O Romantismo no Brasil teve início em 1836, com a publicação do livro Suspiros poéticos e saudades, de Gonçalves de Magalhães. Foi resultado de um contexto histórico que levou à Independência do Brasil, em 1822, e despertou nos artistas brasileiros o sentimento de nacionalismo, marcante na primeira geração da poesia romântica. Show
A poesia romântica brasileira é dividida em três gerações: indianista, enaltecedora do heroísmo indígena; ultrarromântica, centrada nas temáticas do amor e morte; e condoreira, de cunho social. Já a prosa é separada em quatro tipos: urbana, cujo enredo se passa no Rio de Janeiro; regionalista, em que o espaço da narrativa é o interior do país; histórica, de ficção atrelada a um fato histórico; e indianista, em que o índio é consagrado herói nacional. Leia também: Arcadismo – estética literária anterior ao Romantismo Contexto histórico do Romantismo no BrasilO imperador francês Napoleão Bonaparte (1769-1821) ameaçou invadir Portugal caso esse país não fechasse os portos aos ingleses. Como a Inglaterra era uma aliada antiga e poderosa, os portugueses se viram divididos entre duas potências. Sem querer desagradar a nenhum dos lados, a solução encontrada foi fugir para o Brasil. Assim, em 1807, D. João VI (1767-1826) e sua corte saíram de Portugal, chegando ao Rio de Janeiro em 1808. Devido a isso, a cidade começou a se desenvolver. Assim, em 1815, o Brasil deixou oficialmente a condição de colônia para se tornar um reino. No entanto, a independência só foi proclamada em 7 de setembro de 1822. Esse acontecimento histórico fortaleceu o sentimento de nacionalidade e inspirou os artistas a delinearam a identidade brasileira. Desse modo, em 1836, o Romantismo foi inaugurado no Brasil com a obra Suspiros poéticos e saudades, de Gonçalves de Magalhães. A representação da Proclamação da Independência do Brasil pelo pintor Pedro Américo.Características do Romantismo no BrasilO Romantismo no Brasil nasceu a partir do desejo de definir uma identidade brasileira e estimular o nacionalismode seus cidadãos. Nessa perspectiva, houve a necessidade de determinar os símbolos nacionais, de forma a forjar uma identidade sem a influência portuguesa. Portanto, os índios e a natureza brasileira foram escolhidos como símbolos da nação. O índio tornou-se, então, uma figura literária heroica em harmonia com a natureza exuberante do Brasil. Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;) Mas o Romantismo brasileiro não se limita ao indianismo, ele é composto por fases; cada uma, com características específicas. Desse modo, a produção poética é dividida em três gerações: indianista, ultrarromântica e condoreira. Já a prosa é caracterizada por quatro tipos diferentes: urbana, regionalista, histórica e indianista. E, além da poesia e da prosa, o Brasil também assistiu, nesse período, ao surgimento do teatro romântico. De forma geral, as obras românticas apresentam as seguintes características:
Veja também: Parnasianismo – estética literária que combatia o sentimentalismo romântico Fases da poesia romântica no BrasilA poesia romântica é dividida em três gerações: indianista ou nacionalista, ultrarromântica ou mal do século, e condoreira. A seguir, vamos ver as características de cada uma delas. O luto vivido pela perda da pessoa amada é um tema recorrente na 2ª geração romântica.→ 1a geração da poesia romântica: indianista ou nacionalistaO índio é o herói da 1a geração romântica da poesia brasileira. Temas e características:
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→ 2a geração da poesia romântica: ultrarromântica, byroniana|1|ou mal do séculoCaracterísticas
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→ 3a geração da poesia romântica: condoreira|2|Temas e características
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A prosa românticaJosé de Alencar se fez presente em todas as temáticas da prosa romântica.A prosa romântica é dividida em quatro tipos: urbana, regionalista, histórica e indianista. A seguir, vamos ver as características de cada uma delas. → Prosa urbanaTemas e características
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→ Prosa regionalistaTemas e características
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→ Prosa históricaTemas e características
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→ Prosa indianistaTemas e características
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Acesse também: Realismo – estética literária que teve na prosa sua principal forma de expressão Exercícios resolvidosQuestão 01 - (Enem) No trecho abaixo, o narrador, ao descrever a personagem, critica sutilmente um outro estilo de época: o Romantismo. “Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos; era talvez a mais atrevida criatura da nossa raça, e, com certeza, a mais voluntariosa. Não digo que já lhe coubesse a primazia da beleza, entre as mocinhas do tempo, porque isto não é romance, em que o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas e espinhas; mas também não digo que lhe maculasse o rosto nenhuma sarda ou espinha, não. Era bonita, fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele feitiço, precário e eterno, que o indivíduo passa a outro indivíduo, para os fins secretos da criação.” ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Jackson,1957. A frase do texto em que se percebe a crítica do narrador ao Romantismo está transcrita na alternativa: a) ... o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas e espinhas ... b) ... era talvez a mais atrevida criatura da nossa raça ... c) Era bonita, fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele feitiço, precário e eterno, ... d) Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos ... e) ... o indivíduo passa a outro indivíduo, para os fins secretos da criação. Resolução Alternativa A. No Romantismo, o autor “sobredoura a realidade”, isto é, engrandece, idealiza a realidade, não a mostra como ela de fato é. Questão 02 (Enem) Texto I Se eu tenho de morrer na flor dos anos, Meu Deus! não seja já; Eu quero ouvir na laranjeira, à tarde, Cantar o sabiá! Meu Deus, eu sinto e bem vês que eu morro Respirando esse ar; Faz que eu viva, Senhor! dá-me de novo Os gozos do meu lar! Dá-me os sítios gentis onde eu brincava Lá na quadra infantil; Dá que eu veja uma vez o céu da pátria, O céu de meu Brasil! Se eu tenho de morrer na flor dos anos, Meu Deus! Não seja já! Eu quero ouvir cantar na laranjeira, à tarde, Cantar o sabiá! ABREU, C. Poetas românticos brasileiros.São Paulo: Scipione, 1993. Texto II A ideologia romântica, argamassada ao longo do século XVIII e primeira metade do século XIX, introduziu-se em 1836. Durante quatro decênios, imperaram o “eu”, a anarquia, o liberalismo, o sentimentalismo, o nacionalismo, através da poesia, do romance, do teatro e do jornalismo (que fazia sua aparição nessa época). MOISÉS, M. A literatura brasileira através dos textos. São Paulo: Cultrix, 1971 (fragmento). De acordo com as considerações de Massaud Moisés no Texto II, o Texto I centra-se a) no imperativo do “eu”, reforçando a ideia de que estar longe do Brasil é uma forma de estar bem, já que o país sufoca o eu lírico. b) no nacionalismo, reforçado pela distância da pátria e pelo saudosismo em relação à paisagem agradável onde o eu lírico vivera a infância. c) na liberdade formal, que se manifesta na opção por versos sem métrica rigorosa e temática voltada para o nacionalismo. d) no fazer anárquico, entendida a poesia como negação do passado e da vida, seja pelas opções formais, seja pelos temas. e) no sentimentalismo, por meio do qual se reforça a alegria presente em oposição à infância, marcada pela tristeza. Resolução Alternativa B. O texto I é centrado no nacionalismo, pois o eu lírico diz que quer morrer em seu país, por isso pede a Deus que “não seja já”, pois está distante de sua pátria. Os elementos nacionais brasileiros são a laranjeira e o sabiá. Ele chama o Brasil de “meu lar” e diz querer rever o céu de sua pátria, o céu do Brasil. Tudo isso mostra que o eu lírico está longe de seu país e tem saudade de sua terra, dos “sítios gentis” onde ele brincava quando criança. Questão 03 (Enem) Soneto Já da morte o palor me cobre o
rosto, Do leito embalde no macio encosto O adeus, o teu adeus, minha saudade, Dá-me a esperança com que o ser mantive! AZEVEDO, A. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2000. O núcleo temático do soneto citado é típico da segunda geração romântica, porém configura um lirismo que o projeta para além desse momento específico. O fundamento desse lirismo é a) a angústia alimentada pela constatação da irreversibilidade da morte. b) a melancolia que frustra a possibilidade de reação diante da perda. c) o descontrole das emoções provocado pela autopiedade. d) o desejo de morrer como alívio para a desilusão amorosa. e) o gosto pela escuridão como solução para o sofrimento. Resolução Alternativa B. No soneto de Álvares de Azevedo, o eu lírico manifesta melancolia causada pelo afastamento do ser amado. Devido à mágoa (dor), ele está abatido sobre a cama. E a causa dessa dor é o adeus da pessoa amada, isto é, ela se foi. Assim, deprimido, o eu lírico não consegue reagir. Notas |1| Inspirada em Lord Byron (1788-1824), poeta britânico. |2| O condor é símbolo de liberdade e também é metáfora para o poeta da terceira geração romântica. |3| Um romance histórico pode ser também indianista, como é o caso de Iracema, em que a temática indianista está atrelada à temática histórica. Qual o poema mais famoso do Romantismo?1. Canção do Exílio. Um dos poemas mais icônicos do Brasil de todos os tempos, a Canção do Exílio (1857) de Antônio Gonçalves Dias (1823-1864) é marcada por sua exaltação e sentimentalismo da terra.
Quais foram os principais poetas do Romantismo?Alguns principais autores do Romantismo brasileiro são José de Alencar, Gonçalves Dias, Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu e Castro Alves.
Qual foi a principal obra do Romantismo?Principais obras e autores do Romantismo. Suspiros Poéticos e Saudades (1836), de Gonçalves de Magalhães.. O poeta e a Inquisição (1839), de Gonçalves de Magalhães.. A Moreninha (1844), de Joaquim Manuel de Macedo.. O Moço Loiro (1845), de Joaquim Manuel de Macedo.. Canção do Exílio (1846), de Gonçalves Dias.. Quais são as principais obras do romantismo brasileiro?Principais obras. O gaúcho (1870), O tronco do ipê (1871), Til (1871) e O sertanejo (1875), de José de Alencar;. Inocência (1872), de Visconde de Taunay;. O Cabeleira (1876), de Franklin Távora;. A escrava Isaura (1875), de Bernardo Guimarães;. Úrsula (1859), de Maria Firmina dos Reis.. |