Quais são os mecanismos associados a especialização celular e como agem?

Índice

    • 0.1 Lesão Celular: causas exógenas
    • 0.2 Lesão Celular: causas endógenas
  • 1 Resposta celular ao estresse a aos estímulos nocivos
  • 2 Mecanismos de Lesão Celular
  • 3 Confira o vídeo:
    • 3.1 Posts relacionados:

Lesões e doenças são provocadas por agressões muito diversas e resultam quase sempre da interação do agente agressor com os mecanismos de defesa do organismo. A lesão celular ocorre quando as células são estressadas tão excessivamente que não são mais capazes de se adaptar, podendo ser reversível até um certo ponto, mas se o estímulo persistir ou for intenso o suficiente desde o início, a célula sofre lesão irreversível.

As causas de lesões e doenças são divididas inicialmente em dois grandes grupos: exógenas e endógenas, porém nem todas as causas são conhecidas e, nesses casos, recebem a denominação de causa criptogenética, idiopática ou essencial.

Lesão Celular: causas exógenas

As causas exógenas são representadas por agentes físicos como força mecânica, radiação, variação de temperatura e alteração da pressão atmosférica; agentes químicos, como os agrotóxicos, poluentes ambientais, medicamentos e drogas ilícitas; agentes biológicos, como vírus, bactérias, protozoários, etc; e pelos distúrbios da nutrição, que envolvem tanto a deficiência como o excesso de nutrientes.

Lesão Celular: causas endógenas

Já as causas endógenas estão relacionadas com a herança genética, o sistema imunológico e os fatores emocionais, estes influenciados também pelo ambiente social.

As agressões atuam por mecanismos muito diversos, sendo os mais conhecidos e importantes: redução na disponibilidade de O2 às células; radicais livres; anormalidades em ácidos nucleicos e proteínas; resposta imunitária; e distúrbios metabólicos.

Resposta celular ao estresse a aos estímulos nocivos

A célula normal está limitada, em suas funções, a uma faixa de variação bastante estreita devido a sua estrutura, por restrições pelas células vizinhas e pela disponibilidade de substratos metabólicos. No entanto, ela é capaz de suprir as demandas fisiológicas, mantendo um estado de equilíbrio chamado homeostase.

Quando ocorrem alterações fisiológicas no organismo, ou até mesmo alguns estímulos patológicos, as células são capazes de passar por adaptações estruturais e funcionais reversíveis, durante as quais um novo estado de equilíbrio é alcançado, permitindo sua sobrevivência e manutenção da atividade funcional. Quando o estímulo é eliminado, a célula pode retornar ao seu estado original sem ter sofrido qualquer consequência danosa.

No entanto, se os limites das respostas adaptativas forem excedidos ou se as células forem expostas a agentes ou estímulos nocivos, privadas de nutrientes essenciais, ou ficarem comprometidas por mutações que afetem constituintes celulares essenciais, ocorre uma sequência de eventos denominada lesão celular.

A lesão celular pode ser reversível até certo ponto, mas se o estímulo persistir ou for intenso o suficiente desde o início, a célula sofre lesão irreversível, levando-a a morte celular, que é o resultado final da lesão celular progressiva, sendo um dos principais eventos na evolução de uma doença em qualquer tecido ou órgão. Porém, ela constitui também um processo normal e essencial na embriogênese, no desenvolvimento dos órgãos e na manutenção da homeostase.

Nos estágios iniciais ou nas formas leves de lesão, as alterações morfológicas e funcionais são reversíveis, se o estímulo nocivo for removido.

Os principais marcos da lesão reversível são a redução da fosforilação oxidativa, com consequente depleção do armazenamento de ATP e tumefação celular causada por alterações da concentração de íons e influxo de água. Além disso, várias organelas intracelulares, tais como as mitocôndrias e o citoesqueleto, podem apresentar alterações.

Com a persistência do dano, a lesão torna-se irreversível e, com o tempo, a célula não pode se recuperar e morre. Existem dois tipos de morte celular, a necrose e a apoptose, que diferem em sua morfologia, mecanismos e funções na homeostase e na doença.

Quando a lesão das membranas é grave, as enzimas lisossômicas entram no citoplasma e digerem a célula, dando origem a um conjunto de alterações morfológicas descritas como necrose.

A necrose é considerada uma forma desregulada de morte celular resultante de danos às membranas celulares e perda da homeostase dos íons. Conteúdos celulares também são perdidos, através da membrana plasmática lesada, para o espaço extracelular, onde causam inflamação.

Já a apoptose é uma forma de morte celular caracterizada pela dissolução nuclear, fragmentação da célula sem perda completa da integridade da membrana, e rápida remoção dos restos celulares.

Como o conteúdo celular não é perdido, ao contrário da necrose, não existe reação inflamatória. Em termos de mecanismo, a apoptose é conhecida por ser um processo altamente regulado, dirigido por uma série de vias genéticas. É, por isso, às vezes, também chamada de “morte celular programada”.

SE LIGA! Enquanto a necrose é sempre um processo patológico, a apoptose auxilia muitos processos fisiológicos e não é, necessariamente, associada a lesão celular.

Mecanismos de Lesão Celular

Os mecanismos de lesão celular são complexos, porém, alguns princípios estão presentes na maioria das formas de lesão celular. São eles:

  • A resposta celular ao estímulo nocivo depende do tipo de agressão, sua duração e sua intensidade. Pequenas doses de uma substância química tóxica ou breves períodos de isquemia induzem lesão celular reversível, enquanto altas doses do mesmo tóxico ou uma isquemia mais prolongada resultam em morte celular instantânea ou em lesão celular irreversível arrastada, evoluindo, com o tempo, para a morte celular.
  • As consequências da lesão celular dependem do tipo, estado e adaptabilidade da célula agredida. O estado nutricional e hormonal celular e suas necessidades metabólicas são importantes na sua resposta a agressão. A exposição de dois indivíduos a concentrações idênticas de uma substância tóxica pode ser inofensiva em um e produzir morte celular no outro. Isto pode ser devido aos polimorfismos em genes que codificam enzimas hepáticas que metabolizam as substâncias.
  • A lesão celular é resultante de diferentes mecanismos bioquímicos que agem em vários componentes celulares essenciais. Os componentes celulares que mais frequentemente são lesados por estímulos nocivos incluem as mitocôndrias, as membranas celulares, a maquinaria de síntese e empacotamento de proteínas e o DNA. Qualquer estímulo agressivo pode, simultaneamente, acionar múltiplos mecanismos interconectados que lesam as células.

Confira o vídeo:

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Quais são os mecanismos de diferenciação celular?

A palavra-chave para compreendermos o processo de diferenciação celular é inibição gênica. As células, apesar de terem o mesmo código genético, têm a capacidade de desligar ou ligar determinados grupos de genes, especializando-se em funções distintas. Isso ocorre com as chamadas células-tronco, que são indiferenciadas.

Como ocorre o processo de especialização celular?

As células de um mesmo organismo tornam-se diferentes umas dos outras porque sintetizam e acumulam moléculas de RNA e, consequentemente, de proteínas diferentes. É por isso que elas diferem tanto em suas estruturas e em suas funções.

O que é mecanismo celular?

Os mecanismos celulares produzindo mudanças na forma e nos movimentos das células (Figura 8.2) e que estão envolvidos na morfogênese, organogênese e maturação de uma estrutura, órgão ou sistema consistem na: proliferação (divisão), adesão, migra- ção, diferenciação e metabolismo celular, além da morte celular ...

Quais tipos de fatores podem atuar na diferenciação celular?

Diferenciação celular A diferenciação da célula tronco adulta (CTA) ocorre por estímulos bioquímicos, produzidos pelo tecido onde a célula se encontra. Esses estímulos são provenientes dos fatores de crescimento, que induzem a CTA a assumir o padrão de expressão gênica da célula presente no tecido ao qual se fundiu.