Qual a importância do trabalho colaborativo na formação do professor?

Um dos objetivos proposto no Plano Nacional de Promo��o do Sucesso Escolar (PNPSE) � promover a melhoria do trabalho em sala de aula com recurso as din�micas de trabalho colaborativo, apesar de j� constar no Decreto de Lei n.� 75/2008 de 22 de abril do Minist�rio da Educa��o, que a articula��o curricular dever� promover o trabalho colaborativo entre os docentes visando a adequa��o do curr�culo aos interesses e necessidades dos alunos. Propomos, neste pequeno artigo, esclarecer o conceito de trabalho colaborativo.

A necessidade do foco em din�micas colaborativas tem a sua raz�o de ser, na medida em que a pr�tica docente � ainda muito aut�noma, como sustentam os investigadores (Fullan, Hargreaves, 2001), quando afirmam que o trabalho do professor assenta numa cultura individualista, cuja pr�tica docente, que ainda se encontra fortemente enraizada nas escolas � aut�noma e isolada, sendo um potencial obst�culo � partilha e reflex�o conjunta, impedindo o desenvolvimento pessoal e profissional dos docentes. Para estes investigadores, atualmente, tem-se observado um esfor�o no sentido da mudan�a de uma cultura individualista para uma cultura colaborativa, assente no trabalho colaborativo entre os docentes. Diversos estudos indicam que este tipo de cultura se encontra associado a um maior n�vel de satisfa��o, tanto de docentes como de alunos, havendo um maior potencial para o desenvolvimento pessoal e profissional (Damiani, 2008; Milheiro, 2013). Al�m disso, � no seio de uma cultura profissional colaborativa que a articula��o curricular mais facilmente � implementada (Favinha e Charr�u, 2012).

Concordo que, nos dias de hoje, o trabalho em colabora��o ganha grande relev�ncia porque permite definir estrat�gias conjuntas para enfrentar problemas ou dificuldades, em especial aqueles que n�o se afigurem f�ceis ou vi�veis de resolver individualmente. � tamb�m minha convic��o de que o trabalho colaborativo entre os docentes pode trazer in�meros benef�cios em diferentes �reas.

Neste artigo, proponho-me apresentar uma pequena revis�o da literatura sobre o conceito e estudos realizados sobre o trabalho colaborativo.

O conceito de colabora��o � a a��o e/o efeito de colaborar. A colabora��o, por conseguinte, � uma ajuda que se presta para que algu�m possa fazer algo que, de outra maneira, n�o seria poss�vel realizar ou ent�o faz�-lo com muita dificuldade.

Muitos autores empregam o termo cooperar ou colaborar com o mesmo significado, dai a import�ncia de clarificar o conceito porque, segundo diversos investigadores, n�o se trata de um sin�nimo como, frequentemente, � referido na linguagem corrente.

 Colabora��o v.s. Coopera��o

Ambos os verbos �colaborar� e �cooperar� t�m o prefixo �co� que designa uma a��o conjunta, mas t�m distin��o no seu significado etimol�gico. �colaborar� vem do latim laborare, que significa trabalhar em conjunto, enquanto �cooperar� vem do latim operare que significa atuar conjuntamente com outros com o mesmo fim (Boavida & Ponte, 2002).

Enquanto no �operar� se trata de uma opera��o simples, definida com um plano pr�vio, no �laborar� trata-se do desenvolvimento de uma atividade para determinados fins, implicando o pensamento, a prepara��o, o �(�) refletir, formar, empenhar-se (...), a colabora��o requer uma maior dose de partilha e intera��o do que a simples realiza��o conjunta de diversas opera��es (�)� (Boavida, A. M. & Ponte, J. P. 2002, p. 46).

Para Ponte e Serrazina, (2002, p.5), na colabora��o os diversos participantes trabalham em conjunto, numa base de relativa igualdade e numa rela��o de ajuda m�tua, procurando atingir objetivos comuns, enquanto na coopera��o, as rela��es podem ser bastante desiguais e at� hier�rquicas e os objetivos comuns podem ser difusos e totalmente subordinados aos objetivos individuais apenas de alguns dos participantes.

Assim, a colabora��o tem uma amplitude maior em rela��o � coopera��o, como afirma Lima, J. (2002, p.46) �a colabora��o representa mais do que uma mera coopera��o entre professores�.

Para Rold�o, M., (2007, p.27), �o trabalho colaborativo estrutura-se essencialmente como um processo de trabalho articulado e pensado em conjunto, que permite alcan�ar melhor os resultados visados, com base no enriquecimento trazido pela intera��o din�mica de v�rios saberes espec�ficos e de v�rios processos cognitivos�. Para a investigadora, o trabalho colaborativo facilita o ensino e a aprendizagem, mas � importante que cada professor d� o seu contributo devendo, para tal, dispor de tempos e modos de trabalho individuais que permitam preparar ou aprofundar o trabalho. Real�a ainda que, para que exista verdadeiramente um trabalho colaborativo, os docentes t�m que estabelecer um plano estrat�gico e criar, estrategicamente, a finalidade que orienta as suas tarefas e organizar adequadamente todos os dispositivos dentro do grupo para que, permitam:

a) Alcan�ar com mais sucesso o que se pretende (as aprendizagens pretendidas);

b) Ativar, o mais poss�vel, as diferentes potencialidades de todos os participantes (�) de modo a envolv�-los e a garantir que a atividade produtiva n�o se limita a alguns;

c) Ampliar o conhecimento constru�do por cada um, pela introdu��o de elementos resultantes da intera��o com todos os outros.

Por sua vez, Day defende que na coopera��o, citado em Boavida e Ponte (2002, p. 4).), que �enquanto que na coopera��o as rela��es de poder e os pap�is dos participantes no trabalho cooperativo n�o s�o questionados, a colabora��o envolve negocia��o cuidada, tomada conjunta de decis�es, comunica��o efetiva, e aprendizagem m�tua�.

Na colabora��o, as decis�es e a responsabilidade s�o de todos, enquanto na coopera��o todos combinam o trabalho comum, podendo, no entanto, ter objetivos separados e aut�nomos. Quanto ao poder e ao papel dos que trabalham em coopera��o n�o s�o questionados, enquanto no trabalho em colabora��o � necess�ria uma �negocia��o�, tomada de decis�es, comunica��o efetiva e aprendizagem m�tua.

Podemos ent�o reter que a colabora��o, como um contexto organizacional de grande valor na pr�tica profissional, e principalmente na �rea da educa��o, na medida em que o trabalho colaborativo torna poss�vel elevar o n�vel de energia, refor�ar a determina��o em agir, reunir mais e melhores recursos e compet�ncias pela procura de solu��es para determinados problemas; pela an�lise das viv�ncias, situa��es e problemas, procurando compreender as causas, as consequ�ncias, as estrat�gias e poss�veis alternativas.

As din�micas de troca entre docentes devem acontecer, ent�o, de forma natural, e trabalho de equipa como um compromisso, dado que as participa��es dos professores s�o fundamentais para o avan�o do coletivo. Todavia, para o efetivo desenvolvimento do trabalho colaborativo entre professores, torna-se necess�rio a realiza��o de trabalho em equipa e essa situa��o entronca com a falta de disponibilidade dos professores. Ora, de acordo Silva, A. (2011), no estudo realizado em que essa disponibilidade � fundamental, refere que existem dificuldades de diversa ordem que a impedem, como sejam a falta de coordena��o nos hor�rios dos professores, espa�os pr�prios para desenvolver o trabalho, assim como elevado n�mero de horas de trabalho burocr�tico, tal como � referido por Pereira (2004), quando afirma que na generalidade das reuni�es de trabalho, cuja agenda cont�m pontos relativos � coordena��o das atividades letivas, apenas se procede � entrega das planifica��es elaboradas pelos subgrupos respons�veis e ao controle da progress�o no programa, n�o se assistindo a um momento efetivo de di�logo e partilha de experi�ncias.

Bibliografia

Boavida, A. M., & Ponte, J. P. (2002) Investiga��o colaborativa: potencialidades e problemas. In GTI (Org.), Reflectir e investigar sobre a pr�tica profissional (pp. 43-55), Lisboa, APM. ISBN: 9789728768010.

Lima, J. (2002) As Culturas Colaborativas nas Escolas: Estruturas, Processos e Conte�dos. Porto: Porto Editora.

Pereira, F.; Costa, N.; Mendes, A. (2004) �Colabora��o docente na gest�o do curr�culo o papel do departamento curricular�. In: Costa J.; Neto Mendes A.; Andrade, A.; Costa, N. (ed.), Gest�o Curricular percursos de investiga��o. Aveiro: Universidade de Aveiro.

Ponte, J. P.; Serrazina, L. (2002) �O professor como investigador�, da Associa��o Professores de Matem�tica�. Revista de Educa��o Matem�tica, Vol. 11, N� 20, Julho-Agosto 2003.

Rold�o, M. (2007). �Colaborar � preciso: quest�es de qualidade e efic�cia no trabalho dos professores.,� in Dossier: Trabalho colaborativo dos professores, Revista Noesis, n.�71,24-29.

Silva, Alcino, (2011) �An�lise da articula��o desenvolvida pelos professores do Ensino Regular com os de Educa��o Especial e Em Portugal e Espanha� (Disserta��o de mestrado) Instituto Superior de Ci�ncias Educativas.

 

Qual a importância do trabalho colaborativo na educação?

Com a aprendizagem colaborativa, os alunos passam a ser protagonistas do processo de educação. Eles se tornam mais ativos e passam a ver mais utilidade prática no conhecimento adquirido na sala de aula. Isso aumenta a motivação e o engajamento dos estudantes com a escola e a sua própria instrução.

Qual o objetivo do trabalho colaborativo?

O objetivo do trabalho colaborativo é o desenvolvimento de metodologias de ensino para o acesso ao currículo, enriquecimento curricular e formas diferenciadas de avaliação para melhoria no desempenho acadêmico.

Qual a importância do desenvolvimento de atividades colaborativas?

Os benefícios da aprendizagem colaborativa Além disso, participar de debates e assumir a responsabilidade por seu aprendizado faz com que os alunos desenvolvam o raciocínio crítico. Desse modo, os alunos tendem a gostar mais das aulas, e, além disso, reter a informação por mais tempo.

Quais são os benefícios da aprendizagem colaborativa?

Benefícios da aprendizagem colaborativa.
Estimula o uso da tecnologia no contexto educativo e contextualiza o aprendizado com exemplos práticos do dia a dia;.
Melhora o engajamento e a participação de alunos, trazendo melhorias na autoestima do grupo;.