Que relação existe entre a retirada da cobertura vegetal o processo de?

O deslizamento � um fen�meno provocado pelo escorregamento de materiais s�lidos, como solos, rochas, vegeta��o e/ou material de constru��o ao longo de terrenos inclinados, denominados de encostas. Ocorre em �reas de relevo acidentado, das quais foram retiradas a cobertura vegetal original que � respons�vel pela consist�ncia do solo e que impede, atrav�s das ra�zes, o escoamento das �guas. O deslizamento de terra se difere dos processos erosivos pela quantidade de massa transportada a uma grande velocidade. Esses fen�menos naturais e/ou antr�picos, causam problemas imediatos para a popula��o, independente de sua condi��o social, e tamb�m para o meio ambiente.

O Brasil, pelo fato de ter predomin�ncia de clima tropical, existem grandes �ndices pluviom�tricos no ver�o, que corresponde ao per�odo chuvoso, com isso as encostas naturalmente s�o locais de risco ao deslizamentos de terra.

� not�rio que os deslizamentos em encostas e morros urbanos v�m ocorrendo com uma frequ�ncia alarmante nestes �ltimos anos, devido ao crescimento desordenado das cidades, com a ocupa��o de novas �reas de risco, principalmente pela popula��o mais carente.

Muitas cidades, em sua expans�o, avan�am para terrenos topograficamente mais inclinados e geologicamente inst�veis. � o caso da ocupa��o de vertentes de morros ou de obras efetuadas em �reas extremamente suscet�veis � intemp�ries intensas ou solos fragilizados.

A �poca de ocorr�ncia dos deslizamentos coincide com o per�odo das chuvas, intensas e prolongadas, visto que as �guas escoadas e infiltradas v�o desestabilizar as encostas. Nos morros, os terrenos s�o sempre inclinados e, quando a �gua entra na terra, pode acontecer um deslizamento e destruir as casas que est�o em baixo.

Desta maneira, os escorregamentos em �reas de encostas ocupadas costumam ocorrer em taludes de corte, aterros e taludes naturais agravados pela ocupa��o e a��o humana.

Quando ocorrem as precipita��es o solo absorve uma parcela da �gua, no entanto, outra parte se locomove em forma de enxurrada na superf�cie do terreno, a parte de �gua que se infiltra no solo se confronta com alguns tipos de rochas imperme�veis, com isso a �gua n�o encontra passagem e come�a acumular-se em �nico local tornando, dessa forma, o solo saturado de umidade que n�o consegue suportar e se rompe, desencadeando o deslizamento de terras nas encostas at� a base dos morros.

Os motivos que desencadeiam esse processo est�o ligados � retirada da cobertura vegetal de �reas de relevo acidentado, habita��o humana em locais impr�prios, oferecendo condi��es prop�cias para o desenvolvimento de deslizamentos em encostas.

H� que considerar tr�s fatores de influ�ncia na ocorr�ncia dos deslizamentos:

  • Tipo de solo: sua constitui��o, granulometria e n�vel de coes�o;
  • Declividade da encosta: cujo grau define o �ngulo de repouso, em fun��o do peso das camadas, da granulometria e n�vel de coes�o;
  • �gua de embebi��o: que contribui para aumentar o peso espec�fico das camadas; reduzir o n�vel de coes�o e o atrito, respons�veis pela consist�ncia do solo, e lubrificar as superf�cies de deslizamento.

Os deslizamentos s�o respons�veis por in�meras v�timas fatais e grandes preju�zos materiais. Como exemplo, pode-se citar o ocorrido em Angra, em janeiro deste ano, sendo que os deslizamentos aconteceram por causa das acomoda��es de uma por��o do terreno que se movimentou devido � quebra de atrito entre solo/subsolo ou solo/rocha matriz. O fen�meno ocorreu por causa da grande quantidade de �gua da chuva que se infiltrou no solo e o deslizamento ocorreu quando houve o movimento do material superficial, com a for�a da gravidade. Some-se a isso, o fato das constru��es estarem localizadas no sop� das encostas, destino natural dos sedimentos soltos que v�o sendo carregados pela �gua da chuva.

Outro fato est� relacionado ao morro do Bumba, em Niter�i, na madrugada do dia 06 de abril do decorrente ano.
Como o local onde a comunidade estava instalada abrigou um grande dep�sito de lixo at� 1986, uma das vers�es � a de que o ac�mulo de g�s metano no subsolo da favela teria provocado uma explos�o, precipitando o deslizamento da encosta. Especialistas tamb�m afirmam outras duas causas prov�veis: a de um escorregamento no alto do morro, provocado pela chuva forte que caiu nos dois dias antes da trag�dia, e encharcou a terra, ou o deslocamento do solo na base da comunidade. O fato de ter sido erguida sobre um antigo lix�o, torna essa comunidade ainda mais inst�vel.

Especialistas tamb�m afirmam, que com uma camada de terra de apenas 1 a 2 metros de espessura sobre rochas que, com o tempo, foram se despregando do maci�o original, o terreno dos morros se tornou inst�vel e com baixa capacidade de absorver a �gua. Desta maneira, pesados e encharcados de �gua, as rochas e o solo se soltam e deslizam. Outro fator das causas da trag�dia, tamb�m est� associado ao conjunto de maci�os, que representa um ter�o do territ�rio da cidade do Rio de Janeiro, o qual dificulta a dissipa��o das frentes frias.

Comparando a situa��o acima, com o Morro da Carioca (Centro de Angra), ambas s�o resultado de uma enorme ocupa��o irregular, por�m, o volume de terra e quantidade de v�timas no primeiro caso, parecem ser maiores. Mas, o fato � que a situa��o demonstra um dos maiores deslizamentos da hist�ria do Estado do Rio.

O governador do Rio, S�rgio Cabral Filho, anunciou que utilizar� R$ 1 bilh�o para a remo��o de fam�lias que vivem em �reas de "alt�ssimo risco". As remo��es integram o Plano Diretor de Ocupa��o que o governo do Estado disponibilizar� para os munic�pios do Rio.

� importante ressaltar que a legisla��o s� permite ao governo federal liberar verba para remo��o a moradores que tenham t�tulo de propriedade. Por�m, o Congresso pode flexibilizar certas regras e facilitar esse processo, pois � urgente a necessidade de se remover quem vive em locais de risco. Por isso, as remo��es devem ser feitas com planejamento e indeniza��o, sendo que as pessoas devem ser removidas para lugares com infraestrutura e acessibilidade.

Sinais que indicam que pode ocorrer um deslizamento

  • Aparecimento de fendas, depress�es no terreno, rachaduras nas paredes das casas, inclina��o de tronco de �rvores, de postes e o surgimento de minas d��gua. Ocorrendo um desses sinais, a Defesa Civil deve ser imediatamente acionada.

Como evitar um deslizamento

  • N�o destruir a vegeta��o das encostas;
  • No caso de vazamentos, consertar o mais r�pido poss�vel e n�o deixar a �gua escorrendo pelo ch�o - o ideal � construir canaletas;
  • Juntar o lixo em dep�sitos para o dia da coleta e n�o deix�-lo entulhado no morro;
  • N�o amontoar sujeira e lixo em lugares inclinados porque eles entopem a sa�da de �gua e desestabilizam os terrenos provocando deslizamentos;
  • N�o jogar lixo em vias p�blicas ou barreiras, pois ele aumenta o peso e o perigo de deslizamento, assim, deve-se jogar o lixo e entulho em latas ou cestos apropriados;
  • N�o dificultar o caminho das �guas de chuva com lixo por exemplo;
  • As barreiras em morros devem ser protegidas por drenagem de calhas e canaletas para escoamento da �gua da chuva;
  • N�o fazer cortes nos terrenos de encostas sem licen�a da Prefeitura, para evitar o agravamento da declividade;
  • Solicitar a Defesa Civil, em caso de morros e encostas, a coloca��o de lonas pl�sticas nas barreiras;
  • As barreiras devem ser protegidas com vegeta��o que tenham ra�zes compridas, gramas e capins que sustentam mais a terra;
  • Em morros e encostas, n�o plantar bananeiras e outras plantas de ra�zes curtas, porque as ra�zes dessas �rvores n�o fixam o solo e aumentam os riscos de deslizamentos;
  • Pode-se plantar para que a terra n�o seja carregada pela �gua da chuva. Perto das casas: pequenas fruteiras, plantas medicinais e de jardim, tais como: goiaba, pitanga, carambola, laranja, lim�o, pinha, acerola, urucum, jasmim, rosa, pata-de-vaca, hortel�, cidreira, boldo e capim santo. Nas encostas pode-se plantar: capim braqui�ria, capim gordura, capim-de-burro, capim s�ndalo, capim gengibre, grama germuda, capim chor�o, grama p�-de-galinha, grama forquilha e grama batatais. A vegeta��o ir� proteger as encostas.
  • Em morros e encostas n�o plantar mam�o, fruta-p�o, jambo, coco, banana, jaca e �rvores grandes, pois acumulam �gua no solo e provocam quedas de barreiras.

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Que relação existe entre a retirada da cobertura vegetal?

A retirada da cobertura vegetal nativa ainda altera a qualidade dos solos pela exposição direta à erosão pluvial e reduz a qualidade de vida da população ali residente. Portanto, a permanência da vegetação nativa é importante para a manutenção do ciclo hidrológico e, por conseguinte, para a existência da bacia.

O que acontece quando se retira a cobertura vegetal do solo?

Deixar o solo descoberto, principalmente quando não se manuseia com os devidos cuidados, favorece o processo de erosão, que é intensificado por chuva ou vento. Com o desgaste, os resíduos são levados para as fontes de água e vão sedimentando, o que faz diminuir a capacidade e a vasão dos rios.

O que a remoção da cobertura vegetal pode provocar?

A remoção da cobertura vegetal pode provocar diretas alterações no clima, que, por sua vez, pode alterar a presença de árvores em outras localidades, em um verdadeiro efeito dominó. Portanto, é mais do que importante lutar pela conservação das áreas vegetais naturais do planeta.

Qual a relação entre conservação da cobertura vegetal e o ciclo da água em nosso planeta?

A cobertura vegetal regula fluxo de água em uma bacia hidrográfica, uma vez que aumenta o armazenamento, reduz a erosão e sedimentação dos cursos d'água, diminui o risco de inundações e melhora a qualidade da água. A principal forma de abastecimento das bacias hidrográficas é por meio da precipitação.