Por que o Cáucaso é uma região que apresenta diversos conflitos Comente sobre um conflito separatista que ocorre nessa área?

Em diversas partes do planeta existem nações reivindicando a formação de um território (Estado próprio), pois elas habitam países onde a nação predominante é outra. Esses grupos, compostos por indivíduos que apresentam características históricas, religiosas, culturais, valores sociais, entre outros elementos em comum, solicitam a criação de um país que será definido e delimitado por e a partir de relações de poder, sendo estabelecida uma unidade administrativa autônoma e reconhecida pela comunidade internacional. Entre as principais nações nessa situação estão:

Curdos:
Com mais de 26 milhões de pessoas, os curdos são a maior nação sem território do mundo. Esses indivíduos habitam a Armênia, Azerbaijão, Irã, Iraque, Síria e Turquia. Essa nação, vítima de perseguições e massacres, reivindica a criação do Curdistão, entre o norte do Iraque, oeste da Turquia e noroeste do Irã.

Palestinos:
Essa grande nação é composta por mais de sete milhões de pessoas que estão situadas no Oriente Médio. Os palestinos lutam pela formação de um território autônomo e a reincorporação de áreas ocupadas pelos israelenses. A Organização para Libertação da Palestina (OLP) é o principal grupo na busca pela criação de um Estado próprio.

Tibetanos:
Os tibetanos ocupam o centro-leste do continente asiático, um território dominado pelo governo chinês, que oprime de forma violenta o movimento de autonomia dessa nação. Os mais de seis milhões de tibetanos, de tradição budista, não aceitam a ocupação da China e solicitam a criação de um país.

Caxemires:
A região da Caxemira é dominada pela Índia, Paquistão e China, além de abrigar duas nações: muçulmanos (quatro milhões) e hindus (um milhão). A maioria dos habitantes (muçulmanos) deseja que o território seja anexado ao Paquistão, porém há grande oposição por parte dos hinduístas.

Bascos:
A nação basca, formada por mais de 2,3 milhões de indivíduos, ocupa uma área na porção norte da Espanha e no sul da França. Esse grupo apresenta cultura própria, com destaque para a língua (euskara) e a religião: católicos romanos. O movimento de criação de um território próprio é liderado pelo ETA (Pátria Basca e Liberdade), que, apesar de enfraquecido e desarticulado politicamente, continua realizando atentados terroristas para pressionar o governo espanhol.

Chechenos:
Nação formada por aproximadamente 1,2 milhão de pessoas, os chechenos vivem em uma área de domínio russo, nas montanhas do Cáucaso. O movimento separatista ganhou força com a fragmentação da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) e a declaração de independência e formação do Estado-Nação da Chechênia, em 1991. Porém, os russos não aceitaram a formação do território checheno e combatem o movimento com bastante violência: estima-se que mais de 120 mil chechenos já foram assassinados pelo exército da Rússia. `

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Os conflitos na África são basicamente motivados por disputas territoriais; golpes de estados, que geram crises políticas; rivalidades tribais, motivadas por questões étnicas ou religiosas; disputas por água e recursos minerais; e imersão do povo na miséria. Essas motivações são provenientes do processo de colonização do continente, da Guerra Fria, da intervenção de terceiros Estados e de eleições conturbadas.

Conflitos Africanos

Os principais conflitos na África acontecem nos seguintes países: Sudão e Sudão do Sul, Nigéria, Ruanda, Mali, Burundi, República Democrática do Congo e Angola.

→ Sudão e Sudão do Sul

Por que o Cáucaso é uma região que apresenta diversos conflitos Comente sobre um conflito separatista que ocorre nessa área?

O Sudão do Sul é um dos países que enfrentam instabilidades políticas e guerras civis.*

O Sudão tem uma história marcada por muitos conflitos e guerras civis. É um país abundante em petróleo e em recursos minerais, como o ouro. A Primeira Guerra Civil Sudanesa ocorreu entre os anos de 1955 e 1972. Esse conflito bélico, travado entre o governo do Sudão e rebeldes do sul, tinha por objetivo a separação da região sul do Sudão. Essa guerra civil dizimou cerca de meio milhão de pessoas. Cessou com o acordo conhecido como Tratado de Adis Abeba, que afirmou a independência e a autonomia da região sul do Sudão, criando, então, o Sudão do Sul.

Esse acordo, contudo, foi rompido no ano de 1983, e a guerra reiniciou-se. Deu-se início, então, à Segunda Guerra Civil Sudanesa, conflito que durou de 1983 a 2005. Essa guerra foi um embate entre a parte norte do Sudão e a parte sul. A motivação desse conflito foi uma questão religiosa: o governo da região norte que era muçulmano e tentou impor o código de leis do islamismo em todo o país. Contudo, boa parte da população da região sul do Sudão era cristã ou animista.

Esse conflito bélico perdurou cerca de 20 anos e dizimou aproximadamente 2 milhões de pessoas. Em 2005, foi assinado um acordo de paz e, a partir disso, surgiu a região autônoma do Sudão do Sul. Essas guerras sudanesas tiveram como consequência um quadro de miséria, fome, doenças e muitos refugiados.

Atualmente, o Sudão do Sul vive um quadro dramático de fome e tem enfrentado problemas em relação ao número de refugiados que se deslocaram para lá. O conflito mais atual no Sudão do Sul, de ordem política, é travado entre os rivais Salva Kiir, presidente do país, e Riek Machar, o maior líder rebelde sudanês. Essa guerra civil estende-se desde o ano de 2013 e é motivada por esse conflito político e étnico, que vitimou cerca de 10 mil pessoas e arruinou a economia do país. Segundo O Globo, Kiir e Machar firmaram, em agosto de 2018, um acordo para dividir o poder, dando início a um possível acordo de paz.

→ Nigéria

A Nigéria enfrenta conflitos de ordem religiosa e por disputas de recursos naturais. Na região norte do país, concentram-se muçulmanos; na região sul, concentram-se cristãos. O conflito entre essas duas ordens religiosas já deixou milhares de pessoas mortas desde o ano de 1953.

Em 2009, o conflito iniciado pelo Boko Haram – uma organização terrorista – vitimou mais de 15 mil pessoas com o objetivo de combater os princípios ocidentais. Em 2014, esse grupo radical islâmico ganhou notoriedade quando raptou cerca de 270 mulheres nigerianas para serem escravas sexuais e para serem usadas em combates. Já no ano de 2017, segundo a Unicef, cerca 83 crianças foram usadas como bombas pelo Boko Haram, o que chocou o mundo.

No que tange a disputa por recursos naturais, em 2010, houve um ataque no estado de Plateau (região central da Nigéria). Nessa região, predominam cristãos, contudo, muitos muçulmanos migram para lá, fazendo com que haja disputa e contestação dos recursos naturais e também da terra. Esse conflito vitimou cerca de 700 pessoas, deixando, aproximadamente, 500 mortos e 200 feridos.

→ Ruanda

Ruanda é um país do centro-oriental da África e é formado pelos grupos étnicos hutus, que representam cerca de 85% da população, e tutsis, uma minoria que dominou o país por um longo período. Desde a colonização, acentuou-se uma grande rivalidade entre os povos hutus e tutsis. Entre os anos de 1990 e 1994, ocorreu a Guerra Civil de Ruanda. Nessa época, a oposição formada pelos tutsis atacou as tropas do governo, cujo presidente era Juvénal Habyarimana (hutus).

O maior desdobramento dessa guerra civil ocorreu em 1994 e ficou conhecido como Genocídio de Ruanda. O presidente Habyarimana foi assassinado. Extremistas hutus, então, começaram um intenso massacre, que vitimou 800 mil pessoas em Ruanda. Atualmente, como forma de evitar outros conflitos, é ilegal falar sobre etnia no país. O genocídio, além de dizimar o país, empobreceu ainda mais a população, que vive em estado de miséria

Leia mais: Guerra Civil em Ruanda

→ Mali

Mali é tomado por vários conflitos. Vários grupos armados encontram-se no país e realizam diversos ataques, gerando uma crise humanitária. O governo é culpado por discriminar grupos minoritários, que alegam ser marginalizados. As revoltas desses grupos aconteceram nos anos de 1962, 2000, 2006 e 2012. No território de Mali, já existe uma missão de paz da ONU por meio da operação Organização das Nações Unidas de Estabilização Multidimensional Integrada no Mali.

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→ Burundi

Considerado um dos países mais pobres do mundo, Burundi encontra-se imerso nas consequências de doze anos de guerra civil. Durante os anos de 1993 e 2004, o território sofreu com a intensificação de conflitos étnicos entre hutus, que representam cerca de 85% da população, e tutsis, que representam aproximadamente 14%.

No ano de 1972, os hutus levantaram-se contra o poder que estava nas mãos dos tutsis, sofrendo uma grande represália que deixou cerca de 200 mil hutus mortos. Em 1993, os tutsis assassinaram o presidente hutu Melchior Ndadaye, dando início a uma guerra civil entre as duas etnias. Em 2006, houve um acordo de paz para cessar fogo, porém a situação de Burundi ainda é conflituosa.

→ República Democrática do Congo

Os conflitos que pairam no Congo perpassam questões políticas, econômicas, étnicas e culturais. A República Democrática do Congo enfrentou inúmeros golpes de Estado e governos ditadores. A ONU já estabeleceu, sem sucesso, três missões de paz nesse território. Os atuais conflitos envolvem, principalmente, disputas de poder na política e na economia. No país, há presença de diversos grupos armados, e governos de países vizinhos acusam o governo congolês de apoiar esses grupos rebeldes.

Os conflitos no Congo iniciaram-se em 1996 e são provenientes do Genocídio em Ruanda, no qual hutus mataram cerca de 800 mil pessoas e seguiram para a República Democrática do Congo. Os tutsis também migraram para Ruanda com medo de uma nova ofensiva. Após o intenso fluxo migratório, os tutsis, novamente, começaram a sofrer represálias por parte dos congoleses e também dos hutus. Esse cenário deu origem à Primeira Guerra do Congo, na qual os tutsis, que voltaram ao poder por meio de Laurent Kabila, acreditavam que era necessário rebelarem-se contra os hutus, envolvendo nessa represália todos os países constituídos por essa etnia.

Kabila encontrou dificuldades para governar. Sem apoio político, passou a enfrentar o descontentamento dos tutsis, que cobravam o cumprimento das promessas feitas pelo então presidente do Congo. Para demonstrar controle e proteger os tutsis, Kabila expulsou tropas de Ruanda e Uganda, dando início à Segunda Guerra do Congo. O conflito só cessou em 2002 com a intervenção das Nações Unidas.

→ Angola

Iniciado após a independência do país, o conflito na Angola perdurou por quase três décadas. A Guerra Civil Angolana iniciou-se em 1975 e cessou-se em 2002 por meio de acordos de paz. Essa guerra foi protagonizada pelo Movimento Popular de Libertação da Angola e pela União Nacional para a Independência Total de Angola, que travaram uma luta pelo poder. Considerada uma das guerras mais prolongadas em território africano, teve como vitorioso o Movimento Popular de Libertação da Angola em 2002, porém vitimou cerca de 500 mil pessoas, devastando o território angolano.

Causas e consequências dos conflitos na África

O continente africano foi dividido, ao longo do período neocolonialista, segundo os interesses dos colonizadores europeus. A colônia de exploração estabelecida na África ignorou as realidades, rivalidades e identidades dos povos africanos, agrupando-os em tribos culturalmente diferentes. A divisão do continente ocorreu na Conferência de Berlim (1884-1885), na qual foi estipulado que os colonizadores europeus dividiriam o território de acordo com seus interesses. Ao longo do período da Primeira Guerra Mundial, 90% do território africano estava sob domínio europeu. Somente após a Segunda Guerra Mundial, as colônias africanas deram início a sua independência.

Leia mais: Neocolonialismo na África e Conferência de Berlim

Esse fracionamento do continente africano é uma das principais causas da fragilidade dos Estados, que foram tomados por conflitos de diversas origens. Geralmente, esses conflitos ocorrem em três níveis: local, envolvendo grupos e pequenas comunidades nativas; nacional, envolvendo grupos armados e poder central; e regional, provocados por relações com localidades que vão além do continente. Outras causas para os conflitos africanos são a Guerra Fria, disputas por terras, recursos minerais, crises políticas, divergências étnico-religiosas.

As principais consequências desses conflitos são diversidades étnicas e religiosas, enfraquecimento dos governos dos Estados, empobrecimento das populações imersas em crises humanitárias, crises econômicas, milhares de pessoas mortas e má assistência à população. A pobreza é característica de diversos países do continente africano, e a fome é um dos maiores desafios a serem superados.

Segundo a mestre em Relações Internacionais Janete S. Cravino, nas últimas décadas, pelo menos 20 países da África enfrentaram ao menos uma vez uma guerra civil. Foi também constatado que esses conflitos, geralmente, acontecem nos países que importaram o modelo de construção estatal de um colonizador e fracassaram. Das 14 operações de paz da Organização da Nações Unidas, 7 acontecem na África.

Conclusão

Os conflitos na África possuem diversas motivações, que remontam da época da colonização. Os colonizadores, ao fragmentarem o continente, ignoraram diferenças étnicas, culturais e políticas dos territórios. Essas diversidades e fragilidades motivam conflitos em diversos países africanos, causando graves crises humanitárias, econômicas e políticas e dizimando milhares de pessoas.

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*Créditos de imagem: punghi / Shutterstock

Por que a região do Cáucaso e conflituosa?

Os conflitos são de interesse global, uma vez que a região é um ponto de passagem de oleodutos que ligam as reservas de petróleo e gás no Azerbaijão e Cazaquistão a Moscou e aos portos da Europa.

Porque o Cáucaso é uma região que apresenta diversos tipos de conflitos e qual a sua importância estratégica do ponto de vista econômico e geopolítico?

Resposta verificada por especialistas O que promoveu a união em mesmo território de pessoas com divergentes pensamentos. Mas principalmente, porque há indivíduos que cultivam diferentes crenças religiosas, sendo esse o principal fator que motiva a ocorrência de embates e guerras.

Quais são os conflito do Cáucaso?

Além da Chechênia e demais territórios da Rússia, há também no Cáucaso outras lutas separatistas, como na Ossétia do Sul e na Abkházia, que buscam independência em relação à Geórgia, bem como o Nagorno Karabakh, zona de maioria armênia que busca a libertação nacional sobre o Azerbaijão.

Por que os conflitos no Cáucaso se intensificaram após a?

Os conflitos no Cáucaso se intensificaram após a desintegração da URSS pois não havia mais uma força única no local, hegemônica, que tornasse as disputas locais impossíveis: antes da dissolução havia disputas étnicas e territoriais, inclusive motivadas por disputas religiosas, com minorias islâmicas e cristãs nos ...