Quais os principais produtos comercializados no período do Brasil Colonial?

Durante o período colonial da História do Brasil, a maior parte da população vivia na zona rural, geralmente dentro das grandes fazendas produtoras de mercadorias agrícolas, como os engenhos de cana-de-açúcar. Porém, a partir da descoberta do ouro na região onde hoje se encontra o estado de Minas Gerais, núcleos urbanos passaram a ser constituídos nessa região.

Dentre esses núcleos urbanos, o mais rico e famoso do período foi o de Vila Rica (atual cidade de Ouro Preto). A ocupação dessa área montanhosa e de difícil acesso iniciou-se na última década do século XVII e atingiu os vales dos pequenos riachos que existiam no local onde havia uma grande quantidade de ouro. As minas passaram a ser abertas nas encostas desses morros, tornando-se a principal fonte de riqueza explorada pela metrópole portuguesa em sua colônia americana.

A riqueza proveniente da extração do ouro na região possibilitou um desenvolvimento urbano, com a constituição de ruas pavimentadas, inúmeras edificações, uma produção artística barroca, além de estimular a formação de um mercado consumidor, principalmente para garantir o fornecimento de mercadorias para o consumo dos habitantes do local.

A formação do mercado consumidor interno na cidade de Vila Rica foi favorecida pelo fato da exploração de ouro possibilitar a constituição de camadas intermediárias na pirâmide social. Não havia na cidade apenas os muito ricos e os extremamente pobres, como acontecia nos engenhos. Havia uma considerável quantidade de pessoas que detinham um nível médio de renda, o que possibilitava a compra de produtos para a alimentação, vestuário e de outros tipos que eram oferecidos no local. Isso era estimulado ainda por não ter sido desenvolvido na cidade apenas a agricultura de subsistência. Surgiam na cidade as figuras dos pequenos comerciantes e seus estabelecimentos, dessa forma, além da compra e venda de mercadorias, havia também na cidade a criação de um espaço de socialização entre as pessoas.

O resultado desse processo foi a ligação das cidades mineiras (de Vila Rica em particular) com outras regiões da colônia, como o Nordeste e o Sul, que ofereciam principalmente produtos derivados da criação de gado, como carne e couro. Do Rio de Janeiro eram transportados até Vila Rica os produtos importados da Europa. Para poder realizar esse comércio entre as diversas regiões do país, foram construídas inúmeras estradas, além de aparecer na sociedade colonial a figura do tropeiro.

O tropeiro era o responsável pelo transporte e venda das mercadorias entre os locais de produção e de venda. Em muitos casos, os tropeiros enriqueceram com os lucros que obtinham nas trocas dessas mercadorias. Esse incipiente mercado interno aos poucos foi criando as rotas de ligação entre as várias regiões, iniciando o processo de integração da colônia e superando o isolamento que existia entre as várias localidades.


Por Tales Pinto
Graduado em História

  • Descobrimento do Brasil
  • Colonização do Brasil
  • Escravidão no Brasil
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Na segunda metade do século 16, começaram a ficar evidentes os interesses e os objetivos de Portugal nas terras brasileiras.

As relações econômicas que vigoravam entre as nações europeias baseavam-se no mercantilismo, cuja base eram o comércio internacional e a adoção de políticas econômicas protecionistas.

Cada nação procurava produzir e vender para o mercado consumidor internacional uma maior quantidade de produtos manufaturados, impondo pesadas taxas de impostos aos produtos importados. Asseguravam, desse modo, a manutenção de uma balança comercial favorável.

As nações que possuíam colônias de exploração levavam maiores vantagens no comércio internacional. A principal função dessas colônias era fornecer matérias-primas e riquezas minerais para as nações colonizadoras - ou seja, para as metrópoles. Ao mesmo tempo, serviam de mercado consumidor para seus produtos manufaturados. Havia uma imposição de exclusividade, ou monopólio, do comércio da colônia para com a metrópole, que foi chamada de pacto colonial.

Pacto colonial

O pacto colonial pode ser entendido como uma relação de dependência econômica que beneficiava as metrópoles. Ao participarem do comércio como fornecedoras de produtos primários (baratos) e consumidoras dos produtos manufaturados (caros), as colônias dinamizavam as economias das metrópoles propiciando-lhes acúmulo de riquezas.

Portugal procurou criar as condições para o Brasil se enquadrar no pacto colonial. Os portugueses concentraram seus esforços para a colônia se transformar num grande produtor de açúcar de modo a abastecer a demanda do mercado internacional e beneficiar-se dos lucros de sua comercialização.

Além da crescente demanda consumidora por esse produto, havia mais dois fatores importantes que estimularam o investimento na produção açucareira. Primeiro, os portugueses possuíam experiência e tinham sido bem-sucedidos no cultivo da cana-de-açúcar em suas possessões no Atlântico: nas ilhas Madeira, Açores e Cabo Verde. Segundo, as condições do clima e do solo do nosso litoral nordestino eram propícias a esse plantio. Em 1542, o donatário da próspera capitania de Pernambuco, Duarte Coelho, já havia introduzido a cana-de-açúcar em suas terras.

Plantation

O plantio da cana-de-açúcar foi realizado em grandes propriedades rurais denominadas de latifúndio monocultor ou plantation. Essas propriedades também ficaram conhecidas como engenhos, porque, além das plantações, abrigavam as instalações apropriadas e os equipamentos necessários para o refino do açúcar: a moenda, a caldeira e a casa de purgar.

Para o processo de produção e comercialização do açúcar ser lucrativo ao empreendimento colonial, os engenhos introduziram a forma mais aviltante de exploração do trabalho humano: a escravidão. A introdução do trabalho escravo nas grandes lavouras baixava os custos da produção.

Toda a riqueza da colônia foi produzida pelo trabalho escravo, baseado na importação de negros capturados à força na África.

O contexto social da colonização e da superexploração da mão-de-obra pela lavoura canavieira tornava inviável contar com o trabalho dos homens livres.

Com terras abundantes, os homens livres poderiam facilmente se apropriar de uma gleba e desenvolver atividades de subsistência. Ou seja, não havia nem incentivo nem necessidade de que a população livre trabalhasse no engenho. Completando o quadro, os portugueses também exploravam o lucrativo de tráfico de escravos negros africanos. E a simples existência do tráfico já constituía um estímulo à utilização desta mão-de-obra nas colônias pertencentes a Portugal.

Engenhos

Os engenhos eram as unidades básicas de produção das riquezas da colônia. Mais do qualquer outro local, o engenho caracterizava a sociedade escravista do Brasil colonial. No engenho, havia a senzala, que era a construção rústica destinada ao abrigo dos escravos; e havia a casa grande, a construção luxuosa na qual habitavam o senhor, que era o proprietário do engenho e dos escravos; juntamente com seus familiares e parentes. Consta que por volta de 1560, o Brasil já possuía cerca de 60 engenhos que estavam em pleno funcionamento, produzindo o açúcar que abastecia o mercado mundial.

Nos moldes como foi planejada pela Coroa portuguesa, a colonização do Brasil exigia enormes recursos econômicos que seriam empregados na montagem dos engenhos, na compra de escravos, de ferramentas e de mudas de cana-de-açúcar para iniciar a produção. Havia ainda a necessidade de transporte do produto e, por fim, sua distribuição no mercado internacional.

Para solucionar o problema do financiamento da montagem da produção açucareira, Portugal recorreu aos mercadores e banqueiros holandeses. Por meio de inúmeros mecanismos de cobrança de impostos, os lucros obtidos com a comercialização do açúcar eram rateados. A maior parcela dos lucros obtidos ficava com os negociantes holandeses que haviam investido na produção e distribuição do produto. Portugal ficava com a menor parcela dos lucros, mas em contrapartida assegurava a posse e a colonização do Brasil, além da imposição do pacto colonial.

O ciclo do açúcar no Brasil colonial se estendeu até a segunda metade do século 17. A partir de então, a exportação do produto declinou devido à concorrência do açúcar produzido nas Antilhas. Ironicamente, eram negociantes holandeses que também financiavam e comercializavam a produção antilhana. Restava a Portugal encontrar outras formas de exploração das riquezas coloniais. No século 18, a exploração de ouro e diamantes daria início a um novo ciclo econômico.

Quais foram os principais produtos comercializados no Brasil no período colonial?

O Brasil foi responsável pelo fornecimento de matérias-primas em diferentes períodos: pau-brasil, cana-de-açúcar, mineração, café.

Qual o principal produto do Brasil colonial?

O açúcar foi a primeira grande riqueza produzida em terras brasileiras. Durante meados do século XVI e XVII, tornou-se a principal fonte de riqueza da colônia.

Quais produtos eram comercializados no Brasil?

A produção de aguardente e rapadura foram outras duas atividades que também se desenvolveram com esse mesmo intuito. O algodão, que era primordial para a confecção da vestimenta dos escravos, também passou a entrar na pauta de exportações da economia colonial.

Quais são os principais produtos da economia colonial?

Destacaram-se as monoculturas exportadoras de açúcar, algodão, tabaco, a mineração de ouro e diamantes. Essas atividades tem custo baixo e são baseadas no latifúndio e na escravidão. A colônia organizava-se como economia complementar a da metrópole.