É com esse trecho dito por Jane Jacobs em 1961, que começo o texto de hoje, trazendo a reflexão em como podemos usar de fato, a nossa cidade como um laboratório de experimentações. Muitos espaços públicos atualmente, vemos sendo negligenciados de tal maneira pelo poder público, que acabam por atender interesses individuais e privados ao invés do coletivo. Isso é um fator que torna nossas cidades menos urbanas e com menos vida. Encarando essa necessidade do coletivo, começamos a repensar sobre ressignificações espaciais e a sua importância. Quais os benefícios que trás para a nossa cidade? E o porquê precisamos destas intervenções? Como ponto de partida, temos que abrir nossa mente quando falamos de ressignificar o espaço. Não trata-se apenas de aspectos políticos envolvendo a cidade, mas de uma reflexão sobre aspectos de caráter social, como por exemplo violência, preconceito, diversidade e a discriminação. Ressignificar o espaço público, é proporcionar a ideia de uma melhor qualidade de vida e segurança ao cidadão, é como poder aproveitar a cidade da maneira correta! Podemos ver em diversas cidades no Brasil, assim também como em outros países, que pequenas intervenções urbanas mudaram espaços residuais que antes eram considerados perigosos e pouco frequentados. Podemos citar como exemplo, a Intervenção em São Paulo, pelo coletivo Basurama em 2013, onde foram instalados balanços de pneus com o tema “A Cidade É Para Brincar. Sou Criança de 0 a 99 Anos”. As ressignificações espaciais servem para disseminar a mensagem ao público, por mais que de forma não totalmente direta, ela faz pensar e repensar em como aquele espaço pode ser diferente, e em como a cidade pode ser melhor aproveitada. As intervenções atingem a todos que cruzam pelos espaços por elas ocupadas. Dessa forma, não deixa de ser um meio de comunicação com o cidadão, muitas vezes tornando-se a própria voz do povo. Ressignificar os espaços é mantê-los vivos, e essa, não precisa necessariamente vir do poder público, mas de pessoas simples e comuns, e até de pequenas comunidades que reconhecem suas verdadeiras necessidades. Em Curitiba, nós temos três arquitetas, que desde a graduação colocaram esse tema como pauta principal em suas reflexões, e hoje dirigem o projeto chamado “Firma Tábua” que denomina-se como um laboratório de ressignificações espaciais. A Firma Tábua é composta pelas arquitetas Anna Klaine, Bianca Castro e Giovanna Gonzaga, essas três mulheres que vivenciam o local e estudam o espaço em diversas escalas. O projeto é desenvolvido por questionamentos, reflexões e inquietações, basicamente as essências para grandes ressignificações. O projeto da Firma Tábua, também nos apresenta um viés educativo para que possa ser expandida a compreensão da arquitetura, a tornando democrática e acessível, entendendo a arquitetura como uma das infinitas formas de expressão artística. Por fim, torna-se esperançoso acompanhar o trabalho de quem entende a real necessidade desse tipo de comunicação e as carências da cidade. Qual a importância das intervenções urbanas na cidade?A intervenção urbana é uma forma de manifestação artística em locais públicos como praças, ruas, escadas e parques. Elas são criadas no intuito de chamar a atenção dos cidadãos da cidade para problemas urbanos ou simplesmente para tornar o espaço mais leve e colorido.
Qual a sua opinião sobre a importância das intervenções urbanas na cidade o que elas podem vir a causar nos transeuntes?A arte na cidade cria uma mudança na experiência do entorno e a dos transeuntes que nela se implicam, desenvolvendo nas superfícies urbanas novas significações do espaço. Pode se concluir que a arte deve permitir a circulação e o deslocamento de sentidos em torno dos muros, tapumes, mobiliários urbanos.
Qual é a sua opinião sobre a intervenção urbana em estudo?Resposta. Resposta: Tenho para mim que a intervenção urbana introduz a arte no cotidiano das pessoas, provocando reflexões e questionamentos, assim transformando a vida de quem os observa.
O que você entendeu sobre intervenção urbana?Intervenção Urbana é uma manifestação artística que ocorre nos espaços urbanos, mas não em galerias e museus, e sim em lugares como praças, ruas, avenidas, etc. As intervenções urbanas constituem uma ramificação da arte contemporânea, podendo ser um espaço de ressignificação e transformação da cidade.
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