Quais os principais fatores que influenciam o crescimento fetal?

  • Edgar Orlando Oviedo Rondón UEM
  • Alice Eiko Murakami UEM

Palavras-chave: ascite, crescimento, embrião, hipóxia, metabolismo

Resumo

As condições controladas dos matrizeiros e incubatórios permitem manipular alguns problemas da indústria avícola, enquanto o estudo da fisiologia é necessário para encontrar as soluções adequadas. Assim, o desenvolvimento embrionário é influenciado pela nutrição, idade, genética e estado fisiológico da matriz no momento da ovoposição, como também pelo fornecimento adequado de oxigênio desde a ovoposição até a eclosão, e pela temperatura e umidade relativa do incubatório. A hipóxia pré-eclosiva é um estímulo para a bicagem, mas, se o tempo cronológico em que ocorre não é sincrônico com as maturações pulmonar e cardíaca e com o metabolismo embrionário a hipóxia será maior e influenciará o aparecimento de doenças. As linhagens modernas de frangos têm diminuído a produção dos hormônios tiroideanos, ocasionando menor condutância da casca, habilidade materna, atividade glicogênica e armazenamento de glicogênio no embrião para a eclosão, resultando numa maior hipoxia pré-eclosiva, maior incidência da ascite e outros problemas pós-natais.

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Biografia do Autor

Alice Eiko Murakami, UEM

Possui graduação em Zootecnia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1976), mestrado em Zootecnia pela Universidade Federal de Minas Gerais (1983) e doutorado em Zootecnia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1991). É professora da Universidade Estadual de Maringá desde 1978 e Titular desde 1994. Tem Pós-doutorado no Japão( Nagoya University) e nos EUA (University of Arkansas). Tem experiência na área de Zootecnia, com ênfase em Avaliação de Alimentos para Animais e Exigências Nutricionais, atuando principalmente na área de aves com frangos de corte, poedeiras e codornas japonesas. Atua no Programa de Pós-graduação em Zootecnia da UEM- curso 6 na CAPES, onde leciona e orienta no mestrado e doutorado. Teve atuação como Representante de Àrea na CAPES por duas gestões (2001-2002) e (2002-2005) sendo Membro Titular do CTC na última gestão. Na Universidade Estadual de Maringá, foi Pro-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação gestão 2002-2006. No Forum Nacional de Pró-Reitores de Pesquisa e Pós-Graduação (FOPROP) foi Vice-Presidente gestão 2005-2006. Atualmente é membro Titular no Comitê de área da Zootecnia do CNPq (2005-2008) Currículo Lattes

Quais os principais fatores que influenciam o crescimento fetal?

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Como Citar

Rondón, E. O. O., & Murakami, A. E. (2008). Fatores que interferem no desenvolvimento embrionário e seus efeitos nos problemas metabólicos pós-eclosão em frangos de corte. Acta Scientiarum. Animal Sciences, 20, 373-382. https://doi.org/10.4025/actascianimsci.v20i0.4405

DECLARAÇÃO DE ORIGINALIDADE E DIREITOS AUTORAIS

Declaro que o presente artigo é original, não tendo sido submetido à publicação em qualquer outro periódico nacional ou internacional, quer seja em parte ou em sua totalidade.

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A restrição do crescimento fetal ou restrição de crescimento intrauterino (RCIU), é um problema clínico que afeta entre 7% a 15% das gestações.

Durante a gravidez, o crescimento fetal é influenciado por diversos fatores, sendo a nutrição materna e a capacidade uterina fundamentais para o seu normal desenvolvimento.

Um recém-nascido é considerado pequeno para a idade gestacional quando o seu peso se encontra abaixo do percentil 10 para a idade gestacional (distribuição de peso e idade gestacional comparadas à curvas-padrão da população).

Contudo, o peso mais baixo do bebé no útero pode não significar que exista alguma restrição do crescimento. Pode apenas ser um bebé biologicamente mais pequeno do que a média dos bebés com igual tempo de gestação.

É importante relembrar que o crescimento fetal pode ser influenciado por fatores como raça, sexo, classe social e altitude.

Restrição do crescimento fetal

O que é a restrição do crescimento fetal?

A restrição de crescimento intrauterino descreve os casos em que o feto é mais pequeno do que o normal durante a gravidez. O diagnóstico é feito quando o peso fetal está abaixo do percentil 10 para a sua idade gestacional.

  • Tabela de percentis embrionários e fetais

Causas da restrição do crescimento fetal

A principal causa da restrição do crescimento intrauterino reside no déficit de passagem de nutrientes e oxigénio através da placenta para o feto. Vários fatores complexos podem estar envolvidos nesta perda, nomeadamente, maternos, fetais e placentários:

  • Infeções maternas (TORCH) durante a gravidez;
  • Infeção viral durante a gravidez (como citomegalovírus);
  • Alterações cromossómicas;
  • Malformações congénitas;
  • Insuficiência placentária e consequente redução da oferta de nutrientes para normal o desenvolvimento do bebé (ver Problemas mais comuns da placenta);
  • Desnutrição materna;
  • Consumo de drogas ilícitas;
  • Ingestão de álcool (ver Síndrome alcoólica fetal);
  • Hábitos tabágicos (ver Tabaco na gravidez);
  • Cafeína.

1. Fatores maternos

  • Idade superior a 35 anos;
  • Transtornos do estado nutricional;
  • Baixo peso anterior à gravidez ou ganho insuficiente de peso durante a gestação;
  • Tabagismo;
  • Abuso de álcool;
  • Uso de drogas ilícitas;
  • Anemia na gravidez;
  • Tensão alta na gravidez;
  • Lúpus na gravidez;
  • Doença vascular crónica, principalmente quando complicada por pré-eclâmpsia;
  • Doenças renais crónicas;
  • Anomalias uterinas;
  • Diabetes gestacional;
  • Trombofilias são alguns dos fatores de risco maternos.

2. Fatores fetais

Entre os fatores de risco associados ao feto, estão as malformações genéticas (como síndrome de Down, de Edwards ou Trissomia 18, de Patau ou Trissomia 13) e alterações cromossómicas que podem reduzir a produção de células e a deficiente utilização dos nutrientes.

Outras causas fetais possíveis são infecções como toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus, herpes simplex, sífilis congénita e malária.

3. Fatores placentários

O transporte e o metabolismo placentário são fundamentais para a correta nutrição e oxigenação do feto durante toda a gravidez.

A insuficiência vascular uteroplacentária, a anormalidade uterina (útero bicorno, septado), placenta prévia, inserção velamentosa do cordão umbilical, tumores e a síndrome de transfusão fetal (na gravidez de gémeos) estão entre os fatores de  risco.

Diagnóstico da restrição do crescimento fetal

O diagnóstico do problema raramente é realizado com base no tamanho da barriga.

A RCIU é normalmente detetada nos exames de rotina pré-natais, quando o médico mede a cintura abdominal. Pode, nesse instante, verificar que a barriga está demasiado pequena para a média.

No entanto, esta mesma condição, pode ser diagnosticada através de uma ecografia.

Tratamento da restrição do crescimento fetal na gravidez

O tratamento dependerá das causas associadas ao baixo peso.

Repouso na gravidez, alimentação intravenosa ou medicação para melhorar o fluxo sanguíneo para a placenta são algumas das abordagens possíveis.

Prevenção da restrição do crescimento fetal

Uma boa alimentação, peso e descanso adequados, e a eliminação de determinados fatores de risco podem ajudar a prevenir o problema.

O controlo das doenças crónicas maternas ou o diagnóstico pré-natal de complicações genéticas familiares também pode ajudar a evitar a RCIU.

Consequências da restrição do crescimento fetal no futuro do bebé

Apesar da restrição de crescimento intrauterino estar associada ao aumento das taxas de morbidade (taxa de portadores de determinada doença em relação à população total) e mortalidade perinatal, mais de 90% dos bebés que nascem pequenos para a idade gestacional recuperam o peso nos dois primeiros anos de vida.

Entre as consequências possíveis deste problema para a saúde do bebé encontram-se:

  • Hipoxia (baixa concentração de oxigénio nos tecidos orgânicos);
  • Aspiração de mecónio;
  • Hipoglicemia (baixa concentração de açúcar no sangue);
  • Hipocalcemia (baixa concentração de cálcio no sangue);
  • Policitemia (excesso de glóbulos vermelhos);
  • Hipotermia (dificuldade de manter a temperatura corporal);
  • Sistema imunitário debilitado (dificuldade de combater infeções);
  • Hemorragia pulmonar;
  • Deficiente desenvolvimento neuropsicomotor;
  • Parto prematuro ou parto pré-termo.

Nos bebés sobreviventes, há evidências que a restrição do crescimento fetal está associada ao aumento de risco de desenvolver doenças cardiovasculares e diabetes no futuro.

Existe risco de ter um bebé com baixo peso em gestações futuras?

O risco de uma mulher que teve um bebé com baixo peso à nascença vir a ter outro com o mesmo problema é muito baixo. Em termos estatísticos, os bebés seguintes são maiores que o primogénito.

Quando é um bebé considerado prematuro?

  • Muito grande prematuro (menos de 27 semanas de gestação)
  • Grande prematuro (entre as 28– 32 semanas de gestação)
  • Prematuro tardio (entre as 34 – 37 semanas de gestação)

Os bebés que nascem antes das 32 semanas de gestação e com baixo peso (entre 1,75 e 2,25 kg) apresentam maior risco de problemas de desenvolvimento. Atrasos cognitivos, perturbações da linguagem, paralisia cerebral, dificuldades de coordenação e equilíbrio e défices visuais e auditivos são alguns desses problemas.

Causas da gravidez de risco

Quais são os principais fatores que influenciam o crescimento fetal?

Vários fatores determinam o crescimento fetal, dentre estes são fundamentais: a oferta de nutrientes maternos e a transferência placentária de substratos, além do potencial de crescimento determinado pelo genoma.

O que impede o crescimento do feto?

As causas são placentárias, maternas ou genéticas. A principal é o déficit da passagem de nutrientes e oxigênio através placenta, o que faz com que o bebê diminua o ritmo de crescimento ou até pare de crescer.

Quais os fatores extrínsecos que afetam o desenvolvimento do feto?

Portanto, o processo de crescimento está influenciado por fatores intrínsecos (genéticos) e extrínsecos (ambientais), dentre os quais destacam-se a alimentação, a saúde, a higiene, a habitação e os cuidados gerais com a criança, que atuam acelerando ou retardando esse processo.