Que técnicas foram utilizadas para fazer a datação dos achados arqueológicos?

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Fósseis são normalmente datados com base na quantidade conhecida de Carbono-14 comparado ao Carbono-12. Após o ser vivo morrer ocorre a desintegração radiativa, diminuindo a quantidade de carbono-14.

Em relação ao fóssil humano mais antigo existem muitas controvérsias. O mais famoso se refere a uma mulher que foi posteriormente batizada de Lucy, tendo 3,2 milhões de anos. Após um tempo dessa descoberta, foi encontrado no Quênia, um fóssil considerado humano que foi datado com 3,5 milhões de anos

Que técnicas foram utilizadas para fazer a datação dos achados arqueológicos?
 iStock | LuFeeTheBear/

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Como é que os arqueólogos sabem que um fóssil humano tem exatamente 4,2 milhões de anos? Há pouco mais de 50 anos, não havia a menor chance de determinar isso. Com exceção dos raros objetos que continham referências históricas, não era possível saber se uma coisa tinha, digamos, 5 mil ou 5 milhões de anos.

Os métodos de datação atuais, que revolucionaram a arqueologia, são um monumento à inteligência humana. Eles se baseiam em duas coisas: a observação de alguns fenômenos naturais que têm a regularidade de um cronômetro, como a radioatividade, e a identificação de acontecimentos casuais com capacidade para iniciar tais cronômetros do zero.

Existem vários métodos, cada um com uma série de características próprias que permitem que um certo tipo de objeto seja datado. Eles também se diferenciam pelo alcance temporal. Alguns servem para contar a passagem de algumas centenas de anos. Outros, de bilhões. Aqui estão os mais importantes.

Métodos de datação

Como os arqueólogos sabem a idade de um objeto

Dendrocronologia
Do que se trata: é o método de datação pelos anéis das árvores
Uso: madeira
Alcance: 9 mil anos
Como funciona: o padrão de crescimento das árvores muda com as estações do ano. Quando se corta uma árvore, é possível ver uma seqüência de círculos claros e escuros, correspondendo ao verão e ao inverno – um verdadeiro código de barras. Esse código pode se sobrepor ao de uma árvore mais antiga e assim por diante. Paleontólogos já foram capazes de reunir uma seqüência ininterrupta de 9 mil anos. Aí é só comparar os círculos e contar. Dá para saber quando uma construção foi erguida olhando a madeira que foi usada nela (ou até em que ano cada parte foi feita). Nos trópicos, as árvores não formam anéis bem distintos

Carbono-14
Do que se trata: quantificação de elementos químicos instáveis
Uso: papel, madeira, couro, tecido e ossos
Alcance: 60 mil anos
Como funciona: o elemento carbono-14 é raro. Ele é formado quando um nêutron colide com um átomo de nitrogênio-14. O N-14 vira C-14 e passa a integrar moléculas de gás carbônico. Enquanto vivem, plantas e animais absorvem gás carbônico da atmosfera. Quando morrem, os seres deixam de repor C-14 nos corpos. Porém, o C-14 é instável e volta a ser N-14. A queda ocorre a uma taxa constante: metade do C-14 vira N-14 em 5 600 anos; a metade do que sobra, em mais 5 600, e por aí vai. A diferença entre a quantidade de C-14 de um fóssil e a normal serve para calcular há quanto tempo o animal ou planta morreu

Potássio-argônio
Do que se trata: átomos transmorfos permitem datar ancestrais humanos
Uso: rochas vulcânicas
Alcance: 100 mil a 4,3 bilhões de anos
Como funciona: devido a reações no núcleo, átomos de potássio-40 viram argônio-40 sempre a uma mesma velocidade. Essa velocidade é conhecida com precisão. Por causa dessa reação, se uma rocha possui P-40, ela terá A-40. Quando um vulcão entra em erupção, todo o A-40 contido na rocha evapora – sobra apenas P-40. A rocha é zerada. Quando ela esfria, volta a produzir A-40. A proporção entre esses átomos numa rocha pode dizer exatamente quando ela se formou. Datando-se as camadas vulcânicas acima e abaixo de um fóssil, é possível determinar quando o dono daqueles ossos morreu

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  • Os cientistas de laboratórios de datação por radiocarbono e os arqueólogos devem coordenar aspectos ligados à amostragem, armazenagem e outros assuntos para garantir um resultado significativo.
  • A relação da amostra com o seu contexto deve ser estabelecida antes da datação por carbono.
  • O processo de datação por radiocarbono começa com a medição do carbono14, um isótopo de carbono levemente radioativo, seguido da calibração dos resultados de idade de radiocarbono a anos civis.

Que técnicas foram utilizadas para fazer a datação dos achados arqueológicos?

A história, antropologia e arqueologia são três áreas distintas de conhecimento, mas estreitamente relacionadas que ajudam a humanidade a compreender o presente a partir do passado. Os historiadores podem determinar quais culturas prosperaram em diferentes regiões e quando as mesmas se desintegraram. Os antropólogos podem descrever o caráter físico, a cultura e as relações ambientais e sociais de um povo. Os arqueólogos, por outro lado, fornecem provas de autenticidade de um determinado artefato ou desmentem descobertas históricas ou antropológicas.

Sem sombra de dúvida, a arqueologia enriqueceu a história da humanidade como nenhuma outra ciência. Uma grande parte do passado não registrado da humanidade foi desvendado pela arqueologia.

O estudo de atividades e restos materiais de vidas humanas do passado pode não parecer importante ou excitante para a pessoa comum, ao contrário das ciências biológicas. O objetivo da arqueologia de entender a humanidade é um esforço nobre que vai além de descobrir tesouros enterrados, da coleta de informações e datação de eventos. Ao descobrirmos o que fez com que culturas passadas deixassem de existir, podemos garantir que a história não se repita.

Ao longo dos anos, a arqueologia desvendou informações sobre culturas passadas que teriam permanecido desconhecidas se não fosse pela ajuda de tecnologias como a datação por radiocarbono, dendrocronologia, dataçãoarqueomagnética, datação de fluoreto, datação por luminescênciae análise de hidratação obsidiana, entre outras. A datação por radiocarbono existe há mais de 50 anos e revolucionou a arqueologia. A datação por carbono 14 continua sendo uma técnica muito eficaz, confiável e amplamente aplicável, com um valor inestimável para os arqueólogos e outros cientistas.

Que técnicas foram utilizadas para fazer a datação dos achados arqueológicos?

Conceito da Datação por Radiocarbono

O carbono 14 instável e radioativo, conhecido como radiocarbono, é um isótopo natural do elemento carbono. Quando um ser vivo morre, ele deixa de interagir com a biosfera e o carbono 14 do mesmo permanece inalterado pela biosfera, mas naturalmente começa a enfraquecer.

O enfraquecimento do carbono 14 leva milhares de anos e é esta maravilha da natureza que forma a base da datação por radiocarbono, fazendocom que esta técnica de análise seja uma ferramenta muito eficaz para desvendar o passado.

O processo de datação por radiocarbono começa com a análise do carbono 14 deixado na amostra. A proporção de carbono 14 na amostra examinada dá uma indicação do tempo decorrido desde a morte da fonte da amostra. Os resultados da datação por radiocarbono são divulgados em anos AP (Antes do Presente) não calibrados, onde AP é definido como 1950 DC. A calibração é então feita para converter os anos AP em anos civis. Esta informação é então relacionada a datas históricas conhecidas.

A Datação por Carbono é o Método Correto?

Antes de decidir sobre o uso da datação por carbono como um método analítico, um arqueólogo deve primeiro certificar-se de que os resultados da datação por radiocarbono após a calibração podem fornecer as respostas necessárias às questões arqueológicas que foram levantadas. A implicação do que é representado pela atividade de carbono 14 de uma amostra deve ser considerada.

A relação da amostra com o seu contexto nem sempre é simples. A idade de uma amostra pré-data o contexto no qual foi encontrada. Algumas amostras, tal como a madeira, param de interagir com a biosfera e tem uma idade aparente no momento de sua morte. Relacionar a idade dos depósitos ao redor da amostra não seria algo totalmente preciso. Há também casos em que a associação entre a amostra e o depósito não é aparente ou de fácil compreensão. Deve ser tomado muito cuidado quando relacionamos um evento com o contexto e o contexto com a amostra a ser analisada pela datação por radiocarbono.

Um arqueólogo também deve certificar-se de que somente as séries úteis de amostras sejam coletadas e analisadas pela datação por radiocarbono e não todo o material orgânico encontrado no local de escavação.

Que técnicas foram utilizadas para fazer a datação dos achados arqueológicos?

Contato entre os cientistas de radiocarbono e os arqueólogos

É importante que os cientistas de radiocarbono e os arqueólogos concordem com a estratégia de amostragem antes de começarem a escavação para que tempo, esforço e recursos não sejam desperdiçados e resultados significativos sejam alcançados após o processo de datação por carbono.

Deve ser enfatizado que os arqueólogos precisam interagir com os laboratórios de radiocarbono antes da escavação devido a diversos fatores:

1. Tipo, tamanho e embalagem da amostra

Os laboratórios têm limitações em termos das amostras que podem ser analisadas pela datação por radiocarbono. Alguns laboratórios, por exemplo, não datam carbonatos.

Os laboratórios também devem ser consultados quanto à quantidade ideal necessária de amostra, bem como sobre sua preferência em relação a certas amostras submetidas à datação por carbono. Alguns laboratórios aceitam madeira encharcada, enquanto que outros preferem receber a madeira seca.

2. Coleta de amostras

Contaminantes não devem ser introduzidos nas amostras durante a coleta e armazenagem. Hidrocarbonetos, cola, biocidas, glicol polietileno ou polivinilacetato não devem entrar em contato com amostras que serão submetidas à datação por radiocarbono. Outros contaminantes potenciais incluem o papel, papelão, algodão, barbante e cinzas de cigarro.

3. Armazenagem de amostras

As amostras devem ser envolvidas em materiais de embalagem que as protejam durante o transporte e armazenagens prolongadas. Os rótulos colocados nos materiais de embalagem não devem desbotar ou cair facilmente.

Recipientes de vidro podem ser usados para armazenar amostras que serão submetidas à datação por radiocarbono, mas os mesmos podem quebrar e não serempráticos ao lidar com amostras grandes. Os recipientes de alumínio com tampa de rosca são seguros, mas mesmo assim é melhor consultar o laboratório de radiocarbono sobre os melhores recipientes de amostras a serem utilizados.

4. Erros e calibração

Recomenda-se que os arqueólogos, ou qualquer outro cliente, perguntem ao laboratório se os resultados têm erros sistemáticos ou aleatórios. Eles também devem pedir detalhes sobre a calibração utilizada para a conversão dos anos AP a anos civis.

5. Custo

Esclareça os custos relacionados à datação de amostras por radiocarbono. Alguns laboratórios cobram mais pela análise de amostras que eles não processam regularmente

6. Período de tempo

A datação por radiocarbono leva tempo e os laboratórios muitas vezes têm listas de espera. Por esse motivo, esse fator deve ser considerado.

7. Identificação das amostras

O processo de datação por carbono é destrutivoe os laboratórios geralmente orientam seus clientes em relação à identificação e rotulagem da amostra. No entanto, o cliente fica responsável por certificar-se de que todas as amostras submetidas à datação por radiocarbono tenham sido rotuladas de forma adequada e correta, antes que a análise seja iniciada.

8. Tipos de contaminantes

A comunicação com os clientes também ajudam os laboratórios na identificação de possíveis contaminantes no local da escavação. Quando os cientistas identificam o tipo de contaminante, eles têm uma idéia dos métodos de pré-tratamento que precisam ser seguidos antes de começarem a datação por carbono.

9. Idade esperada da amostra

Os laboratórios perguntam aos clientes sobre a idade esperada das amostras submetidas à datação por radiocarbono para certificarem-se de que a contaminação cruzada seja evitada durante o processamento dasmesmas e que nenhuma amostra de idade substancial (mais de 10.000 anos) seja analisada depois de uma amostra recente.

Os laboratórios também procuram evitar o processamento de amostras que produzem faixas amplas de calendário em análises por radiocarbono. Os resultados de datação por radiocarbono têm valor insignificante nos casos em que a curva de calibração éefetivamente plana e todos os eventos do calendário no período em questão produzem mais ou menos a mesma idade de radiocarbono.

Resultados de Datação por Radiocarbono

A interpretação dos resultados da datação por radiocarbono não é simplese há momentos em que os arqueólogos consideram os resultados da datação por carbono 14 “arqueologicamente inaceitáveis”. Nestes casos, o arqueólogo rejeita os resultados da datação por radiocarbono na avaliação da cronologia do local da escavação.

Há muitas razões possíveis para que os resultados da datação por radiocarbono sejam considerados “inaceitáveis”. Pode haver um problema deposicional básico, uma contaminação insuspeita ou até mesmo um problema no laboratório. Em qualquer um dos casos, vale a pena considerar cuidadosamente porque os resultados da datação por radiocarbono foram considerados inaceitáveis.


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Este trecho de vídeo é parte do webinário Beta: Uma introdução a análises isotópicas

Arqueologia de resgate

A arqueologia de resgate envolve a sondagem e a potencial escavação de sítios destinados a alguma forma de construção ou empreendimento, para recuperar quaisquer achados valiosos e prevenir sua destruição. O empreendimento iminente apresenta à arqueóloga e ao arqueólogo tempo limitado para realizar seu trabalho, gerando um ambiente sujeito à pressão do tempo, com investidores ansiosos para que o trabalho termine o quanto antes.

Nos casos em que achados potencialmente valiosos são descobertos, datações por radiocarbono com resultados rápidos e de alto padrão são cruciais para determinar se um sítio necessita maiores escavações ou se ele pode ser entregue de volta aos empreendedores. Em especial, é inviável e financeiramente desvantajoso esperar por meses para se obter resultados para projetos com prazos apertados como os de arqueologia de resgate, enquanto a construção fica suspensa. Arqueólogas e arqueólogos precisam de laboratórios de datação por radiocarbono que satisfaçam os requisitos específicos de seus projetos e prazos.

Referência:

Grahame Johnston, Rescue Archaeology (2015), Archaeology Expert, (accessed June 2018)

Sheridan Bowman, Radiocarbon Dating: Interpreting the Past (1990), University of California Press

Mais informações:

  • Datação por radiocarbono com espectrometria de massa com aceleradores
  • Datação de radiocarbono por anéis de árvores
  • Datação por radiocarbono: uma introdução

Que técnicas foram usadas para fazer a datação dos achados arqueológicos?

O método mais conhecido é o do carbono-14. O carbono-14 é um tipo (um "isótopo") de carbono dotado de uma fraca radioatividade, que existe na Terra em quantidade muito pequena.

Que técnicas foram usadas para fazer a datação daqueles achados arqueológicos da Serra da Capivara?

Essa datação tem como base a análise do Carbono 14 encontrado nos restos de uma fogueira que teria sido feita pela mão humana, e não pela combustão natural. Um dos argumentos procura provar que, se fosse combustão natural, com certeza outros focos de incêndio deveriam ter sido encontrados na região.

Como os arqueólogos sabem a idade de um objeto?

A técnica do carbono-14 foi descoberta na década de 1940 por Willard Libby. Ele percebeu que a quantidade de carbono-14 dos tecidos orgânicos mortos diminui a um ritmo constante com o passar do tempo. Assim, a medição dos valores de carbono-14 em um objeto fóssil nos dá pistas dos anos decorridos desde sua morte.

Como são as técnicas de datação da termoluminescência?

O princípio do método de datação por Termoluminescência (TL) baseia-se na propriedade que alguns cristais (quartzo e feldspato), presentes na cerâmica, possuem de acumular dose devido à radiação. Quando a argila foi queimada para a produção dos artefatos, a TL presente nestes cristais foi apagada, e...