O que acontece com uma pessoa que recebe transfusão de sangue errado?

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Para que a possibilidade de acontecer algum tipo de reação ou rejeição durante uma transfusão sanguínea seja mínima, alguns cuidados devem ser observados por quem irá realizar o procedimento.

O sangue é verificado duas vezes antes de ser transfundido lentamente, com cada unidade de sangue sendo administrada em 2 horas ou mais.

A maioria das reações ocorrem nos primeiros quinze minutos e nesse momento o receptor requer maior atenção. Passado este período, o receptor passa a ser observado por um enfermeiro que o acompanha por cerca de 40 minutos, pois se houver alguma reação negativa, a tranfusão deve ser interrompida imediatamente. Esse tipo de caso, felizmente não acontece na maioria dos procedimentos.

As reações mais comuns são a febre, prurido, erupção cutânea, edema, tontura e cefáleia, e ocorrem em aproximadamente 1 a 2% das transfusões, raramente estas reações tornam-se graves ou fatais.

Alguns sintomas são menos comuns, mas não menos importantes como dificuldades respiratórias, chiados e espasmos musculares.

Para pessoas que já apresentaram algum tipo de reação alérgica em uma transfusão sanguínea, existem tratamentos para que o procedimento seja realizado.

Apesar dos cuidados que cercam a realização de uma transfusão, podem acontecer incompatibilidades que destroem os eritrócitos logo após serem transfundidos. Essa reação é chamada de hemolítica e, geralmente, começa com um mal-estar ou uma ansiedade durante ou após a transfusão. Nesse caso, o individuo apresenta dificuldade respiratória, pressão torácica, rubor e dorsalgia intensa, mas raramente pode torna-se grave ou fatal.

Essa reação pode ser observada com a verificação da hemoglobina, que pode encontrar-se no sangue ou a urina do paciente.

Os indivíduos que têm o organismo com a imunidade abalada pelo uso de drogas ou medicamentos são mais suscetíveis à doenças enxerto-versus-hospedeiro, uma complicação inusual em que os tecidos do receptor são atacados pelos leucócitos do doador. Os sintomas desta doença incluem febre, erupção cutânea, hipotensão arterial, destruição de tecidos e o choque.

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Fontes:
Levada, Miriam M. O., Fieri, Walcir J. e Pivesso, Mara Sandra G.. Apontamentos Teóricos de Citologia, Histologia e Embriologia, São Paulo: Catálise Editora, 1996.

Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/sangue/reacoes-e-rejeicoes-na-transfusao-sanguinea/

05/10/2016 12h30

Jornal Ciência

Receber uma transfusão com o tipo de sangue errado é extremamente raro, mas pode acontecer. No entanto, qual será a sensação de ter o tipo de sangue errado correndo em suas veias? Para entender como uma Reação Transfusional funciona, temos de olhar para os componentes diferentes que existem no sangue.

O sangue é composto por plasma sanguíneo, glóbulos vermelhos (hemácias), glóbulos brancos (leucócitos) e plaquetas. Segundo informações do io9, os glóbulos vermelhos nos fornecem os tipos sanguíneos (A, B, AB e O) e quando são combinados erroneamente podem desencadear uma resposta ruim no organismo. No entanto, outras células também podem causar problemas, mesmo quando combinados corretamente os receptores sanguíneos podem causar febres, calafrios e dores, caso o sistema imunológico resolva atacar as células brancas que vierem com o novo sangue.

As plaquetas do doador também podem ser destruídas pelo corpo hospedeiro, o que resultaria em manchas roxas escuras por toda a pele. Essas reações, apesar de consideradas leves, não são um risco que os médicos querem. Por isso, atualmente, a maioria do sangue doado é separado por seus componentes antes de ser utilizado em um paciente. Neste caso, os glóbulos brancos são inteiramente removidos em um processo chamado leucodepleção.

O primeiro sinal que indica que uma transfusão deu errado é “uma sensação de morte iminente”. Este sintoma médico é legítimo e constatado pelos médicos que trabalham com transfusões. Um outro sinal de incompatibilidade são os habituais avisos do sistema imunológico, que incluem sensação de gripe, febre, dores e calafrios, bem como um ardor no local onde foi aplicada a agulha.

Se o paciente tiver sorte, a febre e os calafrios serão o máximo da reação. O sistema imunológico irá quebrar os glóbulos vermelhos invasores, mas antes de fazer isso, os macrófagos – células grandes que intervêm na defesa do organismo – irão fagocitá-los (digeri-los). Essas hemácias serão então filtradas para fora dos vasos sanguíneos, sendo discriminadas no fígado e baço para depois serem excretadas com outros resíduos.

Por outro lado, em um cenário de falta de sorte, em que o sistema imunológico não espera que os glóbulos vermelhos do sangue doador sejam limpos pelos vasos, ele acaba realizando a hemólise – um processo de divisão destas células – dentro da corrente sanguínea. Em outras palavras, todo o conteúdo das hemácias é derramado dentro dos vasos. A hemoglobina, por exemplo, uma proteína presente, é enviada para o plasma sanguíneo e excretada pela urina – que ganha uma cor castanha. A bilirrubina, um componente de cor amarela geralmente encontrado na bile, é derramada no fígado e, neste caso, ajudará na quebra das hemácias – em um processo que também escurecerá as fezes. Ainda, quando as células vermelhas são dividas na corrente sanguínea, a concentração de bilirrubina pode deixar uma pessoa amarelada.

A coloração pode ser resolvida, mas ela representa uma situação perigosa. Os glóbulos vermelhos restantes que ainda estão nos vasos podem desencadear uma série de reações. Por exemplo, eles podem ativar uma forma complementar do sistema imunológico, que consiste na sinalização celular de proteínas que ativam outras semelhantes. O resultado dessa sinalização extra é a ativação de um complexo ataque às membranas, que “rasgará” e separará essas células. Enquanto isso as plaquetas podem provocar uma coagulação incontrolável nas veias. E é justamente este quadro, a Reação Transfusional Hemolítica Aguda, que pode matar.

Os hospitais geralmente são extremamente cuidadosos com esse tipo de procedimento, mas eles ainda acontecem. Em 2013, uma mulher 84 anos morreu após receber sangue errado durante uma transfusão. O lugar foi fechado, e o hospital ordenou que a tipagem sanguínea fosse realizada em outros locais.

Fotos: Reprodução

O que acontece com uma pessoa que recebe transfusão de sangue errado?
O que acontece com uma pessoa que recebe transfusão de sangue errado?

O que acontece se fizer uma transfusão de sangue errado?

Uma transfusão de sangue errada pode gerar, no corpo, efeitos vasodilatadores, que provocam queda brusca da pressão arterial. Isso compromete muito a oxigenação do corpo, já que o fluxo sanguíneo reduz. Isso faz com que o coração fique sobrecarregado, na tentativa de estabilizar o fornecimento sanguíneo para os órgãos.

Quais os primeiros sintomas de uma transfusão mal sucedida?

Essa reação normalmente começa com uma sensação de desconforto geral ou ansiedade durante ou imediatamente após a transfusão. Ocasionalmente, ocorrem dificuldade respiratória, pressão torácica, rubor e dor intensa nas costas. Às vezes, a pessoa apresenta pele fria e úmida e pressão arterial baixa.

O que ocorre quando em uma transfusão uma pessoa recebe um tipo de sangue incompatível com O seu?

Quando, em uma transfusão, uma pessoa recebe um tipo de sangue incompatível com o seu, as hemácias transferidas vão se aglutinando assim que penetram na circulação, formando aglomerados compactos que podem obstruir os capilares, prejudicando a circulação do sangue.

O que a transfusão de sangue pode causar?

Em uma transfusão sanguínea também pode ocorrer contaminação bacteriana, causando febre, taquicardia, tremores, calafrios, aumento ou queda da pressão arterial, náuseas e vômitos. Nesse tipo de reação, o tratamento é feito com antibióticos.