Quantos anos tem o estado de tocantins

O Tocantins é o estado mais jovem do Brasil e tem sido terra de oportunidades para muita gente. Tanto para quem nasceu em um dos 139 municípios, de norte a sul, quanto para quem vem tentar a vida. O estado, que completa 33 anos nesta terça-feira (5), é cheio de riquezas naturais e também encanta quem só está aqui de passagem. (Veja o vídeo)

José Arnaldo veio do Pernambuco há 30 anos. Há duas décadas está em Taquaralto, na região sul de Palmas, à frente de uma a loja de confecções que ele criou os filhos. O tocantinense de coração já criou raízes tão profundas que nem pensa em ir embora daqui.

"Já tenho família aqui no Tocantins, quando era Goiás. Vim passear em Dianópolis e conheci minha esposa que é tocantinense, casamos e estamos até hoje, há 20 anos em Palmas. Temos nossas duas filhas, todas formadas e trabalhando", disse José Arnaldo.

Já o Leniel Carneiro é tocantinense de nascença e escolheu a Palmas para montar o próprio negócio e realizar o sonho de ser empresário. Depois de 14 anos ele resolveu expandir e agora está vendo o sonho se tornar realidade. O homem ousou e inaugurou uma loja maior há menos de uma semana.

"É uma luta diária, mas está sendo gratificante. É uma conquista estar em um novo ambiente. podendo atender nossos clientes bem. Deixando os clientes mais confortáveis. Isso é a realização de um sonho que a gente conquistou não foi da noite para o dia", disse Leniel.

Tocantins acolhe pessoas de vários lugares do estado — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

A dona Nilce Maria da Silva é mineira e chegou no Tocantins ainda durante as principais construções . "Era bem no início, em 1988. Nós moramos um ano e meio em Miracema e veio a inaugurar a capital e viemos para cá. Eu vim em novembro de 89", disse a aposentada.

Ela lembra que esteve no estado quando o acesso aos recursos ainda eram limitados. "Eu fiquei aqui sem água, sem energia. Foi um sufoco, mas eu amo o Tocantins. Eu amo Palmas. Criei meus três filhos aqui", contou.

Dona Nice diz que não se enxerga em outro estado.

Eu tenho orgulho, falo que não sou mineira, eu sou tocantinense. Dou os parabéns para esse estado tão lindo que a gente jamais pensa em sair daqui. Criamos raízes", disse Nilce Maria.

Para muita gente o estado mais jovem do Brasil significa desenvolvimento em muitas áreas. A paraense Priscila Cordeiro é dentista e acabou de chegar em Palmas. A jovem já se encantou com o que viu, tanto que não deixou de registrar.

"Já conheço algumas cidades do Tocantins. Em Palmas é minha primeira vez. É uma cidade muito linda. É muito interessante, as pessoas são muito acolhedoras e estou gostando bastante", disse.

Parabéns Tocantins e os filhos do estado que não desistem de crescer. Sejam eles legítimos ou adotivos.

Plebiscito sobre divisão do Pará reacende discussão sobre mudanças no mapa do Brasil

O exemplo do último Estado formado no Brasil, o Tocantins, é usado pelos articuladores da criação das unidades de Carajás e Tapajós, para defender a mudança. O Congresso tem uma série de projetos para alterar o mapa do Brasil, mas os que tratam do desmembramento do Pará são os mais avançados.

O Tocantins nasceu em 1988, quando foi separado de Goiás. Ainda não há muitos dados sobre o impacto da mudança para a população, mas alguns mostram que, nesses 23 anos, houve melhorias em algumas áreas, como economia e infraestrutura. Em outras, como na saúde e educação, o Estado ainda tem muitos problemas para resolver.

Hoje, a economia do Tocantins gira em torno do agronegócio, que se desenvolveu após a construção de mais rodovias, explica Celene Cunha Monteiro Antunes Barreira, do Instituto de Estudos Sócio-Ambientais da UFG (Universidade Federal de Goiás).

Levantamento da Seplan (Secretaria de Planejamento) do Tocantins indica que, em 1988, havia apenas 308 km de rodovias estaduais no Tocantins. Em 2005, a rede pavimentada chegou a 4.333 km. No mesmo período, a malha federal no Estado não sofreu grandes alterações. De acordo com a Superintendência Regional do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes) no Tocantins, não houve uma expansão em si, mas obras de pavimentação. Atualmente, há 1.800 km de vias pavimentadas federais. Em todo Estado, no entanto, a qualidade não é das melhores, indica a Confederação Nacional do Transporte. Em 2010, apenas 18,5% das rodovias.
Em 2008, PIB (Produto interno Bruto) per capita do Tocantins ficou em R$ 10.223, valor abaixo da média nacional (de R$ 15.989), mas acima de outros Estados, como o Pará (R$ 7.992) e a Bahia (R$ 8.378), de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em 2000, o PIB per capita era de R$ 2.117, segundo a Seplan. O PIB per capita leva em conta toda a produção de riquezas da região e a quantidade de pessoas que ali vivem.

O fim do isolamento e abandono era o grande argumento dos moradores do então norte de Goiás, que reivindicavam a separação. Maria do Espírito Santo Rosa Cavalcante, historiadora da PUC-GO (Pontifícia Universidade Católica de Goiás), lembra que esse discurso foi recorrente em todos os movimentos de emancipação, que tiveram três grandes momentos ao longo da história e começaram antes mesmo da Independência do Brasil, em 1821.

- A região era considerada pobre, vivendo um abandono político-administrativo, mas rica em mineral e com grande potencial agrícola.

Segundo ela, as políticas públicas antes da criação do Estado não conseguiram resolver os principais problemas do local. A rodovia Belém-Brasília, que começou a ser construída na década de 1970 para integrar a região Norte com o Centro-Oeste, não atingia as áreas populosas do Tocantins, informa Maria, para quem, hoje, “as mudanças são visíveis”.

Rodrigo Estramanho de Almeida, professor da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, alerta, no entanto, que é difícil avaliar se Tocantins se tornou melhor porque virou um Estado ou se ele acompanhou o crescimento de todo o país.

Problemas sociais

Jean Carlos Rodrigues, geógrafo da UFT (Universidade Federal do Tocantins), conta que é difícil encontrar um tocantinense que não veja melhorias na região depois da separação de Goiás. No entanto, ainda há problemas graves a serem superados.

- A renda da população melhorou para os padrões brasileiros, mas, como em outros Estados, ela é má distribuída e há uma desigualdade muito grande.

O IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do Estado, logo após sua criação, em 1991, era de 0,611. Em 2000, pulou para 0,71. O índice da Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) varia de 0 (pior) a 1 (melhor). Mesmo assim, a redução da pobreza foi pequena. Ainda de acordo com a Pnud, em 1991, a pobreza do Tocantins atingia 60,98% da população. Em 2000, atingia 50,79%.

Além disso, o analfabetismo ainda é um problema latente. Segundo dados do IBGE de 2010, a taxa de analfabetismo das pessoas de 15 anos ou mais de idade no Tocantins é de 13,5%. O número de crianças na escola aumentou entre 1991 e 2000, mas, neste ano, cerca de 12% das crianças de 7 a 14 anos estavam fora da ensino fundamental (etapa obrigatória).

O pesquisador da UFT diz ainda que o governo decretou, recentemente, estado de calamidade pública na área da saúde.

- A separação do Estado trouxe vantagens e contribuiu para um impulso no desenvolvimento econômico, não aconteceu da forma que se esperava. Ainda faltam políticas públicas.

Política

Não é possível saber quanto custou a criação do Tocantins, porque o Tesouro Nacional surgiu poucos anos antes do Estado. Mas, para ser formado, precisou de ajuda federal, em especial para montar toda estrutura político-administrativa.

Com a mudança, três senadores e oito deputados federais representando a região passaram a integrar o Congresso. Além disso, foi criada uma Assembleia Legislativa com 24 deputados estaduais, e construído um palácio do governo, com todas as secretarias necessárias.

Uma das principais críticas à formação de novos Estados é justamente a criação de novos cargos políticos. Para a historiadora Maria Cavalcante, da PUC-GO, o caso do Tocantins não se tratou de uma divisão para que coronéis pudessem governar um novo território, já que pessoas de diferentes setores da sociedade participavam dos movimentos de autonomia, apesar, é claro, de haver o interesse das elites na mudança. Na década de 1980, de acordo com Maria, já havia um consenso tanto no norte quanto no sul de Goiás que a separação seria melhor para todo mundo.

O cientista político da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), Valeriano Mendes Ferreira Costa, diz que é difícil combater o argumento de criar um Estado novo pensando em ter uma política mais voltada para o desenvolvimento da região.
 

Quantos anos tem o Tocantins 2022?

O Tocantins chega aos seus 34 anos de história nesta quarta-feira, 5 de outubro, com ótimos índices econômicos.

Quantos anos tem hoje o Estado do Tocantins?

O Tocantins é o mais jovem estado do Brasil. Criado em 1988, tem Palmas como a sua capital. Apresenta na atualidade uma população de aproximadamente 1,5 milhão de habitantes e uma economia em ascensão.

Quantos anos foi criado o Estado de Tocantins?

Pelo artigo 13 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição, em 05 de outubro de 1988, nascia o Estado do Tocantins.

O que era antes de Tocantins?

O Tocantins nasceu em 1988, quando foi separado de Goiás.