevado) e diabetes;
  • Melhora da esteatose hepática (acúmulo de gordura no fígado).

Todos estes benefícios são decorrentes da prática regular do exercício físico ao longo de anos. Mas, grande parte das pessoas enfrenta dificuldades para a manutenção, no longo prazo, de uma rotina de atividade física. Assim, é fundamental buscar uma modalidade que seja prazerosa e que se ajuste com mais facilidade ao dia a dia do praticante.

A melhor forma de prevenir o diabetes e diversas outras doenças é a adoção de hábitos saudáveis:

  • Comer diariamente verduras, legumes e, pelo menos, três porções de frutas;
  • Reduzir o consumo de sal, açúcar e gorduras;
  • Parar de fumar;
  • Praticar exercícios físicos regularmente;
  • Manter o peso controlado.

Fontes:

Sociedade Brasileira de Diabetes

Ministério da Saúde

Praticar atividade física regularmente é essencial para a saúde física e mental e reduz o risco de várias doenças, você sabe. Mas não é só isso: além de serem ótimos para prevenir patologias, os exercícios podem ajudar (e muito!) no tratamento de diversos quadros clínicos.

Com liberação médica e orientação de um profissional de educação física, qualquer exercício pode ajudar você a combater uma doença. Porém, algumas modalidades trazem benefícios específicos que podem auxiliar ainda mais a tratar ou aliviar sintomas de certos problemas de saúde. Veja a seguir quais são.

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Asma e bronquite: natação

Tradicionalmente recomendada para quem tem doenças respiratórias, a natação é especialmente indicada por ter forte componente aeróbico e ser praticada em um ambiente úmido (que facilita a respiração). As braçadas na piscina trabalham a musculatura respiratória, responsável pela capacidade de expansão torácica, aumentam a capacidade ventilatória e ajudam a controlar os fatores inflamatórios que desencadeiam crises.

Mas, cuidado: quem tem crises de asma e bronquite desencadeadas por alergias precisa prestar atenção se o cloro (ou outra substância na água da piscina) não é um fator irritante —o que pode induzir crises. Nesse caso, uma boa é optar por outras atividades aeróbicas, como ciclismo.

Depressão e ansiedade: futebol, vôlei, basquete ou corrida

Esportes coletivos promovem a socialização e ajudam a combater o isolamento, um dos primeiros sintomas da depressão. Além disso, estimulam a liberação de substâncias no organismo que trazem bem-estar e melhoram o humor, como a endorfina. Isso ajuda não só a reduzir o estado depressivo, como também combate outros problemas emocionais, por exemplo, a ansiedade.

A corrida também é uma modalidade muito famosa por "turbinar" a produção de endorfinas e tem como vantagem o fato de você não depender de outras pessoas (para formar dois times) para realizar a atividade. E, mesmo sendo um esporte individual, há muitos grupos de corrida que podem favorecer o convívio social.

Câncer: caminhada

No caso do câncer, é complicado cravar uma "modalidade ideal", pois os médicos precisam levar em consideração alguns fatores antes de indicar uma atividade física ao paciente, como o tipo de câncer, a condição da pessoa e o estágio em que está o tratamento. No entanto, a caminhada costuma ser muito recomendada por ter baixo impacto e intensidade leve.

O exercício fortalece o corpo e estimula a produção de endorfinas que trazem bem-estar, fazendo com que o paciente suporte bem a quimioterapia e radioterapia. Além disso, reduz os efeitos do chamado "chemo brain", que é o déficit cognitivo e mental que o tratamento traz. Também melhora a condição muscular e óssea, muito prejudicada pelos medicamentos.

Colesterol alto: musculação e aeróbico

A prática do exercício físico leva a uma melhora na composição corporal, ou seja, aumento de massa magra (músculos) e perda de gordura. Quando a musculatura do corpo está fortalecida, suas respostas enzimáticas melhoram e há uma melhora na degradação de lipídeos, diminuindo o colesterol no sangue. Escolha exercícios que exijam da parte cardiovascular, como corrida e ciclismo, e que trabalhem a força e a estabilidade, como a musculação.

Artrose: ioga, pilates ou hidroginástica

Quem sofre com o desgaste das cartilagens pode investir em exercícios em que existe a contração muscular sem exigir demais da articulação. Opte por atividades sem impacto (saltos, corrida) ou movimentos repetidos continuamente. São boas opções ioga, pilates, exercícios isométricos e hidroginástica (que apesar de ter movimentos repetidos possui baixo impacto).

Diabetes: musculação e exercícios aeróbicos

O ganho de músculos traz maior sensibilização das células à insulina e as atividades aeróbicas ajudam a reduzir o nível de açúcar no sangue. Junto com uma alimentação adequada, essa combinação de benefícios pode levar à diminuição da quantidade de medicamento utilizada pelo paciente ou até mesmo, no caso do diabetes tipos 2, controlar a doença e dispensar o uso de remédios.

Atenção: o exercício tem que ser ajustado conforme a dose de medicamento que a pessoa toma e onde ele é aplicado, para não gerar complicações.

Dor de cabeça crônica: alongamento

Claro que você pode e deve praticar outros exercícios, mas procure também investir em exercícios que ativem a musculatura cervical do pescoço e a relaxem, como os de flexibilidade. E atenção à contração exagerada da musculatura do pescoço, que diminui o fluxo sanguíneo para o cérebro, podendo ser um fator causador da dor. Em casos de enxaqueca associados ao ciclo menstrual, o exercício também é benéfico pois pode aliviar os sintomas da TPM, responsável pelo desconforto.

Dor nas costas: treino funcional e pilates

Grande parte dos exercícios dessas modalidades têm como foco o fortalecimento do core (músculos do abdome, quadril e lombar). Essa região do corpo é importante para manter a estabilidade do tronco. Fortalecer o core ajuda a evitar uma sobrecarga na região das costas e melhora a postura, minimizando as dores.

Pressão alta e varizes: caminhada, corrida e ciclismo

Essas atividades aeróbicas estimulam a circulação sanguínea nas pernas (e também no restante do corpo), melhorando a vascularização periférica. Os exercícios aeróbicos ainda dilatam as veias e artérias, reduzindo a pressão dentre delas —por isso ajudam a combater a hipertensão.

Osteoporose: caminhada e corrida

Atividades de impacto estimulam a mineralização e produção óssea, fortalecendo o esqueleto. Além disso, quando essas modalidades são praticadas ao ar livre durante o dia, a exposição solar promove a síntese de vitamina D, substância que melhora a captação de cálcio pelos ossos. Apesar de não ter impacto, a musculação também incentiva a produção de tecido ósseo, pois a musculatura traciona o osso, e pode ser outra boa aposta.

Obesidade: musculação

Apesar de os exercícios aeróbicos serem a primeira opção de atividade física que vem à cabeça de quem deseja emagrecer, o treino de força tende a ser uma melhor opção. Além de ser capaz de proporcionar um bom gasto calórico quando realizada de maneira intensa, a musculação faz com que seu corpo gaste mais calorias quando você está em repouso, pois quanto mais músculos você tiver, maior é seu metabolismo em repouso. A musculação ainda tem como vantagem o baixo impacto: ou seja, não vai sobrecarregar as articulações de quem está com excesso de peso, como a corrida.

Lógico que também é possível combater a obesidade com exercícios aeróbicos e eles não são ruins para isso, a musculação só surge como uma melhor opção por promover uma perda de peso mais saudável: isso é, reduz a gordura e aumenta a massa magra (músculos).

Fontes: Ricardo Eid, médico especialista em medicina do esporte e exercício do Hospital Alemão Oswaldo Cruz; Tiago Lazzaretti, médico do esporte do Instituto de Ortopedia e Traumatologia da USP (Universidade de São Paulo); Flavio Rebustini, professor do mestrado em Gerontologia na Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP.

Quais os benefícios do exercício físico para pessoas diabéticas e hipertensas?

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Qual a recomendação para pessoas que possuem doenças como diabetes e hipertensão praticarem atividade física?

A recomendação geral é que atividades físicas aeróbicas moderadas devem ser realizadas em torno de 150 minutos semanais e as consideradas intensas 75 minutos semanais. Em relação aos exercícios resistidos, recomenda-se 2 a 3 vezes por semana, séries de 8 a 10 repetições.