Qual monossacarídeo está presente nestes polissacarídeos de reserva animal e vegetal?

Graduação em Ciências Biológicas (Unicamp, 2012)
Mestrado Profissional em Conservação da Fauna Silvestre (UFSCar e Fundação Parque Zoológico de São Paulo, 2015).

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Os polissacarídeos são polímeros orgânicos constituídos de monossacarídeos. Celulose, quitina, glicogênio e amido são exemplos desta classe de carboidratos.

O glicogênio é um homopolissacarídeo, o que significa que sua molécula é composta por monômeros de um mesmo monossacarídeo, no caso a glicose. Ele é o principal carboidrato de armazenamento energético nas células animais; nos vegetais é o amido. É a forma como a glicose é estocada no organismo para futuras necessidades energéticas. Ele é encontrado no fígado, podendo constituir até 7% do peso, glicogênio hepático; e no músculo esquelético, glicogênio muscular.

No fígado, onde o encontramos disponível para todo o corpo, eles estão dentro dos hepatócitos, em grânulos, onde também se encontram as enzimas responsáveis pela sua hidrólise. A função do glicogênio hepático é manter a glicemia do corpo entre as refeições. Ele é a forma de se armazenar glicose que poderá ser exportada para qualquer lugar do corpo com necessidades energéticas. Por exemplo, o cérebro é um órgão que depende exclusivamente de glicose na obtenção de energia para suas células. Já o glicogênio muscular não pode ser exportado, ele é utilizado em casos de necessidade, por exemplo, atividade física intensa, apenas pelas fibras musculares.

O glicogênio é sintetizado quando os níveis de glicose no sangue são altos e a demanda energética é menor. Este processo é chamado de glicogênese. Ele é um polímero ramificado que se forma a partir de unidades de glicose unidas por ligações glicosídicas (α1→4) e entre as ramificações as ligações (α1→6). A cada 6 a 8 resíduos de glicose surgem as ramificações. Por ser altamente ramificado, sua estrutura não forma hélice. Seus grânulos são hidratados, uma vez que as cadeias possuem hidroxilas expostas, que se ligam às moléculas de água.

Existem dois hormônios relacionados ao metabolismo do glicogênio no fígado: insulina e glucagon. A insulina é responsável por transportar a glicose do sangue para dentro de cada célula. Quando o corpo está com hiperglicemia, logo após refeições fartas em carboidrato, ela age com outras enzimas para que a glicogênese ocorra (nome dado ao processo de estocagem de glicose em forma de glicogênio). De forma contrária, o glucagon é responsável pela quebra do glicogênio e liberação de glicose, quando o corpo está hipoglicêmico, entre as refeições, para manter o nível de glicose e fornecer energia para as células. É o que chamamos de glicogenólise. Existem mais de oito enzimas envolvidas nestes processos e a falta de qualquer uma delas comprometerá todos eles. Há doenças congênitas nas quais os indivíduos nascem sem produzir determinada enzima envolvida neste processo. Por exemplo, a doença de Von Gierke no fígado, o indivíduo tem a deficiência da enzima glicose-6-fosfatase, uma das enzimas da cadeia de reações do metabolismo.

Na glicogenólise há degradação das moléculas de glicogênio, através da atividade de enzimas α-amilases e β-amilases, as quais hidrolisam as ligações glicosídicas, sempre começando pela extremidade não redutora das ramificações, liberando uma a uma das moléculas de glicose. Nos músculos o processo de glicogenólise não está relacionado com insulina e glucagon e outras enzimas estão envolvidas nas reações. O glicogênio muscular é a principal fonte de energia para os músculos durante as atividades físicas, não está disponível para corrente sanguínea e outros órgãos.

Referências:
Nelson, D. L; Cox, M. M. Princípios de Bioquímica de Lehninger. 5o ed. Porto Alegre: Artmed, 2011. 246 p.

http://anatpat.unicamp.br/taglicogenio.html

https://www.natue.com.br/natuelife/o-que-e-glicogenio.html

Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/bioquimica/glicogenio/

Propriedades, estrutura e função das macromoléculas biológicas

Visão geral de carboidratos, incluindo estrutura e propriedades de monossacarídeos, dissacarídeos e polissacarídeos.

Propriedades, estrutura e função das macromoléculas biológicas

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Os carboidratos, conhecidos também pelos nomes glicídios, glucídios, hidratos de carbono ou açúcares são moléculas de carbono com água (hidrogênio e oxigênio), essenciais para as reações bioquímicas do nosso corpo.

Sua principal função é dar energia, mas vale lembrar que os carboidratos também possuem uma função estrutural visto que auxiliam na formação das estruturas celulares e dos ácidos nucleicos.

Funções dos carboidratos

Os carboidratos ou glicídios são as biomoléculas mais abundantes na natureza. São encontrados principalmente nos vegetais, sendo considerados o principal produto da fotossíntese.

A celulose, carboidrato mais abundante na natureza, é um componente da parede celular e possui como função principal auxiliar na estrutura celular vegetal.

O amido é considerado a principal reserva energética dos vegetais e encontrado principalmente nos tubérculos (batatas, mandioca, cará), nas raízes, caule e folhas.

A glicose aparece na forma livre em muitas frutas e é o metabolito habitual de conversão nos organismos animais, ou seja, todos os glicídios ingeridos e absorvidos pelo intestino precisam ser convertidos em glicose para participarem dos processos metabólicos celulares.

O glicogênio, armazenado no fígado e nos músculos dos animais, é a principal reserva energética de animais e fungos. Nos seres humanos, quando o corpo necessita de energia o glicogênio é transformado em moléculas de glicose.

Por fim, a quitina está presente na parede celular dos fungos e constitui também o exoesqueleto dos artrópodes.

Saiba mais sobre as biomoléculas.

Classificação e Estrutura

O grupo dos carboidratos é dividido em três categorias, são elas: Monossacarídeos, Dissacarídeos, Polissacarídeos.

Assim, os monossacarídeos e os dissacarídeos são chamados de carboidratos simples (cadeias simples) e os polissacarídeos de carbonos compostos (cadeias compostas).

Contudo, essa classificação dependerá da quantidade de átomos de carbonos presentes em suas moléculas.

Monossacarídeos

Os monossacarídeos recebem o sufixo - ose, são eles basicamente os açúcares que apresentam de 3 a 7 carbonos em sua estrutura sendo sua fórmula geral representada por (CH2O)n, no qual o “n” significa o número de átomos de carbono.

Segundo o número de carbonos presentes, podem ser chamadas de Triose (3), Tetrose (4), Pentose (5), Hexose (6) e Heptose (7).

Os monossacarídeos que merecem destaque são: as Pentoses (C5H10O5): Ribose e Desoxirribose, e as Hexoses (C6H12O6): Glicose, Frutose e Galactose.

Adquira mais conhecimento lendo sobre a glicose.

Dissacarídeos

Os dissacarídeos, moléculas solúveis em água, são formados pela união de dois monossacarídeos por meio de uma ligação denominada glicosídica.

Nesse processo, chamado de “Síntese por Desidratação”, ocorre a perda de uma molécula de água .

Os dissacarídeos mais conhecidos são: sacarose (glicose + frutose), lactose (glicose + galactose) e maltose (glicose + glicose).

Desta maneira, a sacarose e a maltose são encontradas nas plantas ou vegetais enquanto a lactose é encontrada no leite.

Saiba mais sobre as funções e classificação dos carboidratos.

Polissacarídeos

Os polissacarídeos, insolúveis em água, são polímeros de monossacarídeos, ou seja, são moléculas grandes (macromoléculas) formados pela união de vários monossacarídeos.

Neste grupo, os carboidratos mais conhecidos são: a celulose, o amido, o glicogênio e a quitina.

Importância da Alimentação

Os glicídios ou carboidratos são fontes de energia essenciais para o organismo, a glicose é indispensável para diversos tecidos, sendo o cérebro humano o mais exigente, pois necessita de uma quantidade elevada de glicose (cerca de 120g /dia para um adulto).

Por serem obtidos através da alimentação, é fundamental manter uma dieta equilibrada. Alimentos ricos em amido, em especial os cereais e os legumes secos, são absorvidos lentamente e fornecem além da glicose, proteínas, fibras, minerais e vitaminas.

Os glicídios provenientes das frutas possuem micronutrientes protetores, como a vitamina C e os carotenóides, fibras alimentares e diversos minerais que facilitam a absorção e assimilação pelas células.

No entanto, atualmente os alimentos muito refinados, como as farinhas de trigo, perdem mais de 50% de vitaminas e minerais.

Além disso, o consumo exagerado desses nutrientes pode provocar aumento do número de cáries, desenvolvimento da obesidade e doenças do coração.

Teste seus conhecimentos sobre o tema em Questões sobre Carboidratos.

Qual o polissacarídeo de reserva animal e vegetal?

a) O polissacarídeo de origem animal é o glicogênio. Ele é formado através do processo chamado glicogenogênese, com a junção de diversas moléculas de glicose (monossacarídeos). A reserva energética vegetal é o amido.

Qual polissacarídeo de reserva para células vegetais?

O amido é um polissacarídeo utilizado pelos vegetais como reserva energética. Podemos encontrá-lo em raízes, tubérculos e sementes. Sua síntese é consequência do excesso de glicose da fotossíntese. A glicose é o monossacarídeo mais utilizado como fonte de energia pelos seres vivos.

Quais os polissacarídeos de reserva presentes nas células animais e vegetais qual o monossacarídeo que os compõem?

polissacarídeos de reserva energética: a molécula provedora de energia para os seres vivos é principalmente a glicose (monossacarídeo). Quando esta não participa do metabolismo energético, é armazenada na forma de um polissacarídeo que nas plantas é conhecido como amido, nos animais e nos fungos como glicogênio.

Quais são os carboidratos de Reserva animal e vegetal respectivamente?

Nos vegetais, o carboidrato de reserva é o amido; nos animais, o carboidrato de reserva é o glicogênio.