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Veja como usar 3 métodos de custeio diferentes para calcular os custos de produção
Publicado dia 30 de abril de 2018 Tempo médio de leitura 12 min
Hoje vamos falar sobre o seu almoço. Pode ser que você vai comer daqui a pouco ou vai fazer para aquela super refeição para a família inteira. Bom, para produzir qualquer um deles é preciso de alguns ingredientes (matéria-prima, como arroz, feijão, carne, ovos, batatas e farinha), equipamentos (fogão, forno, batedeira e liquidificador) e material de apoio (insumos, como água, gás e energia elétrica). Tirando os elogios, que são de graça, todos nós sabemos que um bom almoço tem custos e que este valor deve ser controlado, pois é preciso ter um equilíbrio para não comprometer a qualidade e a quantidade da alimentação e o pagamento das outras contas da casa. Para saber certinho quanto você gastou nesse almoço, teria que medir exatamente quanto utilizou de cada ingrediente, certo? Medir as gramas de farinha, o número de ovos, gramas de carne e assim por diante e depois multiplicar pelo preço pago. Claro que você não precisa ter valores tão exatos assim, a não ser que tenha um restaurante. Bom, saber o que se gasta não é uma exclusividade da economia doméstica. Qualquer atividade precisa ter seus custos controlados, afinal, ninguém quer ver o dinheiro saindo do caixa sem saber para onde vai, certo? Mas no mundo empresarial, é necessário ter mais precisão de quanto foi gasto em cada insumo, principalmente se estamos falando de indústrias. No que se refere a custos, esse é um grande desafio, mas existem alguns métodos de custeio que podem ser usados para calcular o quanto é gasto para fazer um produto e, assim, oferecer uma visão mais detalhada de como está a lucratividade do negócio. Neste artigo, vamos mostrar 3 metodologias: custeio por absorção, custeio variável e custeio baseado em atividade. Além de explicar o conceito, vamos mostrar como fazer os cálculos de cada um deles utilizando o mesmo exemplo, o de uma fábrica de roupas. Assim, fica mais fácil identificar quais são os resultados apresentados em cada um dos métodos e também qual é mais compatível com as necessidades e particularidades da sua empresa. O método de custeio variável (também conhecido por método de custeio direto) é um dos métodos de custeio mais conhecidos e utilizados entre as empresas, principalmente a indústria e o comércio. E um dos principais motivos para isso é sua
simplicidade e objetividade, já que nesse método somente são apropriados como custos de fabricação os custos variáveis, diretos e indiretos. Os custos fixos, pelo fato de existirem mesmo que não haja produção, não são considerados como custo de produção, mas sim como despesas. Método de custeio por absorçãoO custeio por absorção, também chamado custeio integral ou custo integral, recebe esse nome por absorver os custos fixos no custo final de cada produto vendido. Ou seja, o custo por absorção tem como premissa debitar ao custo dos produtos vendidos (CPV) todos os custos da área de fabricação, sejam esses custos definidos como custos diretos ou indiretos, fixos ou variáveis, de estrutura ou operacionais. O próprio nome do método de custeio por absorção deixa claro o que precisa ser feito: garantir que cada produto absorva uma parcela dos custos diretos e indiretos relacionados à fabricação. E o fator fundamental para a utilização do método de custeio por absorção está na correta distinção entre custos e despesas. Apenas os desembolsos relativos aos produtos vendidos (diretos ou indiretos) deverão ser alocados no custo dos produtos vendidos. Todas os demais desembolsos (despesas administrativas, despesas financeiras, investimentos etc.) devem ficar de fora da composição. Para entender as diferenças entre custos e despesas e ter em mãos os números corretos para trabalhar, acesse o artigo Custos x Despesas - saiba a diferença. Logo mais, vamos mostrar como fazer os cálculos usando esses números. Para começar a aplicar um desses dois sistemas de custeio na sua empresa agora mesmo, criamos uma planilha com a metodologia de Custeio por Absorção e Custeio Variável.. Com ela, essa atividade vai ficar muito mais rápida e prática. Para baixar, basta clicar na imagem, é gratuito! Custeio Baseado em AtividadesO custeio baseado em
atividades (custeio ABC) parte do princípio de que os custos de uma empresa são gerados pelas atividades desempenhadas nela e que essas atividades são consumidas por produtos e serviços gerados nesta mesma empresa. Essa metodologia permite mensurar com mais exatidão as despesas e os custos indiretos — aqueles que não estão diretamente ligados à produção —, por meio da análise das atividades, dos seus geradores de custos e dos utilizadores. Essa metodologia pode ser considerada uma
evolução de outros sistemas de medição de custos. Isso porque ela surgiu justamente para suprir as necessidades das empresas por informações mais detalhadas quando duas variáveis fundamentais da produção fabril começaram a mudar: o aumento da participação dos custos indiretos na composição dos custos totais e o aumento da diversificação dos produtos e processos. Com isso, calcular os custos da forma tradicional já não respondia questões ligadas à gestão estratégica do
negócio, que busca a melhoria contínua dos processos, da qualidade e do desempenho da empresa como um todo. Como calcular os custos usando os 3 métodos de custeioPara você entender como cada um dos sistemas de custeio funcionam e qual o resultado que eles apresentam, agora, como prometido, vamos mostrar como fazer os cálculos de acordo com cada metodologia. Para facilitar, vamos usar o exemplo da fábrica de roupas e começar pelo custeio baseado em atividades, que é um pouco mais complexo que os outros. No quadro abaixo, temos os produtos, a produção mensal, o valor unitário e o total das vendas (faturamento) da nossa fábrica de roupas. Para o cálculo, foi considerado que tudo o que foi produzido foi vendido: Depois dos valores verificados no quadro acima, precisamos identificar os custos diretos por unidade de produto. Na nossa fábrica de roupas, temos: E então, elencamos os custos indiretos e as despesas: Com todos esses números em mãos, vamos aplicar a metodologia seguindo 4 passos: 1º - Identificar as atividades relevantes de cada departamento: 2º - Atribuir custos às atividades: 3º - Fazer o levantamento dos direcionadores das atividades e o levantamento da quantidade de direcionadores para cada produto: Diante dessas definições, vamos ver qual é o custo de cada atividade conforme seus direcionadores: 4º - Demonstrar os resultados: Aqui, é a hora de fazer um resumo de todos os custos da produção, diretos e indiretos, e incluir os valores encontrados por atividade, que é o real objetivo desta metodologia. Veja como fica a demonstração do resultado da nossa fábrica de roupas: Agora, vamos ver como ficam os custos quando usamos o método de custeio variável. Vamos pegar os números da fábrica de roupas: Para fabricar as camisetas e as camisas é preciso comprar o tecido, que é a matéria-prima, e os outros insumos, como botões e linha, que serão usados na produção. Aqui, o importante é saber a quantidade realmente utilizada na produção dos itens e não o total da matéria-prima e insumos comprados. Assim, é essencial saber a quantidade de tecido usado para fazer uma camiseta e uma camisa. Dessa forma, fazendo um cálculo simples, podemos chegar ao custo variável unitário (quantidade de matéria-prima consumida multiplicada pelo preço da matéria-prima). Somando o custo unitário de cada matéria-prima, temos o custo variável do produto. Por fim, multiplicando o custo variável pela quantidade vendida, temos o custo variável total ou custo do produto vendido (CPV). Muito importante lembrar que para conseguir chegar a um valor preciso da quantidade de matéria prima usada para cada produto, o processo produtivo da empresa precisava estar bem estruturado. Para finalizar, vamos mostrar como fica o cálculo usando o método de custeio por absorção. É importante lembrar que, nesta metodologia, os custos fixos — aqueles que ocorrem havendo ou não produção — são absorvidos no custo final de cada produto vendido. Seguindo em nossa fábrica de roupas, sabemos que ela tem um custo fixo de R$ 24.000,00, assim dividido: Para fazermos o cálculo, precisamos achar um direcionador de custos fixos, que vai mostrar a forma como cada produto vendido absorve o pagamento de um pedacinho deste custo. O direcionador mais utilizado é o tempo de produção de cada item. Assim, vamos supor que cada camiseta leva 20 minutos para ser produzida, enquanto cada camisa demora 25 minutos. Ao multiplicarmos este tempo pelo número de peças feitos no mês, temos: 200.000 minutos para confeccionar 10.000 camisetas e 125.000 minutos para fazer as 5.000 camisas. Bom, agora que temos o tempo necessário para a produção de cada item, o tempo total de produção (325.000 minutos) e também os custos fixos, podemos encontrar o quanto cada unidade produzida vai absorver dos custos fixos. Para isso, basta fazer uma regra de três, multiplicando o valor total dos custos (R$ 24.000,00) pelo tempo de produção total de cada item (200.000 e 125.000) e dividindo pelo tempo de produção total (325.000). Veja na tabela o resultado final: ConclusãoVocê percebeu que o valor final do custo feito pelo método de absorção, ficou diferente do custo calculado pelo método variável? Isso reflete diretamente no preço final do seu produto, pois isso é tão importante escolher o método mais adequado ao seu negócio. De forma bem simples, mas didática, vimos neste artigo três maneiras de calcular os custos de produção de uma empresa. Claro que, normalmente, estes cálculos são feitos de modo automático, seja por meio de planilhas, como a que indicamos, seja com o uso de softwares programados para isso. Dificilmente essas contas são feitas à mão, porém, é imprescindível que empresários, gestores e até encarregados da área de produção entendam de onde vem cada número e índice envolvido no processo produtivo. Assim, quando receberem os resultados, saberão o que pode ser melhorado ou otimizado. Esperamos que este post seja bastante útil para você e que também seja capaz de inspirar sua equipe na busca pela melhoria contínua dos processos corporativos. Se tiver alguma dúvida ou quiser compartilhar sua experiência sobre o assunto com a gente, fique à vontade para deixar um comentário aqui embaixo. E, claro, continue acompanhando o nosso blog. Toda semana publicamos novos artigos relacionados a planejamento, orçamento e acompanhamento econômico-financeiro. Além disso, disponibilizamos, mensalmente, materiais gratuitos para download como modelos de planilhas, white papers e e-books. E se quiser receber nosso conteúdo por e-mail, cadastre-se para receber nossa newsletter e siga-nos também nas redes sociais para ficar por dentro de tudo que acontece por aqui! Qual é o método de custeio padrão?1.2 O custeio-padrão
Custo-padrão é uma previsão ou predeterminação do que os custos reais devem ser dentro de condições projetadas, servindo com uma base para o controle de custos e como uma medida da eficiência de produção (padrão de comparação), quando colocada diante dos custos reais.
O que se entende por custo padrão?De maneira simplificada, o custo padrão é entendido como o custo ideal para a produção de um determinado produto ou serviço, que serve de base para os gestores medirem a eficiência da produção e conhecerem as variações de custo.
Qual a principal finalidade do custo padrão?A grande finalidade do Custo-Padrão é o controle dos custos, tendo como objetivo o de fixar uma base de comparação entre o que ocorreu de custo e o que deveria ter ocorrido.
Quais as características do custo padrão?Custo-padrão é o custo planejado para a produção de um bem. Funciona como uma forma de planejamento, dentro de condições previstas. Também serve como uma medida de eficiência do processo produtivo, já que, ao ser comparado com o custo real, identifica os pontos em que podem ocorrer ineficiências ou desvios de recursos.
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