Quais efeitos a compulsão por exercícios físicos pode causar no organismo?

Quais efeitos a compulsão por exercícios físicos pode causar no organismo?
Quais efeitos a compulsão por exercícios físicos pode causar no organismo?

Os exerc�cios f�sicos e os transtornos mentais e do comportamento

Los ejercicios f�sicos y los trastornos mentales y del comportamiento

Quais efeitos a compulsão por exercícios físicos pode causar no organismo?

 

Graduado em Psicologia e Educa��o F�sica. Mestre em Psicologia Cognitiva

Doutor em Ci�ncias do Esporte. UFPE e PSIESPORTE � Recife � PE

(Brasil)

Antonio Roberto Rocha Santos

 

Resumo

          O artigo faz uma revis�o na literatura cient�fica a respeito das poss�veis rela��es entre a pr�tica dos exerc�cios f�sicos e os transtornos mentais e do comportamento. Foram encontrados resultados contradit�rios a respeito dos resultados positivos da pr�tica dos exerc�cios f�sicos para a com transtornos mentais e do comportamento, em fun��o do tipo de transtorno, dos grupos de interven��o e controle, do tipo de exerc�cio f�sico e sua freq��ncia, assim como a associa��o com outros processos de interven��o. S�o destacados tamb�m os poss�veis transtornos mentais gerados pelas formas inadequadas da pr�tica dos exerc�cios f�sicos. Finalmente, destaca-se a necessidade da realiza��o de pesquisas cient�ficas mais controladas, para que possam ser feitas afirma��es com seguran�a sobre os poss�veis efeitos positivos da pr�tica dos exerc�cios f�sicos nos transtornos mentais e do comportamento manifestados pelas pessoas.

          Unitermos

: Exerc�cios f�sicos. Transtornos mentais e do comportamento. Exerc�cio e sa�de. Educa��o F�sica. Psicologia.  
Quais efeitos a compulsão por exercícios físicos pode causar no organismo?
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - A�o 19 - N� 192 - Mayo de 2014. http://www.efdeportes.com/

Quais efeitos a compulsão por exercícios físicos pode causar no organismo?

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Introdu��o

    Na sociedade chamada p�s-moderna tem sido cada vez maior o interesse das pessoas por temas relacionados com a sa�de. A sociedade criou uma s�rie de m�quinas e equipamentos que vieram facilitar o trabalho profissional e dom�stico, bem como, o deslocamento de pessoas �s longas dist�ncias, cada vez mais r�pido, bastando para isso sentar em um ve�culo para chegar ao destino desejado. Ao mesmo tempo em que estes benef�cios criaram facilidades ao homem, tamb�m geraram a chamada inatividade e o estilo de vida sedent�rio. Os primeiros seres humanos eram ca�adores e tinham um estilo de vida n�made e ativo. A sobreviv�ncia dependia basicamente das condutas humanas de lutar ou fugir. Assim, dadas �s circunst�ncias de sobreviv�ncia, caminhar e correr eram atividades aer�bicas presentes no cotidiano dos seres humanos. A convers�o dos homens primitivos em sociedades agr�colas a cerca de 10.000 anos atr�s, fez com que aproximadamente 500 gera��es passassem a ter trabalho f�sico intenso, por�m mais previs�vel do que no contexto de vida dos homens primitivos. A industrializa��o da sociedade a cerca de 200 anos atr�s fez com que o n�vel de atividades aer�bicas tivesse um forte decl�nio e houvesse aumento na incid�ncia das doen�as cr�nico-degenerativas e nos transtornos mentais e do comportamento como fobias, ansiedades, depress�es e ataques de p�nico (Kaiser, 2001; Nahas, 2000; Weinberg e Gould, 1996; Cruz, 1996).

    Assim, na sociedade presente a pr�tica dos exerc�cios f�sicostem sido cada vez mais valorizada, na tentativa de solucionar os comportamentos sedent�rios das pessoas, possibilitando desta maneira a express�o de um estilo de vida ativo e saud�vel.

    Esta pr�tica realizada de forma sistem�tica trouxe benef�cios f�sicos e mentais ao homem moderno, como mostram a literatura cient�fica atual. Por�m os excessos desta pr�tica, bem como a utiliza��o de subst�ncias qu�micas na busca do chamado �corpo perfeito�, acabaram gerando doen�as f�sicas e mentais.

    Neste artigo abordarei em um primeiro momento os benef�cios da pr�tica dos exerc�cios f�sicos para a sa�de f�sica e mental das pessoas. Em seguida tratarei das doen�as geradas pelos excessos desta pr�tica.

    O conceito de sa�de vem sendo modificado ao longo dos anos em fun��o das necessidades da sociedade e das novas descobertas das ci�ncias. A princ�pio acreditava-se que ter sa�de restringia-se a aus�ncia de doen�a. Posteriormente, em 7 de abril de 1948 a Organiza��o Mundial de Sa�de � OMS, formulou um conceito mais abrangente, no qual a sa�de � compreendida como um bem estar f�sico, psicol�gico e social. Mais recentemente ampliou-se o conceito de sa�de, compreendendo-a al�m das perspectivas f�sica, psicol�gica e social, mas como um cont�nuo, com p�los, positivo: comportamentos positivos e sa�de positiva; e, negativo: comportamentos de risco, doen�as e morte (Nahas, 2000).

Transtornos mentais

    Al�m da sa�de f�sica, a sa�de mental tem sido uma preocupa��o cada vez mais crescente das autoridades sanit�rias em todo o mundo. Vivemos em uma sociedade cheia de est�mulos e de altas exig�ncias, aumentando de forma crescente as possibilidades das pessoas terem os chamados transtornos mentais e do comportamento. H� uma estimativa de que cerca de dez por cento da popula��o sofrer� em algum momento de sua vida algum transtorno mental. Desta maneira, em um pa�s como o Brasil com cerca de 200 milh�es de habitantes, poderemos ter aproximadamente 20 milh�es de pessoas que em algum momento necessitar�o dos servi�os relacionados com a sa�de mental. Assim, t�m sido cada vez mais comuns as ocorr�ncias dos transtornos mentais da: depress�o, ansiedade, s�ndrome do p�nico, fobias, transtornos obsessivos compulsivos � TOC, transtornos bipolares, sem contar as chamadas psicoses transtornos estes que provocam estados delirantes nas pessoas.

    Transformar o atendimento �s pessoas com transtornos mentais e do comportamento em um processo humanizado tem sido a orienta��o para a pol�tica mundial na �rea da sa�de mental. Abandonar o processo de enclausuramento no atendimento das pessoas com transtornos mentais, de forma a que estas possam ser atendidas nas suas necessidades, sem deixar o contato com a fam�lia e o contexto s�cio cultural, � a pr�tica que as pol�ticas de Sa�de Mental vem indicando nos mais diversos pa�ses do mundo, garantindo a estas pessoas o exerc�cio da cidadania plena.

Tratamentos

    Os tratamentos para os chamados transtornos mentais e do comportamento evolu�ram muito no s�culo XX, principalmente na �ltima d�cada deste s�culo, denominada D�cada do C�rebro, na qual o grande desafio foi ampliar as pesquisas sobre o funcionamento do c�rebro, uma vez que muitos processos mentais ainda eram desconhecidos. A pesquisa com os chamados f�rmacos produziu drogas que vieram diminuir o sofrimento das pessoas, permitindo um bem-estar maior, assim como o retorno das pessoas � autonomia nas atividades nos contextos da fam�lia e do trabalho. No tratamento das depress�es houve uma evolu��o nas drogas produzidas, desde os tric�clicos, passando pelos inibidores da monoaminooxidase (IMAOs), at� as drogas de �ltima gera��o, os chamados Inibidores de Recapta��o da Serotonina � IRSs (Solomon, 2002).

    A pesquisa tamb�m revelou o papel importante que os neurotransmissores t�m no bem estar das pessoas e nos denominados transtornos mentais e do comportamento. Os efeitos da serotonina, noradrenalina, dopamina, etc. t�m sido cada vez mais destacados como subst�ncias efetivas no funcionamento pleno das atividades cerebrais e no bem estar dos doentes. Assim, os pesquisadores t�m procurado os processos de produ��o e manuten��o destas subst�ncias nas sinapses. Os transtornos mentais e do comportamento alteram o funcionamento dos processos cerebrais. Assim, uma das formas mais freq�entes de manter o funcionamento c�rebro dentro de padr�es normais tem sido via a ingest�o de medicamentos, entretanto, apesar dos benef�cios, havia tamb�m efeitos colaterais que nem sempre favoreciam a recupera��o da sa�de das pessoas doentes.

    No presente, o tratamento para os transtornos mentais e do comportamento n�o se restringe ao uso dos medicamentos. Na verdade, os tratamentos para estes transtornos t�m se apoiado em processos de interven��o multidisciplinares, uma vez que somente a utiliza��o dos medicamentos n�o tem trazido benef�cios satisfat�rios � sa�de das pessoas. Assim, os tratamentos das pessoas com Transtornos mentais e do comportamento t�m evolu�do para al�m da prescri��o de medicamentos, incluindo-se a participa��o na psicoterapia e na pr�tica de exerc�cios f�sicos.

Exerc�cios f�sicos e transtornos mentais e do comportamento

    O desejo de fazer uma interface entre a Educa��o F�sica e a Sa�de tem sido objeto de longas discuss�es no seio da academia e nas sociedades cient�ficas da Educa��o F�sica. H� muitas pol�micas sobre os processos de interven��o da Educa��o F�sica na rela��o com a sa�de, entre elas a busca do bem estar e/ou a aptid�o f�sica, a qual nem sempre � poss�vel com a interven��o focada apenas na pr�tica dos exerc�cios f�sicos. Mais recentemente, com o reconhecimento da profiss�o em Educa��o F�sica, os profissionais desta �rea, graduados/bachar�is, foram categorizados como profissionais da �rea da sa�de. Assim, h� forte tend�ncia de incluir os profissionais da Educa��o F�sica, nas equipes multiprofissionais nos processos de interven��o na �rea da sa�de (Conselho Federal de Educa��o F�sica, 2001; Nahas, 2000; Faria J�nior, 1991).

    Os benef�cios f�sicos e fisiol�gicos da pr�tica dos exerc�cios f�sicos querem de car�ter recreativo, esportivo ou como forma de reduzir o estresse s�o evidentes na literatura cient�fica. A busca da redu��o do sedentarismo e a ado��o de um estilo de vida ativo t�m sido uma conduta humana cada vez mais presente em nossa sociedade. Um estilo de vida ativo melhora as fun��es cardiorrespirat�rias, amplia resist�ncia muscular, aumenta a capacidade de realizar a��es profissionais e dom�sticas, amplia a capacidade de deslocamento e a possibilidade de uma vida com autonomia (Nahas, 2000; Mota, 1997).

    Quanto aos efeitos do exerc�cio f�sico sobre a sa�de mental das pessoas h� indicadores dos seus benef�cios, muitos dos quais ainda correlacionais, outros j� comprovados e alguns em fase de investiga��es cient�ficas (Buckworth e Dishman, 2002; Santos, 2001; Silva e Ara�jo, 2000; Santos, 1999; Mota, 1997; Cruz, 1996; Weinberg Gould, 1996; Serpa, 1993).

    � complexa a rela��o entre a pr�tica de exerc�cios f�sicos e os benef�cios sobre o bem estar psicol�gico nos seus processos agudos, que produzem efeitos imediatos, ou nos processos cr�nicos, cujos resultados s�o obtidos em longo prazo, tanto em popula��es saud�veis como em pessoas que sofrem com patologias psicol�gicas. As dificuldades em se encontrar provas cient�ficas consistentes devem-se tanto �s diversas formas de pr�tica dos exerc�cios f�sicos, como �s diversas formas de manifesta��o dos transtornos mentais e do comportamento e as particularidades de cada indiv�duo nas rea��es a estes transtornos. Apesar das dificuldades de se encontrar provas cient�ficas e emp�ricas sobre os efeitos positivos dos exerc�cios f�sicos sobre os transtornos mentais e do comportamento, h� evid�ncias sobre a sua efetividade, quando associado aos processos de interven��o atrav�s da medica��o e psicoterapias. (Buckworth e Dishman, 2002; Santos, 2001; Silva e Ara�jo, 2000; Santos, 1999; Mota, 1997; Cruz, 1996; Weinberg Gould, 1996; Serpa, 1993).

    Cruz (1996) e Weinberg e Gould (1996) apresentaram os benef�cios para o bem estar psicol�gico que podem ser obtidos atrav�s da pr�tica de exerc�cios f�sicos, os quais carecem de descri��es e provas cient�ficas mais consistentes.

Quadro I. Benef�cios psicol�gicos do exerc�cio f�sico em popula��es cl�nicas e n�o cl�nicas

Quais efeitos a compulsão por exercícios físicos pode causar no organismo?

Fonte: Cruz (1996) � Adaptado de Taylor, Sallis e Needle (1985)

    Segundo Kaiser (2001) nos �ltimos 30 anos foram realizados e publicados milhares de artigos cient�ficos a respeito dos benef�cios da pr�tica do exerc�cio f�sico aer�bico para a melhora da depress�o e ansiedade. A an�lise cient�fica de muitas destas pesquisas revela problemas metodol�gicos em rela��o � quantidade e a freq��ncia � pr�tica aos exerc�cios f�sicos. Kaiser (2001) destaca o estudo realizado por Hughes (1984), na an�lise cient�fica de 1100 artigos publicados a respeito da dos transtornos mentais e do comportamento e a pr�tica de exerc�cios f�sicos, na qual se verificou que apenas 12 destes estudos atendiam plenamente aos crit�rios de cientificidade: randomiza��o e grupo de controle. Entre as falhas mais comuns foram observadas: amostra reduzida, n�o randomiza��o, medidas psicol�gicas inadequadas e tend�ncias a vi�s tanto dos pesquisadores como dos sujeitos participantes das pesquisas. A car�ncia de projetos de pesquisa realizados com rigor cient�fico, possivelmente, tem sido a raz�o da n�o inclus�o dos exerc�cios f�sicos como atividade efetiva nos programas de tratamento dos Transtornos mentais e do comportamento nas mais diversas institui��es.

    Por�m, apesar destas limita��es, h� resultados de estudos cient�ficos controlados, que apontam benef�cios da pr�tica dos exerc�cios f�sicos aer�bicos nos programas de tratamento dos transtornos mentais e do comportamento, como os apontados abaixo por Kaiser (2001).

Quadro 2. Estudos controlados randomizados sobre o exerc�cio aer�bio como terapia para transtornos cl�nicos de sa�de mental (Kaiser, 2001)

Quais efeitos a compulsão por exercícios físicos pode causar no organismo?

    Os dados apresentados no Quadro 2 revelam resultados contradit�rios a respeito dos efeitos da pr�tica dos exerc�cios f�sicos sobre os transtornos mentais e do comportamento em raz�o do tipo de transtorno, do tipo de exerc�cio f�sico praticado e sua freq��ncia e a sua associa��o com outros processos de interven��o.

    Kaiser (2001) destaca que:

    As evid�ncias dos efeitos agudos diretos do exerc�cio aer�bico sobre as subst�ncias neuroqu�micas cerebrais continuam a se acumular. A estimula��o do sistema motor pode afetar o humor e a ansiedade pelos in�meros sistemas significativos de neurotransmissores no c�rebro. A descarga do sistema de resposta ao estresse por meio do exerc�cio tamb�m parece ativar os sistemas opi�ceos end�genos, causando al�vio da dor e relaxamento a partir do exerc�cio aer�bico

. (p.322).

    Os resultados de estudos apresentados por Kaiser (2001) devem ser analisados com cuidado, uma vez que as pesquisas evoluem rapidamente e os resultados dos efeitos positivos ou negativos da pr�tica dos exerc�cios f�sicos e nos transtornos mentais e do comportamento podem ter novas indica��es e conclus�es.

Problemas gerados pela pr�tica dos exerc�cios f�sicos

    Os exerc�cios f�sicos quando realizados de forma adequada podem trazer benef�cios � sa�de das pessoas. Por�m, a sua pr�tica de forma inadequada pode gerar problemas tanto para a sa�de f�sica, como para a sa�de mental dos praticantes. Acredita-se como importante destacar alguns problemas que podem afetar a sa�de mental dos praticantes, quando a pr�tica do exerc�cio f�sico � realizada de forma inadequada tais como:

  1. S�ndrome de depend�ncia do exerc�cio: quando a pessoa e/ou atleta resiste em fazer altera��es ou quebrar esquemas de exerc�cios f�sicos e/ou treinamento, mesmo quando estes s�o feitos por indica��o m�dica;

  2. S�ndrome de abstin�ncia do exerc�cio: quando as pessoas que se exercitam diariamente, ap�s n�o faz�-lo por cerca de tr�s dias, passam a ter sintomas de transtorno de humor, estado de ansiedade, tens�o, depress�o, e confus�o mental;

  3. Transtornos obsessivo-compulsivos: geralmente afeta pessoas que desejam reduzir o peso e assim realizam exerc�cios f�sicos em excesso. Via de regra esta conduta est� associada a processos de restri��es na dieta alimentar, caracterizando-se como transtornos anor�xicos ou bul�micos. Pope et.al. (2000), Baile (2005) e Lindholz (2008) destacam que os transtornos obsessivos compulsivos podem ser manifestados pelos homens na pr�tica de exerc�cios f�sicos de forma excessiva, denominado pelos pesquisadores destacados como �Complexo de Ad�nis�, caracterizado por transtorno psiqui�trico de Dismorfia Corporal, tamb�m conhecido como Dismorfia Muscular, Bigorexia ou Vigorexia. Os homens na busca da masculinidade, de um corpo cada vez mais musculoso e perfeito. Estes ao se olharem no espelho apresentam uma distor��o da sua autoimagem, acreditando serem pequenos e com musculatura reduzida. Esta percep��o gera sofrimento psicol�gico e os homens na procura de reduzir este processo pensam e realizam exerc�cios de forma obsessivo-compulsiva, tomam anabolizantes e horm�nios do crescimento, acompanhado de dietas prot�icas elevadas.

    • Nas mulheres os comportamentos obsessivo-compulsivos s�o caracter�sticos da anorexia nervosa, na qual estas apresentam as seguintes caracter�sticas, segundo Baile (2005, p. 34): percebem o corpo como delgados e fr�geis; sentem-se grandes e gordas, apesar de n�o o serem; desejam obsessivamente perder peso; realizam regimes alimentares rigorosos; praticam exerc�cios f�sicos de forma exagerada com o objetivo de perder peso corporal; consomem medicamentos e laxantes para emagrecimento; evitam situa��es sociais onde possam expor seu corpo; e, finalmente, evitam revelar publicamente como consomem os alimentos.

  4. Deteriora��o: quando pessoas saud�veis e n�o deprimidas come�am a apresentar sinais de depress�o em raz�o das cargas elevadas de exerc�cios f�sicos. Podem ocorrer tamb�m crises e transtornos de humor, seguido por queda no desempenho, fadiga cr�nica, muscular, dor hipertens�o e sensa��o de aumento do esfor�o (KAISER, 2001).

    • Podem-se levantar alguns questionamentos quanto aos problemas acima destacados: ser� que a pr�tica dos exerc�cios f�sicos provocou os referidos transtornos? Ou os praticantes j� tinham tend�ncias para os referidos dist�rbios e estes se manifestaram durante a pr�tica dos exerc�cios f�sicos? Acredita-se que somente pesquisas com rigor cient�fico conseguir�o dar respostas satisfat�rias a estes questionamentos.

    • Assim, nem sempre pode ser considerada verdadeira a rela��o ben�fica entre a pr�tica dos exerc�cios f�sicos e a sa�de das pessoas, tanto f�sica, como mental.

Conclus�es

    Os efeitos positivos da pr�tica dos exerc�cios f�sicos sobre bem estar das pessoas saud�veis e com transtornos mentais e do comportamento representam um longo caminho a ser seguido pelos pesquisadores e profissionais que fazem interven��o nesta �rea da sa�de, na busca de provas cient�ficas e emp�ricas que confirmem efeitos positivos e tamb�m os negativos da pr�tica dos exerc�cios f�sicos sobre o bem-estar das pessoas. N�o h� ainda elementos suficientes sobre os efeitos desta pr�tica sobre os transtornos psic�ticos. Portanto ainda h� muito a investigar.

    Os excessos na pr�tica dos exerc�cios f�sicos, caracterizados nos fen�menos obsessivo-compulsivos nos transtornos psiqui�tricos da anorexia, bulimia e �vigorexia�, apesar de j� bastante conhecidos pelos pesquisadores, s�o deixados de lado, negados e esquecidos por muitos praticantes, como tamb�m por muitos profissionais que orientam esta pr�tica, principalmente, nas academias de gin�stica e gin�sios de pr�tica da muscula��o.

    A pr�tica dos exerc�cios f�sicos trar� benef�cios � sa�de desde que sejam realizados de forma planejada e orientados, respeitando as necessidades corporais, psicol�gicas e sociais das pessoas.

Refer�ncias

  • BAILE, Jos� Ign�cio. Vigorexia: c�mo reconercela y evitarla. Madrid: S�ntesis, 2005.

  • Buckworth, Janet e Dishman, Rod K. Exercise Psychology. Champaign: Human Kinetics, 2002.

  • Conselho Federal de Educa��o F�sica. Documento de Interven��o do Profissional da Educa��o F�sica. www.confef.org.br. Acesso em 1 de mar�o de 2003.

  • Cruz, Jos� Fernando (Ed.) Manual de Psicologia do Desporto. Braga: S.H.O, 1996.

  • Faria J�nior, Alfredo Gomes. Exerc�cio e Promo��o da Sa�de. Revista Horizonte, N�. 44, Lisboa, 1991.

  • Kaiser, Richard C. Sa�de Mental. In: Frontera, Walter R.; Dawson, David M. e Slovik, David M. Exerc�cio F�sico e Reabilita��o. Porto Alegre: Artmed, 2001.

  • LINDHOLZ, K�tia Matias e SANTOS, Antonio Roberto Rocha. Afinal, O Que � Vigorexia? Trabalho de conclus�o do Curso de Psicologia. Faculdade Integrada do Recife. Recife: 2008

  • Moraes, Vera e Barbosa Cloves. Sa�de Mental e Cidadania. Recife: Universit�ria, UFPE, 2001.

  • Mota, Jorge. Actividade f�sica no lazer. Lisboa: Horizonte, 1997.

  • Nahas, Markus V. Atividade f�sica, sa�de e qualidade de vida. Londrina: Midiograf, 2001.

  • POPE, Harisson G; PHILLIPS, Katharine A.; OLIVARDIA, Roberto. O Complexo de Ad�nis: A obsess�o Masculina pelo Corpo. Rio de Janeiro: Campus, 2000.

  • Santos, Antonio Roberto Rocha. Atividade F�sica e Sa�de Mental: Propostas para Discuss�o. Anais do III Congresso Brasileiro de Atividade F�sica e Sa�de. Florian�polis: UFSC, 2001.

  • Santos, Antonio Roberto Rocha. Atividade F�sica, Lazer e Bem Estar. I Simp�sio Nordestino de Atividade F�sica e Sa�de. Confer�ncia. Olinda, 1999.

  • Serpa, Sid�nio. Actividade f�sica e benef�cios psicol�gicos. Revista Horizonte, N� 58, Lisboa, 1993.

  • Silva, Paulo Armada e Ara�jo, Duarte. Exerc�cio e Depress�o: uma perspectiva neurobiol�gica. Ludens, Vol. 16, N� 4, Out.-Dez. 2000.

  • Solomon, Andrew. O dem�nio do meio dia: uma anatomia da depress�o. Rio de Janeiro: Objetiva, 2002.

  • Weinberg, Robert S. e Gould, Daniel. Fundamentos da Psicologia do Esporte. Porto Alegre: Artmed, 2008.

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Quais efeitos a Compulsao por exercício físico pode causar no organismo?

O excesso de exercícios físicos provoca alterações na produção de hormônios, aumento da frequência cardíaca mesmo durante o descanso, irritabilidade, insônia e enfraquecimento do sistema imunológico.

Quais transtornos a prática excessiva de exercícios pode causar?

A busca por um corpo perfeito faz com que as pessoas aumentem a frequência de atividades físicas, que, na maioria das vezes, ocasiona uma má alimentação e problemas musculares. Isso se torna uma rotina, e muitos não têm conhecimento que pode virar uma doença, conhecida como vigorexia.

Quais os sinais que estou exagerando nos exercícios?

O mal-estar e a dor de estômago são sinais de que você tem que pegar mais leve. “Quando você faz exercícios, principalmente os de alta intensidade, o sangue deixa o sistema gastrointestinal para abastecer os músculos trabalhados, que precisam de oxigênio. Isso pode causar náuseas”, explica Vanessa.

Por que o excesso de atividade física é prejudicial?

O excesso de exercícios físicos provoca alterações na produção de hormônios, aumento da frequência cardíaca mesmo durante o descanso, irritabilidade, insônia e enfraquecimento do sistema imunológico.