É normal a moleira fechar com 6 meses?

É muito comum que os pediatras, durante a palpação rotineira das fontanelas (conhecidas como moleiras), observem que estas moleiras estão menores do que o habitual para a idade. Essa moleira muito pequena leva a suspeita de craniossinostose, que é o fechamento prematuro do espaço entre os ossos do crânio da criança, chamado de sutura craniana.

No entanto, essa suspeita não se confirma na maior parte dos casos. A craniossinostose sempre gera uma deformidade crânio facial muito típica, explica o neurocirurgião pediátrico João Ricardo Penteado. “Quando o bebê tem craniossinostose há uma deformação que muda completamente a aparência da criança, de forma bem característica”, pontua o especialista.

O médico explica que o fato de os ossos do crânio do bebê já estarem bem fechados logo nos primeiros dias de vida não quer dizer que já estão completamente fundidos. “O normal é que as suturas se fechem aos poucos, mas a moleira pequena isoladamente não costuma se sinal de qualquer problema”, tranquiliza os pais.

O diagnóstico da craniossinostose normalmente é feito clinicamente pelo pediatra. Como há alterações de formato craniano muito características, normalmente nenhum exame é necessário para tal constatação. A tomografia computadorizada normalmente é solicitada para confirmação do diagnóstico e planejamento cirúrgico.

O que é moleira e quando saber se ela está normal?

A caixa craniana é formada por placas ósseas e, entre elas, há linhas de sutura, que se mantém abertas durante o crescimento cerebral. Quando há uma fusão prematura dos ossos em alguma linha de sutura, é gerada uma resistência local ao crescimento cerebral, além de ocorrer alterações típicas no formato crânio-facial. 

As moleiras, também chamadas de fontanelas do bebê são os espaços palpáveis entre esses ossos do crânio – uma anterior e outra posterior, ambas na linha média. As moleiras facilitam a passagem do bebê pelo canal vaginal na hora do parto. 

Para saber se a moleira do bebê está normal, basta observar o crânio por cima (vista do topo). Se não houver nenhuma deformação, é sinal que não há nada fora da normalidade. Também é importante observar se o crescimento craniano está de acordo com o esperado no gráfico do perímetro cefálico, presente na caderneta da criança do Ministério da Saúde (que o bebê ganha ao nascer). Esta moleira pequena pode ser reflexo de um baixo crescimento craniano e uma investigação pelo pediatra pode ser necessária. Durante o período em que o cérebro (e, consequentemente, o perímetro cefálico) cresce com mais velocidade, é comum que a moleira permaneça grande e, conforme a velocidade de crescimento diminui, a fontanela vai se fechando aos poucos. A fontanela posterior (chamada de lambdóide) costuma estar completamente fechada até o segundo mês de vida do recém-nascido, enquanto a anterior (chamada de bregmática) fecha entre o décimo primeiro e o décimo oitavo mês.

Fontanela ou simplesmente moleira1, essa fenda que é o espaço que o bebê tem entre os ossos da caixa craniana e que serve desde auxilio como função de mola na hora do parto, para facilitar a passagem pelo canal vaginal até quando o bebê ainda esta em desenvolvimento e permite o crescimento adequado do cérebro da criança. Porém a cranioestenose acontece quando acontece o fechamento prematuro da fontanela dando origem a problemas para o bebê.

Normalmente a cranioestenose2 começa a aparecer por volta dos 3, 4 meses de vida, período em que o cérebro ainda está em formação e expandindo dentro da caixa craniana. Os problemas que a cranioestenose trazem são todos ligados a essa expansão cerebral, como a fontanela fecha antes do tempo, precocemente esse espaço para o cérebro do bebê crescer fica restrito e então ele pode ter alguns problemas neurológicos com o desenvolvimento normal do cérebro. Além de comprometer a caixa craniana com más formações, a cranioestenose pode favorecer em casos mais graves a compressão do cérebro pode levar a lesões neurológicas e trazer muitos riscos para a criança.

A cranioestenose não tem um motivo concreto para acontecer, pode aparecer por diversos motivos, entre eles uso de algumas medicações na gravidez, fatores genéticos, má formação intra útero ou até mesmo uma infecção que a mãe e bebê possam ter durante o desenvolvimento fetal da criança. A doença pode ser diagnosticada através de exames de imagem como ressonância magnética e também um simples raio x, porém o tratamento só tem uma alternativa: A cirurgia.

A cirurgia de fontanela fechada

O procedimento consiste na reconstrução da caixa craniana do bebê. A cirurgia de fontanela abre espaço para que o cérebro cresça e é muito invasiva mas que traz resultados muito satisfatórios3. A criança que passa pela cirurgia tem a cranioestenose resolvida, pois placas são colocadas na reconstrução da cabeça e a deformidade se houver passa a ser mínima e o mais importante, a compressão cerebral é extinta. A grande maioria dos casos é detectada no consultório em uma visita de rotina com o pediatra responsável pelo acompanhamento. Caso haja suspeita de fontanela fechada, a mãe será orientada a levar a criança ao especialista, neurologista pediátrico e assim fazer exames mais profundos para se ter um diagnostico preciso. João filho da Lorena está prestes a passar pela cirurgia, após receber o diagnóstico de cranioestenose, ele foi encaminhado para o procedimento, veja o depoimento da Lorena Lima.

“Desde seus 2 meses de vida a moleira veio se fechando aos poucos. Mas com 4 Meses veio o diagnóstico de que ele tinha se fechado completamente. Tivemos que marcar um neurologista e então ele fez o pedido de uma tomografia 3D e aí sim tivemos a confirmação. No caso do João ele vai ter que passar por uma cirurgia para reconstruir a caixa craniana para dar espaço para o cérebro se desenvolver. Não esta sendo nada fácil, saber que ele aparentemente esta perfeito, mas temos que fazer a cirurgia pra evitar maiores complicações no futuro. Toda vez que olho no rostinho dele e lembro que vai ter que abrir a cabecinha dele já me bate um desespero, mas Deus esta no controle de tudo pois ele é um escolhido!!”

A cranioestenose é facilmente diagnosticada e o tratamento é exclusivamente cirúrgico então vamos ajudar o João a ter uma vida normal e se recuperar totalmente da cranioestenose.

Canal da Lorena Lima no Youtube Aqui

Veja também: Moleira do Bebê e Bolinhas no Rosto

Foto: Travis Grathwell, PRO Kaushal Vaidya

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É normal a moleira do bebê fechar com 6 meses?

Quando ela fecha e quanto tempo demora? O especialista explica que a moleira facilita a passagem do bebê durante o parto normal. Depois do nascimento, o fechamento da fontanela acontece gradualmente, sendo que a posterior fecha até o segundo mês e a anterior, entre 9 e 18 meses.

O que acontece quando a moleira do bebê fecha antes do tempo?

Se a moleira fechar antes do tempo “normal”, quando o bebê estiver com 4 ou 4 meses, isso poderá causar certas dificuldades no desenvolvimento cerebral do bebê. Esse fechamento precoce da moleira é chamada de cranioestenose, mais conhecida como “doença da moleira fechada”.

Como é a moleira de um bebê de 6 meses?

Em relação à moleira anterior da criança, o tempo para fechar é bem maior e deve ocorrer por volta de seus 12 a 18 meses de vida. Existem casos de bebês que têm suas moleiras fechadas muito antes desse tempo, por volta dos 6 meses de vida, ou até casos de bebês que nascem com a moleira aparentemente fechada.

O que acontece se a moleira fechar com 7 meses?

O fechamento da fontanela ocorre em média no segundo semestre de vida, mas variações deste processo não indicam que há alguma coisa errada. Nos limites, a fontanela pode estar aberta até o segundo ano de vida ou pode mesmo já estar fechada ao nascimento, sem que isso represente um problema de saúde para a criança.