Quais são os impactos da falta de saneamento básico para o meio ambiente?

Conviver em harmonia com a natureza é algo que tem sido muito valorizado na atualidade e influencia até mesmo na economia dos países. Mas e a sua cidade? Você sabe o município em que você vive faz para promover um avanço econômico, social e ecológico, mas sem prejudicar a natureza? Nesse contexto, compreender a relação entre saneamento básico e meio ambiente é extremamente importante.

Os sistemas de esgoto, a coleta de rejeitos, a reciclagem e o direcionamento das águas pluviais, entre outros pontos, têm um tremendo impacto no dia a dia dos municípios. E essa percepção está mudando a maneira pela qual a população cobra seus governantes. Continue lendo este post e aprenda um pouco mais sobre esse assunto. Confira!

Qual é a relação entre saneamento básico e meio ambiente?

Antes de mais nada, é preciso compreender bem o conceito de saneamento básico. De acordo com o Trata Brasil, é o conjunto de medidas que visa a preservação ou modificação das condições do meio ambiente, com o intuito de prevenir doenças e promover a saúde, melhorando a qualidade de vida da população e a produtividade, facilitando a atividade econômica.

São medidas que tornam possível garantir uma qualidade de vida melhor para as pessoas, mais oportunidades do ponto de vista econômico e, principalmente, a promoção da saúde, uma vez que aumenta a salubridade das habitações e evita a proliferação de doenças. Como efeito paralelo do saneamento básico, garante-se a preservação do meio ambiente.

Esse último ponto vem sendo cada vez mais ressaltado, visto que o esgotamento sanitário adequado, a gestão dos resíduos sólidos urbanos e o manejo das águas pluviais urbanas contribuem para a preservação da natureza. No Brasil, o saneamento básico é um direito definido pela Lei nº. 11.445/2007 e assegurado pela Constituição.

Quais são os impactos da falta de saneamento para o meio ambiente e a sociedade?

Propagação de doenças

Um dos mais relevantes impactos da falta de saneamento básico no meio ambiente e, por consequência, para a população, é a propagação de doenças, que poderiam ser evitadas com o oferecimento de melhores condições para a população. Você sabia que a diarreia causa anualmente, em todo o mundo, a morte de 361 mil crianças com menos de 5 anos? Só o acesso à coleta de esgoto e à água potável poderiam evitar 88% dessas mortes.

O tratamento do esgoto, por exemplo, minimiza a quantidade de micro-organismos causadores de doenças que se desenvolvem em ambientes insalubres. Outro ponto é a reprodução dos mosquitos em águas parada, que podem provocar dengue, febre amarela, malária, Zika, Chikungunya e outras enfermidades. Outras patologias que podem ser transmitidas são leptospirose, disenteria, esquistossomose, cólera e parasitoses.

Enchentes e aquecimento global

Bons investimentos em saneamento básico também ajudam a evitar enchentes, especialmente em cidades que investem na manutenção preventiva dos sistemas e orientam a população sobre a correta utilização das galerias pluviais e das redes de esgoto.

Quanto ao aquecimento global, diferentemente de outros setores da economia, em que o crescimento costuma estar atrelado ao aumento da emissão de gases de efeito estufa, a expansão do acesso ao saneamento básico efetivamente contribui para minimizar esse problema por meio da redução da emissão de gases poluentes na atmosfera, como o gás carbônico (CO₂).

A manutenção e expansão das matas também têm relação direta com a preservação dos rios e da qualidade do ar, fatores que também influenciam para o aquecimento global. Nesse caso, as matas ciliares fazem a captura do CO₂ e garantem a preservação dos mananciais, prevenindo a ocorrência de erosão do solo, por exemplo.

Aqui, cabe destacar que quando falamos de um ecossistema, é preciso entender que está tudo interligado. Ou seja: qualquer desequilíbrio, seja no rio, no ar ou no solo, pode impactar diferentes aspectos de uma região inteira.

Prejuízos para a economia

Existe uma relação direta do ponto de vista econômico com o saneamento básico, uma vez que, somente em 2015, o número de trabalhadores afastados foi de 6,4 milhões. Se 100% da população tivesse acesso à coleta de esgoto, haveria uma redução de 74,6 mil internações.

Isso se reflete também no impacto financeiro que as doenças causam na administração pública, visto que diversas internações, tratamentos e compra de medicamentos poderiam ser evitadas. Para se ter uma ideia, o custo de uma internação por infecção gastrintestinal no SUS foi de cerca de R$ 355,71 por paciente na média nacional, segundo o Trata Brasil.

Esse cenário também torna mais difícil reduzir a pobreza e a desigualdade, uma vez que as pessoas sem acesso ao saneamento são as mais pobres. São elas que acabam ficando mais doentes e precisam faltar mais ao trabalho, o que impacta diretamente na renda familiar. No caso das mulheres, essa situação é ainda mais difícil, pois a tarefa de cuidar de parentes que adoecem costuma ser delas.

De acordo com o relatório O saneamento e a vida da mulher brasileira, as mulheres se afastam em média 3,5 dias por ano de suas atividades rotineiras por causa da incidência de doenças diarreicas. Focando no aspecto financeiro, o acesso ao saneamento traria um ganho total à economia do país de mais de R$ 12 bilhões ao ano.

Poluição do meio ambiente

A degradação ambiental é um dos impactos mais visíveis que a falta de saneamento básico pode proporcionar. A poluição urbana continua em franco crescimento e a falta de destinação adequada para os resíduos segue gerando uma série de prejuízos aos grandes centros urbanos e para a natureza.

Segundo estudos do Instituto Trata Brasil, todos os dias, 3.500 piscinas olímpicas de esgotos são despejadas em rios, mares e cursos d’água, apenas pelas 100 maiores cidades brasileiras.

Um rio, córrego ou bacia que sofre alguma contaminação pode acabar matando várias espécies de uma cadeia alimentar, por exemplo, e afetar um ecossistema inteiro. Para as cidades, isso pode representar um surto de doenças ou uma infestação de insetos ou pragas, por exemplo.

O saneamento básico também pode ter impactos positivos?

Melhores indicadores na educação

É bem possível que você nunca tenha parado para fazer essa relação, mas o fato é que níveis adequados de saneamento básico proporcionam melhores oportunidades e indicadores na educação da população geral. Não é difícil perceber o porquê, visto que crianças e adultos com uma saúde melhor podem se dedicar aos estudos com mais facilidade.

Por outro lado, quem reside em áreas que não têm acesso ao tratamento de esgoto ou à rede de distribuição de água podem experimentar atrasos na escola ou perda de produtividade, prejudicando até mesmo as gerações futuras. Pessoas escolarizadas tendem a evitar o desperdício e a não poluir a natureza.

Moradores de áreas sem acesso à rede de distribuição de água e de coleta de esgotos têm atraso escolar e isso implica em uma perda de produtividade e remuneração até mesmo para as gerações futuras. Para contextualizar essa realidade, somente no ano de 2015, os custos desse atraso escolar devido à falta de saneamento alcançaram nada menos do que R$ 16,6 bilhões!

Valorização Imobiliária

Outro ponto que poucas pessoas pensam, mas que pode ser um impacto positivo do saneamento básico, é que um bom atendimento desse serviço tende a valorizar bastante a região. E essa realidade, em um país que tem preços altos nesse segmento, pode ser um excelente fomento à economia da região. Imóveis ligado à rede de distribuição de água e à coleta de esgoto, por exemplo, tem o seu valor aumentado em 16,4%.

Em locais com praias próprias para banho, por exemplo, as propriedades ligadas às redes de distribuição de água e de coleta de esgoto costumam valer muito mais, pois existem mais pessoas interessadas, tanto para a compra quanto para o aluguel. Além disso, até mesmo o turismo ganha espaço, gerando uma renda maior para os trabalhadores do setor e para os comerciantes do local.

Como o cidadão pode diminuir as consequências negativas?

É comum desenvolvermos uma conexão com os recursos naturais disponíveis no nosso município. Quem não gosta de correr no parque, admirar uma bela paisagem ou fazer um piquenique com a família na praia durante o final de semana?

Por isso mesmo, um ecossistema bem preservado e bons serviços de saneamento são fundamentais para a sociedade. Além de cobrar as autoridades competentes para aplicarem adequadamente o dinheiro dos impostos, é possível não desperdiçar água, não jogar lixo nas ruas e nos bueiros, fazer a coleta seletiva e, acima de tudo, educar as próximas gerações!

Como você pôde ver, vivemos todos interligados e o saneamento básico é uma maneira de garantir melhores indicadores de saúde, de educação e de lazer para a sociedade como um todo e também uma melhor qualidade de vida para você!

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Este texto foi redigido com base na entrevista realizada com Carlos Almiro de Magalhães Melo, Head de Sustentabilidade da BRK Ambiental.

Quais os impactos da falta de saneamento básico para meio ambiente?

Despejar esgotos não tratados pode poluir o solo, lençóis freáticos e reservas de água, levando à morte de animais e reduzindo a quantidade de água potável disponível. Os prejuízos podem se estender para a agricultura, comércio, indústria, turismo e outros setores da economia.

Qual o impacto da falta de saneamento básico na comunidade?

Consequência da falta de saneamento básico: riscos à saúde da população. As doenças com maiores incidências devido a exposição a esses ambientes são: Leptospirose, Disenteria Bacteriana, Esquistossomose, Febre Tifóide, Cólera, Parasitóides, além do agravamento das epidemias tais como a Dengue.

Qual é a relação entre saneamento básico e meio ambiente?

O saneamento garante a preservação do meio ambiente, com o destino adequado dos resíduos nos aterros sanitários, ou na coleta seletiva, abastecimento e tratamento da água e manutenção dos sistemas de esgotos. A falta de saneamento básico também pode gerar inúmeros problemas de saúde para a população.

Quais são os impactos no meio ambiente?

As principais consequências dos impactos ambientais são:.
Alterações climáticas;.
Extinção de espécies e habitats;.
Aumento do nível do mar;.
Desaparecimento de rios;.
Poluição do ar;.
Diminuição da qualidade de vida..