Para os Parâmetros, o professor deve buscar meios para garantir a vivência prática da experiência corporal de seus alunos. Show O PCN de Educação Física valoriza o ensino das atividades físicas sem restringi-lo ao universo das habilidades motoras e dos fundamentos dos esportes. Ele vai além, incluindo os conteúdos conceituais de regras, táticas e alguns dados históricos factuais de modalidades, somados a reflexões sobre os conceitos de ética, estética, desempenho, satisfação, eficiência, entre outros. Tudo isso com base na vivência concreta dos alunos, o que viabiliza a construção de uma postura de responsabilidade perante um e outro aluno. Dessa forma, o aluno irá adquirir uma maior autonomia para aprender a aprender. Por isso, é imprescindível que o educador reflita e considere a qualidade e a quantidade de experiências de aprendizagem oferecidas pela escola, em relação com o meio sociocultural vivido pelo aluno fora dela, no qual é bombardeado pela indústria de massa da cultura e do lazer com falsas necessidades de consumo, carregado de mitos de saúde, desempenho e beleza, de informações pseudocientíficas e falácias. Em suma, uma sociedade que promete para muitos e viabiliza para poucos. Daí a necessidade de se identificar os valores, os preconceitos, e os estereótipos presentes no ambiente, que são o pano de fundo determinante para a geração de interesses e motivações dos alunos. Nesse contexto, o educador deve promover a função social da escola como espaço de experiências em que ampla parcela da população pode ter acesso à prática e à reflexão da cultura corporal de movimento. Além disso, para os Parâmetros, o professor deve buscar meios para garantir a vivência prática da experiência corporal, incluindo o aluno na elaboração das propostas de ensino e aprendizagem, com base em sua realidade social e pessoal, sua percepção de si e do outro, suas dúvidas e necessidades de compreensão dessa mesma realidade. Só assim pode-se constituir um ambiente de aprendizagem significativa, que faça sentido para o aluno, no qual ele tenha a possibilidade de fazer escolhas, trocar informações, estabelecer questões e construir hipóteses na tentativa de respondê-las. Aprimore seus conhecimentos acessando os Cursos CPT da área Metodologia de Ensino, elaborados pelo Centro de Produções Técnicas. Acesse o link abaixo e confira o PCN de Educação Física, na íntegra, em PDF: PCN – Educação Física Complemente seus estudos, acessando os artigos sobre a LDB – Lei de Diretrizes e Bases. Por Andréa Oliveira. AVISO LEGAL Este conteúdo pode ser publicado livremente, no todo ou em parte, em qualquer mídia, eletrônica ou impressa, desde que contenha um link remetendo para o site www.cpt.com.br. La Educaci�n F�sica en la perspectiva de los par�metros curriculares nacionales para la ense�anza b�sica *Graduando em Licenciatura em Educa��o F�sica (FAFIPA), PIBIC/FAFIPA com apoio da Fund. Arauc�ria Grupo de Estudos e Pesquisas em Educa��o F�sica Escolar (GEPEFE/CNPq) **Mestre em Educa��o pela Universidade Estadual de Maring� Professor Assistente da Faculdade Estadual de Educa��o, Ci�ncias e Letras de Paranava� (GEPESP/CNPq) Diego Petyk de Sousa* Maria Teresa Martins F�vero** (Brasil) Resumo A cultura corporal � considerada como sendo um fen�meno hist�rico-social de irrefut�vel significa��o cultural, independentemente de g�nero, ideologia, etnia, credo, ra�a, condi��es s�cio-econ�micas. Os Par�metros Curriculares Nacionais (PCNs) do Ensino Fundamental buscam tematizar a Educa��o F�sica na perspectiva da cultura corporal objetivando a pr�tica pedag�gica como meio de forma��o da cidadania. Esse trabalho elege como objetivo geral analisar a proposta na perspectiva de cultura corporal contidas nos Par�metros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental. Essa pesquisa conjuga a an�lise documental e a revis�o bibliogr�fica para alcan�ar o objetivo proposto. Os PCNs dentro da perspectiva cr�tica buscam uma educa��o num contexto hist�rico-social, proporcionando ao indiv�duo condi��es para exercer sua cidadania. Nesse sentido, uma educa��o pautada nos PCNs deve formar cidad�os conscientes, mas antes de tudo �ter� professores conscientes, conscientes da necessidade de aprimorar seus conhecimentos, seja nas bases te�ricas que fundamentam a sua pr�tica ou ainda na sua pr�tica que sustenta a sua teoria. Unitermos: Educa��o F�sica. Par�metros curriculares nacionais. Ensino fundamental.EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, A�o 15, N� 147, Agosto de 20101 / 1 Introdu��o Os Par�metros Curriculares Nacionais (PCNs) da Educa��o F�sica se constituem num referencial te�rico que busca a reflex�o sobre os conte�dos curriculares a n�vel Nacional, Estadual e Municipal. Tendo em vista orientar e garantir a coer�ncia das pol�ticas de melhoria da qualidade de ensino, socializando discuss�es, pesquisas e recomenda��es, al�m de nortear a pr�tica pedag�gica do docente desta �rea, principalmente objetivando mostrar as formas e meios de adequa��o no que se refere � constru��o do planejamento com vistas no projeto pol�tico-pedag�gico da escola, para que este se efetive de maneira din�mica e concreta. A proposta tem como base a considera��o dos aspectos s�cio-culturais dos educandos, de modo a atender as diferentes realidades encontradas em nosso pa�s, haja vista que o referencial tem validade a n�vel Federal, mesmo que por alguns Estados seja contestada a sua aplicabilidade. A proposta enquadra os conte�dos na perspectiva da cultura corporal de movimento, de maneira a considerar as experi�ncias e manifesta��es apresentadas pela clientela escolar local. Refor�ando essa id�ia, Martins e Noma (2002) analisando o relat�rio de Jacques Delors e os Par�metros Curriculares Nacionais, afirmam que ambos foram elaborados a partir da Confer�ncia Mundial de Educa��o para Todos realizada em Jomtien, na Tail�ndia em 1990, com o intuito de estabelecer um princ�pio educacional que norteasse as propostas em quest�o, de modo a contemplar tem�ticas relacionadas e educa��o sexual, �tica, educa��o continuada, conv�vio social entre outros, mostrando que a preocupa��o estava pautada em dar coer�ncia entre a educa��o e as diferentes realidades sociais, com vistas a formar cidad�os capazes de desenvolver suas potencialidades. Os autores enfatizam que para criar uma sociedade com cidad�os qualificados e criativos, deve-se antes preparar os indiv�duos conforme as constantes mudan�as sociais. Para tanto, esse trabalho elege como objetivo geral analisar a proposta na perspectiva de cultura corporal contidas nos Par�metros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental. Essa pesquisa conjuga a an�lise documental e a revis�o bibliogr�fica para alcan�ar o objetivo proposto. A tem�tica apresentada ser� abordada nos dois t�picos que comp�e o trabalho �Divis�o e crit�rios de sele��o dos conte�dos� e �Conte�dos da Cultura Corporal�. Por fim, ser� realizada uma an�lise e s�ntese das discuss�es nas considera��es finais. Divis�o e crit�rios de sele��o dos conte�dos A seguir ser� feita uma abordagem acerca de como os PCNs tratam a quest�o dos conte�dos, principalmente na sua rela��o com a cultura corporal de movimento. O primeiro crit�rio trata da quest�o da relev�ncia social que tem por meta selecionar pr�ticas da cultura corporal de movimento que se estreitam com as caracter�sticas da sociedade brasileira, com fins de intera��o s�ciocultural, o usufruto das possibilidades de lazer, a promo��o da sa�de pessoal e coletiva. O segundo crit�rio tem relev�ncia extrema na tocante que diz respeito �s caracter�sticas dos alunos, tendo como base primordial a quest�o extremamente cultural, buscando considerar as diferen�as entre regi�es, cidades e localidades brasileiras e suas respectivas popula��es, al�m dos n�veis de crescimento e desenvolvimento e as possibilidades de aprendizagem dos educandos nesta fase de forma��o educacional. Portanto, em �ltima inst�ncia, procurou-se ater nas especificidades da �rea, com o objetivo de possibilitar a utiliza��o das pr�ticas da cultura corporal de movimento de maneira ampla e diferenciada (BRASIL, 1998). Para Costa (2005) os novos modelos da Educa��o F�sica tratam os conte�dos em termos culturais, abarcados por fins antropol�gicos, ou seja, enfoca os indiv�duos como seres culturais. O mesmo autor complementa ainda afirmando que � fun��o dos PCNs � de assegurar aos alunos a pr�tica da cultura corporal, de modo que possam construir atitudes cr�ticas e reflexivas acerca das pr�ticas que comp�e essa proposta. Os conte�dos dos PCNs do Ensino Fundamental s�o divididos em tr�s blocos, para melhor contextualiza��o e aplica��o no �mbito escolar: esportes, jogos, lutas, gin�sticas, atividades r�tmicas e expressivas e conhecimentos sobre o corpo. Tendo em vista que os PCNs (BRASIL, 1998, p.28) descrevem que �dentro desse universo de produ��es da cultura corporal de movimento, algumas foram incorporadas pela Educa��o F�sica como objetos de a��o e reflex�o�, dessa forma os conte�dos s�o justamente essas produ��es que comp�em a proposta do documento, ou seja, os esportes, jogos, lutas, gin�sticas, atividades r�tmicas e expressivas e conhecimentos sobre o corpo. Em primeiro lugar, os PCNs abordam os conte�dos dentro de uma perspectiva de cultura corporal do movimento, mas o que vem a ser uma proposta pautada nesse paradigma? Para que se possa falar de cultura corporal, se faz necess�rio que se tenha conhecimento primeiramente de seu conceito. Os PCNs (BRASIL, 1998, p.28) apresentam a cultura corporal como sendo os �conhecimentos e representa��es que se transformaram ao longo do tempo. Ressignificadas, suas intencionalidades, formas de express�o e sistematiza��o�. � nesse sentido que a cultura corporal tem sua rela��o com a Educa��o F�sica, pois no decorrer da hist�ria foram-lhe atribu�das algumas pr�ticas especificas que hoje s�o conte�dos da �rea em quest�o, sendo neste caso o jogo, o esporte, a gin�stica, a luta, as atividades r�tmicas e expressivas. Portanto, a Educa��o F�sica � atualmente considerada como um forte instrumento de forma��o �integral� do ser humano por contemplar culturalmente os m�ltiplos conhecimentos produzidos pela sociedade a respeito do movimento. Conforme os PCNs (BRASIL, 1998) a cultura corporal tem seu valor no que se refere �s atividades culturais de movimento voltadas para a vida, com fins de se buscar o lazer, a express�o de sentimentos, afetos e emo��es, e com possibilidades de promo��o, recupera��o e manuten��o da sa�de. Portanto, com essa vis�o de cultura corporal, pretende-se dar subs�dios, a partir desses conte�dos (gin�stica, jogos, lutas, esportes, etc.) no que se refere � fundamenta��o das propostas em Educa��o F�sica. De acordo com os estudos de Salerno (2004), a cultura corporal consiste em conte�dos que permeiam as manifesta��es das dan�as, gin�sticas, lutas, esportes e os jogos, dessa forma fazendo com que o aluno reflita, explore, crie, recrie e entenda o mundo atrav�s da linguagem corporal. Portanto, percebe-se que um trabalho fundamentado na perspectiva da cultura corporal visa desenvolver no aluno n�o apenas a quest�o motora, mas principalmente a social, afetiva, emocional, cognitiva, enfim, busca atingir o altru�smo, a vis�o cr�tica e reflexiva da realidade concreta. Portanto, a cultura corporal visa o aluno para uma forma��o pautada numa perspectiva cr�tico-social, assim, com a abordagem dos conte�dos de maior relev�ncia, conjuntamente com a reflex�o e a capacidade de transforma��o de formas e vis�es da sua pr�pria cultura, busca-se um ensino voltado para a inclus�o e democratiza��o com valores �ticos e solid�rios (PINTO; SILVEIRA, 2001, p. 4). Enfim, com base no Coletivo de Autores (1992), a cultura corporal tem seu paradigma pautado na busca da reflex�o pedag�gica sobre as representa��es que o homem vem produzindo no decorrer de sua hist�ria a respeito do mundo, sendo assim, os jogos, as dan�as, as lutas, os esportes e outros, podem ser identificados atrav�s de representa��es simb�licas da realidade, pois foram historicamente criadas e culturalmente desenvolvidas. Portanto, a pr�tica pedag�gica na �tica da cultura corporal tem como objetivo fundamental contemplar os conte�dos nos diferentes aspectos (hist�ricos, sociais, t�cnicos, �ticos, fisiol�gicos, culturais e pol�ticos) de forma abrangente, democr�tica e contextualizada, fazendo com que os educandos possam enxergar as possibilidades de transforma��es desta pr�tica (PINTO; SILVEIRA, 2001). Conte�dos da cultura corporal De acordo com o documento em quest�o, os conte�dos da cultura corporal de movimento que dizem respeito aos conhecimentos sobre o corpo tem por finalidade explicitar a auto-conquista obtida pelos alunos mediante as pr�ticas corporais, de forma a fazer com que o aluno compreenda o seu corpo como um organismo integrado ao meio f�sico e cultural. Para que esses conte�dos sejam abarcados com maior clareza se faz necess�rio o estudo de alguns elementos, sendo: �os conhecimentos anat�micos, fisiol�gicos, biomec�nicos e bioqu�micos que capacitam � an�lise cr�tica dos programas de atividade e o estabelecimento de crit�rios para julgamento, escolha e realiza��o de atividades corporais saud�veis� (BRASIL, 1998, p. 68). Deve-se ressaltar que esses conhecimentos possuem certa superficialidade em sua abordagem, buscando de forma sistem�tica serem trabalhados conjuntamente com a forma��o de conceitos, atitudes e procedimentos ao fazer, compreender, sentir e falar sobre as possibilidades e necessidades corporais Tendo como base os estudos de Martins (2005), constata-se que o conhecimento sobre o corpo associado aos aspectos fisiol�gicos, biol�gicos est� intimamente ligado ao ambiente, sendo este �ltimo concebido no seu sentido amplo, incluindo as oportunidades de viv�ncias do corpo em situa��es que tenha como caracter�stica a busca da resolu��o de problemas, objetivando assim a supera��o dos conflitos que porventura surgirem. Portanto, fica aqui bem explicito a import�ncia de se trabalhar esses conte�dos junto �s aulas de Educa��o F�sica, de forma a ampliar a cultura corporal de movimento do aluno juntamente com a percep��o e compreens�o do seu corpo mediante o meio em que o indiv�duo est� inserido. Os PCNs (Brasil, 1998, p.70) atribui-se ao esporte a seguinte defini��o:
No entanto, independente de suas caracter�sticas, o esporte sempre fez parte da vida do homem, podemos constatar isso ao voltarmos l� nos gregos (Idade Antiga) que atribu�am um grande valor �s atividades f�sicas e esportivas da �poca, isso tudo com intuito de se promover a forma��o f�sico-moral de seus cidad�os. Constitu�do como um dos fen�menos sociais de maior signific�ncia mundial, o esporte evoluiu juntamente com as transforma��es sociais e tecnol�gicas, principalmente do s�culo XIX em diante, dessa forma servindo como discurso aos campos pol�ticos, econ�micos, culturais e educacionais (KORSACAS; ROSE JR., 2002). Refor�ando essa id�ia Kunz (2003, p. 22) afirma que: �[...] fica evidente que o esporte � em todas as sociedades atuais um fen�meno extremamente importante. Defrontamo-nos com ele a toda hora e em todos os instantes, mesmo sem pratic�-lo�. Desde modo, perante tamanha import�ncia, o esporte passa a ser concebido de acordo com a sua forma de utiliza��o, sendo em vezes voltado para o alto rendimento e em outras para fins pedag�gicos. Sendo assim, para que se possa explicitar melhor essa diferencia��o, especialmente no Brasil, tem-se como refer�ncia, o texto da Lei n� 9.615 de 1998 que diz ser o esporte de rendimento praticado �segundo as normas gerais e das regras de pr�tica esportiva, nacionais e internacionais, com finalidade de obter resultados e integrar pessoas e comunidades do Pa�s com as de outras na��es�. Por outro lado, de acordo com Korsakas & Rose Jr. (2002) o esporte voltado para a educa��o tem por caracter�stica ser uma modalidade praticada nos sistemas de ensino, clubes, pra�as, com a finalidade de alcan�ar o desenvolvimento integral do indiv�duo, evitando a seletividade e a hipercompetitividade. Kunz (2003, p. 24) salienta ainda que o esporte tem fortes liga��es com o �desenvolvimento das sociedades atuais, onde o rendimento configura-se no princ�pio m�ximo de todas as a��es�. Em conson�ncia a este contexto podemos elucidar que o esporte ganha muita for�a e espa�o nas aulas de Educa��o F�sica, pois al�m de estar fortemente ligado a nossa cultura � tamb�m instrumento ideol�gico do sistema s�cio-pol�tico governamental, servindo muitas vezes de argumentos para se justificar a inclus�o da Educa��o F�sica como componente curricular. Portanto, quando em muitas vezes o fato da Educa��o F�sica ser interpretada como o pr�prio esporte dentro da escola, isso se deve em grande propor��o � vis�o de muitos professores que colocam o esporte como um fim. N�o se pretende afirmar que o esporte em si n�o seja instrumento que tem sua valoriza��o no que no que diz respeito a sua aplica��o nas aulas de Educa��o F�sica, pois muitos pedagogos da �rea em quest�o t�m nas atividades esportivas uma forma de justificar a inclus�o da Educa��o F�sica no espa�o escolar, ressaltando a contribui��o social a partir da intera��o de crian�as, assim fazendo com que as mesmas tenham uma vis�o diferente de mundo, tendo em vista que no conv�vio social precisamos considerar que al�m de n�s existem �os outros�, devemos tamb�m respeitar determinadas regras e ter determinados comportamentos, assim o fato de se aplicar o esporte nessa perspectiva tem seu real sentido, pois existe uma fun��o social a ser cumprida e atrav�s do esporte pode-se desenvolver essa consci�ncia (BRACHT, 1992). Por outro lado, para Parlebas, (1980 apud BRACHT, 1992, p.59) essa vis�o pode ser modificada mediante os objetivos que se imp�e a aplica��o do esporte na escola, principalmente o institucionalizado e regulamentado que acaba imprimindo �no comportamento as normas desejadas da competi��o e da concorr�ncia�. Portanto, se o esporte for literalmente produzido na escola acaba por moldar uma atitude irreflexiva e inquestion�vel �s regras, trazendo assim o acomodamento e a falta de criticidade dos alunos perante a sua conviv�ncia enquanto cidad�os livres. O mesmo autor diz ainda que isso tudo forja o aluno a ser um �conformista feliz e eficiente�, pois como Bracht (1992, p. 59) diz: �[...] o aprender as regras significa reconhecer e aceitar regras pr�-fixadas�. Os PCNs ressaltam ainda que os professores devem atrav�s do esporte promover aos alunos a capacidade de adapta��o, no que diz respeito aos espa�os e materiais, fazendo com que os mesmos vivenciem situa��es de participa��o e competi��o, assumindo os diferentes pap�is durante a pr�tica, al�m de propiciar organiza��es de pequenos eventos. Segundo os PCNs (BRASIL, 1998) nos jogos existe a possibilidade de mudan�as no que se refere a sua forma de organiza��o, e isso pode ser feito de acordo com as necessidades e condi��es onde vai ser praticado. Al�m disso, o jogo pode assumir car�ter competitivo, recreativo ou mesmo cooperativo. Para o documento, os alunos devem desenvolver atrav�s do jogo a capacidade de usufruir do seu tempo de lazer e integra��o social, atitudes cooperativas, criatividade, valoriza��o de sua pr�pria cultura. Escobar (1990 apud SALERNO, 2004, p.4), afirma que em rela��o ao jogo como instrumento pedag�gico da cultura corporal podemos dizer que o mesmo: �� uma inven��o do homem, um ato que sua intencionalidade e curiosidade resultam num processo criativo para modificar, imaginariamente, a realidade e o presente� e que o jogo satisfaz necessidades das crian�as, especialmente a necessidade de �a��o�. Salerno (2004), afirma ainda que o jogo sempre vem acompanhado de uma necessidade que por fim gera uma a��o, assim n�o se deve conceber o jogo como apenas uma mera sele��o de talentos a partir das t�cnicas apresentadas, mas sim proporcionar aos alunos situa��es reais de reflex�o e incessante busca de solu��es para os diversos problemas que possam surgir, de modo a desenvolver a cr�tica sobre a pr�tica. Refor�ando essa id�ia podemos nos apoiar em Oliveira (1985) que afirma o seguinte:
Portanto, o jogo se configura como sendo um forte instrumento de manifesta��o hist�rico-social, e na verdade � bem mais que isso, pois n�o se restringe apenas a esfera escolar, al�m do que na sua pr�tica as pessoas se relacionam socialmente, identificando e elaborando uma enorme gama de situa��es que envolvem ora seus direitos, ora seus deveres. Dessa forma, o jogo n�o est� apenas inserido no contexto dos esportes em geral, mas tamb�m nas rela��es sociais, nos conflitos ideol�gicos, pol�ticos, religiosos, pois atrav�s do jogo o indiv�duo, em �ltima inst�ncia, se julga como �ser� e n�o como �objeto� (OLIVEIRA, 1985). Corroborando com a id�ia de Oliveira (1985), Betti (2001) afirma que trabalhar jogos com os alunos pode possibilitar situa��es em que os mesmos precisem criar solu��es para resolver os problemas que poder�o surgir dentro da escola, de modo que esta circunst�ncia possa tamb�m se repetir no dia a dia junto � sociedade. Tomando como base este contexto, n�o resta d�vida de que o jogo tem extrema import�ncia como conte�do nas aulas de Educa��o F�sica, principalmente se trabalhado na perspectiva da cultura corporal, destacando a import�ncia de uma reflex�o cr�tica sobre sua pr�tica e as rela��es existentes com o meio a que pertence. Os Par�metros Curriculares Nacionais de Educa��o F�sica (BRASIL, 1998, p.70), concebe lutas na seguinte vis�o:
Conforme Salerno (2004) as lutas se configuram como algo mais al�m do que a pr�pria defesa ou mesmo o ataque, ela constitui-se de pr�ticas que priorizam a filosofia a ser seguida pelos que delas usufruem de forma a propiciar as mais variadas viv�ncias e experi�ncias para que os alunos possam conhecer diversas filosofias nas quais de prega o conv�vio com o outro de forma harm�nica e a busca da harmonia interna para que n�o seja necess�rio usar a for�a de uma luta, mas sim a for�a para n�o precisar entrar em conflito. De acordo com os PCNs (BRASIL, 1998, p. 70) tem-se a seguinte defini��o para gin�sticas: �s�o t�cnicas de trabalho corporal que, de modo geral, assumem um car�ter individualizado com finalidades diversas�. Dessa forma a aplica��o da gin�stica pode adotar variadas formas, pois pode ser utilizada como treinamento de base, como meio de se buscar o relaxamento, ou mesmo na conserva��o e recupera��o da sa�de, al�m de ser empregada ainda como pr�tica de lazer, competi��o e at� como meio de conv�vio social. Ressaltando a valoriza��o da gin�stica como componente curricular Lorenzini e Tavares (1998) afirmam que � relev�ncia de se trabalhar a gin�stica reside no fato de que o aluno poder� aprender a resolver os problemas relativos ao movimento, com maior liberdade, assim podendo vivenciar as mais variadas pr�ticas corporais, de modo que isso lhe permita criar novas formas de exercita��es. Fundamentados em estudos presentes nos Par�metros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998, p. 71) podemos ter as seguintes defini��es para as atividades r�tmicas e expressivas: �em rela��o � express�o, essas pr�ticas se constituem em c�digos simb�licos, por meio dos quais a viv�ncia individual do ser humano, em intera��o com os valores e conceitos do ambiente sociocultural, produz a possibilidade de comunica��o por gestos e posturas�. J� no que se refere ao ritmo o documento afirma que �desde a respira��o at� a execu��o de movimentos mais complexos, se requer um ajuste com refer�ncia no espa�o e tempo, envolvendo, portanto, um ritmo ou uma pulsa��o�. Na obra Metodologia do Ensino da Educa��o F�sica, elaborada por um Coletivo de Autores verifica-se que a Educa��o F�sica trata do conhecimento denominado cultura corporal que configura-se com temas ou formas de atividades. O estudo desses conhecimentos visa aprender a express�o corporal como linguagem (COLETIVO DE AUTORES, 1992). Em se tratando de ritmo e express�o n�o se pode deixar de fazer uma abordagem acerca da dan�a, pois esta pr�tica caracteriza muito bem os aspectos a que se refere este bloco de conte�dos (atividades r�tmicas e expressivas). Pacheco (1996) em seu estudo referente � dan�a na cultura corporal publicado nos anais do I Encontro Fluminense de Educa��o F�sica Escolar descreve que:
A autora evidencia ainda que deve-se perceber a dan�a como um fen�meno insepar�vel de suas dimens�es sociais, culturais e hist�ricas, onde o significativo das rela��es humanas � constru�do e reconstru�do. Portanto, tomando como base este contexto, a dan�a tem extrema valoriza��o por proporcionar o desenvolvimento da �capacidade cr�tica, coopera��o, versatilidade e autonomia do grupo na elabora��o de seus pr�prios movimentos, produ��o coreogr�fica, supera��o de conflitos, discuss�o e express�o� (PACHECO, 1996, p.29). No sentido educacional da dan�a Bregolato (2000, p. 145) assegura que ao oportunizar os alunos momentos de elabora��o de seus pr�prios movimentos, �a dan�a desenvolve a iniciativa e autonomia, qualidades voltadas � liberdade de ser e estar no mundo�. Ainda com fins educacionais, Salerno (2004) citam que o trabalho deve ser realizado de modo a possibilitar aos alunos a compreens�o de seu corpo como sendo um instrumento que d� vida aos sentimentos e que tudo isso deve ser encaminhado no ritmo de cada praticante, fazendo com que o indiv�duo possa compreender o seu mundo. Considera��es finais Ao passo que os Par�metros Curriculares Nacionais t�m por fun��o exatamente orientar e garantir a coer�ncia das pol�ticas de melhoria da qualidade de ensino, al�m de nortear a pr�tica pedag�gica em Educa��o F�sica a n�vel federal, (mas dando liberdade para que cada estado e munic�pio adotem outras propostas de ensino) principalmente objetivando mostrar as formas e meios de adequa��o a cada realidade local. Os PCNs dentro da perspectiva cr�tica buscam uma educa��o num contexto hist�rico-social, proporcionando ao indiv�duo condi��es para exercer sua cidadania. Nesse sentido, uma educa��o pautada nos PCNs deve formar cidad�os conscientes, mas antes de tudo �ter� professores conscientes, conscientes da necessidade de aprimorar seus conhecimentos, seja nas bases te�ricas que fundamentam a sua pr�tica ou ainda na sua pr�tica que sustenta a sua teoria. Refer�ncias
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