Qual a importância do processo de taxidermia?

  • Murilo Carriço
  • Allyson Henrique Souza Feiffer
  • Edward Frederico Castro Pessano
  • Márcio Tavares Costa

Rótulo Taxidermia, Ensino, Zoologia

Resumo

A taxidermia é uma técnica utilizada para a conservação de vertebrados por meio do bloqueio da ação de bactérias e fungos, agentes decompositores da matéria morta. Deste modo, mantem as características morfológicas e anatômicas dos animais. Metodologia muito utilizada para conservar animais que podem ser usados na composição de coleções didáticas e científicas de museus e universidades. Podemos afirmar que o processo de taxidermização é válido na formação de discentes que o praticam, pois juntamente com essa atividade há outras possibilidades a serem exploradas, como dissecações e educação ambiental. Com esta perspectiva, o presente trabalho visou analisar as abordagens de ensino que a taxidermia pode proporcionar na área de zoologia. Para tanto, três serpentes foram submetidas ao processo de taxidermização. Todas foram doadas sem vida e congeladas pela Patrulha Ambiental de Uruguaiana à instituição. Atropelamento foi a causa da morte das mesmas. A primeira etapa da atividade foi marcada pela biometria dos animais: peso, comprimento e contagem das escamas. Além das características gerais dos répteis presença ou ausência de presas, padrões de coloração, sexagem para a identificação dos mesmos. Na próxima etapa utilizou-se de práticas cirúrgicas, o que proporcionou noções de proteção individual. Após, houve a retirada de seus órgãos e tecidos internos. Nesta fase, o procedimento oportunizou aos estudantes uma visão diferenciada quando se trata de anatomia e morfo-fisiologia, pois apresentou estruturas reais e um processo diversificado quando comparada com as demais práticas experimentais na área da zoologia. No momento a atividade está em fase final, com a preparação do esqueleto da terceira serpente. No primeiro exemplar realizou-se a técnica da pele cheia, e no segundo fez-se a curtição de sua pele. As coleções de espécimes taxidermizados, se bem estruturados, representam mais que uma simples coleção, uma vasta biblioteca e apoio a diversos setores, como a diversidade animal, onde o grande número de exemplares é de suma importância para o ensino na área. Os acervos dessas coleções representam amostras importantes da diversidade para o estudo de alunos e pesquisadores da área. Ainda é válido afirmar que essas coleções, se analisadas de forma comparativa e pontual, apresentam conteúdos mais restritos quando se trata de zoologia, é o caso da evolução e da ecologia. Tendo em vista todas essas informações, podemos concluir que o processo de taxidermia, assim como os materiais produzidos pela sua técnica, se tornam importantes complementos nas aulas da área zoológica, tanto na universidade quanto no ensino básico. Além do material desenvolvido - um pequeno acervo montado de forma organizada que será utilizado tanto nas visitações de escolas do ensino básico, quanto nos cursos superiores a prática em questão elucidou a importância de atividades diferenciadas na formação dos discentes.

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Qual a importância do processo de taxidermia?

Como Citar

CARRIÇO, M.; HENRIQUE SOUZA FEIFFER, A.; FREDERICO CASTRO PESSANO, E.; TAVARES COSTA, M. A PRÁTICA DA TAXIDERMIA COMO ESTRATÉGIA DE ENSINO NA ÁREA DE ZOOLOGIA. Anais do Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão, v. 6, n. 1, 14 fev. 2020.

Pedro Barros - estudante de Jornalismo 

Desde a semana passada, a Biblioteca Central da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) exibe a Exposição Itinerante em comemoração aos 25 anos do Museu de História Natural (MHN). Um dos principais atrativos do acervo são os animais expostos: jacarés, serpentes, aves típicas das matas alagoanas… 

Continuando nossa série de reportagens sobre o Laboratório de Taxidermia do MHN, você vai conferir como esses animais foram preparados para se transformar em peças de museu. Na reportagem anterior você soube um pouco sobre a produção, os serviços e o histórico desse laboratório. Nesta segunda parte, você vai conferir como é o processo de empalhamento, que materiais são utilizados e as particularidades dessa profissão. 

Etapas 

O biólogo responsável pelo setor, Bruno Collaço, resumiu seu trabalho em algumas etapas. Primeiro, o animal chega ao MHN, sendo direcionado para os setores específicos (de mamíferos, aves, répteis etc.). Pode ser por doação - quando entidades como o Ibama doam animais encontrados mortos - ou por coleta científica, quando os pesquisadores do Museu vão à campo fazer pesquisas. “Aí é feita uma análise primária, uma triagem e é decidido se ele será taxidermizado ou não. Depois, o animal vem para meu laboratório e fazemos sua biometria: medidas, pesagem, análise da estrutura externa, se há algum parasita, etc.”, explicou Bruno. 

O tratamento também depende do tipo do bicho. “Os grupos de animais têm protocolos de taxidermia bem diferenciados, por causa do tipo de pele, a quantidade de gordura e outros fatores”, explicou. Na técnica mais comum, de conservar a pele do animal torneada por um molde, o processo inicia-se com a retirada de todo esse tecido, que depois é limpo o máximo possível e tratado com produtos químicos. É preparado um esqueleto interno para essa peça, geralmente feito de arame galvanizado, e ela é preenchida, para ficar mais sólida. 

No MHN, o material mais utilizado para esse preenchimento é um algodão repelente à água. O animal é fechado, por costura ou colagem, e levado para a secagem. A pele precisa perder toda a umidade, ficar completamente seca. Nesse estágio, ela fica dura e deixa de ser modelável. 

Diferentes representações 

As coleções científicas visam facilitar os estudos e o armazenamento. As peças com essa finalidade vão para os laboratórios, mas as que vão para exposição têm um tratamento diferenciado: na taxidermia educativa, o animal é colocado numa posição que normalmente se encontraria num ambiente natural. “A gente faz uma ‘maquiagem’ nesse animal para que no final de tudo ele pareça estar vivo”, explicou. 

Para apresentar os espécimes de forma realista, os museus utilizam o conceito de diorama: um esquema que envolve o próprio animal num cenário parecido com o que ele vive. Segundo o biólogo, não se deve apenas representar bem o animal em si, mas a ambientação dele permite levar mais conhecimento para o público. 

A peça favorita de Bruno é um exemplo: uma preguiça carregando um filhote nas costas e subindo num tronco. “Até agora, acho que é a melhor peça que produzimos neste laboratório e já esteve presente em todas as exposições itinerantes do Museu”, observou. 

Muito mais que “empalhar” 

Há vários produtos que podem ser utilizados para empalhar bichos - e palha é apenas um deles. Bruno explica que o termo empalhamento se popularizou devido ao material que era muito utilizado por taxidermistas dos Estados Unidos e Europa no passado. “Eles já têm a cultura de secar gramíneas para fazer feno para o consumo dos animais durante o inverno. Muitos caçadores eram quem faziam taxidermia, então eles utilizavam o que tinham em mãos. A palha era uma das principais coisas, porque deixava leve, mantinha seco e perdurava durante muito tempo”, explicou. 

A taxidermia, no entanto, é algo bem mais complexo que encher peles de animais com palha, ainda mais nos tempos de hoje. “Com os anos de experiência, cada um vai criando suas próprias técnicas para determinada espécie ou grupo. No meio desse caminho, a gente desenvolve umas manias que acabam se tornando específicas nossas, algo como uma ‘assinatura do artista’”, explicou Bruno. 

No MHN, Bruno busca dar o melhor acabamento à sutura do animal. “Em alguns casos, tentamos fazê-la sem costura, com um adesivo específico para colagem de pele, para não aparecer a linha. Sempre são feitos pontos internos, você nunca vai ver um ponto numa taxidermia bem feita, mas procuramos também outras alternativas”, explicou. 

A técnica de preparação de pele é apenas uma. “Também existem a preparação de ossos, órgãos e do animal inteiro, como a técnica chamada diafanização: é tornar o esqueleto do animal ou outras partes internas visíveis enquanto o animal fica todo translúcido. É uma técnica de estudo muito interessante”, explicou Bruno. 

Qual a importância da taxidermia?

A taxidermia consegue, por meio de diferentes técnicas, recriar e mostrar de forma bem natural um animal morto, sendo uma ótima ferramenta para educar e conscientizar sobre a importância da conservação da biodiversidade e os impactos das ações humanas, principalmente a quantidade alarmante de atropelamentos.

Como funciona o processo de taxidermia?

A taxidermia é um processo que consiste em “empalhar” o animal morto. Esse empalhamento permitirá que o animal mantenha as suas características externas iguais às que possuía em vida. Assim, é possível fazer a conservação da memória e da imagem do animal.

O que é um experimento de taxidermia?

O que é taxidermia? Em linhas gerais, taxidermia é a técnica mais moderna para empalhar animais, exclusiva para as espécies vertebradas. Apesar da semelhança com o empalhamento, que era feito em barro e palha, a prática atual conta com recursos para a criação de um corpo artificial com maior riqueza de detalhes.

Por que empalhar animais?

Tem como principal objetivo o resgate de espécimes, reconstituindo suas características físicas e, às vezes, simulando seu habitat, o mais fielmente possível para que possam ser usados como ferramentas para educação ambiental ou como material didático.